Na manhã seguinte, os empregados do hotel corriam de um lado para o outro. Uns tentavam ajudar o pobre zelador que estava debatendo-se no chão, atônito . Outros vasculhavam os quartos, na busca por respostas .

– Aquele moleque é o demônio ! Eu vi a sua verdadeira face . O seu corpo .... O seu corpo queimava com chamas negras ! - gritava ele, olhando para todos que estavam em volta .

" Ele só pode estar louco " , " Vasculhamos todos os quartos " , " Eram crianças tão dóceis " , " Aqueles dois eram um casal gay "

Os cochichos soavam de boca em boca por todo o hotel . Os funcionários vasculhavam os quartos, mas eles estavam vazios .

– Senhor, parece que eles estenderam a janela de um quarto - Disse um dos atendentes, um homem magro, feio e com um nariz semelhante a uma batata.

O dono do hotel era um senhor baixo e gordo, com um enorme bigode o qual carregava o maior orgulho . Com as suas perninhas, correu em direção ao quarto 401 .

As gavetas estavam vazias, de fato. Porém,assim como a maioria dos móveis, estavam jogadas e destroçadas . A parede que tinha a vista para a estrada estava aberta . Literalmente. Não houve uma reforma na janela pois não havia mais uma parede no local .

O chão estava coberto por sangue e em seu centro havia um pentagrama desenhado.

– Senhor,o que devemos fazer ? - Perguntou o funcionário. Seu nariz de batata, coberto por sardas, começava a adquiriu uma tonalidade avermelhada .

– Chame a polícia imediatamente !

Apesar de toda a confusão, nós já sabemos a verdade . A resposta para todo o caos gerado já estava distante . especificamente, em Londres .

– Vocês dois nos pagam !

– Não podemos dormir e vocês já se metem em confusão !

– Desculpe !

Durante toda a viagem, Gabe e Leo tiveram que escutar as reclamações de Miranda E Luna . Leo tetou retrucar, mas foi ameaçado pelo olhar mortífero das duas .

– Pelo menos ele está melhor preparado pro que enfrentaremos hoje - Argumentou, ignorando a mensagem de morte que as duas passavam .

– Pelo menos ? Olhe para o seu corpo ! Você podia ter morrido - Reclamou Luna, embora seu tom de voz não aparentasse se preocupar nem um pouco com isso .

O corpo de Leo realmente havia se debilitado bastante. Seu peito tinha agora uma enorme cicatriz. Seus braços estavam enfaixados e uma de suas pernas estava manca .

– Isso não é nada ! Eu posso muito bem lidar com isso .

– As feridas ainda podem se abrir - Observou Miranda - Você precisa evitar qualquer esforço .

Luna estava com a cara pensativa de sempre . Podia ser coisa da cabeça de Gabe, mas ele achava que ela o estava evitando .

– De qualquer forma,devemos evitar chamar a atenção . A polícia mortal deve estar nos procurando .

– Tivemos sorte em conseguir escapar ontem - Lembrou Miranda - Por mais que eu quisesse descansar, aquela cama parecia pedra . Sem ofensas Leo .

Leo tentou sorrir,mas seu corpo estava dolorido demais para isso.

Ao chegarem em Londres,o grupo se deparou com a enorme movimentação da cidade grande : Como formigas enfileiradas, os pedestres Londrinos iam de um lado para o outro,circulando entre os imensos arranha-céus .

Gabe já esteve na cidade

e uma vez,porém era muito novo na época . Era uma das poucas lembranças qe tinha de seu pai.

– Estamos perto - Afirmou Miranda, conferindo o seu relógio de pulso - Faltam 3 horas para o nosso encontro . O que faremos agora ?

A pergunta era para Gabe, apesar dela desviar o olhar .

– Eles não disseram nada . Provavelmente sentirão a nossa presença .

Luna franziu a testa com a tranquilidade que Gabe falava . Em toda essa viagem, ela mal pode notar a sua evolução.

– Bem informado, carneirinho. Vamos andar por aí.

Não precisaram rodar muito pela cidade para serem notados . Quando passaram com as suas motos pelas redondezas do Green Park, eles se depararam com um grupo " pequeno " de 30 soldados .

– Vocês não acham que 30 pessoas de preto amontoadas em uma praça é meio suspeito e ... brega ? - Perguntou Miranda, encarando-os com a cara mais maliciosa que era capaz de fazer .

