Depois de tudo arrumado o telefone tocou. Atendi e era a mãe do Pietro, o amigo do Charlie que eu levaria ao museu. Ela me disse que Pietro havia acordado com febre e que infelizmente não poderia ir no passeio. Eu desejei melhoras para ele e desliguei. Quando voltei para a cozinha dei de cara com Charlie, já vestido sentado na mesa.

-Bom dia Mamãe!

-Bom dia Filho! Achei que você iria acordar mais tarde.

-Eu também achei, mas já que vamos ir ao museu me levantei antes.

-Ah, sobre isso querido. A mãe do Pietro acabou de ligar e disse que ele não vai poder ir.

-Que pena! Ele nunca foi lá. Mas nós vamos mesmo assim, né?

-Achei que você não iria querer ir. Afinal a gente sempre vai lá.

-Vamos sim! Eu adoro o museu.

-Tudo bem Charlie. Vamos almoçar em uma lanchonete e depois vamos ao museu.

-Ok. E o papai?

-Saiu com a Silena. Lembra que ela queria ir ao parque aquatico?

-Sim. Bom, vamos já?

-Vamos. Me espera no carro? Ou você quer ir andando?

-Vamos andando.

-Tudo bem.

Subi até o quarto, peguei minha bolsa dei a mão para Charlie e fomos. O museu de historia natural não era muito longe de casa. Eram apenas uns quinze quarteirões. Mas íamos para em uma lanchonete um pouco antes.

-Mamãe, me conta uma historia?

-Uma historia? – Charlie adorava historias da mitologia grega e eu já havia contado a ele todas as que eu conhecia. Ele sabia que éramos semideuses e conhecia os Acampamentos, mas nunca tínhamos contado sobre as grandes profecias ou sobre como conheci Percy. Resolvi que era essa a historia que eu is contar hoje.

-Vou te contar como conheci seu pai.

-Não foi no Acampamento Meio Sangue?

-Foi sim, mas você não sabe sobre a nossa missão e nem sobre todas as nossas aventuras.

-Me conta mãe!

-Tudo bem. Foi assim, eu já estava no Acampamento há alguns anos, e certa vez algo aconteceu no Olimpo. Uma coisa tinha sido roubada, mas eu não sabia o que era e Quíron não queria me contar o que estava acontecendo. Até que um dia, um garoto chegou ao Acampamento, ele tinha cabelos pretos e os olhos de um verde diferente. Ele lutou contra o minotauro na sua chegada a colina.

-Papai?

-Sim querido.

-Continua!

E nosso dia continuou assim, almoçamos falando sobre a história e visitamos o museu também falando sobre a historia. Depois fomos dar uma volta no Central Park, e Charlie não me deixava parar, queria saber mais sobre minha vida de semideusa.

POV PERCY

O caminho todo até o Acampamento Meio Sangue, Silena insistiu em cantar. Para uma criança ela tinha a voz realmente bonita, era afinada. Cantava qualquer música infantil que ela conhecia no ritmo certinho. Era um amor. Algumas que eu também conhecia ela me pedia para cantar junto. Eu me pergunto se isso não é uma benção de Apolo. Na primeira vez que eles se encontraram, Silena tinha 2 anos, e ele disse algo em grego com “linda voz” ou algo do tipo, eu não prestei muita atenção. Isso pode ser considerado uma benção? Não sei, e nunca perguntei para ninguém. Logo chegamos ao Acampamento e estacionei no final da colina e acenei para Argos. Ajudei Silena a sair do carro, e fomos juntos em direção a casa grande. Na varanda estava o Sr. D junto com Quíron jogando aquele jogo de cartas estranho que eu não me lembrava o nome.

-Ora quem temos aqui, se não é Peter Johnson e a golfinho junior.

-Golfinho Júnior Sr. D? – Silena perguntou parecendo indignada.

-Sim. Golfinho júnior.

-Olá Silena. – Quíron disse sorrindo. Ela se aproximou e deu um abraço no velho centauro.

-Olá Quíron – eu disse apertando a mão do meu velho instrutor.

-O que os trazem até aqui?

-Não queria que tivéssemos vindo? – Silena perguntou.

-Claro que não! Digo, é muito que tenham vindo nos fazer essa visita, mas achei que só viriam nas férias, há algum motivo especial?

-Na verdade não. Hoje vou leva-la ao parque aquático, e resolvi vir aqui antes, para dar uma olá.

-Ah sim. Muito bem, a casa é de vocês.

