Cego Coração escrita por Aella


Capítulo 2
Segundo Capítulo - Adeus


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou muito feliz com os reviews que esta fanfic está recebendo! Eu achei que ninguém iria ler, por causa do casal. Mas, pra minha felicidade, já tenho sete leitores! *-*
Aqui está o segundo capítulo, aproveitem!



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Naquela manhã, a Kagome acordou com um ótimo humor. A conversa com Sango no dia anterior tinha mexido com ela e, enquanto todos tomavam café da manhã, seus amigos olhavam surpresos para ela, pois fazia muito tempo que não a viam assim.

- Nossa Kagome. Estou feliz em lhe ver assim tão alegre. – O monge disse, mas estava ainda mais feliz porque seu primeiro filho iria nascer em poucos meses.

- Pois é. Acho que estou mesmo alegre hoje, Miroku. – Ela sorriu. – Vou começar do zero. Vou recomeçar minha vida, e quero que a tristeza passe bem longe de mim.

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Naquela tarde, a sacerdotisa convidou o pequeno Shippo para ir colher flores com ela na clareira que existia perto do vilarejo. Como ela estava alegre, ela achou que seria uma boa ideia alegrar sua pequena cabana com flores coloridas. Eles acharam uma boa ideia chamar Inuyasha para ir junto com eles. Não que eles achassem que ele fosse realmente acompanhá-los, mas não custava nada tentar. Ao chegarem perto do poço, encontraram-no no topo da mesma árvore em que sempre ficava.

- Ei Inuyasha! Eu e a Kagome vamos catar flores na clareira. Eu bem que não queria, mas a Kagome insistiu em lhe convidar para ir junto. – O pequeno youkai disse. Como sempre debochando do hanyou.

- Feh. Obrigado pelo convite Shippo. Dá pra perceber que você sentirá uma falta imensa de mim caso eu não for!

- Inuyasha, eu gostaria que você viesse conosco. – Ela disse séria.

Ao ouvir a voz de Kagome, o hanyou pulou da árvore e aterrissou em sua frente.

- Obrigado Kagome, mas eu não quero ir. – Ele sorriu, algo difícil de acontecer. – Na verdade eu quero muito conversar com você sobre algo muito importante. – Os dois se sentaram na grama, um na frente do outro. – Saia daqui Shippo, vai brincar ou sei lá o quê. É uma conversa de adultos.

A mulher sorriu ao ver o Shippo resmungando e se afastando irritado. Inuyasha estava mais parecido com ele mesmo nesta tarde, e isso encheu seu coração de amor.

- Eu andei pensando muito a respeito disso, Kagome, e não é nada fácil para mim porque vocês são meus melhores amigos, vocês são o mais próximo de uma família de verdade que eu já tive. – Ele parou, suspirou e continuou. – Eu vou deixar o vilarejo. Tudo aqui me lembra a Kikyou. Até vo... bem, principalmente você.

Ela processou tudo aquilo. Era óbvio que ela lembrava a Kikyou. Ela não tinha nenhum direito de ficar brava ou triste com ele por falar a verdade, falar o óbvio, algo que nunca tinha passado pela cabeça dela. Ela o entristecia mais do que qualquer outra coisa.

- E para onde você vai?

- Eu não sei. Eu não quero morar em nenhum lugar. Eu quero andar pelo mundo! Andar e andar, não tendo tempo para pensar nem para lembrar. – Ela concordou com a cabeça, não concordando com a ideia do hanyou, mas o apoiando mesmo assim. – Dói muito ir embora. Mas dói ainda mais ficar. Por favor, entenda.

- Eu entendo sim, Inuyasha. Já faz tempo que, quando olho em seus olhos, eles estão foscos, sem vida, sem alegria. – Ela pegou sua mão. – Mas agora eu vi um pouquinho de luz voltar a brilhar dentro deles.

Ele a abraçou. Abraçou a melhor amiga que ele já teve. A melhor amiga que ele sempre teria. Ele sentiria muita falta dela, mas ele sabia que só estava a machucando. Seria melhor para ela viver sem ele por perto.

- Adeus Kagome. Diga pro pessoal que eu sentirei saudades, mas que nunca os esquecerei, nem os momentos felizes que passamos juntos. – O Inuyasha beijou sua testa enquanto algumas lágrimas silenciosas escapavam dos olhos da moça. Em um piscar de olhos, o hanyou já tinha desaparecido entre as árvores.

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Kagome e Shippo continuaram seu caminho até a clareira, pois ela achava melhor dar a notícia durante o jantar.

- Ei, Kagome, porque o Inuyasha queria tanto falar a sós com você? – O kitsune perguntou, curioso como sempre. – Ele sempre me deixa de lado e nunca me conta os segredos! Isso me irrita muito sabia?

Ela riu e se abaixou para pegar umas flores azuis que cresciam ali.

- Bem Shippo, ao contrário da maioria das vezes, dessa vez o Inuyasha tinha razão em te manter excluído. Ele tomou uma decisão extremamente importante, que vai mudar sua vida, e ele pediu para eu avisar você e os outros.

- O que é Kagome, me fala? Você não vai esconder as coisas de mim que nem ele faz, não é? – Ele perguntou com uma carinha triste.

- Fique tranqüilo Shippo. Hoje à noite, enquanto jantamos, eu conto a todos.

Ele continuou reclamando, mas ela não iria contar nada ainda. Eles colheram várias flores e, quando eles se preparavam para ir embora, eles ouviram um barulho alto e assustador. O som de um tornado.

- N-Não tenha medo K-Kagome! Eu l-lhe p-protejo!