– Não precisa se preocupar com isso . As trevas nos omitem a olhos mortais .

– Por isso a capa negra ? - Caçoou Leo .

Gabe adiantou-se . O soldado da frente franziu a testa .

– Já está pronto,besta Daegon ?

– Vamos acabar logo com isso ! - Respondeu Gabe,cerrando os punhos .

Se soubessem a localização da base de Squallo, ele seria obrigado a matá-los . Então, para prezar a vida do leitor, digamos que ele mora em um castelo qualquer, em uma costa qualquer ao dero de uma Londres qualquer .

– Chega de toda essa descrição !! Ou irei congelar seu coração, fazendo-o despedaçar antes dele parar de bater .

– Mas ... Senhor ...

– Mais uma palavra e será a sua última .

Squallo encontrava-se em seu trono, imponente . A sala a sua volta estaria vazia se não fosse um de seus serviçais, um homem magro e sujo, cujo cabelo desgrenhado estava arrepiado, como se tivesse acabado de sair da cama .

– Antes de você sair - Squallo apontou para o seu servo - O aviso já foi entregue ?

O homem sentiu-se recuado, permanecendo em silêncio .

– O que foi ? Por que essa expressão tão gélida ? - zombou Squallo - Fale alguma coisa !

– Se ... se me permite senhor ...

– Continue antes que eu dê um motivo para você gelar .

– Os soldados disseram que estão a caminho senhor. Eles trazem a criatura senhor .

Squallo cochichou algo, ajeitando-se no trono .

– P...posso me retirar, senhor ?

– Claro. Mas ... antes ...

Squallo criou uma esfera de gelo na palma de sua mão e , então, jogou-a para o serviçal.

O homem não entendeu o que estava acontecendo . Apenas segurou a esfera e olhou para Squallo .

Aos poucos, seu corpo começava a tomar um aspecto espectral . Começando pelos olhos, alastrando-se aos poucos pelo resto do corpo . Ao chegar no coração,o corpo não mais portava a vida dentro de si . Apenas se tornara uma estatueta de gelo de tamanho real .

– Você me serve melhor parado . Não preciso mais de você . Mas ... por consideração a sua vida, eu mesmo a ceifarei .

Squallo retirou de seu bolso uma moeda, arremessando-a contra a estátua . Ao se colidir,o gelo despedaçou-se em vários pedaços, cobrindo todo o salão .

– Continua brincando com lixos ? - A voz veio das sombras da sala . Dela, uma mulher caminhava, imponente .

Ela seria bonita se não fosse tão assustadora . Tinha longos cabelos negros e vestia uma jaqueta de couro . Sua blusa tinha a imagem do album Fear of the Dark do Iron Maiden . Sua jeans era rasgada. exibindo um certo estilo punk . Mas, sem dúvida, o que chamava mais a atenção nela eram os seus olhos negros e vazios .

– A quanto tempo está aqui ? - Perguntou Squallo, ajeitando-se em seu trono .

– Tempo o suficiente para você não ter me notado .

Uma brisa adentrou a sala, apagando as velas ao redor .

– Não devia se esconder na luz . Ela não é a sua aliada .

– Ela é quando preciso acessar a internet .

A mulher olhou-o,cochichando algo para si .

As sombras ao redor do trono de Squallo criaram forma, transformando-se em imensas garras que prenderam o seu corpo .

– O que foi Squallo ? Tem medo do escuro ?

– Como se sombras pudessem assustar a pessoa quem eu sou .

Squallo levantou-se . As garras recuaram, voltando para as sombras . O ar na sala ficava cada vez mais denso . As paredes congelavam mais e mais a cada passo dado .

– Se você veio para ver o show, sente-se e espere . Essa noite, teremos a atração principal da oposição em nossa coleção .

– Ou um capitão a menos em nosso exército ...

A mulher caminhou na direção do trono de Squallo, sentando-se .

– Um merda como você mal consegue lidar com uma caçadora . Um guardião é de mais pra ...

Antes de terminar de falar, ela corou . A sua garganta estava congelando, transformando a sua garganta em um imenso picolé .

– Não ligo para quem você é ou qual é o seu cargo ... General Alessa .

