Antes Que Você Vá escrita por Isabela


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novooo!!! Fiquei feliz de ter concluído ele; lá embaixo vocês saberão por que.

Obrigada a todos, mais uma vez, e espero que gostem.

Boa leitura!



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Capítulo Doze


– Mãe? – eu praticamente gritei.


Arthur se levantou de um salto enquanto eu vestia rapidamente minha camiseta encharcada.

Droga. Droga, droga, droga! Como ela nos descobrira? Não por um acaso, eu podia apostar.

– Nós vamos embora agora – minha mãe disse rigidamente, olhando para Arthur com uma expressão de desprezo e me puxando pelo braço rudemente.

– Calma! – exclamei, girando o braço, enquanto Arthur nos olhava, meio sem entender nada, meio indignado. – Primeiro espere um segundo.

– Eu não vou esperar. Nem mais um segundo.

Então ela me puxou pelo braço e disse suas primeiras e últimas palavras a Arthur.

– Suma da vida da minha filha. Ela não é moça para você. Esqueça que ela existe; nunca mais volte a procurá-la.

~

– Quem foi? – eu sussurrei, sabendo que não ia adiantar gritar.

Bati a porta do carro e cruzei os braços. Eu ainda estava escorrendo água.

– Não interessa, Mianah – penso que nunca vi minha mãe tão possessa como estava aquele dia. Seus olhos ardiam de raiva, sua postura estava friamente altiva e tudo que ela fazia parecia emanar fúria. Nada de decepção. Apenas fúria. Densa e quente.

– Interessa, sim – eu fiz uma breve pausa, e quando pensei em continuar, ela finalmente explodiu no modo máximo.

– PRIMEIRO DIA DE AULA, COMO ME APRONTA UMA DESSAS? SAIR… PARA NAMORAR! NAMORAR UM DELINQUENTE! SEU PAI ESTÁ NA ESCOLA, TENTANDO SE DESCULPAR PELA SUA…

– Não quero voltar para lá – resmunguei quando ela perdeu o ar.

– Mas vai. E vai andar na linha.

Eu fitei minha mãe profundamente.

– Tenho duas coisas importantes para dizer. Aliás, três. – eu disse com ar sério. – Primeira; Arthur não é meu namorado e nem delinquente. Segunda; vocês nunca… nem vocês, nem escola alguma ou qualquer coisa que façam… podem me matar se quiserem… vocês nunca vão me mudar. E terceira; foi a Lena, não foi?

A ideia veio como um meteoro, e de alguma forma fazia sentido. Minha mãe negou piamente, mas eu sabia que era Lena. Jamais me encontrariam na marina sem ter sido avisados. Arthur devia ter dito à Lena o que me levaria para fazer e… bom, ela estava uma fera comigo. Deve ter sido um prazer me dedar para minha mãe.

E eu provavelmente nunca mais conseguiria olhar naquela cara de traidora dela sem ter vontade de amassá-la em uma parede.

Uma eternidade pareceu se passou até que chegamos ao colégio novo. Aquele… aquele purgatório. Aquele lugar horroroso e repulsivo…

Minha mãe pegou minha mochila no banco de trás do carro e caçou nela o meu cartão. Ela queria ter certeza de que eu estaria trancada.

Olhei para mim mesma. Eu pingava água e estava descalça, meus cabelos estavam desgrenhados; eu estava praticamente a encarnação da desgraça!

Suspirei, lamentando comigo mesma que fosse pisar nos corredores daquele lugar pela primeira vez como se fosse uma garota perdida e doente. No meio daquelas pessoas que só me odiariam mais ao saber disso…

Não!, eu queria gritar o mais alto que pudesse. Eu não quero ficar aqui. Socorro.

Fui praticamente arrastada até a sala da diretora. Os corredores felizmente estavam vazios; todos estavam nas salas de aula ou em atividades extraclasse. Com seus olhos orgulhosos longe de mim.

– Esta é a senhorita Mianah – a diretora suspirou e assentiu em reconhecimento, me olhando exatamente como seus alunos.

Meu pai estava sentado em uma das cadeiras. Ele me lançou um olhar de gelo.

– Sim, é ela – confirmou, desnecessariamente, como se lamentasse.

– Nossa pequena delinquente – a diretora me lançou um sorriso irônico. – Vamos dar um jeito em você.

Ela pigarreou e se virou para os meus pais.

– Como eu disse; tenho certeza de que Mianah será mudada por nosso colégio, nossos alunos responsáveis e sinceros e nosso colegiado bem estruturado. Não é um desafio para nós. Mas a punição que sua filha merece pelo que fez… ela certamente a terá.

Meus pais assentiram.

– Claro… – concordaram.

Depois disso, tudo foi rápido. Minha mãe tirou muitas coisas da minha mochila e a diretora me apontou uma pilha de toalhas e uniformes.

– Vou conversar com a senhorita logo após seu banho – ela disse. – Ah. E sem… essas coisas na sua orelha. E os cabelos presos.

Eu fiz a maior careta que pude enquanto uma moça entrou na sala e me ajudou a pegar minhas coisas. Provavelmente íamos ao vestiário.

Meus pais mal se despediram de mim, mas pareciam imensa e eternamente gratos àquela bruxa que chamavam de diretora.

Droga, eu não sabia nem o nome dela, nem o nome do colégio! Bem… porcarias têm nome?

Com um suspiro, abri a água quente da ducha no vestiário. Me deixaram ali e ordenaram que logo após meu banho eu voltasse à diretoria. Após o banho e retirada do alargador. Cabelos presos. Blá, blá. Não, eu não ia fazer o que estavam mandando, nem morta!

