Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 28
The Delivery


Notas iniciais do capítulo

Então, como eu disse antes, essa parte acaba aqui, nesse capítulo, mas eu vou continuar logo... Só preciso de um tempo pra me organizar aqui.
Em menos de um mês pretendo voltar, então não me abandonem...
Ainda vou tentar entrar todo dia no Nyah, então dúvidas, me mandem MPs :D
Boa leitura, deixem seus reviews e aguardem a parte que ocorre paralela ao Mar De Monstros!



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Minha mochila pesava o dobro do que eu achei que estava antes, mas ignorei e atribui a nova sensação à minha queda de uma altura considerável.

Tínhamos chegado a Los Angeles, mas assim que passamos a fronteira de um estado pro outro largamos a caminhonete, para a tristeza de Dante. Mas tínhamos problemas maiores, do gênero nossos rostos nos jornais. Digamos que destruir quartos de pousadas, ser suspeita num caso de porte de armas e mais alguns problemas com monstros geram uma grande repercussão.

Fiquei observando o letreiro de Hollywood, que em pouco tempo estaria iluminado artificialmente. Eu nunca me interessei muito por ele, mas agora eu gostaria, não, eu tinha que passar ali. Mas eu poderia fazê-lo mais tarde, certo.

Não, não poderia. Aquela imagem do letreiro fazia uma vozinha dentro de mim que ficava repetindo “ Vá para o letreiro, se você quer ir é porque deve!”.

– Ei, El, você está ai? – Chad me sacudia, olhando para o letreiro e para mim alternadamente.

– O letreiro, temos que ir praquele lugar. – Dante suspirou atrás de mim antes de dizer.

– Você não pode ver um sinal luminoso, não? – Ele passou a mão nos cabelos, um pouco maiores agora. – Vamos logo, se estiver errada não vamos ter muito tempo para um 2º plano.

Ele parou um táxi e disse aonde íamos, me empurrando pra dentro do carro, procurando uma carteira para já ficar com dinheiro em mãos para pagar o taxista.

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Não sei como, mas num instante eu estava encarando o letreiro com os outros, e no outro eu encarava um lugar meio escuro, num barco com um homem, ou ao menos era o que parecia.

Também não sei como, mas no instante seguinte eu tinha levado os outros para um tipo de recepção, com um homem num terno italiano atrás de um balcão, com um crachá ou algo assim.

O lugar estava repleto de pessoas, com expresões vazias, como se esperassem algo que nucna chegaria. E provavelmente não chegaria, as almas não pareciam poder entrar no elevador do ambiente.

Me aproximei do homem devagar, ainda olhando ao redor, seguida pelos outros. Parei e, por alguma razão que desconheço, decidi esperar ele se pronunciar.

– Quí...Quíron? – Ele olhou para Chad no mesmo instante, com uma expressão irritada.

– Não é Quíron, Chad. – Comecei a rir, depois que consegui ler o crachá. – É Caronte, ele leva as almas pelo Estige. Ou ao menos levava.

– Não passo ninguém sem receber minha taxa. – Ele me encarou, um pouco menos irritado por Chad ter confundio-o com Quíron. – E vocês não me parecem mortos. O que fazem aqui, então?

– Preciso falar com Hades.

– Desculpe. Vivos não passam, a não ser que marque um horário.

– Ora, vamos. É importante, para o...mundo. – Ele continuou me encarando, provavelmente esperando um argumento melhor. – Eu te dou 8 dracmas.

– 8 dracmas não me ajudam muito... – Suspirei, pensando no que fazer. A única coisa que me veio em mente foi o terno italiano.

– Você recebe salário?

– Se pudermos chamar o que ganho de salário, sim. Por que?

– É bem óbvio que você não está nada satisfeito. – Ele ergueu os olhos de novo, dessa vez um pouco indignado.

– O garoto que passou por aqui nas últimas horas disse a mesma coisa, sobre conseguir um aumento e, sinto muito, mas cair nessa de novo só quando essa sala estiver vazia, e, acredite, isso nunca acontece.

– Que garoto? – Scirus e Chad perguntaram quase juntos, mas continuei negociando com Caronte.

– É porque ele não tem a moral que eu tenho. Acredite, eu posso pedir esse favor.

– Claro, claro, igual o outro podia. Por que você não me dá uma boa razão pra te deixar entrar ao invés de ficar me comprando com mentiras?

– 1º. Porque eu não minto e se disse que pediria um aumento eu realmente o faria. 2º. Eu sou a filha do dono dessa droga de lugar, então me leva logo!

Provavelmente gritar era uma péssima ideia, mas minha raiva saiu quase imperceptível. Dante ficou me encarando, acho que ele nunca me vira gritar antes.

Fiquei esperando, com a respiração pesada, Caronte dar uma resposta. E para minha surpresa ele me deu uma.

– Espero que tenha os 8 dracmas, e que o convença do aumento.

