Você se chama Maria Clara, Maria Clara Passos. Mas prefere que te chamem apenas de Clara. Acha o Maria coisa de velho, mas enfim. Tem 19 anos e mora no Rio de Janeiro. E há uns três meses estava morando sozinha. É baixinha. 1 metro e 60 exatamente. Branquinha dos cabelos bem pretos. Tem um corpo normal, é.

Você faz faculdade de artes cênicas e não vê a hora de se formar.

Quando não está na faculdade, ou estudando. Geralmente você ta na internet. Passa horas no twitter no seu fã clube, que é dedicado a banda “Ctrl C”, é um banda de rock, onde os integrantes são quatro meninos incrivelmente lindos, meu Deus. Mas enfim. Você passa horas no FC e nessa acabou conhecendo muitas pessoas, uma delas é Lucas, nossa o Lucas... O Lucas também é fã da banda, e vocês se conheceram através disso. O Lucas é um moreno, aparentemente não muito alto, cabelos lisos e um sorriso desconcertante. 20 aninhos de pura perfeição. É um príncipe, perfeito mesmo. A não ser pelo fato de morar em São Paulo.

Vocês dois estão sempre conversando, brincando, trocando informações. São realmente amigos. Pelo menos pra ele...

Você ta se apaixonando pelo Lucas. Que merda, não?! Primeiro que ele mora em Sampa, é teu amigo, pode até ter uma namorada lá na terra dele. Que cu.

Mas você guarda isso só pra ti mesmo. Pra ti e pra sua melhor amiga, ÓBVIO.

Numa certa madrugada o Lucas parecia meio bêbado, tava “dando da loca” no twitter. E nisso começou a dizer pra ti coisas e pareciam não fazer sentido.

– Cara tu é a mulher da minha vida – Tuitou Lucas.

Você riu e disse pra que ele parasse com aquilo. Apesar de querer dizer um “Você também é o homem da minha vida”.

Você deixou aquilo pra lá e mandou o Lucas ir dormir. Irritado, ele foi.

No dia seguinte ele veio conversar com você.

– Não acreditou no que eu disse ontem, né?! – Perguntou Lucas.

– No que? Que eu sou a mulher da sua vida? – Você perguntou agoniada.

– Sim!

– Não né, você tava meio bêbado Lucas.

– Eu não tava bêbado não. E estava falando a verdade.

– Me engana que eu gosto.

– Tenho cara de quem mente pra você Clara? Nessa brincadeira de dizer que gosto de você acabei dizendo a verdade.

– Lucas isso não tem graça, acredite!

– Mas não é pra ter graça. Te amo Clarinha. Mas te amo de verdade. Não como amigo ou irmão, te amo te querendo.

Teus olhos brilharam ao ler isso, teu sorrio abriu sem que você percebesse. E reação você não tinha.

– Clara? Ta ai? – Perguntou Lucas assustado.

– To sim Lu.

– Desculpa. Não foi minha intenção te assustar com o que eu disse. Só que ta foda guardar isso já.

– Não poxa, tudo bem.

– É só isso que você tem pra dizer?

– De verdade? Não.

– Então diz o que você tem pra dizer...

– Eu também te amo. Muito. E também não é como amiga e muito menos como irmã. Te amo te querendo, te desejando. Loucamente!

– Jura?! – Perguntou Lucas assustado.

– Juro.

– Posso sair correndo pela rua pelado? Você deixa? (risos).

– Não, eu não deixo (risos).

– Poxa!

– (risos). Larga de ser besta.

Depois dessa conversa tudo mudou. Começou um “mela-mela” do caramba. Amor, mô, bê, vida, vidoca, môzi, pequena, príncipe. Era pouco pra quantidade de apelidos que vocês se deram. O amor de vocês era de invejar. Era de se invejar e era invejado. O que não faltava era gente mal influenciada querendo acabar com o amor de vocês. Mas coisa baixa demais pra acabar com tudo isso.

Sete meses se passaram...