POV James

Na hora do jantar, assim que Caroline sobe as escadas, me viro pro Justin.

- Cara, você já percebeu que ela vai dançar só comigo na festa dela?

- O que tem? – ele pergunta confuso.

- O que tem é que nem o pai nem a mãe vão na festa dela. E ela não vai dançar com o pai. Você poderia pelo menos fazer o favor de dançar com ela, já que ela é sua irmã – brigo sussurrando com ele.

- Mas eu não sei dançar!

- E daí? A sua irmã precisa de você mais do que nunca! O que custa você pelo menos tentar dançar a valsa com ela? Ela pode não dizer, mas eu sinto que ela fica chateada com isso. Qualquer um ficaria. Mesmo que você não consiga, tenta dançar com ela. Ela vai ficar muito feliz. Você é o irmão dela. Eu vou ser o príncipe, mas você também precisa dançar. Por favor, faça isso por ela – imploro.

Ele fica quieto, abaixa o rosto e fica olhando para as próprias mãos.

- Eu vou tentar – ele levanta os olhos e me encara.

- Ótimo – dou um sorrisinho e Carol aparece.

- Estão de fofoquinha? – Carol pergunta.

- Claro que não – Justin não sabe mentir.

- Sei – ela ri e vai pra sala. Minutos depois ela sobe de novo.

Eu e Justin passamos a noite na cozinha conversando, e resolvo me deitar no sofá. O telefone toca e Justin vai atender.

- Alô?... Ah, oi mãe. Como vai?... Ah, que bom... – ele arregala os olhos e olha pra mim – Não, não contamos pra ela. Por quê?... – ele fica aliviado – Ah, bem... França, é? Carol deve ter ficado com inveja – ele ri – Está certo. Estamos dando conta da casa sim... Tudo bem, boa noite – ele desliga.

- E ai? – pergunto.

- Ela está na França e já conversou com Carol. Ela mal suspeita de que a Carol sabe...

- E nem vai saber. – Rio – Vou tirar um cochilo – fecho os olhos e durmo.

Acordo, ainda sonolento, com as risadas de Carol e Justin jogando videogame.

- Qual é a boa? – sorrio quando eles se viram pra mim.

Eles começam a rir mais e mais. Justin ri tanto que se taca no chão.

- O que foi? – me irrito.

Carol continua rindo e aponta pro meu rosto. O que eles fizeram?! Corro até o espelho da sala e me olho. Tem um pênis desenhado na minha testa.

- Ah, porra! – corro pro banheiro, e escuto as gargalhadas deles mais altas da sala. Abro a torneira, passo sabonete nas mãos e esfrego na minha testa com força. Olho pro espelho e o desenho está quase saindo. Esfrego de novo e ele sai. Fecho a torneira, enxugo o rosto e seco minhas mãos.

Saio do banheiro com cara de mau e os encaro. Justin continua rindo, mas Carol para de rir imediatamente e me encara também. Vejo medo em seus olhos.

- Foi. Você. – Vou me aproximando lentamente dela – Eu sei que foi – fico na sua frente.

- E o que você vai fazer? – ela levanta uma sobrancelha.

Sem dizer nada, a coloco em meus ombros e saio correndo com ela pela casa.

- Me solta, James! – ela bate nas minhas costas e ri.

- Nunca – sussurro e continuo correndo pela casa.

- Vocês parecem dois idiotas agora, sabiam? – Justin grita da sala.

Continuo correndo e descido subir as escadas.

- Você vai cair e me levar junto! – Carol grita.

Chego ao topo da escada e olho pros lados. Pra onde ir? Entro no quarto dela e a coloco deitada na cama. Ela ri.

- Você é muito idiota, James.

- Sou? Obrigado – sorrio.

Ela sorri, me puxa pela gola da camisa e me beija. Abaixo meu corpo pra conseguir beijá-la e ela tenta me colocar deitado ao seu lado.

- Não – digo entre o beijo – É melhor pararmos... A porta está aberta e o Justin pode entrar.

Ela bufa de raiva e eu me afasto.

- Não bufe. Você sabe que se ele descobrir, vai nos matar.

- Tá.

Ajeito minha posição e fico de pé.

- Ei – ela chama minha atenção – Quer ver as fotos que eu tirei pra minha festa? – ela sorri.

- Claro!