-Papai, vamos ver o BlackJack?

-Claro Silena, vamos lá.

Deixei-os na varanda e fomos em direção aos estábulos. Tive muita sorte hoje, pois Grover estava lá dando comida aos pégasos.

-Blackjack! – Silena gritou e saiu correndo em sua direção quando o viu. Chefinha! Que bom ver você! Trouxe torrões de açúcar para mim? – Não. Hoje não. Você está muito ocupado ou quer dar uma volta comigo? – Posso comer depois. Hey Chefe! Você também veio! Quer dar uma volta no seu pegaso também?

-Oi Blackjack! Não. Vou ficar por aqui mesmo com Grover. Pode levar a Silena, mas cuidado, por favor. Nada de voos muito altos.

-Pode deixar pai! Até daqui a pouco! Tchauzinho Grover!

-Tchau Silena! – Grover respondeu.

Enquanto Silena ia dar uma volta com Blackjack, eu fiquei conversando com Grover. Ele me contou que teve muito trabalho nos últimos meses e que havia retornado ao Acampamento três dias atrás, mas que dentro de uma semana já teria que sair novamente. Júniper não gostava muito disso, mas como ela nunca podia sair da floresta, só podia reclamar. E assim as horas foram passando, almoçamos a mesa de Poseidon, e logo fomos para o parque aquático.

Quando chegamos lá, Connor veio falar comigo totalmente encharcado.

-Percy! Finalmente!

-O que aconteceu Connor?

- Houve um problema em uma das piscinas e o cano que leva água até ela parou de funcionar e água foi parar na obra. Molhou todos os trabalhadores inclusive eu que estava supervisionando. – a obra que ele se referiu, era a do aquário. Tínhamos o parque aquático há quase sete anos, mas desde que Connor começou a trabalhar comigo, nós tivemos a ideia de abrir conjuntamente nas dependências do parque um aquário. Mas só conseguimos comprar mais um pedaço de terreno e começar a obra neste ano. E não era uma coisa pequena não. A arquiteta responsável era a Annabeth, então já dá pra imaginar a grandeza do projeto. Segundo ela, as obras já estavam na reta final, mais dois meses e tudo estaria pronto para recolher os animais.

-Papai, quero nadar.

-Filha, você pode esperar que eu resolva esse probleminha? Aí sim eu deixo você ir em uma das piscinas, ok?

-Mas, pai...

-Silena. Não reclame. Venha. – peguei ela pela mão e a arrastei para dentro do escritório. Dentro de alguns minutos já tinhamos resolvido o problema e Connor já estava indo embora quando recebeu um telefonema:

-O que? Muito legal, não é? Agora você se lembra de que eu existo? Não tudo bem, fazer o que. Não quero problemas com ele. Que horas? Tudo bem, mas venha até aqui, não pense que vou te esperar no aeroporto. Tchau! – Connor dizia nem um pouco feliz ao telefone.

-O que houve cara?

-Travis. Dá pra acreditar? Disse que ganhou um mês de férias e que vai aproveitar para vir me ver. Oras! Me abandonou por cinco anos. As únicas noticias que eu tinha dele era por Facebook. Nem para me ligar o idiota não prestava. Cinco anos Percy! Cinco anos.

-Pois é, mas ele é seu irmão. Vai ter que recebe-lo.

-Será que Quíron aceita hospedes inesperados? Afinal ele ainda é um membro do chalé onze.

-O que? Você não vai deixar ele ficar na sua casa?

-Tá maluco Jackson? Minha casa, meu cafofo, minha bagunça. Não gosto de receber visitas. E ele que me agradeça de deixa-lo vir até o parque, não quero problemas com Hermes. Acredita que o cara de pau do Travis disse que se eu não o recebesse bem ele iria reclamar com nosso pai?

-Connor, Connor. Eu estive no Acampamento hoje, se ele tivesse ligado mais cedo eu teria avisado Quíron. E outra coisa, mês que vem vamos todos ao Acampamento, afinal são férias! Você também vai, então não tem com o que se preocupar. Quando ele chega?

-Semana que vem. Eu dei o endereço daqui. Se ele bater aí e eu não estiver, faça o favor de atende-lo está bem? Eu já vou indo.

-Tudo bem cara. Até mais!

Esse Connor é uma figura. Estava curiosa para rever Travis, afinal faz cinco anos que o cara foi embora e nunca mais deu notícias. Deixei Silena nadar um pouco mas já estava ficando tarde, então resolvi ir para casa.