A mulher começou a dar gargalhadas . as sombras começaram a agitar-se novamente .

– Eu mediria as palavras antes de se dirigir a mim . Um simples merda como você não pode apagar quem eu sou .

As sombras estavam, agora, rodeando Squallo .

– Você ainda não respondeu a minha pergunta . O que você veio fazer aqui ? - Perguntou ele, diminuindo o tom de sua voz .

Aos poucos,as sombras foram recuando, voltando para Alessa . As velas da sala tornaram a acender .

– Seu mestre me pediu um favor . Vim apenas supervisionar o seu grande feito,ou a sua amarga derrota .

– Que seja - Squallo virou-se, retirando-se da sala - só não interfira .

O castelo em que estavam tinha todo um toque medieval . As paredes eram gigantescas rochas polidas, os corredores eram iluminados por tochas, apesar da eletricidade se fazer presente pela fiação que passava pelas bordas da parede .

Squallo caminhava imponente pelos corredores . Eles estavam quietos e vazios . Ele adorava isso .

Ao virar a direita, descendo as escadas para um tipo de masmorra, ele deparou-se com uma porta guardada por dois soldados .

– Senhor ! - Gritou um deles, ao notar a presença do mestre - está tudo em orde m.

– Então o que você está fazendo aqui ? Vá para o pátio e organize-se com os outros .

Os soldados se entreolharam,mas saíram bem rápido .

O quarto que se seguia era escuro devido a ma iluminação . Ossos se espalhavam por todo o chão . No fundo, um corpo estava deitado, apoiado na parede,acorrentado .

–Vejo que perdeu as forças para gritar - Disse Squallo,soltando as algemas - Vamos, o seu filho está a caminho .

Mary olhou para Squallo . O seu rosto estava pálido,o que indicava que não estava sendo bem alimentada . Seu lindo cabelo alaranjado perdera todo o seu brilho . Seu corpo estava fraco, mas aguentando-se em pé .

– O ... o q...que v...você fará c...com o m...meu bebê ? - Gaguejou, engolindo a saliva para umedecer a sua garganta .

– O mesmo que fiz ao seu pai .Mary queria chorar,mas já não tinha mais lágrimas para isso .

Como ela mal podia andar, Squallo arrastou-a pelos cabelos . Enquanto seu rosto esfregava pelo chão, mesmo com toda a dor que sentia, ela lembrava de sua criança .

" Ele deve estar tão grandinho. Me desculpe, meu amo r" pensava ela .

– Senhor, ele chegou - Disse um soldado assim que Squallo subiu as escadarias da masmorra .

– Muito bem . Eles estão atrasados - Squallo olhou para Mary, que se debruçava, chorando . Suas lágrimas misturavam-se ao sangue que lhe cobria o rosto - organize os soldaos no pátio para a recepção de nosso convidado e ... leve-a para lá . Ela já está me dando nos nervos .

O soldado segurou Mary, que se debatiam tentando fugir . O homem nocauteou-a com um golpe no pescoço .

– Não a mate . Preciso dela acordada para a nossa entrada - Bufou Squallo, caminhando com sua capa negra - Quero ver o sofrimento em seus olhos quando eu ... exterminar Gabe Turner !

– Senhor, essa não é a fala do filme que o senhor viu ontem ? - Perguntou um outro soldado, que guardava a porta da masmorra . Squallo fulminou-o com o olhar e, em instantes, o corpo do soldado havia se tornado uma crista de gelo .

– Alguma pergunta ?

Os soldados restantes se dispersaram, indo para os seus postos .

Ao chegar no castelo, Gabe foi escoltado pelo mesmo grupo de soldados que o abordou no parque . Um monte deles se encontravam amontoados no pátio principal do castelo. Todos olhavam para Gabe, perplexos .

" Então ele veio mesmo "

" Mais um guardião selado "

" Até que ele é bonitinho "

Os cochichos iam e vinham pela aglomeração de soldados .

No alto das escadarias que davam para o Hall principal, sentado em um trono improvisado e provavelmente colocado as pressas , encontrava-se Squallo a espera .

Os cochichos e murmúrios cessaram . Os soldados que escoltavam Gabe levaram-no ao centro da grande área .

– Aqui está,meu senhor - Disse um dos soldados, de cabeça baixa .

