Lost in The Echo escrita por BiiaPixieLott


Capítulo 3
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pelo capitulo grande, tentei diminui-lo, mas ainda sim ficou um pouco grandinho (nada exagerado).

Nesse cap vocês vão conhecer os irmãos de Any e entender mais sobre algumas brigas familiares (Any e Loh; Any e Jeniffer)

Espero que gostem.



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Espartano tinha os pelos negros como seus olhos. Seu pelo liso escoria por meus dedos enquanto o acariciava dando uma sensação de cócegas na mão. Ele se mexeu sobre meu toque chegando um pouco mais perto de mim como se pedisse por mais. Sorri.

__ É incrível.

Virei ao som da voz de Jackson. Ele estava encostado na entrada da porta do estábulo com os braços cruzados e sorrindo.

__ O que é incrível? __ Perguntei.

__ Você. __ Disse. __ É sempre assim, depois que chega da escola sempre vem aqui, ou melhor, vem direto pra cá. Nem entra em casa. A mesma coisa de manhã, antes de sair pra escola você sempre passa aqui. É incrível. __ disse sorrindo e balançando a cabeça.

__ O que tem de tão especial nesse cavalo?

__ Meu cavalo é muito importante pra mim. __ Olhei pra Espartano. __ É como se fosse meu cachorro, ele é meu melhor amigo, meu companheiro. E eu gosto de cuidar dele muito bem, por isso vivo aqui.

Ele riu.

__ Todo mundo fica chocado com essa... ligação sua com esse cavalo. Ama tanto ele que nunca deixou ninguém montá-lo por ciúmes. __ Ele sorriu. __ Admiro seu amor por ele, mas... Às vezes é estranho.

__ Diz isso porque não tem cavalo. Não sabe como é. __ Dei um beijinho em Espartano e sai de sua sela, fechando-a logo em seguida. __ Pronto, agora eu entro em casa, satisfeito?

Ele riu.

__ Vamos logo domadora de cavalos. __ Ele me deu um empurrão de leve e eu lhe dei outro.

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__ Como foi à escola hoje Any? __ Perguntou Jeniffer colocando um prato na mesa.

Estávamos todos sentados na mesa comendo.

__ Legal. __ Disse dando uma garfada em meu espaguete.

__ Rikki? __ Jeniffer olhou pra ela.

Rikki estava do outro lado da mesa, perto de Jeniffer, com um celular na mão mexendo nele freneticamente.

Ela olhou pra Jeniffer preguiçosamente.

__ Mm? Ah... Foi interessante. __ Disse ela distraída.

Jeniffer suspirou.

__ Que bom. Agora pode soltar esse celular e ser presente no almoço de família, por favor!

__ Ta, ta, espera ai. __ Ela moveu os dedos loucamente pelo celular e sorria.

__ Rikki. Agora. __ Disse Jeniffer firme.

Rikki olhou pra ela por um segundo sem humor algum, depois revirou os olhos e guardou o celular pegando o garfo no prato.

__ E vocês queridos como foi o dia de vocês? __ Perguntou Jeniffer virando-se para Justin, Shofy e Bridgit.

__ Nada de mais. __ Disse Justin comendo.

__ O mesmo. __ Shofy deu de ombros.

Justin estava no ultimo ano do colegial, e Shofy no primeiro ano. O intervalo de Justin era separado do meu, então eu não o via muito na escola, já a Shofy tinha o intervalo junto com o meu, mas ela preferia ficar dentro da biblioteca com suas três amigas que eu não conhecia fazendo os deveres ou trabalhos. Às vezes Shofy parecia o Justin, nerd e sem vida animadora.

__ Eu conheci uma amiguinha nova mamãe! Ela tem 5 anos, é a minha idade não é mamãe? __ Bridgit pulava na sua cadeira ao lado de Jeniffer levantando o garfo varias vezes levando pedaços de espaguete para fora de seu prato. Seu rosto estava todo sujo de molho, seu sorrisinho brilhava.

Sorri pra ela. Eu adorava essa menina.

__ É sim querida. __ Jeniffer sorriu pra ela e limpou seu rostinho com guardanapo. __ E como é o nome dela docinho?

__ Liah! __ Ela gritou pulando mais ainda.

__ E você Lex? __ Jeniffer se virou para ele que estava do outro lado da mesa próximo de mim.

Ele deu de ombro.

