POV Percy

Eu não sabia o que fazer. Não queria me separar de Annabeth. Afastei-me lentamente dela e a olhei nos olhos. Eles estavam vermelhos e ainda lacrimando.

– Annie, eu... - Não sabia o que dizer.

– Eu sei Percy. – Ela deu um sorriso de canto.

Senti-me observado, mas nem ligava.

– Pai, senhor, quero um momento a sós com a minha filha. – Atena disse nos olhando.

– Ahh, eu também quero conversar com meu filho! – Meu pai disse.

– Esta bem. Vocês têm 10 minutos! Daqui a pouco começa meu programa favorito na tevê Hefesto. – Zeus se sentou com cara de tédio.

– Vamos Percy. – Meu pai me chamou.

Abracei Annabeth novamente com força, e beijei a testa dela.

– Já volto. – Disse sorrindo. Ela sorriu para mim, e seguiu sua mãe.

Segui meu pai pelo Olimpo. Annie tinha feito um ótimo trabalho. Havia salas enormes com cores, símbolos e decorações diferentes. Entramos em uma sala que parecia feita inteiramente com coisas do fundo mar. Meu pai fechou a porta e se sentou em um sofá de algas. Sentei-me um uma cadeira de corais. Meu pai me olhou com tristeza.

– Percy, vou ter com você a mesma conversa que tive com Heitor eras atrás. – Meu pai disse. Eu parei para pensar quem era Heitor, mas me lembrei dos semideuses original da profecia. – Seu tio, Zeus, não entende que as profecias precisam acontecer para serem anuladas. Ele tem tanto medo de perder o poder que faz de tudo para que não aconteça.

– É. Inclusive matar pessoas inocentes. – Disse raivoso. Estava com raiva dos deuses.

– Percy, intendo como se sente. Mas procure entender seu tio. Ele pensa no bem da humanidade.

– Mas pai, o que uma criança pode fazer?

– Filho, crianças crescem. Lembre-se de seu amigo Luke.

– É, mas ele foi criado para odiar os deuses. Ele tinha raiva do pai. Se criarmos ele bem... – Era estranho pensar que eu estava defendendo uma criança que ainda nem existia, e pelo jeito nem iria existir. Eu só queria ficar com Annie. – Pai, eu nem sei o que estou falando... Eu... Só quero ficar com a Annie! Eu amo ela. – Eu nunca tinha dito isso, nem para Annie, mas era a mais pura verdade. Eu amava aquela sabidinha desde... desde que eu me lembro, mesmo não admitindo para mim mesmo.

– Eu sei meu filho. Heitor também amava Ariela. E os dois eram felizes, até que se casaram e quiseram ter um filho... – Meu pai me olhava sugestivamente, como se quisesse me contar uma coisa não me contando. Mas eu sou mesmo uma cabeça de alga, então olhei para ele com uma cara de “o que?”. Meu pai revirou os olhos, assim como Annabeth fazia comigo. – Pense Percy. Eles eram felizes até...

– Ahhh. – Sim eu entendi. – Quer dizer que eu posso ficar com Annie, se nós não quisermos ter filho... – Eu disse e uma pequena esperança cresceu no meu peito. Poderíamos-nos adotar uma criança se isso era tão importante para ela. Não é a mesma coisa, mas, era melhor do que ter nossos sentimentos arrancados de nós.

– Mais ou menos isso. Mas Zeus não ficara satisfeito apenas com a promessa de vocês de que não vão querer ter filhos. Vocês precisaram passar pelo conselho, e ter o apoio de Atena seria muito bom. – Meu disse com um sorriso amarelo.

É conseguir que Atena concordasse com isso ia ser quase impossível. Ela nunca quis que nos ficássemos juntos. Mas talvez ela escutasse Annie.

– Vou falar com Annie, ela vai conversar com Atena e ela vai nos ajudar.

– Percy, mesmo que isso de certo, você e Annabeth tem que ser cuidadosos. Sabe que se acontecer o que estava prestes a acontecer na praia e vocês não estiver prevenidos uma criança pode nascer. E quando isso acontecer, Zeus vai querer matar você, e infelizmente eu não poderei impedir, pois vocês violaram o acordo.