Meu banho foi rápido, mas pensei muito em Arthur. Ele provavelmente não tinha entendido nada, e minha mãe o tinha tratado de uma maneira horrível. E Theo? Eu conseguiria sair daquele lugar a tempo de vê-lo? Eu conseguira fugir de novo?

Eu precisava. Simplesmente. Só precisava dele.

Sem obsessão, eu disse a mim mesma. Mas quem podia negar? Eu já estava obcecada por ele. Quem, em consciência normal, pensaria horas a fio em um cara que viu uma vez na vida?

Ele salvou sua vida; foi a desculpa que eu dei a mim mesma.

Sim, salvou. Eu tinha uma dívida agora, e precisava pagá-la. Mesmo como um pretexto, uma desculpa.

Não tive mais tempo de pensar nisso depois que desliguei o chuveiro. Vesti o uniforme completo – imagine, se vestir para entrar no purgatório, que engraçado –, mas fiz questão de deixar o alargador à mostra, prendendo só parte do meu cabelo.

Iam ficar loucos. Todos eles. Louquinhos da vida.

Eu dei uma risada meio ensandecida e saí do vestiário. Passei pelos corredores lustrosos do colégio – na minha blusa estava escrito “Colégio Luiz Porto”, assim concluí que aquele lugar se chamava “Colégio Luiz Porto”, mas que porcaria de nome é esse? Luiz? Porto?

Quase comecei a rir de novo ao pensar em como aquilo tudo era ridículo. Quem sabe a diretora não tivesse um nome ridículo, como Anastácia ou Cassandra – nada contra Anastácias e Cassandras!

Bati na porta e ela quase automaticamente foi aberta. Fiquei surpresa por ela abrir pessoalmente, e não só resmungar para que eu entrasse.

A diretora era uma mulher baixinha que passava a sensação do ditado “tamanho não é documento”. Ela tinha orgulho e poder. E eu não tinha medo dela.

– Senhorita Antonelli. Veja só. Bem mais apresentável. Quase boa. Mas…

– Não. Não podem me obrigar a tirar meus brincos – já era ruim o bastante minha mãe ter levado toda a maquiagem. – Vocês simplesmente não têm esse direito por lei.

Eu estava blefando. Pouco sabia sobre leis. Eu não estava nem aí para elas. Só as quebrava; uma a uma.

Mas pareceu funcionar. Meu blefe serviu; estava escrito na testa dela.

– Bem – ela pigarreou. – Meu nome é Tania, e esta é sua nova escola.

Tania. Certo. Não era tão terrível.

– Não por muito tempo.

Ela deixou passar meu comentário.

– Você tem o material, sabe os horários, sabe as regras, claro. Você está escalada nesta sala – ela me estendeu um papelzinho onde estava anotada a informação. – Daqui vai direto para lá. Não adianta tentar escapar. Há câmeras. Por todo lado. O tempo todo.

Ui. Que sinistro. Ela queria me deixar com medo de câmeras. Vejamos… o que uma pedrada faria com elas?

– Mas como punição à sua delinquência e negligência hoje… – ela continuou – uma pequena dose de tédio. Três dias de castigo, ficando depois da aula. Você vai arrumar a biblioteca, arrumar arquivos, recolher as badejas da lanchonete…

– O que? – eu interrompi. – Ah. Não mesmo. Não mesmo.

– Olhe, pode ser que eu te… libere… de coisas… como ter de tirar o brinco e a maquiagem… e usar a gravata que você parece odiar. Se colaborar comigo. Tenho uma imagem de autoridade a zelar. Deixar a aluna fujona sem castigo seria como uma mancha no meu currículo, entende? Já é escandalizador que eu não esteja te expulsando.

Eu estreitei os olhos. Sincera ela, não?

Acabei assentindo e pigarreei.

– E quanto… quanto dura, mais ou menos, essas… tarefas? Tipo… depois da aula?

Theo não me saía da cabeça. Eu não podia perder o encontro com ele. Eu não podia, simplesmente não podia. Ele só ia esperar hoje, e se eu não fosse, pensaria que eu o estava ignorando… que desistira de vê-lo…

– Depende de você. Se eu disser, ao meio dia, exatamente: vá à biblioteca catalogar as três caixas de livros novos. Você vai, e quando acabar, pode ir embora. Desde que seja um trabalho bem feito. Se for bem realizado, mesmo que tenha dado só meia hora, está valendo.

Eu apertei os lábios.

– Rapidinho então – murmurei.

Eu podia lidar com três caixas de livros antes das três da tarde. Obviamente teria de fugir e tinha que ter um tempo maior para isso, mas eu conseguiria, no fim das contas. Eu era boa em fugir.

– Hum. Talvez – Tania sacudiu a cabeça. – Agora, para a sala.

Eu me levantei da cadeira e saí da sala da diretora, pensando no tamanho da encrenca em que tinha me metido.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO, ME MATEM MAS DEPOIS ME RESSUSCITEM. O THEO NÃO VEIO NESSE, MAS JURO QUE NO PRÓXIMO ELE APARECE. E PRA VALER.

KKKKK sério, gente, eu sei que isso já deve estar revoltando vocês, mas já expliquei a situação, e além disso eu ainda não consigo NÃO narrar os fatos, por isso há tantos capítulos; quero narrar tudo, e não simplesmente "pular" até a parte em que o Theo chega, mas não podem ser capítulos enormes para não cansar vocês, e aí fica parecendo que estou enrolando... enfim, é assim que é a história kkkkk só que menos confusa kkkkkkk

Mas no próximo capítulo... ISSO É UMA PROMESSA... vamos ver Theo ^^

Fico muito feliz com cada review que vocês deixam, isso me motiva, incentiva, anima e tudo o mais, e gostaria que vocês continuassem assim! kkkkkkkkk obrigada por tudo, leitores lindos >< até o próximo capítulo!