__ Aprendi sobre fração hoje. Achei bem legal. __ Disse ele sorrindo um pouco.

Revirei os olhos. Além de Justin, Lex era um nerd, sua área mais específica era a computação, geografia, matemática, etc. Já Justin, meu irmão de 18 anos, era nerd em todas as matérias, principalmente em Português, Química e Física, mas ele não entende nada de computação ou tecnologia, só o essencial, e nunca tirou notas baixas assim como Lex.

Lex era bastante tímido e falava pouco, mas quando falava só saia coisas de matemática que não entendíamos.

__ Que legal querido. __ Jeniffer voltou sua atenção a Bridgit que continuava a se sujar com a comida. __ Querida, não pule assim você está espalhando comida na mesa inteira.

__ E em mim. __ Disse Rikki com raiva ao lado de Bridgit, limpando uma manchinha pequena de molho em seu decote.

Bridgit riu.

__ E o seu dia Jackson? __ Jeniffer continuava a olhar pra Bridgit, e seu tom foi... Hesitante.

__ Tanto faz. __ Disse ele sem se importa. Sua voz saiu totalmente seca.

Vovô pigarreou na sua frente olhando pra ele, mas Jackson nem se incomodou.

__ A comida está muito boa Jeniffer querida. __ Comentou ele.

Ela sorriu.

__ Obrigada pai. __ Ela deu uma mordida em seu espaguete. __ Alguém sabe onde está a Loh? Ela ficou de vir almoçar hoje e...

Larguei meu garfo fazendo um barulho alto. Todos me olharam.

Empurrei a cadeira pra trás, peguei meu prato e me levantei. Pelo canto do olho vi Rikki revira os olhos e fazer uma cara de tédio, Jeniffer abaixou a cabeça olhando para o prato assim como o vovô.

__ Já acabei. __ Disse sem humor.

Eu podia sentir os olhares de todos enquanto ia até a cozinha. Deixei o prato na pia e me apoiei nela. A sala do outro lado estava quieta. Subi correndo pro meu quarto.

Joguei-me na cama cansada.

Loh saiu de casa tem mais de cinco meses. Ela visita agente às vezes, não se mudou pra muito longe. Ela nunca gostou de fazenda, ranchos, coisas que envolva muita lama, cavalos, trabalho sujo e... Feno. Ela sempre detestou o feno. Sempre foi a patricinha de Nova Iorque. Ela não é uma patricinha como a Rikki, Loh não é metida, mas mesmo assim é cheia de frescurinhas. Então como ela já tem 21 anos ela decidiu morar sozinha de novo, mas dessa vez perto da gente. Ela arrumou um ótimo emprego, é bancaria no Banco do Centro. De Heartland, nosso rancho, até o centro leva uma hora de viajem. Ainda bem que a escola não fica exatamente no centro, levo meia hora pra chegar até lá a pé.

Foi à melhor coisa que me aconteceu até agora, pelo menos quando eu acordar todo dia de manhã não vou mais precisar ver a cara dela e me lembrar de cada palavra horrível do que ela me dizia. A única coisa que falta é ninguém tocar no nome dela na minha frente, isso me da raiva e enjôo.

Uma batida na porta me fez sentar na cama.

__ Entra.

Shofy abriu a porta devagar e olhou em volta. Meu quarto era totalmente escuro porque eu nunca abria as cortinas e nem as duas janelas, não era desarrumado, mas era muito acumulado de coisas. Quase ninguém entrava aqui, nem meus irmãos.

Shofy hesitou ao entrar olhando o chão.

__ Ela ta presa, não se preocupe. __ Falei sorrindo.

Shofy sorriu e entrou.

__ Ainda não sei por que você tem esse bicho aqui, se a mamãe descobre isso ela te mata! __ Disse Shofy rindo. Ela se sentou do meu lado na cama.

__ Não me importo. Foi amor à primeira vista, assim que eu vi aquela coisinha linda no mato atrás de casa eu soube que precisava cuidar dela e pega-la pra mim.

Shofy revirou os olhos.

__ Só toma cuidado, mamãe teria um ataque enorme se visse sua cobra.

__ Relaxa. Ninguém sabe além de você e Jackson. __ Me joguei pra trás colocando as mãos na cabeça e fitando o teto. __ O que você quer?