Aos poucos, os escoltadores juntaram-se ao resto da multidão,deixando apenas Gabe no centro .

– Gabe Turner ! Besta Daegon ! - Começou Squallo, elevando o seu tom de voz - É uma honra ...

– Ei velhote, poupe-me dessa frescura . Vamos logo ao que interessa - Cortou Gabe, olhando para um Squallo agora vermelho de raiva .

Nota

Squallo odeia ser interrompido

– Ele o chamou de velhote ! - Disse um dos soldados .

– Esse cara é maluco ...

– Mestre Squallo irá ...

– Silêncio !!! - Gritou Squallo,cessando novamente os murmúrios .

A multidão agora estava inquieta. Todos estavam anciosos para o que viria a acontecer .

Squallo levantou-se de seu trono, estufando o peito .

– Admiro a sua coragem, besta . Só de vir até aqui sozinho mostra que tem um bom senso - Ele olhou para Gabe, esperando uma resposta . este manteve-se em silêncio, o que o irritou ainda mais - Tragam-na !

Um grupo de soldados irrompeu pela porta . Em seus braços, arrastavam a já arrasada Mary .

– Mãe ! - Gritou Gabe, ao ver o rosto da mãe . Squallo tomou-a em seus braços, o que encheu Gabe com uma fúria incontrolável.

– Então o que será, Daegon ? Irá aceitar nosso acordo ou abandonará a vida de sua mãe ?

O corpo de Gabe inteiro tremeu . Não de frio,muito menos de medo, mas de excitação .

– Estou aqui, não é mesmo ?

Os soldados gritaram de alegria ! Acabe com ele mestre Squallo ! " , " temos mais um dos guardiões !!".

Squallo riu da alegria da platéia . Mas algo ainda o incomodava .

– Você não teme morte, Turner . Eu respeito isso em você . Como prometido, libertarei a sua mãe - Squallo tocou no corpo de Mary. Mesmo adormecida,uma lágrima escorreu pelo seu rosto, que ficava cada vez mais pálido .

O seu corpo adquiriu um tom cristalino . Os seus orgãos pararam de funcionar,rachando como pequenos cacos de gelo. A lágria que escorria em seu rosto congelou antes mesmo de tocar o chão .

Gabe não acreditou no que viu . Os seus olhos começaram a lacrimejar . o seu corpo mexeu no automático, correndo em direção a ela .

Do alto da escadaria,Squallo ria,feliz :

– Ela está livre ! - E largou-a do alto da escada .

Gabe subiu o mais rápido que pode . Sua cabeça doía,o seu coração batia acelerado . Enquanto corria,ele lembrava de tudo que passaram juntos . Quando ela o ensinou a andar de bicicleta, quando ele chorou por não querer ficar sozinho na escola e ela faltou o trabalho para assistir aula com ele . Quando foram para o zoológico pela primeira vez ou em sua festa de 5 anos ...

– MÃE !!! - Sua boca estava ressecada demais,mas ele conseguiu gritar . A sua garganta arranhava como se arames farpados passassem rasgando-a internamente .

Quando subiu o último degrau,segurou-a,abraçando o seu corpo . Porém :

– Desculpe,mas isso não vai funcionar - Squallo olhou para Gabe com seu sorriso debochado, seguindo de uma gargalhada fria e cruel.

Mary despedaçou-se ao entrar em contato com os braços de Gabe . Seus olhos congelados encontraram com os dele e , por um instante, ele pensou tê-los visto lacrimejar .

Estava acabada . Todo o motivo por trás de sua missão desfez-se em seus braços . Ele não queria acreditar no que via . Sua mãe estava morta .

Gabe caiu no hão,tropeçando nos degraus,rolando escada abaixo . " Eu não consegui protegê-la ".

Squallo ria de Gabe . Ria de sua dor,de sua perda .

Calmamente,Squallo desceu as escadarias,indo na direção de Gabe .

Como se fosse lixo, ele pisoteou-o acertando a sua cabeça,esfregando no chão com seus pés .

– Do que adianta tantas palavras bonitas ? Vou salvá-la,não deixarei que morra . Isso ... - Squallo chutou-o para longe . Gabe rolou para o outro lado do pátio - É INÚTIL !!!

– VOCÊ NÃO MUDOU NADA DESDE AQUELE ACIDENTE ! CONTINUA UM FRACO,UM LIXO !!!

