Complicated escrita por Cathy


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEE QUE SAUDADES DAS MINHAS PAÇOQUINHAAS
minha semana foi ressumida em: livros
é psé #choremos
Eu consegui alguns minutinhos para dar uma passada pela internet e aproveitei para ir escrevendo alguns trechos, então decidi que vou fazer assim: durante a semana vou escrevendo ai finais de semana eu reviso e posto (isso valendo para as duas fics) beleza?
Eu tentei compensar o máximo vocês pelo atraso, então chega de enrolação, nos vemos lá em baixo



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– CALA A BOCA – gritei encolhida na parede da sala e ele parou repentinamente e me encarou.


–- O que você disse?! – A fúria em seus olhos era evidente; eu senti medo.

– Por favor, chega! Eu já entendi: a culpa dela ter ido embora é minha, ela não me amava. Entendo que sou um fardo para você, entendo que você não me quer, mas, por favor, PARE DE FALAR! – Eu desabei enquanto ele me encara ainda sério, mas o fogo em seus olhos mudou: de fúria foi para... Desejo?

– Minha querida, mas é claro que eu quero você! Como não querer esse rostinho lindo? – Ele disse se aproximando mais de mim e se agachou ao meu lado enquanto acariciava minha bochecha.


Seus dedos percorriam minha bochecha calmamente e fechei meu olhos enquanto tentava prender os soluço em mim, porém as lágrimas corriam soltas. Ele me chamava de fardo, dizia que eu devia ter ido no lugar dela e de repente... De repente eu pensei que talvez eu pudesse ter um pai.



– Não chore linda. Você é especial demais para sofrer. Eu não vou te fazer sofrer, acredite em mim, a única coisa que quero é te fazer feliz... – Então o encarei e ele mantinha um sorriso acolhedor em seus olhos, pelo menos foi isso que a inocência em mim compreendeu: afeto.



Mas o curto momento de carinho durou pouco e eu não entendi quando seus lábios estavam nos meus.




Acordei assustada e desnorteada, minha cabeça doía e eu estava um pouco tonta. Olhei ao redor tentando espantar aquele pesadelo e percebi que estava no meu quarto e o lençol ao no chão ao lado da cama. Sozinha.



Levantei apressada e tropeçando no lençol até alcançar meu armário onde abri uma das gavetas e peguei uma das pílulas de cor estranha que eu comprei há um tempo naquele boteco sujo no final da minha rua. Sei que não devia toma-lo agora – nem nunca-, mas ele é o que surte efeito mais rapidamente em situações de emergência como essa. Saí do quarto e fui até a cozinha, e acendendo todas as luzes pelo caminho, afinal essa sensação de angústia não me permitia ficar na escuridão agora; enchi um copo d’água, e o tomei de uma só vez junto com a pílula. Sentei numas das cadeiras azuis da cozinha e deitei a cabeça no tampo da mesa. Aquilo não estava certo; Ele nos meus sonhos, em minha mente, era algo que eu precisava evitar ao máximo e era isso que vinha fazendo a quatro anos quando vim para esta cidade, mas esta noite alguma parte remota do meu cérebro que ainda se lembrava do rosto dele resolveu que ele seria um bom protagonista para um pesadelo.

Na verdade eu não discordava com meu cérebro.

Levantei afobada da mesa, precisava de algo que neutralizasse qualquer pensamento racional meu e a pílula ainda não havia feito efeito. Peguei o copo que há pouco usei para tomar água e fui em direção ao minibar que mantinha em casa e peguei a primeira garrafa que alcancei e virei o conteúdo dentro do copo. Bebi tudo de uma vez e pus a garrafa no lugar depois de encher o copo mais uma vez.

Não me surpreendi quando algumas poucas lágrimas molharam minha bochecha; eu não gostava disso, não gostava de parecer uma bêbada desgarrada que tinha sérios problemas psicológicos e que precisava da pena e compaixão das pessoas – mesmo que isso fosse algo de achar na humanidade atualmente – porém eu não tinha escolha, oque eu poderia fazer? Eu não sou suicida e gosto da minha vida, o problema é minha mente, minhas lembranças. Se eu pudesse simplesmente tacar água oxigenada na parte do meu cérebro onde tudo o que eu tento esquecer está arquivada tenho certeza que seria a pessoa mais feliz do mundo, mas o pior de tudo é que eu estou presa a um paradoxo: eu quero esquecer, mas as vezes sinto como se não pudesse, mesmo que ele não merecesse esse título, ele ainda é meu pai, e enquanto nossa mãe estava viva, mesmo não recordando, sinto que ele me amava.

