Grace, A História De Uma Filha Da Neve escrita por Many Things at Once


Capítulo 14
Mercy


Notas iniciais do capítulo

Oioi!
Primeiramete eu gostaria de agradecer muito às meninas Evangeline Potter e Wise Girl que recomendaram a fic
Muito obrigada vocês não sabem o quanto isso significa para mim...
Enfim... Esse capítulo é dedicado a vocês..
Enjoy...



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Eu realmente não conseguia entender o que meu pai tinha tentado dizer quando falou que a terra era o mais brando dos outros elementos, aquilo não era algo que uma pessoa branda e gentil faria...

Tudo começou com o olhar maligno lançado por aqueles olhos castanhos. Como se eu estivesse sob efeito de algum alucinógeno tudo começou a girar e tudo que eu via eram os olhos da terra. Em questão de segundos, a cor clareou e os cílios ficaram mais longos juntamente com a pele ao redor... Aqueles eram meus olhos! A imagem começou a se afastar, mostrando cada vez mais a sua forma, aquela era definitivamente minha imagem, só que os cabelos castanhos se tornaram brancos e os olhos azuis... Aquela era a imagem de uma Grace que não era o quinto ser elementário aquela seria a minha imagem se eu fosse apenas uma filha de Quione normal.

A figura à minha frente tinha os olhos mais gélidos que eu já tinha visto, um olhar mortal que faria um assassino de aluguel correr para se esconder. Eu não sabia o que fazer, ela estava ali parada me olhando num traje batalha adaptado para a neve. Era assustador.

Me abaixei para sentir o terreno no qual eu lutaria, mas assim que eu toquei o chão a Grace má veio na minha direção com tudo e me atacou violentamente pela direita com um filetes pontiagudos de gelo. Dei uma reversão para trás escapando por pouco do gelo, no momento que encostei os pés no chão novamente eu um movimento que contínuo com os pés e mãos como num círculo ao meu redor que me traria a neve que eu precisaria na batalha para perto, mas nada veio.

Foi então que eu percebi que a terra era mais má do que eu pensava. Tentei controlar o ar ou a água mais nada dava certo, ela havia tirado todos os meus poderes e armas, eu estava indefesa contra uma inimiga mortal. A Grace má me lançou dessa vez pela frente uma onda de neve se ergueu e se compactou, transformando-se em gelo. Me joguei no chão e escapei do ataque pelo pequeno espaço entre a parede e o chão.

Decidi então que era a minha vez de atacar. Dei uma cambalhota para frente e a alguns centímetros da minha inimiga apoiei uma das pernas e as duas mãos no chão enquanto usava a outra perna para um chute (N/A: para quem luta capoeira, pode fazer mais sentido como "meia lua de compasso") e usei a outra perna para chutá-la assim que minha perna direita tocou o chão. A primeira perna a atingiu no rosto, mas na segunda ela me segurou e em seguida com uma força imensurável me arremessou para frente, me fazendo parar apenas quando bati as costas no que tinha sobrado da parede de gelo que a 'Grace má' havia feito.

Não dava para vencer uma inimiga tão poderosa. Era a mesma coisa que colocar um mortal magricela para lutar com um filho de Ares. Eu precisava impedi-la, ela não merecia estar viva. Me levantei meio tonta e corri para trás da árvore mais próxima com a garota branca me arremessando filetes pontiagudos de gelo. O pinheiro era grosso o suficiente para me esconder. Subi nele com furtividade enquanto a Grace continuava atacando a arvore com movimentos de domínio que não demonstravam a mínima técnica, demonstravam apenas força e raiva.

Grace branca não viu que eu tinha escalado a árvore. Mentalmente agradeci meu pai por me levar para cursos de alpinismo no canadá no verão. Fiquei o tempo todo atrás do tronco sem que nenhuma parte de meu corpo ficasse à vista de minha Inimiga.

Eu estava a uns sete metros do chão quando avancei para o galho da frente para lançar meu ataque. Grace, cansada de atacar a árvore em vão, correu para onde eu deveria estar e usou a neve acumulada no chão para lançar uma avalanche. Ela pareceu decepcionada quando constatou que eu não estava lá. Se abaixou e assumiu um olhar mortal novamente procurando por qualquer sinal de movimento. Andei alguns passos para frente no galho até ficar bem encima dela. Antes que pudesse ma arrepender me joguei em sua direção mergulhando no ar sem fim.

Eu a derrubei na queda e dei um rolamento para cair de maneira segura, mas ainda assim senti algo se quebrando dentro de mim. Provavelmente uma costela. Me levantei com dificuldade e fui mancando até a minha inimiga caída. Peguei uma de suas sais que estava presa em sua bainha e me preparei para matá-la. Segurei a adaga a alguns centímetros de seu pescoço e fechei os olhos.

