Incertezas Mutantes escrita por Sephyra Lune


Capítulo 12
Treinamento P. 2


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas!
Estou tentando escrever todos os dias! Acabei machucando minhas costas e fica mais difícil segurar o PC, mas estarei aqui sempre que der! :)



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“Cara Juliette,

Você deve começar a praticar suas habilidades o mais breve possível para que seja capaz de se defender quando necessário. Sua primeira missão começará imediatamente após a leitura dessa carta. Siga o endereço no verso. Você deve sair da escola sem que os demais mutantes a vejam e, se questionada, não deve dar informações sobre esta missão. Novas diretrizes serão fornecidas no próximo ponto.

Aguardamos por você.”


Jully releu a carta para ter certeza das informações. Decidida, jogou o livro de matemática de volta ao armário e colocou na bolsa um mapa da cidade que havia ganhado do Professor no dia de sua chegada. Ela fechou o armário e dirigiu-se discretamente para a saída da escola, buscando por algum sinal de Scott ou de algum outro morador do Instituto. Após constatar que o caminho estava livre, deixou a escola e andou alguns quarteirões até um café que estava vazio, onde considerou seguro parar e pedir para usar o banheiro. Trocou-se na cabine para o uniforme X e, para garantir o disfarce, colocou de volta seu casaco de moletom por cima da roupa. Ali mesmo no banheiro, abriu o mapa para descobrir onde ficava o local da missão. Analisando as informações, percebeu que o endereço levava a uma estrada de terra, que terminava na floresta próxima à Bayville High School, onde, segundo o mapa, havia cabanas disponíveis para aluguel.

Jully caminhou até essas cabanas até encontrar a número 12, indicada na carta. Nervosa, bateu à porta. Estava insegura se deveria ou não entrar direto e a falta de resposta resolveu seu enigma. Torceu a maçaneta da porta e invadiu o chalé de madeira antigo.

O ambiente era único e não havia paredes para separa a cama de casal rústica da pequena cozinha que parecia ter centenas de anos de uso com seu mobiliário em madeira descascada e gasta. Jully procurou por algum equipamento ou outra carta dos X-Men para descobrir como prosseguir a missão, mas não encontrou nada. Decepcionada consigo mesma, virou-se em direção à porta para ir embora decepcionada com seu fracasso, mas ficou paralisada quando sentiu o ar abandonar seus pulmões. Foi surpreendida por Gambit que a observava sorridente, em pé a pouco mais de dois passos dela.

Salut, chérrie! Ça va?

Jully fitou-o incrédula e jogou seus braços no pescoço no cajun sem mais pensar e apertou-o. Ele retribuiu o abraço desajeitadamente.

– Como você está? Está machucado? – Ela o fitou, analisando-o e lembrou-se de quem havia causado seus ferimentos – Tem um treinamento dos X-Men aqui e logo os demais aparecerão! Você não pode ficar aqui!

– Acalme-se! Estou melhor. – Ele sorriu – E vejo que você recebeu minha carta.

– Você que enviou isso? – Jully afastou-se e retirou a carta do bolso do casaco de moletom. Gambit reconheceu o papel na hora.

– Chérrie, não é como se eu pudesse aparecer no Instituto para tomar chá com você durante a tarde. Venha, vamos sentar.

Jully soltou Gambit de seu abraço sentou-se à mesa próxima à pequena cozinha. Ele andou até o fogão e serviu uma bebida fumegante com cheiro agradável em uma xícara e alcançou-a para a menina. Jully notou que ele ainda mancava um pouco quando andava. Ele coçou a cabeça, sentindo-se indeciso por onde começar a conversa. Jully quebrou o silêncio após tomar o primeiro gole.

– Então... Você me chamou aqui para beber chá?

– Não. – Gambit revirou os olhos vermelhos – Tenho informações que podem ser importantes para você, chérrie.

– Que tipo de informações?

– Conheci um mutante que possivelmente seja capaz de recuperar seus poderes. – Jully aproximou-se mais a cadeira da mesa, demonstrando interesse no assunto – Ele atende pelo nome de Sábio. Levei sua situação ao conhecimento dele e ele me afirmou que pode ajudá-la a, pelo menos, lembrar-se de seu passado, mas ele não tem certeza sobre o que pode acontecer quanto aos seus poderes até poder ficar em contato com você.