O problema começou quando ela faleceu.

Eu tinha cerca de quatro ou cinco anos e recordo muito bem das semanas em que meu pai ficou trancado no quarto e eu tinha que levar água e comida para ele caso contrário ele morreria desnutrido, quando eu tive que aprender a lidar com dinheiro para ir ao mercado comprar ao menos o necessário. Depois de um mês ele saiu do quarto e aquele não era mais meu pai, não aquele homem com barba comprida e olhos sem vida que me olhava com desprezo.

Eu tentei fazê-lo voltar a falar comigo, ou ao menos me dar algum tipo de atenção, mas o máximo que ele fazia era andar resmungando por ai que a culpa disso tudo era minha, que se eu não tivesse ido naquele maldito parque minha mãe ainda estaria ali. Escutar aquilo ao cinco anos saído da boca do meu pai foi algo que considerei verdadeiro, e hoje confesso que ainda acho que é, de tantas foram as repetidas vezes em que ele frisava isso.


Não sei em que parte dos pensamentos tumultuados eu peguei no sono, mas quando abri meus olhos já era de manhã.



***



– Alô? Nathan?


– Não, é o Jason – A voz do ser mais detestável do mundo no outro lado da linha me vez ficar um pouco mais alerta – O Nathan foi na Agnes terminar de preparar as coisas para a sessão – “Agnes” era como Nathan chamava a firma de fotografia dele, o motivo: esse era o nome da mãe dele.

– Ahh – Murmurei desconcertada – Obrigada Jason, mas sabe que horas ele volta?

– Quem diria que Lucy sabia ser comportada, bem, pelo menos quando é algo que lhe interessa – revirei os olhos, mas esperei ele terminar – Ele avisou que ia chegar tarde hoje docinho, mas se estiver muito desesperada ele vai a Quinta Avenida as quatro fazer a sessão.

– Não me chame de docinho animal – Ouvi uma risada de escárnio do outro lado da linha – Mas obrigada mesmo assim.

– De nada, docinho – E então a linha ficou muda.


Reprimindo todos os palavrões que desejava dizer a Jason fui em direção ao relógio da cozinha verificar as horas, eram duas e meia, suspirei alto. Ontem a noite havia sido horrível, acordei de manhã largada no chão ao lado do minibar com a boca ressecada e a cabeça girando, meu cérebro parecia estar frito, porém sei exatamente o porquê disso tudo, só não quero lembrar.


Saí de casa e fui em direção a padaria duas casas de distância da minha, comprei dois bolinhos e um copo de suco, paguei ao senhor que aparentava ter cinquenta anos e fui em direção ao parque de diversões do meu bairro. Eu gostava de ir à roda gigante e quando a cabine parava lá em cima eu olhava para frente e parecia que estava voando, e esse sim era um bom momento para pensar na vida, nas coisas, em nada e em tudo. Enfrentei a fila de cinco pessoas e então era minha vez, descartei o copo de plástico do suco que havia tomado e sentei na cabine vermelha: minha cor preferida.

Quando demos a segunda volta, a menina de uns dezoito anos no mínimo, que cuidava do brinquedo, perguntou quem gostaria de sair e acabou que só eu sobrei no brinquedo. Ela o ligou novamente e logo eu estava parada no céu encarando as nuvens que estavam espalhadas cuidadosamente pelo azul do céu; Dessa vez optei por não pensar em nada.


– Hã, senhora preciso desliga o brinquedo... – Quando abri meus olhos a mesma menina que cuidava da roda gigante me olhava com uma certa preocupação nos olhos castanhos e eu desci do brinquedo.



