Sempre Ao Seu Lado escrita por Mahchan, maiteleme2


Capítulo 8
Capítulo 8 - Eduardo


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, mas estamos sem tempo porque vamos prestar vestibular no meio do ano. Obrigada pelos comentários no último capítulo:)



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O que a Mel tem na cabeça? Como ela pôde pintar metade do cabelo de rosa? E ainda por cima rosa choque!

- Como assim que porra eu fiz no meu cabelo? Você não gostou Eduardo? – ela me encarou franzindo a testa.

Vixe, me chamou de Eduardo, lá vem bronca.

- Não é isso Mel, é só que ficou... diferente. – não sabia se isso iria consertar a situação, mas pelo menos tentei.

- Diferente como? – questionou ainda mais irritada. 

- Diferente... No bom sentido. – disse sorrindo amarelo.

- Trouxe o trabalho pra apresentar hoje Du? – o Henrique me chamou da carteira ao lado. Ufa, me salvou da fúria da Melissa.

- Peraí, que trabalho é esse? – sabia que tinha esquecido algo importante quando saí de casa.

- Você não trouxe o trabalho Eduardo? Como assim? Eu pedi pra você imprimir antes do carnaval.

Nossa, sinceramente, a Melissa acha que depois de tudo que aconteceu na praia, eu iria lembrar de um mísero trabalho de português?

- Relaxa Mel, tá no meu pen drive, nós podemos imprimir na hora do intervalo.

- Eu to relaxada tá? – depois que ela disse isso, bufou e virou para a frente.

Revirei os olhos e olhei para o Henrique que estava segurando o riso.

- Mulheres! – ele sussurrou para mim.

[...]

- Henrique, vem comigo até a biblioteca para imprimir o trabalho?

- Claro. – ele olhou para a Milena e falou: - Amor, compra um sanduíche natural de peru pra mim por favor? Eu já te encontro.

Ela apenas acenou com a cabeça e saiu da sala com as sua amigas.

- Hm, amor, todo apaixonadinho esse meu amigo. – eu disse tirando sarro da cara dele.

- Ah, cala a boca. – falou seguindo em frente.

- O que deu na cabeça dessas duas pra pintar o cabelo dessas cores?

- Pois é, eu também não gostei, mas discutir com a Milena é impossível, ela é muito teimosa.

- Nem me fale, a Mel fica brava com tudo.

- E aí, qual é o tema do trabalho de vocês?

- Bom, era pra ser amizade, mas a Melissa... decidiu mudar pra amor. E o de vocês?

- Também, sabe como é, né...

Concordei e segui para o primeiro computador que vi livre. Inseri o pen drive e após imprimir o trabalho, paguei a bibliotecária. Quando vi, o Henrique já tinha sumido. Belo amigo ele é, reclama, mas não consegue ficar longe da namorada.

Estava saindo da biblioteca, quando lembrei que a professora já tinha passado o nome do livro que iria cair na prova de literatura, então dei meia volta e fui à procura do dito cujo. O encontrei junto com o resto dos livros cobrados no vestibular. Entreguei a minha carteirinha para a bibliotecária  assinar e sai do local. Olhei para o relógio e como faltavam apenas 5 minutos para a próxima aula, voltei para a sala.

Assim que a Mel entrou, veio correndo perguntar se eu tinha imprimido o trabalho. Eu acenei com a cabeça confirmando e nós esperamos até o meu nome ser chamado. A professora fazia as apresentações conforme a ordem alfabética da chamada.

Fomos o quarto grupo e eu e a Mel nos revesamos na hora da leitura do poema. Cada um de nós leu uma estrofe. Era para ser decorado, mas com a viagem, acabamos esquecendo tudo.

- Que lindo o poema de vocês. Quem é o autor? – a professora perguntou.

- Ah, a gente pegou num site e estava em anônimo. – Como a pesquisa era toda da Mel, eu não sabia nada sobre ele.

- Obrigada, podem se sentar. O próximo grupo é da Elisa.

Enquanto estava sentando na minha cadeira, ouvi a Milena comentar com a Mel:

- Nossa, que poema lindo!

Fiquei jogando no meu celular o resto da aula, eu não gostava de poemas e muito menos de português, não estava nem um pouco afim de prestar atenção. Quando acabou a aula, fui para casa de bicicleta. Ultimamente minha mãe nunca tem tempo pra me buscar. A Marlene tinha preparado a comida, então engoli tudo rapidamente e fui tomar um banho. Assim que terminei, me arrumei e fui para o curso de inglês.

