Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 34
Capitulo 33


Notas iniciais do capítulo

O capitulo ficou pequeno, mas o próximo será um pouco maior!



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Meu quarto estava com o ar gelado, como se eu tivesse ligado o ar condicionado no máximo. E eu nem tenho um ar condicionado no meu quarto.

Joguei meu casaco em algum canto do quarto e tirei minha blusa ficando apenas de sutiã e minha calça jeans escura no corpo. Por incrível que pareça, eu não estava com um pingo de frio. Lembrei-me da primeira vez que entrei na clareira da rosa e de como o ar estava frio, e mesmo assim não sentia frio.

Apoiei-me na janela olhando para a escuridão que estava do lado de fora de casa. Eu acabará de chegar em casa, e assim que cheguei tive que ouvir os sermões de Jackson e do vovô. Jackson brigando comigo por ter saído e por ter voltado tarde, e o vovô brigou comigo por causa da caminhonete e por ter saído de casa também. Enquanto eles falavam, eu apenas os ignorei e andei diretamente para meu quarto subindo as escadas rapidamente.

Enquanto olhava para o céu escuro da noite, fiquei pensando no ocorrido na clareira. O que aquele homem miserável e repugnante estava querendo dizer com tudo aquilo?

Sacrifício...? Como assim? O que ele fez comigo? Que tipo de sacrifício ele estava falando? Essa palavra me faz lembrar de sacrifícios a Satã... Será que foi algum tipo de Sacrifício a Satã mesmo? Por algum motivo estranho eu tinha a certeza de que não era isso.

Ele disse que eu ainda estava em transição... O que ele queria dizer com isso? No que exatamente eu estava mudando? Não me sentia diferente... Bom, não até agora. Na verdade, mais ou menos.

Bom, é verdade que talvez eu esteja mudando em algumas coisas... Meus olhos mudando de cor, essa raiva e ódio que sinto toda hora, e essa fome que sinto que parece nunca cessar (nenhuma comida que eu coma é o bastante, na verdade sinto nojo de qualquer coisa de comer que olho ou sinto o cheiro).

Não conseguia me lembrar de tudo o que ouve em Meygo aquela noite. Apenas fraguimentos.

Eu queria saber quem era ele. Ou o que era ele. Uma grande sensação dentro de mim me dizia que eu já sabia a resposta, que eu sabia de tudo. Mas eu não consigo entender, não consigo me lembrar.

Meus dedos tamborilaram a base da janela. Meus olhos começaram a arder.

Eu estava confusa, mas não estava com medo. Eu me sentia mais confiante, mais viva, e mais poderosa desde que sairá do hospital, eu estava até mesmo com um pouco de raiva, não sei exatamente do que. E estava gostando dessas sensações. Uma energia consumia todo o meu corpo, uma adrenalina forte me domava nesse instante. Eu poderia saltar de um avião, ou de um penhasco. Poderia enfrentar quinhentos leões selvagens e famintos, poderia ficar no meio da estrada e ficar na frente de um caminhão com toda a velocidade, poderia enfrentar um psicopata, eu poderia...

Olhei para a cômoda que estava encostada na parede bem ao lado da janela. Encarei um objeto brilhante prata que se encontrava bem em cima da cômoda. Estiquei minha mão sem hesitar e peguei a tesoura. Sem pensar uma ou duas vezes, fiz um corte de uns sete centímetros na minha barriga próximo ao umbigo.

Deixei a tesoura cair no chão e alguns pingos de sangue a acompanharam sujando o meu chão de madeira escura.

O corte ardeu furiosamente e dolorosamente. Mordi os lábios tentando segurar um grito de dor e um gemido. Engoli com força e dificuldade fechando meus olhos e tentando respirar fundo. A dor no corte aumentou muito mais e deixei escapar um gemido. Minha mão esquerda se apertou na base da janela, e de repente a dor cessou. Do nada.

Respirei fundo e lentamente abri meus olhos e diminui o aperto na janela. Andei até o espelho.

Tudo que vi era tudo o que eu já esperava que fosse ver. Meu corte havia se curado e tinha ficado apenas um hematoma no lugar, e meus olhos estavam violetas. Mas havia algo um pouco diferente neles.

Estavam mais sombrios. Não tinha qualquer resíduo de emoções... Meu olhos estavam gélidos.

Eu estava diferente tanto fisicamente quanto emocionalmente. Sentia-me com raiva, uma fúria enorme crescendo dentro de mim e eu não sabia os motivos desses sentimentos. E a confusão e falta de respostas me deixava com mais raiva ainda. Meus olhos arderam mais fortes, e então começaram a brilhar com mais intensidade fazendo a maior parte da luz no meu quarto se transforma em praticamente tudo violeta. A raiva cresceu mais dentro de mim.

Meu eu do espelho me encarou com mais firmeza, seus olhos violetas brilhando, seu rosto sombrio como a noite, as sobrancelhas quase em um formato V, e suas mãos estavam em punho.

Meus olhos continuavam a arder com mais força. O brilho violeta no quarto diminuiu. Meus olhos estavam ficando menos brilhante... E mais escuro. Lentamente estavam ficando escuros, como ficou o de Leviathan.

O que eu era afinal? Ou melhor, que tipo de coisa eu estava me tornando?


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Notas finais do capítulo

bjs



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