Ela liga o notebook e abre uma pasta nos arquivos. Ela coloca na primeira foto e me deixa sentar na cadeira para eu ver melhor. Vou vendo todas as fotos com atenção. Ela está linda em todas elas... Umas com um sorriso enorme, outras fazendo uma cara de séria irresistível. Ela usa cinco tipos de roupa diferente, e fica bem em todos. Estou com os olhos brilhando. Ela é linda. Vejo a última foto, e olho pra ela. Ela está me olhando com um sorrisinho no rosto.

- E então? – ela pergunta esperançosa.

- As fotos estão ótimas – sorrio – Você é linda.

Vejo ela corando. Uma graça.

- Não gostei de algumas fotos... – ela olha pra baixo.

- Como não? Estão todas lindas! Você é... Perfeita – olho nos olhos dela.

Ela abre a boca e me fita por um tempo. Seguro seu rosto e dou um beijo delicado nela.

- Já está bem tarde, não acha? – Olho no relógio. Ele marca 1h30 – Depois do que você fez comigo, deveria continuar te carregando pela casa toda – rimos – Mas já está na hora do neném ir pra cama – sorrio achando graça.

- Já disse que não sou um neném, James – ela faz bico.

- É sim – passo o dedo por sua bochecha – Meu neném. – Dou um beijo na bochecha dela e me levanto da cadeira – Agora durma. Vou te acordar bem cedo.

- Ah, por quê?

- Estou brincando. Acha que eu mesmo vou acordar cedo? – gargalhamos – Boa noite, pequena.

- Boa noite, grandão – ela tenta não sorrir, mas não consegue.

Você ainda não viu nada. Penso. Ah, James... Por que tão pervertido? Rio do que ela disse e saio do quarto. Entro no quarto de Justin e puxo minha cama. Quando me deito, ele entra no quarto.

- Boa noite – digo e fecho os olhos.

- Boa noite – ele desliga a luz, coloca uma calça de moletom e se deita.

Fecho os olhos e durmo.

Assim que acordo olho pelo quarto e não vejo Justin. Olho no relógio. 12h. Queria voltar a dormir, mas não tenho mais sono. Me levanto e vou até o banheiro. Entro no chuveiro e tomo um banho rápido. Troco de roupa e vou até a cozinha. Justin está servindo o almoço.

- Bom dia.

- Bom dia – ele olha pra mim e volta a colocar os pratos na mesa.

Pego um prato e me sirvo. Assim que termino de comer, Caroline aparece com uma toalha enrolada na cabeça.

- Bom dia – ela dá um beijo na bochecha do Justin e na minha.

- Bom dia – respondemos juntos.

Ela se senta e eu me levanto.

- Podemos começar a ensaiar quando vocês terminarem de comer? – pergunto.

- Claro – Carol sorri.

Escovo os dentes e vou pra sala. Me sento no sofá e fico vendo televisão enquanto espero eles terminarem de comer. Assim que terminam, se levantam e vão escovar os dentes. Quando eles voltam pra sala, me levanto e desligo a televisão.

Pego meu notebook e o coloco na mesa da sala. Procuro a música no youtube e coloco pra tocar.

Justin puxa uma cadeira e se senta, pra nos observar.

- Me dá a honra? – estendo a mão pra Carol e ela cora.

Nos aproximamos, pego na sua mão e começamos a dançar no ritmo da música, que nem no outro dia no quarto dela. Justin nos observa com atenção. A afasto de mim e giro-a duas vezes.

- Preciso ir ao banheiro – Justin diz e se levanta.

Assim que ele sai, olho nos olhos dela.

- Carol, e-eu... Tenho que te contar uma coisa – digo – Eu...

Ela arregala os olhos e se afasta de mim.

- A prova do vestido! – ela grita.

- O quê? – me espanto.

Ela sai correndo e bate várias vezes na porta do banheiro.

- Justin, a prova do vestido! Nos esquecemos da prova do vestido!

- Merda! – ele grita do banheiro e alguns segundos depois, abre a porta – Que horas são?

- 13h30 – respondo.

- Droga, temos 30 minutos! – Carol se desespera.

- Calma, eu levo vocês! Fiquem calmos. É só me dizer aonde é – digo.

- Ai, James! Obrigada – Carol me abraça e sai correndo pro quarto.

- Pra onde está indo? Temos que correr! – Justin grita.

- Vou colocar uma roupa melhor!

Tem razão, é melhor eu fazer isso também. Subo as escadas e coloco uma calça jeans e uma blusa melhor. Calço um all star e saio do quarto pro Justin poder se vestir. Ele sai vestindo uma calça jeans, uma blusa listrada e um tênis branco. Carol sai do quarto ao mesmo tempo com um short, uma blusa vermelha e uma sapatilha.

