Sempre Ao Seu Lado escrita por Mahchan, maiteleme2


Capítulo 9
Capítulo 9 - Melissa


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora e obrigada cometários:) A gente editou o último capítulo, para que não tiver tempo para ler o Eduardo fez uma visita ao pai dele depois do inglês.



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Depois do almoço na terça-feira, eu resolvi passar no pet-shop para procurar uns brinquedos para a Marie. Ela estava com mania de arranhar o sofá e meus pais não estavam muito felizes com isso.

– Oi, você de novo por aqui. – o menino que me atendeu aquele dia disse. – Ah, você pintou o cabelo, ficou muito bonito.

– Oi. Ah, obrigada... – aproximei-me mais dele e li o seu nome na camiseta do trabalho. – Arthur. – abaixei a cabeça e corei.

– De nada. E o seu nome é...?

– Melissa, prazer.

Levantei a minha cabeça e olhei no fundo dos seus olhos castanhos. Reparei que ele tem longos cílios e é um pouco mais baixo que o Dudu. Seu cabelo é castanho escuro e sua franja é meio bagunçada, mas não chega a cair para a frente.

– Como tá indo sua gatinha? Seus pais aprovaram?

– Aham, eles deixaram, mas eu vim aqui justamente por causa dela. Ela começou a arranhar o sofá e eu queria ver se não tem nada pra fazê-la parar.

– Oh Arthur, vamos parar de paquerar e voltar ao trabalho? – um homem barbudo comentou passando com alguns pacotes de ração.

– Ah, desculpa. – ele disse e corou. – Esse meu tio é muito sem noção.

Será que toda a família dele trabalha aqui? Olhei para o lado e vi uma mulher no balcão nos observando. Que vergonha, será que essa é a mãe dele? Eles tem a mesma cor de cabelo e de olhos.

– Vem cá, vou te arranjar um arranhador. Você quer um mais elaborado ou simples?

– Eu vou dar uma olhada em todos. – já que eu não entendo muito do assunto.

Ele me levou até a parte de trás da loja e eu me apaixonei de cara por um que tinha uns detalhes em rosa, uma escadinha que dá numa casinha e umas bolinhas penduradas para a gata brincar. Assim eu até economizava com uma caminha e brinquedos.

– Escolheu já?

– Aham, eu quero essa aqui. – eu apontei para a que tinha gostado.

– Ela tá 350 reais. Você quer essa mesmo?

– Aham. – eu tinha ganhado um cartão de crédito dos meus pais no lugar da festa de 15 anos e a cada mês tinha um limite de 800 reais. Mas eu só usava para compras grandes e o que sobrava eu guardava na poupança.

– Como você parece rica, imagino que tenha vindo de carro, né?

– Eu não sou rica. – eu dei uma risadinha. – E não tenho carro, ainda estou no 2º ano do colégio. E você? – perguntei interessada.

– Legal. Eu estou no último ano. Onde você estuda?

– São Pedro. E você?

– No Acesso.Tem terceiro ano junto com cursinho.

– Hm, você já sabe o que vai fazer?

– Medicina Veterinária. E você, já sabe o que vai fazer?

– Ainda não, mas tenho uma amiga que também quer tentar Veterinária.

– Que legal. Mas então, você quer ajuda pra levar o arranhador?

– Pode ser. Mas não vai ter problema se você sair no meio do expediente?

– Não, nem tem movimento em dia de semana. E como eu trabalho com a minha família, posso dar umas fugidinhas de vez em quando. – ele sorriu e pegou o arranhador na estante. – Vamos até o caixa.

Segui ele e paguei. Depois nós fomos andando até a minha casa. Ele deixou as coisas na minha porta e colocou o braço atrás da cabeça, abaixando a mesma e brincando com as pedrinhas da entrada.

– Então... – ele corou. – Acho que é isso. Tchau. – o Arthur me deu um beijo na bochecha.

– Obrigada por tudo. Tchau.

