O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 78
3x07 - Trégua


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um vídeo do casal:
http://www.youtube.com/watch?v=Gb3hf3PtXSo
—-
Hãaa, este definitivamente não foi o melhor capítulo que eu escrevi. Começou de um jeito e acabou de outro totalmente diferente; espero não causar a vocês nenhuma enxurrada de sentimentos contrários e bipolares. Então, eu deveria ter postado mais cedo, só que faltou luz e acabou com tudo o que eu havia escrito :S De qualquer maneira, quero agradecer aos comentários anteriores e um beijo especial para JuhTwi que recomendou a fic, beijos!



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Cada fibra do meu corpo pareceu se petrificar de tensão. Tentei respirar, mas meus pulmões davam a impressão de estarem congelados. De repente, as cicatrizes espalhadas ao longo da minha pele começaram a formigar.

Só o que consegui fazer foi encarar Emily. Os olhos carmim dela perfuraram-me de uma maneira que fizeram os cabelos da minha nuca arrepiar. Meu cérebro gritava para eu pôr o pé no acelerador e dar o fora dali, mas isso significava que ela iria me perseguir; e essa não era uma alternativa melhor do que não fazer nada.

Literalmente um beco sem saída.

E Emily parecia estar consciente deste fato também. Seu sorriso se assemelhava ao de um predador que finalmente encontrava sua presa. E era exatamente essa a situação. Ela finalmente me encontrara sozinha e impossibilitada de me defender.

Mas eu não iria me render tão facilmente. Mesmo que as chances de escapar fossem mínimas eu iria tentar. Estava prestes a colocar o carro em movimento quando algo saiu das árvores. Do mesmo ponto onde Emily saíra um minuto atrás.

Eu só pude suspirar de alívio por um momento quando vi o pelo avermelhado saindo do imenso fundo verde. Jacob se aproximou sorrateiramente e rosnando. A fúria era visível através dos seus grandes olhos castanhos.

Eu estava salva.

O rosnado feroz de Jacob ecoou alto em meus ouvidos quando ele pulou para cima de Emily; mas esta desviou e saiu voando pela estrada, adentrando novamente na floresta. Um silêncio aterrador e mortal apoderou-se do local quando Jacob saiu para persegui-la, enquanto eu tentava conter os tremores em meu corpo e prendia a respiração. Meu olhar estava preso ao ponto onde eles desapareceram.

Sim. Eu estava salva. Mas não podia dizer o mesmo de Jacob.

Saí do carro rapidamente e então corri. Corri mais uma vez pela imensidão verde e assustadora que era a floresta. Eu corri, mas não para salvar – até por que eu não tinha condições de realizar tal feito –, e sim para não ter de enfrentar a espera agonizante de imaginar se Jacob sairia ileso dessa.

Eu tentava não me chocar contra nenhuma das árvores que passavam como borrões por mim. Depois de alguns minutos eu já estava ofegante e com cãibras do lado do corpo. Obriguei-me a parar e descansar. Apoiei-me em um tronco grosso e cheio de musgo e então olhei a volta.

O oxigênio que saía da minha boca era imediatamente condensado no ar gelado. Não havia movimento algum. Nenhuma folha se movendo; nenhum farfalhar de galhos ao chão... O silêncio chegava retumbando em meus tímpanos e causava uma sensação perturbadora. Onde eles estavam?

Até que algo finalmente se manifestou no meio do nada.

Lá adiante, há consideráveis metros de distância, uma fumaça densa e sufocante se erguia da mata. Um pequeno sorriso se espalhou pela minha boca quando imaginei que Jacob já poderia ter matado Emily e ateado fogo na desgraçada. Mas quando ouvi passos deslocando a terra logo atrás de mim, virei-me e me deparei novamente com os olhos de predador de Emily.

–Sinto muito pela interrupção – ela disse ao caminhar suntuosamente. O vestido rústico esfarrapado ondulava contra seu corpo. – Não se preocupe; já cuidei do seu lobinho.

Eu havia me esquecido de como a voz dela era rouca e primitiva.

–O que você fez? – sussurrei apavorada, dando um passo para trás.

Ela exibiu os dentes pontudos e brancos.

–Fiquei tranquila. Não tenho intenção de matá-lo. Quero que ele esteja vivo para apreciar a sua morte.

–Deixe-a em paz.