- Vamos! – ela nos puxa e descemos as escadas correndo.

Assim que saímos, Justin tranca a porta e entramos no carro.

- Pra onde vamos? – pergunto e eles me dizem.

Dirijo rápido até lá e chegamos faltando cinco minutos. Carol ajeita o cabelo e sai do carro. Tiro a chave da ignição e quando eles saem, tranco as portas.

Entramos na loja de aluguel de vestidos e ternos, Carol vai até o balcão e fala alguma coisa. A mulher pede pra que ela a acompanhe e Justin vai junto. Os acompanho também.

A mulher entrega um vestido verde-água pra Caroline e ela entra na cabine. Assim que ela sai, fico abismado. Ela está linda!

- Uau! – é a única coisa que consigo responder.

- Gostou? – ela sorri.

- Ela está linda, não está? – Justin sorri – Acho que você engordou desde a última vez que vestiu esse vestido, não é, Carol? – ele a zomba e ela revira os olhos.

- Não. Você está perfeita. – Continuo boquiaberto e sem reação – Só vai usar esse vestido?

- Não! Vou usar o branco também. E é com ele que vamos dançar.

Continuo a observando encantado.

- Vamos, coloque o outro! – Justin diz.

Ela volta pra cabine e a mulher a entrega o vestido branco. Assim que ela sai, meu queixo cai no chão. Ela ficou linda com o primeiro vestido, mas esse... Ah! É como se tudo girasse em torno dela com aquele vestido nesse exato momento. Consigo sentir meus olhos brilhando. Vou me aproximando dela devagar, pego sua mão e coloco a outra em sua cintura. Ela olha pra mim e sorri. A mulher aparece segurando uma tiara e coloca na cabeça da Carol. Ela está perfeita.

- Você é uma princesa.

- E você é meu príncipe – ela responde e beija minha bochecha.

Ficamos parados nos olhando até a mulher começar a falar.

- Bem... Os vestidos ficaram ótimos! – ela dá um sorriso falso – Quando é a festa?

- Sábado – Carol responde.

- Você vai arrasar! Vai dançar com um príncipe?

Carol olha pra mim e me abraça.

- Ah... Entendi! Vocês são namorados? – ela continua com o enorme sorriso falso na cara.

Carol abaixa o rosto, envergonhada, e vejo que ela está completamente vermelha. Quase roxa. Não sei pra onde olhar, por isso encaro o chão.

- Não, eles não são – Justin responde por nós.

- Ah, uma pena – ela ri sem vontade – Bem, vão querer mais alguma coisa? Ou vieram só para a prova dos vestidos mesmo?

- Eu queria provar o meu terno, e... – Justin olha pra mim, e volta a olhar pra atendente – Gostaríamos de alugar outro terno.

- É claro! E seria para este lindo jovem? – ela se refere a mim.

- Seria – Carol responde e sorri.

- Me acompanhem, por favor – a atendente nos guia até a ala dos ternos e ela me mostra alguns. Pego um terno simples e entro na cabine. Visto o terno, a calça, coloco uma gravata verde escura e saio.

Carol, que ainda está de vestido, me olha sorrindo.

- Acho que poderíamos ensaiar assim mesmo – digo e me aproximo dela.

Saio guiando ela aos giros pela loja e todos os funcionários e clientes nos olham sorrindo. Carol e eu rimos enquanto giramos pela loja. Estamos parecendo dois idiotas. Mas dois idiotas felizes. Eu... Não sei o que sinto por ela. Mas é forte. Bem forte.

Assim que terminamos de dançar, colocamos as roupas com que viemos e vamos pagar pelo aluguel do meu terno.

- É meio caro... – digo assim que o homem no caixa me diz.

- Quer que eu pague? – Justin pergunta.

- Não, que isso! Eu pago – mexo nos meus bolsos. Não tenho dinheiro – É... Pode pagar agora e eu te dou o dinheiro depois? – sorrio sem graça.

- Sabia – Justin ri, tira o cartão de crédito do bolso e entrega ao caixa. Ele o devolve – Obrigado.

Saímos da loja e entramos no carro.

- Ainda são 14h30. Querem fazer alguma coisa? – pergunto.

- Como o que? – Carol se encosta no meio dos bancos da frente.

- Não sei – rio.

- Querem jogar boliche? – Justin sugere.

- Gostei – Carol responde.

Ligo o carro e dirijo até o shopping.