Ainda Bem escrita por Isabella Cullen


Capítulo 7
Capítulo 7 Por um fio


Notas iniciais do capítulo

Meninas o capítulo hoje é uma mistura de momentos felizes e tensos, mas não se preocupem vocês verão que ele cuida dela mesmo longe.



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Tinham se passado alguns dias desde a  festa. Eu vagava pelas ruas sem muito o que fazer. Eu não sabia o que era pior agora, ter Edward por alguns minutos um pequeno vislumbre do que é o amor, ou não tê-lo em meus braços a tanto tempo que eu não saberia dizer pelas lembranças o que era real ou ilusão de uma mente casada.

Nessa hora em que meus pensamentos vagavam eu vi uma galeria de arte do outro lado da rua e entrei. Estava tudo tão vivo e chamativo que a aura de cores me envolveu e comecei a andar pelos quadros de uma artista local e nova. Cores e mais cores numa exposição que falava dos trópicos. Linhas finas e delicadas, outras grossas, mas não rústicas. Lindo. Tive vontade de pintar algo.

- A senhora quer alguma ajuda?

- Hum...a artista... ela..

- Clarence está aqui se quiser falar com ela.

Clarence... esse nome incomum não era estranho.

- Quais desses já foram vendidos?

- Muito poucos, a galeria esperava mais a esse ponto.

- Quero dois. Tenho um lugar em que eles ficariam perfeitos. – disse animada. Eu não sabia onde os colocaria ainda, talvez em um depósito a espera de uma casa em que e realmente pudesse fazer algo descente. O apartamento frio em que morava não era um lugar para expor coisas tão lindas e vivas.

- Vamos senhora ao escritório...

A gentil moça me levou e acertei a entrega de dois quadros assim que conseguisse um lugar para eles. Eu iria ligar avisando o endereço e consegui respirar um pouco enquanto vagava pelos lindo quadros na volta para meu apartamento.

-Isabella? – Eu conhecia aquela voz. Me virei. E a vi.

- Clarence! Não imaginava vê-la em Londres.

E fui abraçá-la. Ela estava linda em seu estilo viajante. Calça jeans larga, cabelos loiros ondulados e rebeldes e uma blusa mais apertada, mas lindamente colorida e tinha imagens de baldes de tinta.

- Quanto tempo Isabella! – ela disse emocionada e me analisou. Acho que ela só não fez uma careta para meu conjunto Chanel bem alinhado por consideração a tempos que a vida era mais simples. – Soube que casou com o Newton.... – ela riu um pouco – Nunca os imaginei juntos.

- Também não, aconteceu. – disse triste. Clarence foi uma amiga por anos. Fizemos aulas de etiqueta e outros cursos juntas. Ela era um espírito livre e seus pais desistiram depois de algum tempo nos desencontrando.

- Eu imagino. – sua voz era solidária. – Seus pais.... como estão?

- Bem, de visita por alguns dias.

- Que ótimo!

- É.

Ela percebeu que eu não estava feliz, não era fácil mais manter a máscara tão facilmente nesses dias.

- Isabella quero te mostrar uma coisa... está com tempo ou tem algum compromisso?

Ela se animou e eu queria ter aquilo. Ficar com ela mais um pouco seria bom.

- Não tenho nada.

- Veio de carro?

- Taxi.

- ótimo! Vamos então!

E ela me levou para um carro parado em um estacionamento perto. Ela disse que não iríamos longe, ficou falando de suas viagens a Índia e ao Nepal, ela também foi na Argentina e Amazônia. Segundo ela, lugares fantásticos.  Clarence mantinha a mesma postura alegre e animada de alguns anos atrás e ela parou o carro em um galpão não muito longe do centro. As pessoas usava para guardar seus objetos. Ou até mesmo apenas ter um espaço desses para eventuais necessidades. Estava limpo e bem claro e assim que ela abriu as postas eu vi algo que me chamou... me invocou. Entrei perplexa com aquele espaço. Era maravilhoso como a luz entrava em pontos estratégicos e davam a um artista o que pensar.

- É lindo... como achou...

- Reformei um pouco. Mas esse clima cru de galpão é maravilho não  acha?

