Skyscraper escrita por Constantin Rousseau


Capítulo 7
"The pain of it all"


Notas iniciais do capítulo

"A dor de tudo isso"



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Brutus concordou em nos treinar separadamente, mas não era como se Clove e eu já não tivéssemos plena consciência de nossas próprias habilidades, e da capacidade um do outro. Ela sabe que eu sou muito bom com espadas, em específico, e sei que ela é muito boa com facas. Mas nossos conselhos são basicamente os mesmos, e desnecessários: mostrar nossas habilidades. Não apenas para os patrocinadores, mas para intimidar os outros tributos também.

Alguém que se sente ameaçado tem mais capacidade de lutar, pois o instinto de sobrevivência fala mais alto. Se esse alguém além de na mira estiver também amedrontado, então as chances de reagir diminuem em muito. Um cérebro assustado é irracional. E, quanto menos eles pensarem, mais a balança penderá para nosso lado, o lado Carreirista.

— Você é praticamente monstruoso. — é o que Brutus ressalta, pelo meu tamanho. — Use isso a seu favor. Faça-os temê-lo antes de os Jogos realmente começarem. Faça com que acreditem que nada pode pará-lo, que nada pode detê-lo. Mostre o que realmente é capaz de fazer.

É tão óbvio, que chega a ser engraçado. Geralmente, as pessoas que treinam a vida toda para sobreviver na arena são muito grandes, sempre assustadoras. Quando eu era mais jovem e me contavam a respeito dos Jogos de meu atual mentor, eu desejava ser como ele. Mas agora... Agora, só tenho em mente que posso ser melhor.

Pergunto-me qual será a estratégia de Clove.

Com uma aparência frágil como a dela, intimidação não vai adiantar muito.

Mas minha pequena Clove é muito mais que apenas um rostinho bonito.

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O verdadeiro Centro de Treinamento fica no subsolo do edifício. Os tributos do Distrito 1 já estão por lá quando chegamos, e cumprimentamo-nos com acenos de cabeça. Glimmer sorri, os dentes brancos reluzindo como jóias; por alguns segundos, tenho um breve vislumbre desses mesmos dentes sendo manchados pelo sangue que ela vai cuspir, quando Clove decidir matá-la. Posso ver em seus olhos, em sua expressão, que ela não gostou nem um pouco dessa loira que agora se insinua tão descaradamente para mim. Também posso ver, a julgar pelo sorriso alegre de Marvel, que ele provavelmente está pensando na maneira mais cruel de me deixar semimorto durante os Jogos, como um perfeito alimento para bestantes ou quaisquer que sejam os monstros desse ano.

Arqueio uma sobrancelha, de braços cruzados, recordando-me dos tributos do Distrito 12, e de suas mãos entrelaçadas em meio às chamas. Tão patéticos. Quando meus olhos encontram os de Clove, sei que ela está pensando o mesmo que eu; pelo brilho que se forma bem ali, em meio à adrenalina e animação que a torna uma estranha combinação dividida entre o lado misterioso e psicótico da coisa. Ela quase franze o cenho, também de braços cruzados, e, de alguma forma, tenho a certeza de que não está mais tão furiosa por eu entrar nessa.

Existem muitos “amantes desafortunados”, pobres apaixonados, nessa arena, o que significa que a brincadeira será ainda mais excitante para os Idealizadores e para qualquer um que esteja disposto a se aventurar no que agora se tornou nosso mundo. E estamos. A glória de vencer, a coroa, todas as regalias e luxos que sucedem todas as batalhas e ferimentos.

Por um tolo momento, tenho a estúpida esperança de que talvez Clove e eu façamos uma boa dupla durante os Jogos. Apenas nós dois, implacáveis, ferozes, contra o restante dos tributos. Eu e ela numa aliança diferente de todas as anteriores. Juntos até o fim, quando ela inevitavelmente irá cravar uma de suas facas diretamente em meu peito. Sem sofrimento prolongado, apenas a certeza de que ela ficará bem. E essa possibilidade é bem animadora, nos primeiros cinco segundos em que me deixo levar por ela. Mas, embora os cantos de seus lábios se ergam levemente quando me encara, Clove não sorri de verdade, e deixo de lado o pensamento idiota.

Isso é um jogo, e, obviamente, precisa haver apenas um vencedor.

O que me anima é ter a certeza de que, enquanto a partida não termina, ao menos podemos nos divertir.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, queria me desculpar pela demora na postagem, gente! D: Não era minha intenção fazê-lo, mas, dessa vez, não acho que exista uma explicação plausível, então, podem me matar.
Gostaria de dedicar esse capítulo à Walker e à UniMonstro, pelas lindíssimas recomendações que me emocionaram! Muito, muito obrigado MESMO! A vocês e a todos os outros que comentam/favoritam/acompanham, meus eternos agradecimentos ♥
Ah, e uma observação: como faz algum tempo que não posto e/ou escrevo, posso ter me perdido um pouco. Como já disse antes, não pretendo enrolar muito no que acontece "antes", e sim no "durante" e no "depois". Qualquer lacuna, irei arcar com as consequências, então, nada de dosagem nas palavras! ^-^
Obrigado aos que não desistiram de mim ;*