Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 15
Rodovia solitária


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem :3



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Voltei para dentro de casa decidida a ir embora.
Minhas malas estavam atrás da porta do meu quarto.
Levei as duas únicas malas que eu tinha para sala e esvaziei uma. Fui até ao meu quarto e abri o guarda roupas lentamente.
As roupas de Silvana estavam penduradas em cabides, peguei-as lentamente e as levei para a sala. Pude ver sobre a luz fraca que vinha da rua e que atravessava a janela da sala, algumas das peças que peguei da minha meia irmã como dizia meu pai.
Era uma saia jeans curta e sexy, uma blusa rosa bebe decotada, uma meia calça arrastão e um vestido preto curto e indecente.
Voltei para o quarto e peguei um sapato de salto alto dela, por sorte usávamos o mesmo numero. Também peguei uma bota preta de cano não muito alto. Peguei algumas das maquiagens que estavam na parte de cima da cômoda e um colar que ela dizia ser de diamante.
Coloquei tudo na minha mala vazia.
Peguei papel e caneta e escrevi um bilhete, com a luz do celular iluminando a folha. Minha caligrafia ficou um pouco borrada devido ao fato de escrever no escuro, mas a mensagem que eu queria passar naquele momento estava bem clara.

“Pai,
Talvez você nunca me perdoe pelo o que estou prestes a fazer, mas saiba que é exatamente isso que eu quero. Meu comportamento não esta te agradando e nem o seu me agrada mais. Por isso decidi que vou caminhar pela vida, seguir a rodovia unicórnio, encontrar o amor. Talvez essas palavras não vão fazer muito sentido agora, mas um dia creio que vai entender tudo o que se passa na minha cabeça. Acabo de conversar com uma prostituta e ela esta indo para um lugar perto de onde a vovó mora e é para lá que eu vou agora. Quero que você seja muito feliz com a sua família perfeita e que vocês nunca sintam a minha falta. Eu te amo pai, saiba sempre disso, eu te amo e sempre te amarei, pois você é o meu herói.
Só peço para não me procurar. Talvez um dia eu volte para resolver esse monte de pendências e explicações que estou deixando para traz.
Talvez...
Um beijo para você meu querido pai, da sua sempre PROSTITUTA DO GOVERNO.”

Embrulhei o papel e deixei em cima da mesa ao lado do vaso de flores de cerâmica.
Fui até a porta do quarto de Giovane e entrei lentamente.
O papel de parede do bob esponja que existia na parede do quarto dele passava uma imagem fantasmagórica no escuro.
Ele dormia profundamente e sua respiração era pesada.
Aproximei-me da cama e dei um beijo na bochecha redonda dele.
-Eu te amo – sussurrei baixinho.
Ele virou a cabeça devagar e eu sorri.
Uma lagrima inundou meus olhos. Me despedir dele estava sendo difícil, e eu ao menos esperava que papai não o deixasse de lado como ela havia feito comigo.
Levantei lentamente e voltei para o meu quarto, onde Silvana dormia serenamente.
Era incrível como aquele ambiente tinha um cheiro enjoado de iogurte.
Abri uma gaveta da cômoda com muito cuidado e tirei duas caixinhas preta. Em uma tinha o colar que Vinicius havia me dado de presente de aniversario. E na outra, outro colar, que Rick havia me dado. Peguei as caixinhas e coloquei na mala.
Olhei para um porta retrato na estante da sala. Era uma foto tirada no primeiro almoço em que Sabrina e Silvana fizeram conosco. Na foto estavam todos nos.
Peguei o porta retrato e tirei a foto dele, procurei uma tesoura na gaveta da pia e cortei minha participação na foto. Eu estava ao lado de papai e mais ninguém se encontrava ao meu lado, por isso foi fácil me cortar de corpo inteiro daquela foto.
Voltei à foto cortada para o porta retrato e coloquei novamente na estante. Agora sim a família estava perfeita.
Eram cinco da manhã quando eu sai de casa com minhas duas malas. E o mais incrível de tudo foi o fato de que ninguém havia acordado durante toda a madrugada, como se o destino estivesse ao meu favor.
A rodoviária era longe e eu teria muito que caminhar.
Caminhar por minha rodovia solitária. Procurando o amor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?