CAP 15

Damon acordou com uma voz berrante que não conhecia, ela vinha de uma mulher, reconheceu algumas palavras da voz rouca de seu pai. Mas não entendeu porque parecia haver várias vozes se misturando no adar de baixo, e com todo a certeza vozes desesperadas.

Ele levantou e sentiu o quarto girar, sua nuca doeu e ele levou a mão até lá. Fechou os olhos. A lembrança de sua cabeça na quina da cama não lhe pareceu familiar, mas sabia que havia ocorrido, ele tocou o rosto, sentiu dor, como havia sido agredido ali?

Só se lembrava de Rose saindo de seu quarto com lençóis e do wiski quebrando, não necessariamente nessa ordem.

Quando estava na escada teve a visão de Senhora e Senhor Gilbert com Jeremy, na sala, seu pai andava de um lado para o outro. E a senhora Gilbert estava com um copo de água e açúcar na mão, derramando a maior parte do conteúdo devido as tremulas mãos. Jeremy estava mascarado pela indiferença, e tão quieto quando uma rocha.

—O que é tudo isso afinal? - Perguntou Damon.

Ninguém se manifestou. Sra. Gilbert nem tinha condições disso, Jeremy desviou os olhos para o chão fingindo não ver que Damon estava ali, ignorando por completo sua presença.

Master Gilbert suspirou:

—Não achamos Elena e Stefan em lugar algum.

—E...?

—Achamos que eles fugiram juntos.... Temos certeza... Achamos que... Bem, eles...

—Ah, meu Deus!- Manifestou-se Sr.Gilbert - Por que todo esse escândalo? Não é de todos os males o pior. Elena devia se casar com um dos Salvatore, assim fez ou fará, apenas não era o esperado.

Sra.Gilbert soluçou e murmurou algo parecido com "Ah, minha menina...".

—NÃO É DE TODOS OS MALES O PIOR? EU FICAREI COM FAMA DE CORNO PORQUE UMA VADIA FUGIU COM O IMBECIL DO MEU IRMÃO! - Ele nem se lembrava o que bons modos significavam neste momento. A raiva o consumiu. Ela não podia ter feito isso com ele. Ela pertencia a ele.

Todos estavam prontos para responder o desaforo de Damon, mas quem o fez foi Jeremy que até então estava quieto, ignorando a situação;

—O que você disse? - Ele apontou o dedo para o rosto de Damon - Chamaste minha irmã de vadia? Ora, seu porco hipócrita traiçoeiro! Dormiste com metades da cidade e minha irmã que é vadia? Ela está com quem deveria estar. Prefiro que ela esteja sumida com Stefan do que ao lado de um crápula como você seu merdinha!

Todos estavam boquiabertos, Jeremy nunca havia apresentado aquele comportamento, a Senhora e Senhor Gilbert coraram constrangidos.

Damon enfureceu, era quase possível ver a fumaça sair de seus ouvidos. Ele bateu na mão de Jeremy para afastá-la. E estava pronto para enche-lo de desaforos. Mas ele foi impedido:

—Damon Salvatore não ouse a abrir a imundice de sua boca para contestar o que o Gilbert disse! E o senhor vai se desculpar com a família de todas essas mulheres e desposar sua última... Última "vítima". Retire-se deste aposento, já me trouxeste vergonha demais.

Damon o olhou com uma raiva e mágoa tamanha, ele bateu o pé como uma criança de dez anos e subiu as escadas quebrando o que via pelo caminho, pacientemente Master Salvatore esperou a porta de Damon bater.

—Desculpe-me por Damon. - Ele pediu.

—Vamos embora daqui - Disse Jeremy e saiu pela porta principal da mansão.

—Pedimos desculpa por Jeremy, ele não costuma agir assim - Disse Senhor Gilbert.

Master assentiu.

—Avise-nos, sobre qualquer coisa - Senhora Gilbert apertou a mão de Master Gilbert esperando sua compreensão.

—Por favor, façam o mesmo.

—De fato.

Os Gilbert deixaram a mansão Salvatore.

Enquanto isso no andar de cima Damon estava em seu quarto, havia quebrado metade da mobília e tentado odiar Elena sem nenhum sucesso. Ele se ajoelhou sobre a cama, e quase arrancou seus cabelos, ele fechou os olhos com raiva e então as lembranças de ontem a noite lhe voltaram. Tudo. Exatamente tudo.

—Não!

Ele abriu os olhos e os arregalou. Ele podia ter feito isso. Não com Elena, e nem com ninguém. Mas ele havia feito, e o pior... Com a única mulher que amara.

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—Elena... - Stefan acariciou os cabelos de Elena enquanto lhe dava um beijo na face. Os olhos dela tremeram e se abriram, ela encontrou os dele e sorriu. Ele sorriu de volta. - Chegamos.

Elena levantou-se e olhou ao redor, estavam a direita de um caminho feito por árvores e a sua esquerda tinha um pequeno chalé. Ele era perfeito. Delicado. Ele devia ter sido abandonado quando foi deixado a Stefan, mas antes de abandonarem deixaram bem tratado.

Ele era de madeira, rodeado por plantas, e com um jardim espesso . Elena imaginou seu filho correndo por ali.

Ela desceu da carruagem, tocou a parede para sentir que era real. Ela derramou algumas lágrimas de emoção. E todos aqueles problemas do dia interior sumiram, como se nunca tivessem existido como se nada além daquele momento existisse.

Stefan rodou sua cintura e ambos tocaram o ventre dela.

—Não está feliz? -Perguntou preocupado quando Elena se virou e ele limpou uma lágrima dela.