Como o trajeto de ônibus demorava uns 10 minutos e eu estava sem bateria no celular, decidi começar a ler O Bom Crioulo. Quando tirei o livro da mochila, vi que na capa tinha um símbolo escrito “Literatura Erótica”, então decidi guardá-lo novamente e deixar para ler outro dia em casa.

- Daê cara, beleza? – o André me cumprimentou assim que entrei na sala de aula.

-   To bem e você? 

- Tudo bem comigo.

Quando íamos embarcar numa conversa, o professor entrou. Como era primeiro dia, ele estava se apresentando à todos nós, mas foi interrompido por uma batida na porta.

- Com licença. – disse uma menina de voz suave.

Virei minha cabeça na direção dela e reparei que era muito bonita. Seus cabelos eram pretos, ondulados e iam até o meio das costas, seus olhos eram grandes e castanho-escuros. Seus lábios eram carnudos e vermelhos. Seu nariz era pequeno e levemente arrebitado.

  Ela se dirigiu até a carteira ao lado da minha e se sentou com a cabeça baixa. Suas bochechas estavam rosadas.

- Agora eu irei passar uma folha com perguntas para vocês conhecerem os seus colegas. Junte-se à pessoa que está do seu lado esquerdo.

Depois de todos receberem, eu me virei para a menina nova e comecei as perguntas. Descobri que seu nome é Isabele e ela tem 15 anos. Tinha também outras perguntas inúteis no questionário como seu animal e sua cor favorita.

Antes de ir embora, me virei para olhá-la. Ela estava guardando seu material na bolsa e sua franja caiu lentamente sobre o seu rosto. Isabele jogou para trás com cuidado e deu uma mexida no cabelo.

- Eduardo, limpa a baba que já tá no queixo.

- Cala a boca. Tá afim de ir no shopping comer alguma coisa?

- Pode ser.

Quando chegamos lá, fomos pedir nossa comida no Burguer King.

- Olha lá, não é o Lucas se agarrando com uma menina? Como ele foi arranjar uma guria tão bonita?

- Pois é, não sei o que veem nele, até a Mel ficou com ele.

[...]

Quando entrei no ônibus para ir até a casa do meu pai, encontrei a menina linda do inglês. Ela estava com fone de ouvido, mas mesmo assim, fiquei em pé ao lado do banco onde estava sentada.

- Quer que eu segure sua mochila? – ela disse tirando um dos fones para ouvir minha resposta.

- Obrigado. – entreguei para ela.

- Ei, você não é o menino da minha sala de inglês?

Achei que ela já tinha reparado e que era por isso que começou a falar comigo.

- Sou sim e você é a... Isabele não é?

- Sim. – ela colocou seu fone de novo e eu entendi como um “não quero conversa.”

Observei que ela desceu um ponto antes do meu. Como não tinha visto uma menina tão bonita morando perto do meu pai? Desci e fui até o prédio, apertei o botão da portaria e como o porteiro já me conhecia logo entrei. O elevador parou no 11º andar e a Marisa (minha madrasta) abriu a porta pra mim.

- Oi Eduardo, tudo bem com você? Como estão as coisas na escola?

- Oi, tá tudo bem. – disse colocando minha mochila no sofá. – Dae campeão. – deu um oi pro meu irmão.

- Dudu. – ele veio correndo me abraçar.

- O Antônio já ligou pra sua mãe e avisou que você vai jantar conosco hoje. Eu vou ali na cozinha terminar de cozinhar. – a Marisa disse para mim.

Ainda bem que meu pai já tinha resolvido isso, eu tinha esquecido de avisar minha mãe. Sentei-me ao lado do Pedro e peguei um controle do Play Station.

- Quer jogar comigo mano? – ele tinha me dado esse apelido desde quando era bem pequeno.

- Pode ser.

Deixei ele ganhar a primeira partida, mas depois peguei pesado. Como ele odiava perder, pulou em cima de mim e começou a me bater. Eu desviava e fazia cócegas nele ao mesmo tempo.

- Pedro. – a Marisa gritou da porta. – Eu já disse pra você não bater nas pessoas, principalmente no seu irmão.

- Tá bom mãe. – ele disse e sentou emburrado no sofá.

Nessa hora a porta abriu e o meu pai entrou em casa de terno com a sua maleta. Largou em cima do sofá do lado da minha mochila e veio nos cumprimentar.

- Oi filho, tudo bem? – ele perguntou para mim.

- Beleza pai.

