I Knew You Were Trouble escrita por PhoebeTheCat


Capítulo 21
Deep Down


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews! Nem todos comentaram, mas tudo bem, não acho que vá conseguir isso algum dia!
Ah, além desse, só tem mais quatro capítulos ...
Outra coisa: eu AVISEI que quando eu quero ser trágica, eu posso ser MUITO trágica! Vocês que pediram! Tô vendo que ainda vou fazer você chorarem!



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Eu engoli em seco. Não tinha percebido que encarava Josh e a garota com os olhos marejados até ele chegar e me abraçar. Eu queria lhe dar um soco na cara pra ele deixar de ser um idiota.

Mas ele começou a pular feito um idiota, e me segurando.

- SAM, EU TE AMO! - gritou ele. - SAAAAM! CADÊ VOCÊ, SAM?

Eu franzi as sobrancelhas e o encarei.

- Josh, o que está fazendo? Eu estou aqui!

Ele me encarou e então começou a me beijar.

Eu o empurrei com desgosto.

- O que há com você? - resmunguei. - Você acabou de me trair!

Ele me encarou confuso, mas então a expressão meio idiota e meio animada voltou.

- VAMOS DANÇAR! - gritou ele, como se eu não pudesse ouví-lo.

Ele voltou com seus pulos estranhos, me segurando pelas mãos. 

Foi só então que notei o pequeno ponto dangrento em seu antebraço. Assim como o meu.

Logo depois percebi que a camisa dele estava molhada, e cheirava a alcool.

Eu nunca tinha visto Josh bêbado. Ele sempre tinha bebido, mas nunca a ponto de ficar deste jeito. Mas suas atitudes, tudo, mostravam que ele estava, sim, bêbado. E drogado.

Eu suspirei.

- Vamos, Josh. - eu comecei a arrastá-lo para fora. - Venha, vou te levar para casa.

Não sei se ele não entendeu o que eu disse, ou realmente queria ir para casa, mas me deixou levá-lo dali.

Eu peguei a chave de seu carro no bolso, e o enfiei no banco do passageiro.

Ele virou-se para mim sorrindo estupidamente.

- Eu amo você, Sam. - disse ele.

Eu suspirei novamente.

- Eu...

Ia dizer que o amava também. Mas eu já não tinha certeza disso.

- Fique quietinho, ok?

Josh estava inquieto e não parava de se mexer no banco durante a viagem toda. Estava me irritando mas eu tentei ser paciente.

Quando chegamos a sua casa, ele correu para fora, e eu o puxei para dentro, novamente.

- Vamos, Josh, você tem que dormir.

Eu o levei até o seu apartamento e o enfiei no chuveiro, tirando apenas sua camisa. Ele ficou quieto. Quando saiu, parecia mais calmo. Como um drogado meio depressivo.

Eu coloquei uma camisa de pijama nele e entreguei o short. Ele o colocou obedientemente. Depois eu o fiz deitar na cama, dizendo que eu traria algo para ele comer.

Na cozinha, encontrei apenas algumas bolachas de sal. Elas teriam que servir.

Peguei as bolachas e um copo d'água.

Josh continuava na mesma posição. Eu me sentei ao seu lado.

- Coma. - mandei e entreguei a comida a ele.

Josh enfiava as bolachas na boca automaticamente, mas ele não conseguiu comer nem metade do pacote antes de dizer que estava enjoado.

Eu estava morrendo de medo da mãe dele chegar, mas ele insistiu que eu ficasse. E eu não podia deixá-lo naquele estado. Por isso coloquei sua cabeça deitada em meu colo, e comecei a desembaraçar seu cabelo.

- Sam? - chamou ele, pegando minha mão.

- Sim?

- Você vai ficar esta noite, não vai?

Eu suspirei.

- Vou ficar até quando puder... Sua mãe não vai gostar de me ver aqui.

Ele fez um barulho estranho, como se bufasse e soluçasse ao mesmo tempo.

- O que foi? - perguntei.

- Minha mãe não vai chegar até a hora do almoço. E ela não ligaria de te ver aqui, de qualquer maneira.

- Nenhuma mãe gosta de ver o filho drogado com uma garota na cama, Josh. - sussurrei.

Ele ficou em silêncio.

- Quando meu pai foi para o exército. - Josh começou a explicar. - Minha mãe pirou. Ela não queria que ele fosse. Eu tinha só nove anos. Ele nos deixou com algum dinheiro, mas minha mãe estava muito brava. Ela gastou tudo construindo as baladas, em drogas... e então o dinheiro acabou. Quando meu pai voltou e descobriu, ele ficou furioso. E eles brigaram. Minha mãe sabia que tinha que me sustentar, apesar de ela me achar apenas um fardo na sua vida. Por isso... ela começou a trabalhar.

Ele fechou os olhos e engoliu em seco. Eu apertei suas mãos.

- E... com que ela trabalha?

- Ela... - ele sussurrou. - Ela é uma prostituta.

Eu arregalei meus olhos.

- Josh... eu...

Ele se levantou e me encarou tristemente. Então deu um pequeno sorriso.

- Pelo menos ela me deixa em casa o dia todo. Assim pelo menos a gente não briga.

Então ele recostou a cabeça no meu peito. Eu apoiei meu queixo em sua testa e voltei a desembaraçar seu cabelo.

Que tipo de vida era essa? Eu vivia reclamando da minha vida, enquanto ele tinha sido abandonado pelo pai e com uma mãe prostituta?

Eu era uma egoísta. E provavelmente bipolar, por causa de todas essas emoções.

Josh respirava pesadamente recostado em mim. Eu o apertei mais forte e fechei os olhos.


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Notas finais do capítulo

Não vou chorar. Não chorem vocês também. Despejem suas emoções nos reviews :3