A voz trêmula, porém decidida veio de algum ponto à minha esquerda. Olhei para o lado e não acreditei no que vi.

Ayane caminhou cautelosamente até ficar a apenas alguns passos de distância da irmã. Ela tinha a expressão contida e eu pude reconhecer alguns traços de medo em seu rosto.

Emily sorriu cinicamente.

–Há quanto tempo, irmãzinha.

Eu estava certa. Ayane parecia bem mais civilizada perto de Emily. Olhei para o rosto da inesperada recém chegada e tentei expressar mudamente a pergunta que girava em meu cérebro. O que você vai fazer?

–Então quer dizer que você está mesmo bancando poodlezinho adestrado do Cullen? – disse Emily com falsa decepção. – Nosso pai ficaria envergonhado.

–Isso é mesmo uma pena – respondeu Ayane logo antes de voar para cima da irmã. Não consegui acompanhar muito bem os movimentos rápidos delas. Aproveitei para correr para o lado contrário do ponto onde elas estavam.

Não entendia o que havia acabado de acontecer. Emily colocara fogo na floresta? Ayane havia acabado de me salvar? Estava confusa e começando a ficar tonta com a fumaça que me sufocava. Ouvia o crepitar do fogo, mas não conseguia encontrar sua origem. A porcaria da bota de salto alto me deixava lenta, devido aos tropeços no chão irregular.

De repente algo se chocou contra as minhas costas, e me derrubou no chão. Senti joelhos sendo prensados em meu tronco, me forçando a permanecer imobilizada, e depois as mãos em meu pescoço. Ouvi o rosnado de Emily e logo depois o bafo quente contra a minha garganta.

Era o fim. Ela ia me morder...

–PEGUE-A!

Ouvi Ayane gritar e o som pesado de patas no chão, e então senti o peso sendo tirado de cima de mim. Jacob se prostrou em posição de defesa à minha frente e rugiu. Emily olhou para Jacob e depois para a irmã com esgar e deu as costas, voando pela floresta.

Jacob se moveu nas patas indecisamente, olhou para mim – no chão onde eu ainda permanecia –, e depois para Ayane. Então ele jogou a cabeça para trás e uivou, provavelmente chamando os meninos para perseguir Emily. Ele não me deixaria sozinha aqui.

Jacob saiu para trás de algumas árvores e segundos depois saiu já na forma humana e vestido. Levantei-me imediatamente e ele correu para me abraçar, com a expressão aliviada.

–Você está bem? – ele não parava de perguntar em meu ouvido.

Por cima da braço de Jacob olhei para Ayane que continuava estática no mesmo lugar. Ela nos observava com a expressão vazia. Tentei entender o que havia acontecido naqueles últimos momentos, quando presenciei a briga das duas irmãs. Mas só havia uma explicação.

Sim. Ayane tinha acabado de salvar a minha vida.

***

Meu cérebro ainda estava em choque uma hora depois do ataque.

Nós nos reunimos na sala de estar dos Cullen, esperando notícias de Paul, Jared e Quil que estavam no encalço de Emily. Quando chegamos aqui e contamos o que acontecera, Emmett, Jasper e Edward também saíram para a floresta para conter o fogo provocado pela sangussuga.

Depois de se certificar que eu estava bem e sem qualquer ferimento, Jacob se pôs a gritar comigo.

–Você ficou louca? O que diabos você estava fazendo sozinha naquela estrada? Não ouviu nada do que eu disse sobre não facilitar para aquela sanguessuga? Você poderia ter morrido, tem ideia disso?

Eu ainda estava meio estupefata com tudo que havia acontecido, então não consegui dar nenhuma resposta a Jacob. E isso apenas inflou ainda mais a sua frustração, por que em suas palavras, “eu estava agindo como se não ligasse para a minha própria vida”.

Seth tentou amenizar a situação dizendo que não deveria ter me deixado sair sozinha, mas isso só levou Jacob a perguntar o que exatamente havia acontecido para eu ficar tão zangada a ponto de sair desembestada do jeito que fiz. Pigarreei, sem saber o que dizer. Como poderia contar as coisas que Ayane dissera a mim agora que ela havia me salvado?

Ayane se manifestou, sentada lá na ponta da escada.

–A culpa foi minha.

Jacob virou o rosto para ela, intrigado.

–Como assim?

Ayane suspirou e levantou-se vindo até nós.

