Eu cheguei à rodoviária por volta das seis da manhã, havia pouca movimentação no local e tudo ainda estava quieto. Sentei em um banco de madeira amarelo que fazia propaganda de uma farmácia e aguardei.
Eu estava cansada e com fome. A lanchonete da rodoviária ainda estava fechada então aquilo significava que meu café da manhã ia demorar um pouco.
As pessoas foram chegando aos poucos e por volta das seis e meia da manhã Lia chegou carregando suas malas. Ela estava vestindo uma roupa completamente diferente da noite anterior. Estava mais comportada e sem aquele cheiro forte de cigarro.
-Olá – ela disse assim que me viu – E não é que você realmente veio.
Eu sorri.
-Eu falei que viria não falei? – a cumprimentei com um beijo no rosto e senti um leve aroma floral que vinha de suas roupas.
Fomos até o guichê e compramos nossas passagens.
O ônibus encostou sete horas em ponto, guardamos as bagagens no maleiro e assim que o motorista fez sinal para entramos, subimos e nos sentamos nas poltronas que indicavam no papel da passagem.
Eu sentei no sétimo banco e Lia bem ao meu lado.
Sob minhas pernas estava uma pequena bolsa com dinheiro e documentos. Olhei para fora da janela e respirei fundo. Eu estava mais do que ciente que era aquilo que eu queria.
Eu queria viver num admirável mundo novo.