Ele saiu de detrás do balcão e se encaminhou para o elevador. Algumas almas se levantaram e entraram com ele, outras ele empurrava para fora de volta. Entramos no elevador, um tanto desconfortáveis e começamos a descer.

Tirei os dracmas de dentro da mochila, a bolsinha que Luke me deu pesando na minha mão. Entreguei-os para Caronte e entrei na barcaça, tentando absorver detalhes do lugar.

Por mais que quisesse observar o lugar, não consegui, por duas razões. A primeira, os outros deles começaram a se mexerem incomodados, como alguém que passa mal numa viagem longa de carro. A segunda, bem, pensar que minha melhor amiga passou por ali me incomodava.

Depois de um tempo, Caronte, que agora estava como o homem de vestes escuras que eu tinha visto antes de entrar , imaginou eu, pelo letreiro.

Ele parou o barco e nos esperou descer. Depois virou o barco e voltou. Estávamos parado na entrada do submundo. Filas de almas passavam, dividas entre as que enfrentariam o julgamento e as que simplesmente queriam escapar daquilo e iam direto para os Campos de Asfódelos.

Olhei um pouco pra cima, encontrando o tão conhecido cão de três cabeças, que não se importavam com várias almas passando entre as pernas deles.

A cabeça do meio começou a se abaixar, aproximando o focinho de mim. Os outros ficaram tensos, decidindo se davam um passo recuando ou não.

Simplesmente pedi a alguma entidade para nos proteger daquele, ou daqueles cães de aparência nada simpática. E a cabeça do meio só nos farejou e depois passou uma língua desproporcionalmente grande em mim, quase me engolindo.

Sorri, com muito nojo, mas ignorando aquilo. Senti meu cabelo grudando em meu rosto com um monte de baba de Cérbero. Maravilha. Dante e Chad seguravam o riso.

Passei por Cérbero e passei a mão na pata imensa, fazendo-o quase me esmagar de alegria. Aparentemente eles gostavam dos filhos do dono. Os outros passaram por ele tensos, quase correndo.

O resto do caminho é como uma mancha na minha mente, porque não prestei atenção só fiquei andando. Minha mochila ia pesando a cada passo que eu dava, como se quisesse se enterrar naquele lugar.

Parei quando entrei num tipo de castelo ou qualquer outra construção grandiosa. Tudo era do jeito que eu imaginava, por mais que eu não conseguisse absorver detalhes. Ainda pelas razões de antes.

– O que querem aqui? Já disse para Caronte parar com as visitas indesejadas depois do moleque Jackson. – Parei de frente para Hades.

– Também não queria vir, mas infelizmente eu fui até aquele maldito sótão ver o que era aquela droga de múmia que ficava se jogando contra uma parede. – Dei um sorriso bem irônico no fim, fazendo ele se endireitar no trono (acho que era um).

– O que faz aqui, Elgin?

– Digamos que eu tinha que entregar seu Elmo, mas infelizmente não o encontrei, então se você tiver algum palpite possível de ser realizado em menos de 6 horas, melhor dizer agora.

Minha mochila continuava pesando, dessa vez de um jeito quase sobrenatural. Ela começou a machucar meus ombros, como se estivesse tentando abrir caminho pela carne.

Antes que eu fizesse qualquer coisa, minha mochila voou até Hades, qua a agarrou ainda no ar. Ele abriu-a e pegou a bolsinha de dracmas lá de dentro e soltou-a. Dessa vez ela não parecia querer se enterrar.

– Quem te deu isso? – Ele virou os dracmas e ficou com uma moeda diferente. Nem parecia uma moeda.

– Um amigo. Por quê?

– Acho que encontrei meu elmo. – A moeda mudou de forma, assim como meu anel mudava. E o elmo estava nas mãos dele no mesmo instante.

Sabe quando uma verdade que você se nega a acertar se coloca na sua frente e esmurra sua cara repetidas vezes? Era daquele jeito que eu me sentia naquele instante. Chad demorou um pouco, mas conseguiu juntar os pontinhos.

– Imaginei que fosse o caso. Perseu Jackson também foi enganado por Castellan. Obrigado, por me devolver meu elmo. – Me virei de costas para Hades, com as mãos na cabeça, me contendo para não gritar.

Mais do que gritar de raiva, gritar por tristeza e frustração. Eu confiei em Luke, a ponto de passar mais tempo com ele do que com Chad e ele me usou, quase me enterrando no submundo com aquela maldita mochila.

– Como saimos daqui? – Perguntei tensa, querendo correr para longe dali. Trianna estava certa, eu gostara daquele lugar, mas saber que meu pai estava me encarando me incomodava.

– Eu não deveria, mas vou enviá-los à minha maneira. – Ele colocou o elmo no trono dele e se voltou para mim. – Scirus, obrigada por resgatá-la. Dante e Chad...estou de olho em vocês, mas agradeço por ajudarem Elgin.

