Os olhos cor âmbar da menina estavam arregalados. Suas pupilas eram pequenas e estreitas.
Ela era tão magra que chegava a parecer raquítica.
Ela não estava usando roupa de Hogwarts.
Zoey foi andando lentamente até Felly, Alvo foi acompanhando ela.
- Os aurores estão atrás do Lorde das Trevas. Mas eles não o acharão. Os aurores não sabem sobre o perigo que sofrerão.  - A voz dela saiu num sussurro, e ela não piscou. Seus olhos pareciam desfocados.
Ela murmurou algo que Alvo não conseguiu entender, mas Zoey continuou com os olhos nela. Ela caiu de joelhos no chão e cerrou os olhos.
- Por favor. - Ela murmurou. - Me ajudem. Essa não sou eu. Corra, Dino, corra!
Alvo entrou em pânico, a menina começou sibilar e sussurrar. Ele não conseguiu entender uma palavra sequer do ela falou, a loira pegou Felly nos braços e com as mãos tremulas, tirou a varinha do bolso e sussurrou “Accio Bezoar”

Uma bolinha escura veio voando numa rapidez incrível e aterrissou na mão da loira. Ela enfiou a bolinha na garganta de Felly, que na hora cessou de se remexer.
- Ela precisa ir para a enfermaria. Ela tá com muito veneno no corpo, e também está enfeitiçada - Afirmou Zoey, assustada. Sua pele estava clara, e as sardas que eram mais visíveis em seu irmão começaram a ficar mais numerosas. Seus lábios quase perderam a cor.
Tendo o corpo fortalhão de Dino, Alvo conseguiu erguer fácil o corpo da menina desacordada.
No meio do caminho começou a ficar difícil de leva-la, pois o efeito da poção já havia passado, Zoey tinha deixado de ser Kate e Alvo não era mais Dino.
- Que aconteceu com ela? - A enverrugada Madame Pomfrey indagou, colocando ela numa maca.
- Ela desmaiou. Achamos que está com uma substancia não muito boa na circulação. -  Zoey mentiu, e tentou se recompor.
- A batida foi forte, enfermeira! Ela não rolou a escada por pouco... Achamos que estava tentando fazer uma poção e inalou a fumaça de algo- Alvo deu corda.

- Quem usou Bezoar? – Ela perguntou, se espantando – Ótimo, ótimo! Salvaram a vida dela!
Eles foram dispensados e dispararam em direção ao banheiro.
- Ela estava enfeitiçada, serio mesmo - Sussurrou Zoey, olhando para os lados.
- Como você sabe? - Indagou Alvo, baixinho.
- Ela disse! Você não escutou? - A loira parou no meio do caminho.
- Não - Alvo negou. - Ela estava sussurrando e sibilando coisas que eu não conseguia entender, não é língua de gente.
- Mas eu entendi, alto e claro. - retrucou Zoey.- Ela disse o Lorde das trevas ira retornar em outra forma, mais sombria. Que ele está mais fraco e forte ao mesmo tempo. Que aquela não era ela. Para a gente fugir. - Completou Zoey, com o olhar fixo no chão. - Ela ainda disse sobre uma tal de Lestrange.
- Lestrange? - Alvo sussurrou.
- Sim, pelo que ela disse, são três,  uma estará morta, a outra é do bem e a última é do lado das trevas. Agora cabe a nós salvar a primeira, pedir ajuda para a segunda, e... - Os olhos dela ficaram inchados - Matar a última.
- O que? - ele disse, exaltado.
- Foi o que Felly pediu! Ela devia estar enfeitiçada, o dever dela não era contar o que ela nos disse! Com certeza foi enviada para dar instruções para Dino e Kate, mas o pouco da sua própria alma que estava sucumbida ali dentro de libertou e nos avisou.
- Está bem - O menino abriu a porta do banheiro feminino, e todos os seus colegas que estavam ali dentro se levantaram, com um olhar preocupado e curioso para eles - depois...
- E só liquidar Voldemort - Completou Zoey, desanimada.
Eles entraram, estavam todos juntos, um calor imenso tomava conta do local, o vapor embaçou as janelas e entre tapas e xingadas baixas, Lorcan e Lysander discutiam ao fundo.
Alvo estava suando frio, tonto.
(1 pessoa, presente, narração de Alvo)
 As informações apareciam como flashes na minha cabeça "Felly estava possuída" "temos que matar alguém" "Voldemort está de volta?" "Meu pai e Ron são aurores!" "Eles correm perigo" "Lestrange?"
- Al, Al! Você está bem? - me seguram antes de eu cair.
- James? -Digo, e fecho os olhos, a luz está forte.
- É, pirralho, cheguei agora - Riu James. - Brother, parece que você está à beira da morte, não exagera.
Me dirigi a pia e joguei água na cara. Não posso ser um fracote. Eu estava a reclamar pois minha vida era monótona, agora tenho que resolver isso! Eu não queria dizer isso...
(Narração em 3 pessoa, passado, narrador)
Scorpius estava com os olhos fixos em Lorcan, que estava próximo demais de Rose.
Um soluço ecoou pelo banheiro e de dentro da privada, a fantasma chorona que levava óculos garrafa saiu voado.
- Não bastou seu pai quebrar meu coração, agora este belo Malfoy mal olha nos meus olhos! - Ela berrou, apontando para Scorpius.
O loiro se levantou, colocando as mãos na cabeça. Ele andou e tropeçou devido aos cadarços desamarrados.
- Olha, Murta... Você é morta, sabe? E eu estou vivo... - Ele explicou, colocando as mãos no bolso.
- Ah, é claro! Vamos deixar a Murta de vela porque ela está morta! Vamos ficar olhando para a ruiva ali que não tem nada demais e ficar ignorando a menina que teve coragem o suficiente para olhar nos olhos medonhos de um basilisco!
- Murta - Scorpius pareceu perder a paciência. - Entenda que eu estou V-I-V-O, entenda que eu tenho 11 anos e você deve ter uns 70! Te conheci esse mês e você ainda faz esse escândalo? A Rose é linda do jeito que ela é, e você, colocando defeito em outras não vai te fazer perfeita. - ele concluiu, e Rose veio o abraçar, sorrindo. "Obrigada" sussurrou em seu ouvido.
- Ah, não é possível! - A fantasma voou e parou numa janela ao alto - Eu nunca consigo... Tenho que tentar em outro.

Ele corou violentamente e ela mordeu os lábios.
- Murta, podemos ser amigos - Malfoy tentou se reconciliar com a fantasma.
Lorcan bufou e riu, se aproximando de Zoey.
"E ai, tudo bem?" Ele arrumou o cabelos louros.
- Ta de zoa. Você vai mesmo dar em cima de mim agora? - Indagou Zoey, jogando seus cabelos sedosos para trás e girando os olhos.