Ok, eu havia entendido. Agora só precisávamos conversar com Annabeth.

Pov. Annabeth

Eu estava sem reação para tudo o que estava acontecendo. Eu nunca ouvi falar nessa profecia. E estava com raiva de minha mãe. Soube que ela quem havia me feito sonhar com meu peixinho desaparecendo. Abracei-me e continuei seguindo minha mãe pelas salas que eu havia planejado com cada deus. Entramos na sala de minha mãe.

Ela era toda decorada em prata, com objetos como corujas, balanças e espadas. Havia uma coruja de verdade lá. Minha mãe se sentou em uma poltrona e eu me sentei ao seu lado. Eu ainda chorava.

– Filha me desculpe. Eu sempre quis te proteger. Quando vi que você poderia nutrir sentimentos por um filho de Poseidon, implorei para Afrodite não deixar, mas aquela... enfim ela não me escoltou. – Ela me olhava triste. E continuei olhando para o chão, chorando.

– Me desculpe também, mãe. E me desculpo com os deuses também pela minha explosão. – Eu disse agora a encarando.

– Tudo bem, minha filha. E. eu entendo o por que. – Ela me olho nos olhos e não pude mais esconder de mim mesma.

Eu sabia por que estava assim. Sem reação, chorando. Era por que minha mãe estava certa.

Eu e Percy não podíamos ficar juntos. Sempre havia a chance de a profecia se concretizar. E quando acontecesse, Zeus ira nos matar, Percy e meu peixinho. Eu não podia sacrificar uma criança inocente por ser egoísta. Esse era meu defeito fatal. Achar que posso fazer melhor. Mas com isso eu não posso. Não depois de ver o olhar desesperado do meu peixinho e não poder fazer nada.

Ai você me pergunta: mas Annabeth tem as parcas! Não poderia nutrir essa esperança. Elas odeiam os humanos e acham nossa vida patética. No máximo elas iriam rir da nossa cara, e cortar nossas vidas ali mesmo.

Então minha mãe estava certa. Eu teria que me separar do Percy. “Não podemos ariscar tanto por uma paixonite adolescente.”

Será que era só isso? Apenas uma paixonite? Eu amava Percy. Mas e daqui a 3, 5 anos? E se eu quisesse ter filho? Eu nunca poderia ter a experiência de ser mãe com Percy. E do jeito que nossos hormônios estavam não demoraria muito para algo acontecer.

Respirei fundo. Sabia que só tinha uma opção. Sabia que não poderia me afastar do Percy por mim mesma, então...

Olhei para minha mãe.

– Eu sei o que eu tenho que fazer.

– Eu sei que deve doer filha...

– Não você não sabe! Você nunca se apaixonou! Você só gosta das pessoas pelo intelecto. O que eu sinto pelo Percy é real. Mas eu não vou ser egoísta. – Disse explodindo novamente. Minha mãe abaixou a cabeça e logo a levantou.

– Talvez você tenha razão. Queria poder te dizer que tudo vai ficar bem. Mas só posso dizer isso quando você fizer a decisão certa. – ela pegou minha mão, e eu a olhei.

Sim eu iria fazer a coisa certa. Pelo menos eu acho. E mesmo sendo o certo, eu duvidei disso.

Pov. Percy

Eu e meu pai voltamos para o salão principal, mas Annabeth ainda não estava lá. Eu não consegui esconder um sorriso. Havia esperança para nós dois.

Afrodite me olhou, eu entendi as palavras dela. Ela sempre disse que minha vida amorosa iria ser trágica. Estou vendo o quanto trágica ela iria ser. Mas iriamos resolver tudo isso. Sentei-me na mesma cadeira que estava antes e esperei Annabeth.

Logo, comecei a ficar preocupado. Ela já deveria ter voltado. E Zeus já estava ficando impaciente.

Oque tinha acontecido com minha sabidinha?