–Eu disse a ela algumas coisas que não deveria e ela ficou zangada. Desculpe.

Meus olhos estavam vidrados em sua expressão. Parecia que o encontro com a irmã a fizera perder toda aquela pose dissimulada. Ao analisar o seu rosto, pela primeira vez pude ver o quanto Ayane era danificada por causa da vida que tivera. Jacob estreitou os olhos ao me observar. Sabia que ele estava bravo por eu ter quebrado a minha promessa de deixar Ayane de lado.

–Por que você me salvou? – perguntei a ela com a voz quebrando.

Sua voz parecia quase cansada.

–Eu disse que estava do lado de vocês.

Era verdade. Ela dissera mesmo isso. E para falar a verdade, eu havia sentido que Ayane tinha sido sincera em nossa conversa anterior. Mas ainda havia um motivo que me fizesse desconfiar dela.

Se ela havia sido sincera ao dizer que estava do nosso lado, então ela também havia sido sincera quando disse estar interessada em Jacob.

***

Quando os outros chegaram logo vi em suas expressões que Emily havia fugido mais uma vez. Jacob ficou irado novamente, porém eu estava cansada demais para sentir tal emoção. Seth, Jacob e eu voltamos para casa e encontramos uma preocupada e angustiada Sue. Ela me perguntou umas quatrocentas vezes se eu estava bem, e só depois de contarmos tudo o que havia acontecido ela me deixou ir tomar um banho e tirar aquelas roupas imundas. Nesse meio-tempo, Jacob fora para casa contar ao seu pai o ocorrido. Ou ele fora realmente rápido ou eu que demorara muito no banho, por que quando cheguei ao quarto ele já estava lá sentado em minha cama.

Hesitei à porta enquanto ele me observava com aquela ruga de preocupação marcando sua testa.

–Ainda está bravo comigo? – perguntei à meia voz.

Jacob apenas balançou a cabeça em negativa e continuou me observando.

–Está sim – discordei ainda em voz baixa. – Se isso for fazer você ficar melhor, pode me dar mais alguns sermões.

Ele riu um pouco e depois cobriu a distância entre nós para me pegar em um abraço forte. Sem hesitar nenhum segundo agarrei-me ao seu peito e senti seu perfume. Eu odiava quando Jacob ficava bravo comigo. Nós éramos parceiros. Devíamos sempre estar um do lado do outro.

–Eu não estou bravo – ele disse em meu ouvido. – Só não quero perder você. Se alguma coisa tivesse lhe acontecido, eu nem sei o que eu faria... Eu só estou sendo uma mala nos últimos dias porque eu te amo.

–Desculpe – disse contra sua camisa. – Prometo não fazer mais isso. Eu sei que sou irresponsável às vezes... Mas você não vai me perder. Nunca.

Jacob se afastou um pouco de mim para penetrar seus olhos nos meus. Havia intensidade e desejo naquela cor castanha e meus olhos se prenderam ali. Suas mãos estavam firmes em minha cintura quando ele me puxou para a cama e me deitou gentilmente nela. Ainda me olhando nos olhos ele colou os lábios nos meus, lentamente explorando minha boca. Passava as mãos na pele sensível da minha cintura, enquanto eu puxava-o pela nuca. Depois ele interrompeu o beijo para me olhar, ofegante.

E ao observar seu rosto, eu senti o que viria a seguir. Estar ali deitada, com seu corpo delineando todo o meu era tão natural quanto respirar. Eu sabia o que aquele olhar tímido significava. Era um pedido de consentimento mudo. Como resposta, puxei as bordas inferiores da sua camisa com os dedos tremendo, o coração pulsando a mil. Ele me ajudou a retirar para depois subir a minha camisola pelo meu corpo. Senti a minha temperatura subir quando sua boca roçou em minha barriga e depois fez caminho até meu pescoço. Arfei e puxei seu rosto para perto do meu, prendendo meu olhar no dele.

Não havia necessidade de palavras. Nós pertencíamos um ao outro e sempre seria assim.


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Notas finais do capítulo

Pois é, eu enrolei por dois livros este acontecimento, mas foi só por que eu tinha muita dificuldade em escrever cenas, digamos, românticas... Eu sei que ficou uma meleca gigantesca, então quem gosta de coisas um pouco mais apimentadas vai ter de me desculpar... Enfim, comentem com sinceridade. Assim posso saber em que devo melhorar :*