Fiquei o observando ir embora e quando ele já estava fora de vista, fechei o portão pelo controle e entrei em casa. Deixei o arranhador do lado da porta e subi para o meu quarto rapidamente. Como o Lucas estudava no Acesso antes e era muito popular, eu queria ver se achava o Facebook do Arthur. Assim que o meu computador carregou, abri a página da internet e entrei no Face. Fui até o perfil do Lucas e dei uma olhada nos amigos dele, que eram muitos, 1.500. Aposto que ele não fala com nem metade. Existiam dois Arthur, mas um era muito velho, então entrei no outro. Não parecia ele pela foto do perfil, mas as fotos dele eram bloqueadas, então fui ver as marcações. Rodeado pelos amigos, ele parecia mais maduro. Cliquei no botão para enviar-lhe uma solicitação de amizade.

Fiquei olhando a página inicial até que uma janela de conversa surgiu na tela.

Oi Melzita, tudo bem?

Era o Dudu.

Oi Dudu, to bem e você?

Tudo bem. O que você tá fazendo?

Acabei de voltar do pet-shop, a Marie tá arranhando o sofá aqui de casa, aí fui comprar um arranhador pra ela. E você?

Nada, só baixando uns episódios de Dexter.

Legal, você tá gostando?

Aham, é bem legal, você devia ver. Mas ainda estou na segunda temporada.

Tem oito né?

Aham.

Enfim, você vai fazer alguma coisa hoje?

Acho que não, os piás nem me ligaram. Por quê?

Então, eu sei que você é muito bom aluno, né?! E também é meu melhor amigo...

Melissa, não enrola, o que que você quer?

A prova de matemática tá tão perto. Você não quer vir me ajudar a estudar? Você sabe que eu odeio essa matéria e não entendo nada.

Você vai me dar comida se eu for?

Eu não, por que vou dividir comida com você? Eu quero ficar gorda sozinha.

Não vou então.

Poxa Duduzinho.

Não.

Tá, eu faço até meu brigadeiro pra você.

Antes que eu tivesse tempo de falar qualquer outra coisa, ele já tinha ficado offline. Espero que a minha proposta tenha sido aceita. Entrei um pouco no perfil dele para ver se aquela Gabriele tinha postado mais alguma coisa. Eu estava me sentindo meio stalker. Primeiro entrando no perfil de um menino que eu nem conhecia direito e agora no do meu melhor amigo, só para ver com quem ele anda falando e saindo.

Levei um susto quando ouvi o interfone tocar. Desci até a cozinha e liguei a câmera do interfone para ver se era mesmo o Eduardo. Depois de confirmar, apertei o botão para abrir o portão. Após a entrada dele, apertei novamente para fechar. Abri a porta e cumprimentei o Dudu com um beijinho na bochecha. Ok, por que o meu coração bateu mais forte com um mísero beijo? Essa é a coisa mais normal do mundo. Mas, nossa, como ele está cheiroso. E essa sua boca carnuda...

– Então Mel, onde nós vamos estudar? – o Eduardo disse, me tirando dos meus devaneios.

– Vamos subir? O meu quarto é o lugar mais confortável.

– Tá, mas não pense que eu me esqueci do brigadeiro que você prometeu. – ele olhou para o lado. - Nossa, que arranhador grande que você comprou. Cadê a sua gata?

– Não sei, ela gosta de se esconder durante o dia. Depois eu te apresento ela.

Subimos para o meu quarto e enquanto eu pegava a apostila e o caderno, o Eduardo aproveitou para dar uma fuçada no computador.

– Melissa, por que diabos você estava mexendo no meu perfil?

Puta que pariu, esqueci de fechar a maldita janela da internet. Como eu sou burra.

– É...

– Você ta apaixonada por mim e está me stalkeando? – ele me encarou e eu corei.

– Até parece seu idiota. É que você saiu do nada, queria ver se não tinha me bloqueado.

– Tá, vou fingir que acredito. – eu revirei os olhos e ele continuou. – Você tem alguma série nova aqui?

Agora a nova obsessão do Eduardo era séries, ele tinha uma para cada dia da semana.

– Só tem série de menina aqui. Olha esse nome “Pretty Little Liars”. – ele comentou. – “The Lying Game”? Você não gosta de séries com pessoas honestas? E “Glee”, fala sério Melissa.

– Eduardo, por favor, chega de humilhar as minhas séries. – eu disse enquanto tentava arrancar ele da cadeira.

– E esses filmes então? Que diabos é “Gatos, Fios Dentais e uns Amassos”? Você assiste filme pornô e não me contou?

– Eduardo, vai se foder. – eu estava realmente ficando irritada.

– Sério Melissa? “Meninas Malvadas”, “Garota Mimada”? Você quer virar alguma popular filha da puta?