– De olho em nós? – Chad e Dante se encararam, provavelmente tão surpresos quanto eu por pensar que o deus do submundo ficasse de olho nos garotos que poderiam “se aproveitar” da filha.

– E Elgin... – Ele parou na minha frente, ignorando o comentário dos outros. – Sua amiga e sua mãe não fugiram do julgamento. – O encarei, me perguntando por que ele tinha me dito aquilo. – Elas sempre foram tão corajosas quanto você achava.

– Eu nunca pensei nada dela, minha mãe. – Meus olhos já iam ficando embaçados, ardendo com as lágrimas que eu segurava. – A única vez que eu pensei nela foi sonhando.

– Quando eu tentava impedí-la de ir pro mar. Eu sei. Me perdooe por falhar.

– Nunca se pode esperar muito dela.

Ele concordou com a cabeça, pouco convencido.

– Muito bem, então. Para onde querem ir? – Olhei pros outros. Poderíamos voltar direto pro acampamento e esfregar Dante na cara do Sr. D., ou ir pro Brooklyn e fingir que nada aconteceu.

– Só nos tire daqui, decidiremos um destino depois.

Ele simplesmente nos encarou, e quando pisquei estávamos no letreiro, já iluminado artificialmente. Ficamos nos olhando, um pouco sem rumo. E agora?

– Têm que voltar pro acampamento? – Eu olhei Dante por um instante antes de responder.

– Creio que sim, mas eu não quero ir tão cedo. Não depois de... – De descobrir que Luke era uma ratazana suja e maldita, que me fez de idiota, disso.

– Então, não seria nenhum problema brincarmos um pouquinho, certo? – Eu e Chad o observamos, um pouco assustados com o que ele poderia propor.

– Como assim? – Scirus recolocou seu gorrinho e os tênis. As muletas ainda estavam no chão.

– Daqui até Las Vegas é um pulo. E já vimos que não temos problema em conseguir carros...

Encarei a paisagem em frente ao letreiro, observando as luzes. Eu não ia voltar agora, e um pouco de diversão não mata ninguém. Eu não precisaria jogar, só dar um tempo, pra me recompor.

– Claro, por que não? – Ele sorriu e fomos atrás do tal carro.


Hotel e Cassino Lótus realmente era um lugar legal. Nos trataram como os donos do lugar, e nos davam Flor de Lótus, algum prato da casa que eu adorei.

Não me lembro de ter ido ao quarto ainda, mas e daí? Eu tinha, pelo menos, mais alguns dias até ter que voltar. Além disso, a polícia não tinha se pronunciado ainda para nos pegar e eu precisava de um tempo.

E acredite, não há lugar melhor do que um cassino pra deixar os problemas de lado e se divertir. Principalmente quando se trata do Hotel e Cassino Lótus.

Por mais que quisesse ficar no cassino, saí um instante, olhando a fonte do lado de fora, respirando e tentando controlar meus nervos pra voltar lá pra dentro.

Chad passou o braço no meu ombro e ficou me olhando. Respirei fundo e iniciei uma conversa.

– Não comeu nada?

– Ainda não experimentei a Flor de Lótus, mas se até você gostou, deve ser ótimo.

– Realmente são. – Ele me encarou um instante, parecia estar com a cabela cheia.

– Será que ele está no acampamento? Ainda? – Suspirei.

– Não sei, e no momento, prefiro continuar sem saber. Por favor. – Ele concordou, também estava abalado.

– Mais uma pergunta, dessa vez um pouco embaraçosa. – Torci meu nariz, já imaginando a pergunta. – Esquecemos aquilo na caminhonete... – Ele me virou de frente para ele. – ou...?

– Interessado, Maener? – Acho que minha expressão foi engraçada, já que eu tentei ficar parecendo aquelas patricinhas de filmes. Ele riu.

– Isso é pra me envergonhar? – Ele se aproximou um pouco, quase nada. – Talvez eu esteja.

– Talvez?

– Totalmente. Só percebi quando Solace brincou com minha cara. Mas então?

– Então, vejamos, eu não tenho ninguém nessa posição ainda, então se quiser se candidatar, a hora é essa.

– Eu quero. – E me beijou. E dessa vez eu percebi tudo. Quando ele me soltou e pegou minha mão eu só pude pensar “ Ah, deuses, agora eu tenho um melhor amigo e namorado ao mesmo tempo”.

– Vamos? Temos novidades pros dois lá dentro e eu ainda preciso experimentar Flor de Lótus. – Sorri, dando um último suspiro antes de seguí-lo.

Tinha acabado, ao menos por enquanto. Eu estava de volta, antes de tudo isso começar. A única diferença era que Trianna não estava ali e Chad não era mais só meu amigo. Sorri e fui seguindo-o, voltando pro cassino.


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Notas finais do capítulo

Grande, aleluia!! 9 leitores e 1 review por capítulo é palhaçada, hein? Me ajudem ai e, até logo :D Leiam lá em cima!!



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