—É claro que estou, meu amor! Estou muito feliz! Ah! É perfeito! - Elena foi girada no ar por Stefan, ela riu e Stefan amava esse som.

Quando Elena foi posta no chão encheu a face dele de beijos e depois se aprofundou em seus lábios.

—Eu te amo, te amo, te amo e te amo, Stefan! Mais que tudo.

Stefan acariciou o rosto dela e lhe beijou a testa, aspirando o perfume natural que ela possuía.

—Eu também te amo, Elena, mais que o mundo inteiro.

Ela sorriu.

—O que acha de Nicholas? - Stefan sugeriu. Em princípio Elena ficou confusa e depois a compreensão se espalhou pelo seu rosto.

—Quem lhe garante de que é um garoto?

Ele deu de ombros.

—Intuição.

—Pode ser ela, sabia?

—E podem ser dois.

Elena gargalhou.

—Gosto de Charlotte.

—Então entramos em um acordo. Se for uma menina graciosa como você, você escolhe o nome.

—E se for um garoto elegante como você, eu escolho o nome.

—Isso não é justo - Ele disse acompanhando a risada de Elena.

—Eu sei.

—Vamos conhecer o chalé?

Elena o puxou em direção a carruagem.

—Depois... Primeiro nós vamos nos casar.

—O quê?

—Sim, vamos ao cartório.

—Mas Elena, precisa mais que isso, um juiz de paz, os convidados, céus não conhecemos ninguém aqui... Bem, precisa de... De...

Elena deu uma risada e envolvei o pescoço dele com seus lábios enquanto beijava seus lábios e sorria.

—Precisa de você e de mim. E então de nossas assinaturas em um papel. Precisa de amor. Precisa de beijos. Temos tudo o que precisamos.

Stefan sorriu e foi ele a se apressar para carruagem, agora.

Foi o casamento mais estranho que ambos presenciaram, mas isso o fez perfeito. Elena não precisou de um vestido especial branco, não precisou de um cabelo tradicional, e nada além de uma peônia branca que Stefan deu a ela, esse era seu buquê perfeito. Não precisou demais do que assinar seu nome como Elena Gilbert Salvatore e não precisou demais do que a mão de Stefan na sua cintura e seus lábios nos dela. Não precisou de mais do que suas línguas substituindo a dança tradicional da noiva e do noiva por uma dança sensual. Não precisou de mais que Stefan. E Stefan não precisou de mais do que Elena e seu riso.

Elena sentou-se em um dos bancos de espera do cartório enquanto Stefan aproveitou para acertar os documentos do chalé. Ela sentou ao lado de uma morena de traços fortes e sorriso de orelha a orelha, tal como o dela.

—Olá, meu nome é Meredith Saltzman e você? - Elena surpreendeu-se a repentina apresentação da morena ao seu lado.

—Eu... Sou Elena Gi... Salvatore - Ela sorriu.

—Recém casada?

—É... Literalmente.

Meredith gargalhou.

—Eu também. É uma história interessante. Nós eramos de Nova Orleans e fugimos para Forks. Não aprovariam o casamento de uma estudante com um professor não é? Ah... Não se engane -Disse Meredith para a cara de espanto de Elena - Alaric, meu marido, é apenas uns cinco anos mais velho que eu. - Ela sorriu amarelo - E a sua história?

—Como sabe que tem uma história?

—Você está casando num cartório, isso não é comum.

—Fugimos também - Confessou Elena - Ele é o irmão do meu ex noivo.

—Ah, que romântico! Eu adorei você - Elena riu - Você e seu marido tem de vir a nossa comemoração dessa noite, não é nada de mais, só um jantar. Por favor?

—Ã... Ficaríamos honrados.

—Ótimo, onde a carruagem os apanha?

—Temos uma carruagem...

—Não são recém chegados?

—Sim, chegamos hoje.

—Então como tem uma carruagem? Chegamos á um mês de avião, em Portland, pagamos uma carruagem para vir até aqui.

—Viemos com a carruagem.

—Não vieram de longe?

—Virginia.

—Looooonga viagem. - Ela riu - Mas enfim. Será na mansão do prefeito, não tem como errar, ela está bem a vista sempre que chegamos ao centro.

—Prefeito?

—Ah, sim, Alaric já era amigo dele há um tempo. Ele já morou em Forks, e enfim... Você amara a primeira dama, Caroline, é a amiga que todas pedimos a Deus.

—Estou ansiosa em conhecê-los.

Stefan estava na frente de Elena sorrindo radiante, ele lhe estendeu a mão e lhe puxou para perto dele, para beijar-lhe a testa e mururar um "eu te amo" que fez Elena sorrir imensamente.

Meredith pigarreou.

Elena se virou e Stefan também, ela estava envolvia no abraço de um homem alto e loiro de olhos azuis, Elena o interpretou por Alaric Saltzman, marido de Meredith.

—Esse é meu marido, - Apresentou Meredith. - Alaric Saltzman. Alaric, essa é Elena Salvatore e seu marido...

—Stefan Salvatore. Essa é Meredith Saltzman.

Cumprimentos foram feitos.

—Então Elena.... Espero ver os dois esta noite.

Stefan levantou uma sobrancelha e olhou para Elena.

—Esta noite?

—Vamos no jantar de "comemoração" deles.

—Ah... Que bom que sou avisado.

Elena riu e o puxou para fora do cartório pela gravata, ele a pegou no colo e a carregou até a carruagem onde selou seus lábios nos dela e os dois quase se empolgarem demais.