– O Professor Xavier vai adorar saber disso! – Jully falou emocionada, os olhos preenchendo-se com esperanças. Ela estava a ponto de vibrar de alegria.

– Esse é o problema. Para que ele te ajude é preciso que você mantenha segredo. Os X-Men nunca nos dariam uma chance, um voto de confiança... Você pode fazer isso?

Gambit segurou a mão de Jully e a fitou nos olhos. Ela não entendia porque os X-Men não confiavam naquele homem que, aos seus olhos, parecia sincero e machucado. Decidida, ela concordou:

– Sim, eu manterei segredo sobre nossas conversas. Mas o que é necessário para ter meus poderes de volta?

– Devemos ir ver Sábio. Ele pode manipular os dons alheios. Pode remover parte deles ou reativá-los. Não é garantido que funcione em você, mas os riscos são pequenos.

– Riscos? Que tipo de riscos?

– O maior deles é que a situação se mantenha como está. - Gambit sorriu. – Você não tem nada a perder.

Jully fitou o resto do chá em sua xícara. Era arriscado e perigoso entrar nessa missão, mas seria ainda pior se ela deixasse escapar uma oportunidade como essa. Era preciso saber mais.

– Quando?

– Podemos partir daqui a dois dias, na sexta-feira, para você ter tempo de preparar sua saída. A viagem demanda tempo, mas com sorte estaremos de volta no domingo.

A imagem de Kitty pedindo ajuda para o baile veio à cabeça de Jully imediatamente. Não havia chance de escapar do comitê de decoração e de Kitty sem revelar qualquer informação relevante. Ela sorriu triste para Gambit:

– Não posso partir na sexta. Prometi que ajudaria Kitty até a noite.

– O pode ser mais importante que isso para você?

Gambit soltou a mão dela e baixou os olhos. Jully não sabia como contar porque não poderia ir com ele. Parecia um motivo tão fútil naquele instante, mas ela não tinha intenção de abandonar sua amiga.

– É... Esse negócio... O baile de máscaras da escola acontecerá na sexta à noite. – Ela passou a mão nos cabelos castanhos nervosa, bagunçando-os ao invés de arrumá-los, fazendo-os caírem em seu rosto – Não tenho como escapar do instituto.

– Não sei quando conseguiremos estar tão próximos de Sábio novamente. Ele está em constante viagem e ficará por poucos dias apenas.

Ela estava dividida. Mentir para todos no Instituto e perseguir o que poderia ser uma oportunidade de ter sua essência de volta ou ser leal. Ela estava ameaçada a se arrepender qualquer que fosse sua decisão nesse caso.

– Posso partir nas primeiras horas do amanhecer de sábado. Não antes.

Gambit ponderou por um momento e, derrotado, consentiu:

– Então esteja pronta nas primeiras horas de sábado. Não me procure, eu encontrarei você. – Jully observou Gambit retirar as xícaras vazias de chá e levá-las até a pia - Acho que você deveria retornar à mansão. Provavelmente já notaram sua falta.

– Concordo. Devo levar algo para nossa viagem?

– Apenas o essencial. E não use essa roupa. Não queremos ser identificados.

– Certo... - Jully fitou-se por um momento e reparou que o uniforme dos X-Men não parecia ser do agrado de Gambit, que estava sempre com roupas comuns, à exceção de quando usava sua armadura. Ela se dirigiu até a porta e antes de passar por ela encarou Gambit uma última vez - Obrigada.

Ele sorriu em retorno até o momento em que ouviu a porta ser fechada. Gambit suspirou e, tomado em raiva, arremessou sua xícara de chá contra a parede, espalhando cacos de porcelana pela sala. Ele sentia-se inconformado e perdido, mas não tinha tempo a desperdiçar com esses pensamentos: precisava tomar as devidas providências para que a viagem saísse conforme o grande plano, mesmo que não fossem de seu total agrado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada! ^-^



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