Squallo caminhou em sua direção novamente . Erguendo-o,olhou para o seu rosto . Ele estava coberto de sangue. Seu nariz estava torto,provavelmente quebrado . Sua boca começava a adquirir uma coloração negra,mas nada disso importava pra ele . Ele não tinha mais motivos para continuar .

– Gabe Turner ... Besta Daegon ... Você não passa de um lixo que acha que ser um guardião é a sua chance de ser um herói . Acredite, você vai morrer ! Não como um herói,mas como um covarde !

" Não desista,filho" Disse uma voz na cabeça d Gabe .

– Por que eu devo continuar ?

Squallo arremessou-o no meio dos soldados. O impacto destruiu parte do chão .

Todos recuaram,temerosos .

"Levante-se ! Você precisa lutar ! "

– Eu não consigo . Não consigo mexer o meu corpo .

– Quem diria ! - Gritou Squallo - Quem diria que o grande Daegon cairia e minhas mãos e teria a vida ceifada pela minha sombra .

Ele extendeu a mão . Aos poucos,uma enorme esfera negra começou a se formar .

As tochas ao redor apagaram-se . o céu começava a escurecer , como se a luz do sol estivesse sendo roubada .

– Sinta a fúria da escuridão - Squallo abaixou a mão . As sombras começaram a distorcer-se,tomando a forma de uma lança .

" Eu lhe emprestarei a minha força "

A lança avançou na direção de Gabe . O céu rugiu,criando uma enorme explosão.

O castelo inteiro foi tomado pela escuridão . Os soldados tentavam enxergar o que estava acontecendo,porém estava escuro demais .

– Não temam a escuridão, meus caros ! Essa batalha já foi decidida . eu venci !

– Não ... Ainda não !

Uma enorme explosão destruiu o que aparentava ser a torre principal do castelo . As tochas, uma a uma, ima acendendo . As sombras recuaram,, tornando o local novamente visível.

Gabe estava de pé no centro do foco de luz . O seu corpo emanava uma forte luz avermelhada,como labaredas que rodeavam seu corpo .

Os soldados se agitaram. Squallo continuava a sorrir .

– Pretende se voltar contra nós ? Sozinho ? Seus amigos o abandonaram !

Gabe caminhou na direção de onde estavam os destroços de Mary . No meio deles,o gelo havia derretido . porém,algo chamava sua atenção. Algo brilhante .

"Mãe, me perdoe "

Squallo olhava, tentando encontrar o que quer que Gabe tenha pego . Era um colar bodado em prata, com uma forma diferente da anterior . Como se tivesse se remodelado, a prata tingiu-se em um tom avermelhado . A forma do colar agora lembrava um dragão .

Gabe apertou-o. Seus olhos lacrimejavam .

" Me desculpe "

– Mãe ?

Um vulto saindo das sombras andava na direção de Gabe . Seu longo cabelo alaranjado brilhava, entrando em sincronia com seu sorriso esbelto . Ademais, o seu rosto estava triste .

" Me desculpe "

– Não precisa se desculpar ! Eu ... eu ...

Gabe não notará,mas tudo ao seu redor estava escuro .

Lute ... "

O vulto de Mary começou a ser arrastado pelas sombras .

– Mãe, espere ! - Gabe correu em sua direção - Não vá !

"Viva "

Quando deu por si, ele estava de volta ao pátio do castelo . A sua frente, Squallo ria . Ao seu redor, um exército de soldados gargalhava de sua loucura .

– Então, Daegon . O que você pretende fazer sozinho ? - Gritou Squallo,preparando uma nova lança negra .

Gabe sentou-se , esperando o ataque .

– Maldito,não me provoque ! - Gritou Squallo,arremessando a sua lança .

Gabe permaneceu sentado . A lança se aproximava . E então...

BOOM !!!

O chão estremeceu . Literalmente. Como se criasse vida, o chão simplesmente transformou-se em um enorme escudo de pedra .

Um tornado se formou no meio da multidão de soldados . Um a um, eles foram sendo arremessados pela força do vento .

– Eu não estou sozinho - Disse Gabe,olhando para a cara preocupada de Squallo .

Do meio da multidão de soldados, Luna, Miranda e Leo abriram caminho, vestidas com os trajes habituais dos soldados do Chaos .