Skyscraper escrita por Constantin Rousseau


Capítulo 13
"About dreams and nightmares"


Notas iniciais do capítulo

"Sobre sonhos e pesadelos"



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Na noite anterior ao começo dos Jogos, eu tive um pesadelo. Nele, Clove repetia meu nome, diversas vezes. “Cato”. Ela me chamava, em tom de súplica. Mas, independentemente do quanto eu corresse, além de não alcançá-la, eu também não podia vê-la. Não podia encontrá-la, não podia ajudá-la. Eu me desesperei, e gritei por ela. Gritei por Clove até minha voz desaparecer, me movimentei à sua procura até que a exaustão me atingisse.

Quando finalmente já não encontrava nem a mim naquela escuridão, pude ouvir outra coisa: uma respiração, fraca, trêmula. Ao associá-la à minha pequena, senti a aflição se alastrando por meu âmago, e me obriguei a identificar de onde vinha o som. E, um passo após o outro, me aproximei. Aos poucos, pude por fim enxergá-la. Uma figura pálida e cadavérica, estendida sobre a planície de terra batida da Cornucópia. O frio que fustigava meu rosto era cortante, e, lentamente, as coisas ao meu redor foram ganhando cores e formas. Eu via minha companheira de cima, sua expressão cheia de dor, seus olhos temerosos fixos num ponto que parecia um pouco acima de minha cabeça. Havia profundos cortes em suas bochechas, braços, e o tecido empapado da calça dava a entender que suas pernas não estavam muito melhores; o que fez meu estômago embrulhar.

Clove continuava repetindo meu nome, num frágil pedido que eu mal podia compreender, tamanha a aflição por vê-la assim tão debilitada. Inclinei-me sobre seu corpo, a fim de cobri-la e tentar manter os últimos resquícios de calor que insistiam em prenderem-se a ela. Mas, no momento em que o fiz, Clove gritou. E não parecia aliviada, ou, no mínimo, surpresa por eu estar ali.

Ela entrou em pânico. Suas súplicas tornaram-se mais fervorosas. Quando tudo começou a fazer algum sentido, afastei-me horrorizado. Não havia mais ninguém por ali. Até mesmo a floresta parecia emudecida com a cena. A lua cheia, majestosamente erguida sobre nós, lançava seus tristes feixes de luz azulada sobre tudo.

Eu estava segurando uma faca.

xxx

Não comentei o sonho com ninguém, por tê-lo associado ao Conquistador, no instante em que o encontramos naquela arena. Foi um erro tolo. Mas, naquele momento, aliar-me a ele pareceu a melhor escolha a ser feita. Porque, se eu pudesse ficar de olho em Peeta, poderia evitar que ele a machucasse com aquela maldita lâmina, poderia evitar que muitas outras coisas acontecessem.

Clove estaria a salvo.


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