Cap.06 – Hora da verdade

Já eram três da tarde quando o pai de Riza chegou. O loiro, imediatamente estranhou o clima pesado. Algo lhe dizia que receberia uma baita noticia, que tinha certeza que não seria das melhores.

- Então... Esse lugar está do mesmo jeito...

O dragão do leste sentia que o clima não era dos melhores entreos dois.

- Acho que não tem uma maneira fácil de dizer isso...

A loira baixou o rosto.

- ergue o rosto da filha – O que está acontecendo?

- Eu e o Roy estamos separados a oito anos. Depois daquela separação... Não deu certo e nós não queríamos confirmar sua tese de que foi fogo de palha ou decepcioná-lo.

- Por que isso não me surpreende? Algo a dizer Roy?

- Não...

O moreno ainda estava sob efeito das revelações anteriores. Não conseguia nem olhar para o rosto de seu mentor, havia mentido durante anos, fora o que fez o com a princesa dele.

Havia prometido que cuidaria dela e no fim, acabou sendo cuidado e sem merecer.

- Bem... Eu não posso dizer que estou feliz, mas também não acho de todo mal. Vocês eram crianças demais, não estavam preparados para um casamento.

- Gomem... Eu não queria decepcioná-lo. Eu sempre fiz de tudo para ser uma boa filha... E no fim, eu só menti e acabei machucada.

- Eu não contente por vocês não terem me contado, mas também não estou decepcionado. Minha princesa, você foi a melhor coisa que me aconteceu, se não fosse você não teria agüentado perder sua mãe... Você é a melhor filha que eu poderia querer. E quanto ao que aconteceu, mentir não foi a melhor opção, se vocês não estavam mais juntos, eu não poderia fazer nada. Esconder isso de mim não mudaria nada. Eu não deixaria de gostar de nenhum dos dois... Apesar de estar achando muito mal contada essa história.

- Não há nada mais, pai. Eu e o Roy apenas queríamos deixá-lo tranqüilo.

- Hum... Pelo que vejo não poderei esperar netos por agora, sabe, eu já estava gostando da idéia de ser avô.

- Não se preocupe, pai. Eu pretendo ter filhos... Talvez não por agora, mas te prometo, no mínimo, dois netos.

- Eu vou cobra, minha princesa. Eu quero ser avô.

Roy percebera que estava sobrando ali. E aquela conversa de netos... Ele imaginava quem seria o pai das crianças. Gregório. Aquele ruivo sardento que nunca se conformou em perder Riza.

E no fim, acabou por sair vitorioso. Ele havia reconquistado a loira que desprezara por falta de conhecimento dos fatos.

- Bem, vocês devem ter que acertar algumas coisas para o divorcio, eu vou para minha casa. Esperando visitas...

Richard estava decepcionado, no fundo, afinal tinha Roy como um filho. E o fato do moreno estar junto com sua princesa, o deixava tranqüilo. Sabia que Roy cuidaria dela... Agora já não tinha certeza, não eram mais casados. Ele já não tinha mais essa incumbência.

E já imaginava quem seria o pai de seus netos. Gostava dele, sabia que o ruivo era um bom homem e que cuidaria de riza. Os netos seriam ruivos, não morenos.

- Acho que não há muito o que falar. Assim que estiver pronta, eu trarei a papelada.

Riza se encaminhava para a porta, quando ele a segura.

- Desculpe... Não só por ontem, por tudo. Eu fui...

- Esquece Roy, para mim esse circo acabou ontem. Não me importa o que você acha ou sente, agora vejo o quanto fui idiota em querer que você guardasse boas lembranças. Sabrina tinha razão, você nunca me amou, estava comigo por conveniência.

- Você sabe que isso não é verdade.

- Roy, o apoio que meu pai e avô deram a você, abriram muitas portas de confiança. Muitos só passaram a te apoiar porque minha família apoiava. Você provou que merecia tal apoio, não nego, mas o recebeu por ter uma confiança que fora depositada porque EU te amava.

- Eu não me casei por interesse.

- Se amasse teria confiado. Eu, em nenhum momento, desconfiei de seu amor... Já você... – ela se solta do aperto dele – Mas isso é passado, não pretendo guardar rancores e ainda acho que você merece alcançar o topo. Mas não como homem, e sim como militar e pessoa.

A loira foi embora deixando-o sozinho na casa. Roy e seu remorso. Como era idiota... Sempre cometendo erros irreparáveis. Ver nos olhos dela a decepção, o rancor, a dor.... Haviam despedaçado sua alma. Não merecia aquela mulher.

A imagem dela contando o acontecido... aqueles olhos... Nem chorar, ela chorou. Já devia ter chorado demais e jamais o faria em sua frente. Ela não se permitiria tal fraqueza.

Só uma coisa em sua lembrança o intrigava. Em nenhum momento, quando repetiu que não o amava mais ela o olhara nos olhos. Sua voz tinha firmeza, mas por que ela não o olharia?

Um raio de esperança brotou em sua alma.

Continua...