A Life To Remember escrita por mi


Capítulo 7
We learn to live with the pain


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! O trecho do nome do capítulo é de State Of Grace, da Taylor Swift!
Encontro vocês lá embaixo, ok? Boa leitura!



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O caminho até a minha casa foi perturbador. Mamãe e Summer não paravam de falar sobre como seria divertido tê-la em nossa casa, mas eu não estava prestando a mínima atenção àquilo. Não me leve a mal, mas no momento eu tinha mais coisas importantes para pensar.

A lembrança que tinha voltado se passava na minha cabeça a cada segundo, como um disco arranhado. A sensação que esse pequeno momento da minha vida me trazia, era indescritível. Esperança, alívio, felicidade e principalmente, curiosidade. Por que Danny se despedia de mim e Heather? Pra onde ele tinha ido? Por ele eu me senti quebrada quando ele foi embora? Essas perguntas tomavam conta da minha mente, agitando-a e fazendo com que eu sentisse que ia explodir por dentro. Mas, em fez de expor todas essas variações emocionais, decidi guardar pra mim naquele momento. Não que Summer e mamãe não pudessem saber, mas eu precisava saber as respostas das minhas perguntas.

Quando chegamos na frente da minha casa, desci do carro acompanhada de Summer. Peguei minhas muletas e ela foi ao meu lado, carregando sua bolsa preta. Ela sorriu de lado pra mim e olhou pra casa.

- É uma casa linda. – Ela comentou.

- Claro, é a minha casa. – Eu falei brincando.

- Ridícula.

- Sou linda. – Eu sorri.

- Ridícula. – Ela repetiu, reprimindo um sorriso. Nós duas sempre fazíamos isso.

- Sou linda, já disse.

- E eu já disse que você é ridícula. - Eu gargalhei e a abracei de lado. Quando estávamos quase chegando na porta, Summer parou de andar e me olhou. O sol forte batia em sua cara, fazendo com que ela tivesse que apertar os olhos debaixo dos óculos pra me ver. – Por que você não falou nada durante o caminho pra cá? Aliás, por que você mudou totalmente depois de ver aquele trio no aeroporto?

- P-Por nada, ué. Por que isso? – Perguntei nervosa. Não queria mentir pra Summer, mas só ia contar a história depois que eu soubesse das respostas.

- Porque você ficou estranha do nada e isso não é uma coisa comum. – Ela comentou baixo e sorriu. – Vamos entrar?

- Claro. – Falei e abri a porta de casa.

A reação de Summer com a minha casa foi um tanto quanto engraçada. Seus olhos brilhavam a cada cômodo que ela ia e ela quase chorou de emoção quando olhou o seu quarto. Mamãe e eu o havíamos decorado com tudo que tinha direito, resultando em um quarto lindo e claro. Era branco, assim como o meu, e com uma parede revestida de papel de parede. Tinha um sofá no cantinho, uma escrivaninha e um armário enorme. Se o quarto não tivesse sido decorado pra Summer, eu ficaria com inveja.

Quase tive que arrastá-la de lá para que ela olhasse o resto da casa. Fomos até meu quarto e ela ficou impressionada com a quantidade de livros que eu tinha. Prometi que lhe emprestaria todos, mas ela disse que não era muito de ler. Bufei e a levei até o quintal da casa.

Eu me sentei no sofá e ela na cadeira que Danny se sentara na última vez.

- Que cadeira confortável. – Ela comentou e sorriu.

- Danny diz a mesma coisa e acho que ele não vai ficar muito feliz em “dividir” essa cadeira com você, Summer.

- Ah vá, ele pode se sentar no sofá com você. – Ela sorriu maliciosamente.

- É o lugar da Heather. – Eu respondi, rindo.

- Então ele se senta no chão. – Ela falou como se fosse óbvio e eu ri alto. – Mas então, me conte. Você não teve nada com ele? – Ela perguntou, me interrogando com aqueles olhos.

- Não que eu saiba, Summer. – Respondi.

- E você quer ter? – O sorriso malicioso voltou.

- Não sei. – Respondi – Ainda é cedo pra dizer, ele é meu melhor amigo, Summer.

- Esse negócio de melhor amigo não é muito certo não. Se lembra da Lucy? – Ela perguntou, referindo-se a uma menina da nossa última escola que acabou engravidando e casando com o melhor amigo. – Ela também dizia isso de que o Brian era só melhor amigo dela e hoje eles tem um bebê lindo e fofo.

- Eu queria ter visto o bebê. – Comentei.

- Depois te mostro uma foto. – Ela falou. – Mas enfim, também quero ver uma foto de Danny e de Heather.

- Vamos lá pro quarto que eu te mostro.

- De novo? Que preguiça. 

- Eu tinha esquecido o quanto você é preguiçosa, Summer. – Comentei e ela riu.

- Vou fazer questão de te lembrar o quanto sou.

Ficamos conversando até pouco mais de meio dia, que foi quando mamãe nos chamou para almoçarmos. Era uma macarronada maravilhosa. Ficamos conversando até acabarmos de comer. Ajudamos com a louça e depois Summer disse que iria ter que visitar uns amigos que moravam aqui, mas que voltava lá pras cinco da tarde. Mamãe ofereceu carona e Summer aceitou. As duas foram embora e eu finalmente tive tempo pra pensar.

Fui até o quintal, na beira da piscina que tínhamos. Um vento frio passou e bagunçou meu cabelo. Ri baixo e senti meu celular vibrar. Daniel tinha me mandado uma mensagem.