- Muito... – disse olhando um cavalete com uma tele em branco. Ele me chamava.

- Eu ainda lembro dos seus desenhos. Eram lindo.

Sorri ao lembrar de quando eu e Clarence ficávamos nas aulas trocando desenhos. Era uma época melhor. Não tinha tantos ataques do meu pai, minha mãe ainda conseguia ser um pouco menos superficial.

- Quer? Eu uso tinta, mas tenho lápis aqui.

E ela correu para uma parte cheia de prateleiras e pegou uma grande caixa de madeira. Aquilo fez meu coração saltar em meu peito e coloquei a bolsa de lado numa mesa de metal e sentei num banco para começar. Me distrai com as variedades de cores e lápis que havia na caixa e Clarence colocou uma musica. Clair de Lune. Linda. Lembrei de Edward por algum motivo e comecei a desenhar e me distrair... fiz desenhos um pouco abstratos com cores opacas com linhas grossas. Clarence parecia me deixar viver aquilo e foi fazer outra coisa. Terminei e chorei. Cai num choro olhando para o quadro que deixaria ali.

- Isabella! – ela disse vendo meu estado. – Oh amiga.... – ela me abraçou e fiquei um tempo assim.

- Estou bem. Preciso ir. – eu disse. Mike poderia chegar e não me encontrar. Seria desastroso.

- Espere, eu te levo e tenho uma coisa para você.

Olhei para o lindo atelier dela e pensei no que minha mãe disse quando descobriu que eu desenhava. Ela disse que isso era coisa para vagabundos e que deveria me concentrar em coisas mais importantes. Nunca mais parou na minha frente um lápis e um papel juntos. Fomos em silencio em direção ao meu apartamento. E antes que ela pudesse desligar ela me entregou um pequeno cordão.

- O que é isso? – Perguntei olhando a chave no cordão.

- Vá quando quiser. Eu viajo muito e não fico muito lá.

- Oh... obrigada... não vai ser...

- Nada! Ele precisa ser aberto mesmo por causa das tintas e tudo mais. Saber que você vai cuidar direito vai me deixar muito feliz.

- Obrigada Clarence.

E eu já estava saindo quando ela pegou na minha mão.

- Espero que um dia consiga... consiga melhorar... você é uma pessoa muito legal e merece o melhor Isabella...

- Bella, me chame de Bella. – disse  - Obrigada, você já ajudou muito.

E sai pegando minhas chaves dentro da bolsa. Entrei no elevador um pouco mais animada pensando que talvez algo de bom pudesse acontecer. Alguma sombra de felicidade. Só que ao abri a porta vi Mike com um copo de bebida na mão com cara de poucos amigos. Fiquei quieta esperando que ele estivesse muito bêbado.

- Onde foi? – ele perguntou com cara de poucos amigos.

- Encontrei uma amiga.- Fui para eu quarto. Escondia as chaves antes que ele me seguisse.Ele apareceu na porta.

-  Precisamos de um filho. – disse secamente. – Deite-se e me espere.

Merda! O que eu ia fazer agora? Tentei pensar em alguma coisa mas o desespero não me deixava muita coisa. Droga! Eu ouvi os passos dele pela casa e queria chorar, gritar ou sair correndo. Bêbado, mas ainda com pensamentos coerentes. Ele deveria ter bebido na medida quase certa dessa vez. Eu teria que beber para passar por aquilo, fui na sala para pegar uma bebida e o bar tinha muitas opções, eu não saberia dizer qual a mais forte de cara e nervosa como estava. O celular dele tocou atrás de mim deixei cair um copo que estava já nas minhas mãos. Mike apareceu e atendeu. Ele ficou nervoso e gritou. Desligou o telefone.

- MERDA! CULLEN SAFADO! Vou a falência desse jeito!- olhei assustada- Preciso ir para Nova York! Não sei o que ele tem contra mim, mas já digo que um dia acabo com ele.

Em menos de meia hora Mike sumiu do apartamento com uma pequena mala nas mãos e cai no sofá aliviada e feliz. Eu só esperava que ele ficasse até eu conseguir desenhar mais um pouco.


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Notas finais do capítulo

Ele vai sempre cuidar dela meninas!



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