Assim que o pequeno Shippo acabou de dizer essas palavras, um youkai lobo muito familiar se encontrava em frente à Kagome que, assustada, derrubou todas suas flores na grama.

- Não há necessidade para você protegê-la Shippo. Você sabe muito bem que eu nunca traria nenhum mal à Kagome – O youkai disse, sorrindo seu famoso sorriso confiante e segurando as mãos da moça.

- Kouga?! – Ela perguntou surpresa. Ainda não acreditava que ele estava ali. – O que faz aqui? – Fazia mais de um ano que ela não o via.

- Eu vim ver como a minha Kagome está, o que mais eu poderia estar fazendo? – Ele se abaixou e pegou as flores do chão, entregando-as a ela. – Suas flores querida. Espero que elas não sejam pro cara de cachorro.

Kagome sentiu seus olhos começarem a lacrimejar.

- Não, não são para ele. – Ela sussurrou as próximas palavras só para Kouga ouvir. – Ele acabou de partir, na verdade.

- Partir? – Kouga perguntou, incomodado com os olhos tristes da sacerdotisa. Ele odiava vê-la desse jeito.

Kagome pediu para Shippo levar as flores para sua cabana. Assim que ele se foi ela continuou.

- Ele acabou de deixar o vilarejo, para sempre. Acho que você já deve ter percebido da última vez que esteve aqui, Inuyasha estava muito triste, sem vontade de viver, sem nada. Por isso ele decidiu viver como um nômade, andar pelo mundo sem parar, para assim não pensar mais em Kikyou.

- Sim, eu lembro como ele ficou depois que aquela mulher morreu. – Ele voltou a segurar suas mãos. – Por isso eu vim aqui o mais rápido que pude. Eu não agüentava ver você com ele, eu enxergava o mal que ele lhe fazia. Nossa tribo estava lutando uma grande guerra contra os youkais aves, nossos inimigos há séculos. Nós perdemos muitos lobos, e só agora que eu a guerra acabou e a tribo está um pouco melhor que eu pude vir visitá-la.

- Eu sinto muito. – Ela disse, sentindo pena dele pela dor que ele provavelmente estava sentindo. E ainda assim ele veio vê-la. – Eu agradeço pela sua vinda, por você se preocupar comigo a ponto de viajar tanto assim só para ver como estou. Mas, desculpe se eu parecer indelicada e ingrata, você não deveria estar em casa? Cuidando de sua tribo e sua mulher?

Assim que ela falou isso os olhos de Kouga se arregalaram.

- Do que você está falando, Kagome? Qual mulher? – Ele perguntou surpreso.

- Ué... Você não acasalou com a Ayame? – Ela perguntou envergonhada. – Eu pensei que, como já faz tanto tempo... E como ela sempre esteve atrás de você que... Bem, que vocês tinham acasalado!

- Mas é lógico que não Kagome! Eu não acasalei com ela! – Ele explodiu em risadas. – Primeiro lugar, eu jamais acasalaria com a Ayame, credo. Em segundo lugar, mesmo que tenha se passado bastante tempo, isso não significa que eu tenha achado a fêmea certa. Principalmente com a guerra, os machos nem tiveram tempo de pensar sobre isso! – Ele aproximou um pouco seu rosto do dela, apertando de leve suas mãos. – E em terceiro lugar, eu nunca acasalaria com alguém além de você.

Com essas palavras Kagome pode sentir suas bochechas arderem, seu coração estava batendo tão forte que ela ficou com medo que ele pudesse ouvi-lo. Ela deu uns passos para trás, só para garantir.

- Você ainda sente isso por mim? – Ela perguntou, sem graça.

- Mas é claro que sim. Todas as vezes que eu disse que queria você como mulher eu estava falando a mais pura verdade. Esse sentimento não iria sumir em apenas um ano.

Ela estava lisonjeada. Ainda era estranho ter Kouga apaixonado por ela, mas ela estava lisonjeada. Ela tinha quase certeza que o Kouga já deveria ter acasalado e estar com seus filhotes a caminho depois de tanto tempo.

- É muito doce de sua parte dizer essas coisas Kouga, mas eu não sou sua mulher, e nem pretendo ser. – Ela disse rindo, lembrando de como as coisas eram nos velhos tempos.

- Por algum motivo eu sabia que você ia dizer isso. – Ele riu com ela.

- Olha Kouga, é melhor eu ir. Eu ainda tenho que avisar os outros sobre Inuyasha, e não vai ser fácil. – Kagome disse se afastando. A expressão feliz e divertida que a um segundo estava em seu rosto já havia desaparecido. Em seu lugar estava um sorriso triste, apenas pela menção do nome de Inuyasha.

- Espera, Kagome! – Ele gritou atrás dela. – Apenas me prometa que vai me encontrar aqui amanhã.

Ela estava um pouco surpresa. Ela achava que com certeza ele iria voltar para casa. Mas, conhecendo o Kouga, ele iria continuar a infernizando até ela concordar em encontrá-lo.

- Tudo bem. Encontro você aqui no mesmo horário.

- Mal posso esperar. – Ele disse, com o sorriso confiante exposto em seu rosto.

Enquanto ele acompanhava a silhueta dela sumir em meio às árvores ele pensou para si mesmo. ‘Só espere Kagome. Eu vou limpar seu coração de qualquer desgosto, você verá.’


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Notas finais do capítulo

Nyaaa, o Kouga finalmente apareceu! :D
Não esqueçam de contarem o que vocês mais gostaram e o que vocês acham que pode ser melhorado! Muito obrigada pela leitura. :)