__ Você saiu do nada da mesa, vim ver se tava bem. __ Disse ela olhando para o chão. __ Quer dizer, sei por que saiu e não vou te incomodar com isso porque sei que não gosta de falar sobre isso, mas não gosto de te ver assim.

Ela se virou de brusco e ficou perto de mim. Eu sabia que ela ia começar a falar, mesmo tendo dito que não iria me incomodar com isso.

__ Any, eu sei que Loh passou do limites e entendo você senti raiva dela. Mas você anda estranha já tem um tempo e isso me preocupa, e tenho certeza que não é só à coisa toda da Loh ou da Rikki, ou até mesmo a confusão toda com a história do Fredd. __ Disse ela. __ O que te incomoda?

Continuei olhando pro teto por longos minutos.

Shofy suspirou.

__ Uma coisa que sempre admirei em você é quando você ignora uma pessoa com tanta facilidade, quer dizer, se você quer ignorar algo você simplesmente ignora sem se deixar afetar por nada que a pessoa diga boa ou ruim. Tem gente que mesmo ignorando o que os outros falam ainda tem uma pitada de afeto dentro dela. __ Ela se levantou e saiu.

Fechei os olhos com força.

Não era bem assim. Eu sei ignorar alguém, mas quem disse que eu não fico com afeto pelo o que a pessoa disse? Ninguém me conhece, nem meus irmãos.

Mas eu não poderia falar nada. Não poderia dizer nada a Shofy, e nem a ninguém que tenho tido sonhos com um cara de olhos violetas me dizendo que chegou à hora. Que hora haveria chegado? Minha morte?

Disso eu não sabia, e nem ninguém também saberia.

Quero lhe contar uma coisa Any... Quero que você saiba a verdade, quero que você finalmente triunfe como tende ser! Quero você aqui onde é o seu lugar. E se eu lhe falasse que sua mãe mentiu a vida toda pra você? Ela sabe a verdade e está lhe escondendo tudo Any. Você precisa saber. Precisa saber.

Ela tirou você de mim! Any você é minha! A hora está chegando minha querida, vamos poder ficar juntos outra vez... Está quase chegando. E você irá se sair bem porque confio em você Any, sei que será a melhor! À hora esta próxima querida... A sua hora esta quase próxima...

Acordei me sentando na cama rapidamente e respirando rápido. Estava sem ar, tentei puxar o ar para meus pulmões desesperadamente. Mas eu não conseguia, minha garganta ardia e meus pulmões também, pedindo por ar. Tentei mais uma vez e não consegui, cai da cama e me arrastei no chão, minha mão indo pra garganta aranhando, eu tentei gritar, mas nada saia... Não conseguia respirar. Não conseguia falar.

Virei-me de costas para o chão olhando em minha volta desesperada. Tentei me arrastar até a porta para abri-la e tentar pedir ajuda, mas meu corpo não respondia. Quando senti uma leveza na cabeça eu sabia que tinha acabado, minha vida estava indo embora. Minha cabeça virou para cima em direção ao teto... Foi quando vi o homem dos olhos violetas me encarando com um sorriso no rosto e ele estava coberto de sangue, principalmente seus dentes e em volta de sua boca, uma gota pingou no chão bem ao lado da minha cabeça. Ele abriu a boca e gritou um ruído horrível. Fechei os olhos e desmaiei.

Acordei gritando e chorando, agarrando minha garganta e respirando ferozmente. Foi só um sonho. Mas um dos meus sonhos malucos. Tudo bem. Ta tudo bem...

Parecia tão real. Na verdade eu acho que era real. Não... Eu realmente não sonhei...

Olhei pro teto. De repente um clima frio e pesado se instalou no meu quarto, como se eu estivesse com um ar-condicionado ligado em alta potencia.

Respirei fundo varias vezes tentando me acalmar, mas algo estava errado. Eu ainda podia sentir minha garganta ardendo e meu coração pulsar desesperadamente, parecia que alguém estava segurando-o e o apertando forte. A dor era agonizante.

Um risinho vindo do canto do quarto perto da porta, onde estava totalmente escuro e eu não via nada, me fez gritar.

A porta do meu quarto se abriu bruscamente e a luz se acendeu rapidamente. Tomei um susto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Comentem a opinião de vocês ;)

bjs e obrigada por lerem!

OBS: desculpe pelo cap grande, prometo tentar diminui mais no próximo ;)



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