Father escrita por Constantin Rousseau
Cabisbaixa pela desmotivação e sem qualquer tipo de esperança. Solitária como outrora fora, e soturna como jamais tivera a chance de se sentir. Não havia uma definição certa para definir a forma como ela enfim reagiu àquele baque. Mais um tombo feio, mais um machucado profundo. Não era algo meramente carnal, e sim espiritual. Era algo que a havia machucado diretamente em sua alma, algo que nem mesmo o mais doce dos anjos poderia retirar. E chorava, vez ou outra. Quando enfim admitiu a si mesma que não lhe restava mais nada, perdeu os sonhos, perdeu tudo o que lhe restava. Perdeu a vida.
Mas havia uma rosa em seu jardim; flor que jamais notou até ser obrigada a passar a noite em claro, fora de sua casa, no tenebroso frio de Naughty Hill. Não mais do que um botão, vermelho como as maçãs vindas das terras onde o outono ainda se fazia presente. Era algo que sequer havia florescido, cujas raízes pareciam cravadas no que restava de terra, em condições pouco propícias para a existência de qualquer tipo de vida.
Em total silêncio, ela acariciou as pétalas delicadas com carinho e devoção. Jamais vira uma cor tão... Intensa; como uma chama acesa em meio à escuridão, iluminando seu caminho, mesmo que de forma distorcida. E, por alguns instantes, permitiu-se distrair com algo que não a dor, que não o caos, que não as dúvidas que tão profundamente atormentavam sua mente.
Até sentir os espinhos da flor lhe perfurando os dedos.
E, desses machucados, o sangue saiu em gotas. Era escarlate, tal como a rosa, quem sabe até mais.
E, dessa rosa, veio a esperança que ela jamais esperou sentir novamente.
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