“Hey, cadê você?” A mensagem dizia.

“Tô em casa e preciso falar com você. L O que acha de vir aqui?” Respondi-lhe.

“Estou indo.” Ele respondeu.

Sorri e olhei pro céu. Estava limpo, quase sem nuvens. Fechei meus olhos e passei a lembrança mais uma vez na minha mente, fazendo questão de não esquecer nenhum detalhe, nada. Sorri e ouvi a campainha tocando. Me levantei e abri a porta. Um Danny de camisa polo branca e uma bermuda xadrez me olhava com um sorriso. Sorri pra ele e me joguei em seus braços. Era tão bom e familiar. Senti seu cheiro me invadindo e sorri ainda mais. Acho que nunca me cansaria do cheiro de Daniel.

- Oi. – Ele falou e eu o larguei.

- Oi! – Exclamei. – Vem, entra.

Fomos caminhando e nos sentamos na beira da piscina. Ele se sentou na minha frente e sorriu.

- Você sabia que a Summer tá planejando roubar a cadeira de você? – Comentei e ele abriu a boca.

- Ela acabou de chegar e já acha que vai roubar minha cadeira? Não mesmo! – Ele falou, parecendo ofendido. Gargalhei alto e ele me acompanhou.

- Bobão. – Ele revirou os olhos e sorriu.

- Fala o que cê tinha pra falar, Sam.

- Eu não sei como começar... – Olhei pra baixo.

- Vai pelo começo. – Ele falou em tom de brincadeira.

- Tá, vou começar. Hoje de manhã, eu fui buscar a Summer no aeroporto. Tomamos um café e todas nós conversávamos besteiras. Depois, fomos até a saída do aeroporto e eu vi um garoto se despedindo de duas meninas. Não sei porque ou como, mas quando eu fechei os olhos, vi você se despedindo de mim e de Heather. Eu perguntei se você ia demorar e você disse que não sabia. E foi estranho, porque eu soube que não era uma coisa minha cabeça. Foi como se eu tivesse...

- Lembrado. – Ele falou com firmeza e me olhou nos olhos. – Você lembrou?

- Acho que sim, Danny. Não sei porque mas, lembrei.

- Você falou com alguém sobre isso? – Ele perguntou de maneira preocupada e eu neguei com a cabeça. – Eu sou a única pessoa que sabe? – Eu assenti e o abracei. – Eu te disse que você ia conseguir, lembra?

- Lembro. – Sorri. – Agora quero que você me conte porque você tinha viajado.

- Hm, você quer mesmo saber? – Ele perguntou e eu assenti. – Tá, vamos lá. Meu pai e minha mãe, sempre brigavam muito durante o casamento. As coisas pioraram quando ele começou a beber e a bater na minha mãe. Eu não aguentava mais aquilo, eu tinha só treze anos na época. Depois de um ano, minha mãe decidiu se separar. Ele foi morar em outra cidade e eu fiquei com a minha mãe. – Ele desviou o olhar para a piscina e começou a despejar as palavras, como se todo aquele flashback o matasse por dentro. Por um instante, quis abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, como ele fez comigo, mas sabia que ainda não era a hora.

“Bom, depois de alguns anos sem contato, uma mulher ligou lá pra casa. Era a nova mulher do meu pai. Ela disse que ele continuava bebendo, mas que não era mais violento. Disse que ele tinha uma doença no fígado, graças à tanta bebedeira. Ele estava com um caso grave e que as chances de sobreviver eram minúsculas. Lembro que minha mãe ficou doida, mandou eu ir pra lá porque ela não queria que meu pai morresse sem que eu passasse um tempo sem ele. Eu briguei, não quis ir, mas terminei indo. Essa lembrança que você teve foi a nossa despedida, no aeroporto.”

Sua voz era baixa e controlada, mas carregava uma tristeza gigantesca. Não aguentei ficar calada, e perguntei:

- E o que aconteceu com ele?

- Passei algum tempo lá, convivi com ele e vi que ele realmente tinha mudado. Eu estava aprendendo a gostar do meu pai de novo, de amá-lo. Mas ele morreu logo depois. Foi horrível.– Ele terminou de falar e me olhou. Forçou um sorriso e passou a mão no cabelo.

- Sinto muito. – Foi só o que eu consegui falar.

- É, mas eu superei. Agradeço à minha mãe por ter me obrigado a ir. Se ela não tivesse, eu ainda teria a imagem do meu pai bêbado, que batia na minha mãe. Essa semana fez um ano desde a morte dele. Agora você sabe que não é a única que passa por algo ruim. – Ele falou aquilo e me olhou com bondade.

- Foi bom você ter ido e eu agradeço por você ter me dito. Obrigada pela confiança, Danny. – Eu falei e ele sorriu pra mim.

- Você tem muito mais do que a minha confiança, Sam. 


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Notas finais do capítulo

Pois então! O que acharam do capítulo? O que deve ser mudado? O que está bom? Me deixem saber, POR FAVOR! Adoro os comentários de vocês e eu quero que vocês continuem deixando, porque me deixam feliz.
Queria também pedir a ajuda de vocês na divulgação da minha fic. Se vocês gostam, me ajudem por favor!
Hoje, dia 31 é o final do ano. Queria desejar a vocês um ótimo 2013, cheio de paz de felicidade. Obrigada por lerem minha fic!
Beijão pra todos,
Mila.



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