Dias de Chuva. escrita por an


Capítulo 8
Dragões são feitos de fogo e gelo.


Notas iniciais do capítulo

Obrigado por ler, espero que goste.



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Comecei a ver uma luz bem forte vinda da caverna, era FOGO! Eu e a guardiã corremos e nos protegemos atrás de uma pedras, Luci não conseguiu se proteger.

─ LOOP, LOOP! ─ gritei insanamente, enquanto pensava comigo mesmo no porquê de todos morrerem a minha volta. – “Droga, eles estão vindo! Preciso fugir o mais depressa possível, porém não posso deixar Loop aqui no chão, levá-la-ei comigo”.

Um corredor escuro. Comecei a correr e o mesmo parecia não ter fim. Meu coração disparou e uma necessidade cresceu em mim. Preciso vê-lo; ver Pierre. Essa necessidade deve ser por que ele pode nos tirar daqui.

*algumas horas atrás*

─ Não vou comer comida japonesa – disse. No momento poderia ser chamado de rabugento.

─ Você tem muita frescura para um forasteiro ─ disse Loop. Não entendo por que ela insiste em falar desta maneira.

Fui interrompido por uma dor repentina e insuportável no meu peito, formigamento e um aperto na garganta.

Um infarto? Não, não é possível. Abruptamente, estava ao chão.

(▲)

Assim que abri meus olhos me deparei com a calma do lugar que, logo foi interrompido pela garota de olhos cinzas.

─ Ficou assim por vinte minutos, eu contei. ─ nem foi preciso perguntar.

─ Isso é muito estranhos. – analisei rapidamente meu corpo – Mas o que aconteceu?

─ É seu coração de diamante, suponho ─ disse Loop. Suponho? Ela parecia ter certeza, aliás eu tenho certeza.

─ Já sei o que farei... Ligarei para o Tales, creio que ele poderá me explicar algumas coisas.

─ E quem é esse? Seu namoradinho? ─ perguntou.

“Curiosa essa Loop” ─ pensei.

Apesar de sentir que ela estará comigo em todos os momentos de lutar, eu não a conheço e ela pode chegar a ser uma ameaça para mim. Mas preciso levar em conta que ela me salvou.

─ Não! Ele é um amigo. – e Loop começou a falar, quase não deu tempo de terminar minha frase.

─ Sou Lúcifer Leone, prazer. – disse, enquanto estendia a mão.

Lúcifer? No que isto está se tornando? Por que ela me disse isso agora? Logo na hora que estava pensando em quem ela poderia ser, só pode ser uma incrível coincidência.

─ Porque está falando isso? Você acabou de falar que não me conhecia. Estou me apresentando. Máxima.

─ Eu não disse. Estava apenas pensando.

─ Nora era como eu, não é mesmo?

“Do que ela está falando?” ─ pensei.

─ Nora? ─ disse, completamente confuso.

─ Você consegue liberar pensamentos para as pessoas a sua volta.

─ E como você sabe disso e eu não? E outra, por que você falou da Nora?

─ Porque eu também sou assim.

Estou ficando muito confuso. Tentei organizar meus pensamentos, mas não foi possível.

─ Como isso aconteceu comigo? E se você for como eu, por que eu não escuto seus pensamentos?

─ Pelo simples fato de eu controlar isso. ─ revelou.

“Então foi por isso que a Nora sabia me responder antes mesmo de fazer qualquer pergunta a ela.” – pensei.

─ Meus pais eram telepatas, acho que herdei isso deles.

─ E eles eram masoquistas também. Desculpe-me, apareceu em sua mente. – disse a garota.

─ Não quero você lendo meus pensamentos ─ disse frustrado. Os olhos cinzas dela me fazia não querer brigar. ─ Aliá... ─ Fui interrompido pela dor de antes, dessa vez mais forte do que a anterior. ─ Precisamos urgente de ajuda.

Sem mais delongas, viajamos direto a casa de Tales, localizada no Rio de Janeiro. O garoto de cabelos tão negros quanto os olhos nos esperava, pois havia avisado antes. Conheço Tales já faz um bom tempo. Foi em uma guerra no deserto que nos conhecemos, éramos parceiros.

*Flashback*

Tudo que ouço é o barulho das automáticas.

─ Vamos Tales... Mate esse dragão.

─ Assim é impossível. Dê-me uma espada e verás o que faço.

Por essas e por outras, sempre carrego uma espada comigo.

─ Hoje é seu dia de sorte, irá mostrar o que pode fazer – disse.

Tales me olhou com bravura após pegar a espada que eu havia jogado. Saio correndo, pulou nas asas do dragão, fincou a espada no mesmo. Não foi o suficiente para mata-lo, o dragão ainda estava no ar quando o garoto de olhos negos chegou até a cabeça do mesmo e..

─ Acho que hoje é seu dia de sorte ─ disse com um tom de superioridade, fazendo questão de enfatizar bem o ‘seu’.

*Flashback fim*

─ Você dever ser a Loop. Prazer meu nome é Tales. ─ disse num tom baixo.

─ Olá. Você parece um perito.

─ É por isso que vocês estão aqui.

Mas o que é que eles estão dizendo?

─ Podemos agir? – disse.

─ Claro. Loop, já que você é nova aqui, saiba que está aqui porque seu amigo não sabe o que fazer e eu sou como uma página de pesquisa para ele.