Enquanto nós conversávamos, meu pai pegou o Pedro e o colocou no ombro. Ele estava tentando escalar nas pernas do meu pai desde que ele tinha chegado em casa.

- Hm, que cheiro bom. – meu pai disse indo para a cozinha. – O que tem para o jantar Marisa? – ouvi ele perguntando ao longe.

Meu irmão veio correndo de lá de dentro e pegou na minha mão.

- Vem cá. – ele disse me puxando para o quarto. – Olha o que eu desenhei pra você.

     Olhei para a folha de papel. Nela estava desenhada a nossa família. Eu, meu pai, a Marisa e o Pedro.

- Que bonito. Parabéns.

- Obrigado. Eu quero desenhar que nem você quando crescer.

- Você vai ser muito melhor que eu.

- Eduardo, vem ajudar a Marisa com a mesa. – ouvi meu pai me chamando.

- To indo. – fui até a porta e disse para o meu irmão: - Eu já volto tá?

Que saco, eu quase nunca venho pra cá e quando venho, tenho que ajudar com tudo. Por que o meu pai não levanta a bunda gorda do sofá e vai ajudar ela também? Só porque ele fica o dia inteiro sentado atrás de uma mesa não significa que não tem que fazer nada em casa.

- Leva esses pra sala por favor. – a Marisa disse, me entregando pratos e talheres.

Após eu organizar tudo, o Pedro trouxe todo feliz um copo de plástico.

- Olha Dudu, eu to ajudando também. – ele me olhou e sorriu.

- É, obrigado Pedro. – eu disse e baguncei o cabelo dele.

Peguei o resto dos copos na cozinha, enquanto ele trouxe os guardanapos. Logo em seguida, a Marisa colocou a comida na mesa e todos nos sentamos.

- E aí filho, já teve alguma prova na escola?

- Não, a primeira vai ser de matemática nessa quinta. – disse me servindo.

- E você tá estudando? E pro vestibular? Já começou a ler os livros que precisa?

- Aham, to estudando sim. Eu peguei o primeiro livro hoje, mas ainda não li.

Comi uma colher de arroz com carne.

- Qual o título? – dessa vez a Marisa perguntou. Ela é formada em Letras e dá aula na faculdade, então sempre é interessada em livros.

- O Bom Crioulo.      

- É uma das grandes obras do Naturalismo. – ela comentou.

- Eu to lendo um livro também sabia? – o Pedro comentou, olhando para mim.

- Ah é? Que legal. É sobre o quê? – eu perguntei interessado.

- Um patinho feio.

- Então pai, eu vou tentar o vestibular esse ano só pra ver como é.

- Isso é muito bom filho. Vai tentar pra que curso? Quer seguir os passos do seu pai ou da sua mãe?

- Na verdade de nenhum dos dois. Eu vou tentar Arquitetura.  

Depois que terminamos o jantar, a Marisa levou os pratos para a cozinha e o meu pai e o Pedro foram me levar pra casa. Liguei o rádio no carro e começou a tocar a Galinha Pintadinha.

- Deixa aí, eu gosto dessa música. – meu irmão falou e começou a cantar.

Paramos em frente ao meu prédio e meu pai perguntou:

- Então filho, você quer ir lá pra casa nesse fim de semana? Faz tempo que você não dorme lá.

- Vai sim né irmão? – o Pedro me perguntou e subiu no meu colo.

- Pode ser, vou falar com a minha mãe.

- Daí a gente pode jogar futebol no clube. – meu irmão comentou.

- Tá, vou ver e te aviso até sexta. Tchau.

Peguei o Pedro no colo e dei tchau para o meu pai. Contornei o carro e o prendi de novo na cadeirinha. Subi até o meu apartamento e encontrei a minha mãe assistindo televisão.

- Oi filho. – ela disse quando eu dei um beijo na sua bochecha. – Como estava lá no seu pai? Senta aqui.

Sentei-me ao lado dela e comentei:

- Tava bom mãe. O que você tá vendo na tv?

- The Biggest Loser. E a Marisa? Como ela está?

- Ela tá bem também.

- Como foi o primeiro dia de aula no inglês?

- Foi legal, conheci uma menina nova.

- Ela é bonita?

- Aham. Mãe, eu to cansado, vou deitar. – eu mudei de assunto, antes que ela perguntasse mais coisas. Não gostava de falar sobre meninas com a minha mãe, era constrangedor.

- Tá, boa noite filho. – ela me deu um beijo na bochecha.

- Boa noite. – eu disse e fui até o meu quarto. Me troquei e depois fui dormir.  


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Notas finais do capítulo

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