Tarde Para Amar escrita por imradioactives


Capítulo 89
Capítulo 89




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Caio POV ON
“Eu estava disposto a sacrificar minha felicidade pela dela. É isso que melhores amigos fazem, não é mesmo?
Era isso que eu pensava enquanto saíamos do colégio enquanto as meninas e o Thomas lotavam a Clara e o Bernardo de perguntas sobre como eles tinham finalmente se entendido,  como estavam juntos e  como a Clara foi maravilhosa ao enfrentar a Amanda. Talvez “sacrificar” seja uma palavra muito forte, mas era a única coisa que eu podia pensar enquanto via os dois de mãos dadas e pegava a Clara olhando pra ele de um jeito que eu sempre quis que ela olhasse pra mim. Meus votos de felicidade para os dois eram verdadeiros, eu realmente queria vê-la feliz, e se a felicidade dela significava estar com o Bernardo, que assim seja. Talvez essa era a deixa para eu começar a seguir minha vida do jeito que eu sempre quis que fosse. Sem esperar nada de ninguém. Viver por mim, e nada mais.
- Caio, eu to falando com você! – a Leandra me tirou dos meus devaneios enquanto andávamos em direção à lanchonete em que almoçávamos as segundas. Thomas não pôde vir, pois tinha mais coisas pra fazer, Carol deixou bem claro que estava com preguiça e queria voltar para casa para dormir, e a Clara e o Bernardo tinham marcado alguma coisa entre eles, então resolvi acompanhar a Lê e almoçar com ela. – Você não ouviu nenhuma palavra do que eu disse né?
- Desculpa, Lê, tava pensando em outra coisa. – falei baixo, tentando agora focar nela.
- Em quê? – ela pergunto rindo.
- Nada demais. Prometo que agora eu vou prestar atenção em você, vai, pode falar. – eu disse me sentando e esperando o repertório todo.
- Deixa pra lá, não era nada demais. – ela deu de ombros – Mas agora me conta, desde quando eles tão juntos?
- Eles quem?
- O Bernardo e a Clara né! – ela disse como se fosse óbvio, e talvez fosse mesmo.
- Desde sábado eu acho. Quando a gente foi lá na casa dele. – eu falei dando de ombros.
- Caio, você tá bem? – ela disse se inclinando pra frente, chegando mais perto de mim.
- Estou bem, Lê. – respondi tentando abrir um sorriso.
- Não parece. É por causa da Clara? – ela me olhou esperando a resposta. Não disse nada, apenas a encarei de volta. – Caio, o que tá acontecendo? – ela segurou minha mão, me encorajando a falar.
- Eu to preocupado Lê, só isso. – disse segurando mais forte na mão dela. Ela olhou para nossas mãos juntas e abriu de leve a boca, como se estivesse guardando aquilo antes de começar a falar de novo.
- Preocupado com o quê? – ela finalmente perguntou, baixinho.
- Com tudo, ué.
- Isso tá me cheirando a ciúme. – ela disse balançando a cabeça e voltando a se encostar.
- Não é ciúme. É só que eu sei que... – considerei minhas palavras, sabendo que eu estava conversando com a menina que semanas atrás confessou estar apaixonada por mim. – eu sei que eu não vou ter mais a atenção dela como eu tinha antes. É só medo de perder, talvez. – eu suspirei e ela voltou a se inclinar, apertando minha mão de leve.
- Caio, a Clara te ama. Quantas vezes vocês não provaram isso um ao outro? Ela nunca vai deixar você de lado. Nunca. Ela sabe muito bem como valorizar uma amizade, ainda mais a sua amizade.Tira isso da cabeça. Por favor. – ela pediu, esboçando um sorriso torto.
- Eu vou tirar, pode deixar. – disse me inclinando e me aproximando mais dela. Seus olhos se arregalaram levemente e eu deixei um beijo em sua bochecha, logo depois voltando a encostar e continuando a comer. Ela sorriu pra mim e continuou fazendo o mesmo.

Quando chegamos em sua casa, casa que eu conhecia muito bem por sinal, fiquei jogado no sofá vendo TV enquanto ela ia guardar as coisas em seu quarto.
- Quer alguma coisa pra beber? – ela disse descendo as escadas.
- Não, acabei de almoçar, dá um tempo. – respondi rindo.
- Não sei, você é um saco sem fundo.
- Que engraçada você garota. – joguei uma almofada nela.
- Me ame menos! – ela jogou a almofada de volta. – O que a gente vai ver? Tudo menos romance, por favor.
- Nossa, só porque eu tava louco pra ver Nicholas Sparks! – eu disse revirando os olhos e me lembrando do nome porque as meninas não paravam de falar o quanto os livros dele eram perfeitos e blá blá blá. Ela gargalhou alto.
- Ridiculo! Eu to falando sério! – ela parou na minha frente.
- Terror. Tudo acaba em terror. – falei.
- Silent Hill e não se fala mais nisso!
- Deve ser por isso que eu te amo! - joguei a almofada nela novamente.
- Tá, eu sei. – ela resmungou jogando a almofada de volta. Colocou o filme e se sentou ao meu lado, pegando o celular.
- Será que eles vêm? – ela perguntou.
- Carol deve estar dormindo, Thomas todo ocupado com as coisas cibernéticas dele, Clara e Bernardo se amando. Sobra alguém? – levantei uma sobrancelha.
- Acho que não. – ela riu e colocou o celular de lado, dando play no filme.


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