O Improvável Não É Impossível escrita por Mrs Lelê


Capítulo 27
Horace


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Desculpa pela demora!!! Na verdade este capítulo só saiu hoje porque recebi um MP super fofa dizendo para eu postar o próximo. Aí eu decidi tomar vergonha na cara e postar!
Ah, e reparam em alguma mudança? Começa com "r" e termina com "ecomendação". Pois é!!! Uma recomendação!!! :D dá para acreditar??Então, apesar de já ter agradecido à fofa da Dríada, eu vou agradecer mais uma vez. OBRIGADA!! Este cap é dedicado a vc!! ^_^ :D :)



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Will estava sobre a colina. Um lugar alto e privilegiado que poderia dar-lhe uma maravilhosa visão da batalha se não fosse pela escuridão que a fina faixa de luz que ia aumentando lentamente no horizonte ainda não dava conta de cobrir completamente. Levantou o braço, pegou uma flecha da aljava, mirou e atirou, em seguida sua mira caiu estatelada no chão. O arqueiro estava de pé, sua capa acompanhando os movimentos dos ventos, seu capuz abaixado para permitir que mire bem. Tinha uma aljava nas costas e uma caída vazia ao seu lado que há pouco tempo tinha estado repleta de flechas, 24 ao todo.

Olhou para a direita novamente. Andava se virando de tempo em tempo para se certificar de que seu ex mentor continuava de pé e vivo na colina ao lado. E como das outras vezes, encontrou uma sombra, com a capa se movendo e levantando, cada vez que a brisa quase constante ganhava força. Cada vez que isso acontecia, ele repetia para si mesmo que Halt era totalmente capaz de se cuidar, e ele não duvidava disso, mas uma voz interior continuava lhe dizendo para se virar.

–Mantenha a mente na batalha– disse ele respirando fundo e afastando esses pensamentos. Pegou outra flecha da aljava, mirou num homem e atirou.

Na verdade a situação estava bem controlada, o exército estava avançando cada vez mais e obrigando o inimigo a recuar, em direção ao acampamento em chamas. E apesar deles terem escolhido um lugar com uma boa defesa e de difícil acesso, a parede de pedra do outro lado, deixava o inimigo encurralado, e era isso que Halt e Will queriam.

“O exército foi bem treinado”, pensou quando viu que a fresta que os homens de Salter tinham aberto no seu exército já tinha sido fechada. Se continuassem nesse ritmo, ganhariam. “Espero que Bob esteja bem”.

E continuou atirando. Apesar de estarem ganhando, nunca há necessidade de sacrificar a vida de um homem de seu exército que poderia morrer lutando contra outro, se há a possibilidade de matá-lo com uma flecha. Poupa vidas, poupa famílias...e poupa bebês recém nascidos que vão ficar órfãos se sua mãe morrer no parto.

***

Horace abriu os olhos, piscando para clarear a visão. Perguntava-se onde estava, será que havia morrido? Será que era aí onde os mortos iam parar? Mas logo em seguida reconheceu o teto bege. Ele continuava dentro do acampamento inimigo. Tentou se levantar, mas estava amarrado. “E bem amarrado”, pensou quando fez uma tentativa mal sucedida de se soltar. Olhou ao redor, com a esperança de que Salter houvera esquecido sua espada ali, mas não estava. Tentou então achar alguma coisa, alguma quina de um móvel afiado que pudesse ajudar a cortar a corda de seus pulsos, mas apenas foi recompensado com um chute no estômago de um dos guardas que vigiava a entrada que foi atraído pelos barulho que Horace fazia ao tentar se levantar.

Encolheu-se enquanto voltava a sua respiração normal. Novamente se virou e encarou o teto bege, esperando ansiosamente que uma solução caísse do céu. Mas como era de se esperar, não caiu. Tentava se concentrar ao máximo numa fuga. Não sabia o que havia acontecido no seu subconsciente, mas alguma coisa dentro de si fortaleceu a vontade de superar os medos que havia alimentado antes de desmaiar, o medo de nunca mais poder fazer as coisas que gostava. Foi aí que escutou passos. Concluiu assustado que alguém estava entrando. Seria a pessoa que o mataria? Não. Ele não iria morrer, afirmou.

Ele escutou o som dos passos cada vez mais fortes à medida que se aproximavam. Viu com o canto dos olhos uma sombra, era hora de agir. Chutou com os dois pés amarrados os pés do homem, que caiu. Horace se levantou, não sabia o que fariam em seguida. Se corresse, quer dizer, pulasse, já que seus pés continuavam amarrados, com certeza o guarda que vigiava a entrada o alcançaria, se ficasse, não teria chances de lutar amarrado. Ou teria?

–Mas que droga você pensa que está fazendo? –disse uma voz conhecida e que a esta altura já tinha se levantado e deu-lhe um leve empurrão.

Horace olhou assustado mas abriu um sorriso logo em seguida.

– achou mesmo que ia morrer sem se despedir de mim? –perguntou Letícia fingindo indignação e abrindo um sorriso atirou seus braços por sobre os ombros do cavaleiro.

Horace não respondeu nada, mas internamente se deu conta que há algumas horas ele achava que realmente isso aconteceria. O que só o fez desfrutar mais o abraço, que foi um pouco mais longo que o normal.

–Como você entrou? –perguntou ele já incomodo.

Letícia o soltou e fez um leve movimento com a cabeça mostrando um corte feito com faca na lona bege da barraca.

–Agora vamos antes que alguém descubra a gente. –disse em seguida a garota.

Os dois passaram pelo buraco, um de cada vez.

–Como me encontrou? –sussurrou ele

–Eu não sei se você se lembra, mas eu trabalhava para Salter, eu fazia parte da gangue. É natural que eu saiba onde ele fica. –disse com a voz um pouco fria ao se lembrar disso.

Letícia voltou a caminhar, mas Horace a impediu, puxando-a pelo braço. Um homem de capa cinza tinha acabado de passar.

–Bem sim, mas não estou dizendo isso. –continuou o cavaleiro, seguindo a moça assim que recomeçou a guiá-lo acampamento a fora. –como soube que eu estava aqui, na tenda de Salter?

–Bem, era óbvio não era?

–é, acho que você tem razão.

Letícia parou de caminhar e ficou imóvel, olhando para frente. Horace quase bateu nela, não percebendo que havia parado.

O cavaleiro não perguntou nada, ficou imóvel também. Will havia lhe ensinado que quando achava que o inimigo poderia vê-lo, tinha que ceder a tentação de correr e ficar imóvel. Deduziu que provavelmente Letícia também conhecia essa técnica.

Mas Letícia não havia parado por isso. Não era porque achava que era óbvio que ela havia vindo procurar Horace. Era porque...

–Vamos–disse Letícia afastando o pensamento.

E Horace a seguiu.


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Notas finais do capítulo

E aí? Aliviados? Nervosos? Curiosos?
Fim de semana que vem vai ser praticamente impossível eu postar alguma coisa, mas vamos ver, né? O improvável não é impossível! hahahahaha...hahaha..haha...ha...ok, sempre tem que ter um momento piada sem graça né?
Beijos lindos e não esqueçam de comentar logo abaixo ;)