Tudo poderia ter acabado ali, mas eu não conseguia enfiar a adaga em seu pescoço por que ele era o meu. A Grace que eu chamava de má era nada mais que uma parte de mim que eu queria esconder. Eu era mortal. Eu sou mortal. Todo esse poder me assustava muito. Joguei a sai a uns dois metros de distância na neve. E segurei o corpo de minha inimiga contra mim como se a ninasse.

–Me desculpe - eu implorei deixando uma lágrima solitária escorrer e pingar na garota albina caída em meus braços.

Eu pedi desculpas pelo que tinha acontecido com ela. Aquilo não era culpa minha, mas eu sentia como se fosse por que no fundo eu era ela e a tinha deixado ficar assim. Eu tinha sido negligente e criado uma criança traumatizada, esse tinha sido o resultado, uma Grace má. O meu corpo envolvido por uma aura ruim.

–Chegou tão perto e desistiu? - perguntou a voz da terra algum lugar no campo de neve à minha frente

–Eu não pude matá-la - falei afastando seu cabelo branco de seu rosto pálido

–E por que? - ela perguntou dura se agachando ao meu lado junto ao corpo da albina

–Por que ela sou eu - sussurrei - ela é uma parte de mim que não teve tanta sorte. É apenas uma criança perdida. Não merece ser morta. Tem que ser cuidada...

–Percebe que isso era para ser uma luta? - A Terra perguntou

–Sim - eu falei - e foi uma, mas eu não a terminarei. Não do jeito que você espera.

–Uma desobediência à mãe terra deve punida com a morte - ela falou calma e arrogante ao mesmo tempo

–Eu sei que deve - minha voz estava calma e relutante - só me prometa que cuidará dela. Ela precisa de alguém...

Por um segundo tudo ficou calmo e quieto como se mesmo a floresta relutasse em se pronunciar. A Terra se levantou calmamente derretendo toda a neve do local onde estava e deu alguns passos para a frente. Eu me mantive apenas focada na garota inconsciente em meus braços, pois sabia que se levantasse o olhar eu ficaria apavorada só de olhar para a terra. Preferia encarar a morte com o pouco de dignidade que ainda me restava.

Ela estava como eu, a Grace 'má' parecia tão serena. Seus cabelos brancos eram da cor da neve, assim como suas sobrancelhas e cílios. Sua pele tinha um ligeiro tom de vermelho por causa do frio e havia um corte em sua testa do qual escorria o sangue escarlate. Seus cabelos começaram a ficar castanhos da raiz para as pontas e sua pele ficou morena, assim como seus cílios e sobrancelha. Ela não estava morrendo, estava vivendo.

–Meus parabéns, Grace Snowline, filha de Quione. É o primeiro ser elementário a conquistar o respeito de três elementos em mais de 5 séculos.

Levantei a cabeça com os olhos inchados de chorar. A Terra me olhava com um sorriso maligno e orgulhoso ao mesmo tempo. Uma peso tomou conta de mim, uma adrenalina reconfortante com um cheiro familiar de terra molhada.

–Agora deve se preparar para lutar com o fogo. Ele não será piedoso como eu.

A terra embaixo de mim cedeu e eu comecei a cair em um buraco escuro em uma velocidade absurda de fim de percurso. Quando atingi o fundo senti como se o ar tivesse me faltado por milênios. Joguei meu sentei no chão e respirei fundo desesperada com a falta de oxigênio em meu sangue.

–Grace! - ouvi uma voz me chamando.

Meus olhos estavam arregalados mas não conseguiam ver nada. Fui me acostumando à baixa luminosidade aos poucos. Meu coração estava pulsando como se bombas estivessem explodindo no meu peito. Senti mãos me tocando nas costas como um apoio para que eu não caísse novamente.

–O que houve? - perguntou Anna aparecendo na minha frente

Não respondi, ainda estava em choque. Eu não sabia se estava viva ou morta, eu podia tanto estar viva quando morta, mas se eu estava morta, então apenas Nico e Anna poderiam me ver.

–Grace, o que houve? - ela perguntou aflita

–Eu lutei com a terra - sussurrei

–O que ela disse? - perguntou Hérica que estava ao lado de Anna e Vale

–Eu lutei com a terra! - falei ofegante, dessa vez mais alto

–Você ganhou? - perguntou Nico me fazendo perceber que era ele quem estava segurando minhas costas.

–Eu acho que sim - falei puxando os joelhos contra o tronco e colocando as mãos na cabeça para tentar aliviar a pressão que vinha de lá - Não estou me sentindo bem

Imediatamente senti um braço me envolvendo pelas costas e um passando por debaixo das minhas pernas para me levantar.

–Vou levá-la para a enfermaria - disse Nico

–Eu vou com você - eu ouvi a voz de Anna falando

–Não! - ele falou urgente - contate Peter, eu acho que ela quebrou uma costela...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Não garanto nada sobre o quanto o próximo capítulo vai demorar, já que sempre fico muito desanimada com o número de Reviews...
Por favor, eu adoraria saber o que vocês pensaram do capítulo...
Muito obrigada
Bjkas Marcela