– Eduardo! Dá pra você se focar e vir me ajudar a estudar porra?

– Tá. Nossa Mel, quanto palavrão, com quem você tá aprendendo essas coisas? – ele disse irônico. - Mas sério, você não tem nenhuma série pra me passar mesmo?

– Depois a gente conversa sobre isso. – eu abri a apostila e o caderno e me sentei na cama.

– Tá bom, o que você não está entendendo dessa matéria? – ele disse e se sentou do meu lado.

– Tudo.

[...]

– Agora que você virou inteligente, pode usar seus dotes culinários pra me fazer o brigadeiro, né? – disse o Eduardo quando nós terminamos de estudar.

– Tá bom Eduardo, mas só porque eu sou uma amiga muito querida. Agora sai dessa cama pra gente descer.

– Claro que é, mas com um mau gosto pra séries e filmes que até doi.

– Nem vem, pelo menos não gosto de ação, terror e aventura que nem você. Mas eu lembrei de uma série boa que talvez você goste. – eu disse enquanto descíamos as escadas.

– Tem no teu computador?

– Sim. Eu tenho todas as temporadas.

– Como é o nome?

– Skins. A gente pode começar a assistir enquanto comemos brigadeiro.

– Sim. – ele disse e se sentou em uma banqueta do balcão.

– Que que você tá sentando aí? Vai pegar os ingredientes pra mim enquanto eu procuro uma panela.

– Eu nem sei o que tem que colocar Mel, eu sou guri, não cozinho.

– Para de ser machista Eduardo. É só pegar o leite condensado, o Nescau e a margarina.

[...]

Na quarta-feira, a professora de Biologia, que era representante, decidiu organizar o croqui. Ela fez por ordem de chamada, então eu fiquei longe da maioria dos meus amigos, mas pelo menos a Milena ficou atrás de mim.

– Que saco, fiquei longe do Henrique. – será que eles não enjoam um do outro? Eles estão sempre grudados.

– Tadinha da Júlia, ela ficou do outro lado da sala. – eu comentei.

– É, mas tadinha de mim também.

– Como assim tadinha de você? Minha companhia não é boa o suficiente?

– Claro que é Mel, mas ele é meu namorado, é diferente.

Eu revirei os olhos.

– Tá, tá. Mas hein, tenho que conversar com você e com a Júlia na hora do recreio. Só você e a Júlia. – eu enfatizei e a encarei. Como ela e o Henrique eram melhores amigos antes de começarem a namorar, tinham essa maldita mania de contar tudo um pro outro.

– Que saco essa professora. Por que ela não podia simplesmente fazer o croqui na cabeça dela? Que falta de criatividade.

– É, e ainda deixou os mais conversadores juntos. Como vou prestar atenção na aula desse jeito?

– Pelo menos a gente não ta na primeira fileira que nem o Eduardo. É horrível ficar na cara dos professores, nem dá pra se distrair.

– É, e eles ainda cospem na tua cara.

No recreio, eu levei a Ju e a Mi para o lugar mais afastado do pátio. Só para garantir.

– Então, o que você vai contar que tá fazendo esse mistério todo? – a Júlia perguntou.

– Ontem o Eduardo foi lá em casa...

– Hmm. – a Milena me interrompeu. – Vocês ficaram, né? Sabia que isso ia acontecer.

– Não, escuta. Ele foi me ajudar a estudar e eu não consegui me concentrar direito, a única coisa que se passava na minha cabeça naquele momento era como ele é bonito e cheiroso. E quando ele falava...

– Sabia que você gostava dele. – a Ju comentou.

– Então, eu me senti muito enciumada quando ele estava ficando com a tal da Gabriele lá na praia. E teve uma hora que ele me abraçou... Minhas pernas tremeram e faz um tempo que eu sinto o meu coração acelerar quando estou perto dele. – continuei, ignorando o comentário dela. – E sim, eu estou apaixonada por ele.

– Que bom, agora a gente pode sair em casal. – a Milena falou animada.

– É, mas ele não gosta de mim.



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Notas finais do capítulo

Comentários?
A gente editou o último capítulo, para que não tiver tempo para ler o Eduardo fez uma visita ao pai dele depois do inglês.

P.S.: nós não temos nada contra as séries e os filmes mencionados. inclusive assistimos a todos.



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