Não, não havia dormido, mas pareceu com se estivesse em transe, como se problemas não existissem ou como se eu pudesse enfrenta-los a qualquer hora. Saí do parque com um pequeno sorriso os lábios e quando olhei as horas no celular percebi que já eram três e quarenta, e como a Quinta Avenida não ficava muito longe daqui resolvi ir a pé dessa vez e abri mais um pouco o sorriso: não parecia que há quase quarto meses atrás eu estava indo para o mesmo lugar me encontrar com alguém que eu viria a descobrir ser uma das pessoas mais incríveis do mundo. Mesmo que não merecesse nem um por cento da amizade de Nathan, ele me faz bem demais para eu simplesmente dizer para que se afaste. Meu único medo no meio disso tudo é que eu acabe magoando-o.



– Nathan?! – Perguntei ao ser em questão quando parei em frente a uma “balada” montada no meio da Quinta Avenida.


– Lucy! Não sabia que você viria! – Ele me abraçou.


Nathan vinha falando dessa sessão fotográfica havia algumas semanas e eu ficava feliz por ele já que, segundo o mesmo, era uma grande oportunidade para sua empresa; fotografar modelos para a revista mais importante do estado: a Mode.



– Mas como você sabia que eu estaria aqui? – Ele perguntou enquanto me conduzia pelas modelos, que por sinal eram lindas; me senti desconcertada.


– Liguei para sua casa mais cedo e Jason me disse – murmurei enquanto passávamos por uma modelo loira com cabelos ondulados até a cintura e incríveis olhos verdes penetrantes e me encolhi mais um pouco.


Eu estava me sentida deslocada por simplesmente estar rodeada de meninas e mulheres totalmente estonteantes enquanto eu trajava simples jeans e camisetas; elas faziam-me sentir horrível, tanto por dentro quanto por fora. A loira pela qual passamos agora a pouco terminava de ajeitar o vestido vinho tomara que caia justo sem eu corpo e eu me senti uma batata.



– Então, o que achou? – Nathan interrompeu meus pensamentos de autocrítica quando paramos em frente ao que eu deduzir ser o cenário principal que ele usaria.


– Está lindo Nathan! Nem dá para acreditar que foi sua ideia! – Eu ri mostrando que era brincadeira e ele me deu um empurrãozinho com o ombro.

Mas de fato estava maravilhoso: ele conseguiu transformar um pequeno parque em uma réplica exata de uma balada movimentada. Se não fosse pelos refletores e pela equipe de iluminação e maquiadores, poderia-se jurar que realmente estávamos de fato num pub.


– Obrigada pelo elogio – Ele riu ao meu lado mais uma vez e passou seu braço por cima de meus ombros – Mas acho que realmente devo te agradecer, esse cenário foi inspirado na noite em que você me chamou para sair... – Eu estava desconcertada por ele ter inspirado um dos maiores trabalhos de sua carreira em mim.


– Sério que você ainda lembra daquilo? – Ri fazendo uma careta para disfarçar.

– Como esquecer! Aquela noite foi incrível... – Ele disse ao pé da minha orelha e eu revirei os olhos.

– Eu estava me referindo à parte em que eu te chamei para sair.

– Isso também seria difícil de esquecer, você ficava muda por tanto tempo que chegava a ser engraçado – Ele riu e eu o acompanhei – Mas devo dizer que eu realmente não esperava que você me ligasse.

– E porque não? – A essa altura eu o acompanhava até a mesa onde estavam alguns equipamentos.

– Porque você não parecia o tipo de garota que dá o braço a torcer – Ele respondeu pegando uma das câmeras – E ainda não é – Finalizou me dando um rápido selinho o que fez com que eu abaixasse o olhar.


Quando olhei para frente ele já estava agrupando as modelos em suas devidas posições, então puxei uma cadeira para assistir. Nunca tinha o visto trabalhando e percebi que foi uma excelente oportunidade a ser desperdiçada: quando Nathan estava com uma câmera nas mãos era quase irreconhecível, seus olhos assumiam um brilho diferente de todos que eu já vi em seu olhar, ele comandava as modelos e a iluminação como um treinador de futebol experiente faz com os jogadores; dei um sorriso grande ao ver essa cena, porém não me surpreendi com esse ao, com Nathan isso se tornava quase que involuntário.



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Notas finais do capítulo

Foi um cap bem grande haha
aah, autoras da minha vida, eu não esqueci das histórias de vocês ok? amanha vou ler TODAS ^^
Amanha tb deve sair cap em fireproof *todos dançam*
Entonn espero que vocês não tenham me abandonado e até as reviews haha
bjkas amores



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