─ Enfim... ─ completei.

─ Você está sofrendo uma mutação, e você poderá se matar e matar toda a humanidade se não fizer algo.

Ele falou isso com tanta calma, que parecia não liga.

─ E por que me diz isso tão calmo?

─ Pelo simples fato de parecer divertido. Se sobrar pelo menos meio milhão de pessoas, está ótimo.

É mesmo difícil de conversa com um luminoso.

─ O que devemos fazer para que ele sobreviva? – a garota parecia realmente preocupada.

─ O coração dele tem que estar completo.

─ Como assim “completo”?

─ Ele precisa fazer com que o coração vire diamante. Infelizmente não é simples e ainda tem uma coisa que você não vai gosta...

─ Pensei que já tinha o coração de diamante. Para que tanto mistério? Diga logo.

─ Após algum tempo com o coração de diamante ele se desintegrara e ficara normal. Você irá ser normal como as outras pessoas.

– A minha vida se resume ao meu coração. Sabe disso. Gosto desta diferença, gosto de não ser como os outros.

– Não é minha culpa. Ou você consegue tudo que você precisa, ou irá morrer.

– Diga o que ele precisa e eu irei buscar.

Pelo visto Loop quer me ajudar de verdade.

– Obrigado, mas prefiro morrer a ser normal.

– Por tudo que você já viveu, jamais será normal. – disse Luci. Ela estava certa, na verdade não aguentava mais essa dor. Não é um modo digno de morrer.

– Está bem... Vocês precisam de quatro corações a mais. Apenas os absorva.

– Mas como farei? E que corações? ─ Indaguei aceleradamente. ─ “Tudo está acontecendo tão rápido”.

– Coloque a mão sobre o coração e se concentre na energia dele – “Fácil”, pensei eu, mas foi um fácil tão irônico quanto o de Nora. – Coração de dragão, lobo, morte e o coração do verdadeiro amor. Assim você viverá.

– Legal, com certeza irei morrer.

– Olha só... Quando a Bird trousse os três de volta os corações ficaram novos como o dia.

– O que? – acho que precisarei de um dicionário para continuar a conversa com Luci.

– Ainda podemos pegar os corações deles.

– Só irmos até o arranha-céu, é aqui perto – disse, mas dessa vez falei com um tom de esperança.

– Tem uma falha no plano de vocês... – disse Tales, deixando a frase no ar.

Sabia que estava tudo muito simples.

– Você só tem 72 horas para conseguir tudo.

– Só pode estar brincando! Lembra-se da nossa revolução? Não existe mais Feyéball por aqui.

– Mas no Alaska sim!

Ótimo, vou morrer no caminho.

– Eu tenho um plano: eu vou até o prédio, pegou os corpos e os levo para o Alaska. Assim você vai direto conseguir o coração.

– Não vai dar tempo – disse. ─ “Acho que essas missões suicidas me perseguem”.

– Eu e Pierre temos um brinquedinho.

Pierre é o suposto namorado dele. Desde que cheguei estava sentindo a ausência dele.

– Afinal... Onde ele está?

– Ele sabia que vocês viam e foi buscar nosso brinquedinho. Quantas perguntas, Peter.

– O tempo está passando... Vamos logo com isso. – disse, preocupando-me com minha saúde. De repente senti a ausência de mais uma pessoa... Luci.

– Ei, adorei aquela nave lá fora e... Quem é aquele cara de costas largas, cheio de graxa? – disse enquanto mordia os lábios. Parecia uma adolescente.

Nem me preocupei em saber onde ela se meteu. Do subsolo direto ao terraço. Eles realmente tinham um brinquedo bem legal, uma nave gigantesca, com propulsores gigantescos. Acho que vamos conseguir.

─ Isso levará vocês ao Alaska em menos de dois dias. Entre logo, por favor – disse Pierre, que nunca foi de conversar muito.

Ao subir a escada de ferro da nave percebi uma garota com capuz verde, não conseguia ver o rosto dela, na verdade nem sabia se era uma garota... Sentei-me na ponta do “banco”. Então Luci encostou-se a mim...

– Ela é uma guardiã – sussurrou.

– E como você sabe disso? – sussurrei.

– Porque, assim como Pierre, eu sei das coisas.

– Então, definitivamente você é telepata? Legal. – ironizei, me sentindo muito inútil.

– Prontos? – Apenas o fitamos e balançamos a cabeça. A suposta guardiã não disse absolutamente nada.

Era simples, descer no ninho de dragão e matar apenas um sem que os outros milhares acordem. Conseguir o coração de lobo, isso será bem mais fácil.

– Preste atenção, a guardiã ira com vocês. Deixarei vocês aqui e voltarei para buscá-los. Vocês têm um dia para conseguir tudo, mais que isso e Peter não sobreviverá.

Chegou a hora de mais uma batalha. Pulamos da nave direto no ninho dos dragões. Uma nova batalha estava por vir. A guardiã será de grande ajuda, afinal, ela nasceu para matar e para proteger. Como diz a lenda. Centímetros antes de chegarmos ao chão, pensei comigo mesmo: “Um dragão é algo muito poderoso. Fogo e gelo, disso eles são feitos. Se fizermos algo muito brusco morreremos rápido. Vale a pena morrer por uma causa.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, fico muito feliz.