Eu corria até minhas articulações pulsarem de dor, as passadas tão fortes que ouvi o barulho do rasgo do tecido do vestido na minha coxa esquerda, mas isso pouco importou. Podia sentir alguém me seguindo, cada vez mais perto. Eu sabia que ele era bem mais rápido que eu, mas não deixei de me esforçar. As lágrimas não paravam de cair por minha face, até que senti que a pessoa estava claramente correndo a poucos centímetros de mim. Tomei um impulso para pular para longe, mas algo agarrou meu braço, puxando-me para o chão. Caí em algo duro como cimento, frio como gelo. Senti imediatamente uma dor na parte da frente do meu corpo, mas instantes depois já tinha passado. É claro, como pude pensar que poderia fugir tão facilmente? Ele era um vampiro, afinal.

Edward tentou me ajudar a levantar, mas eu o empurrei para longe. Fiquei em pé rapidamente e um segundo depois ele já estava na minha frente, segurando meu braço esquerdo, impedindo-me de qualquer tentativa de fuga.

- O que houve, Bella? – ele quase gritou, a voz ecoando nas árvores. Alguns pássaros que estavam ao redor voaram para longe, assustados.

- Me solte! – gritei, tentando desvencilhar meu braço de seu aperto de ferro. – Você está me machucando! – disse, e ele soltou meu braço rapidamente, como se tivesse levado um choque.

- Me desculpe, deixe-me ver – ele se aproximou de mim, e tentei correr para longe, mas ele estava me segurando novamente – não posso deixar de segurar você, quando você quer fugir de mim!

- Não vê que já me machucou o bastante? Quer tentar quebrar minha cabeça de novo, Edward? – questionei com a voz propositalmente fria, tentando afastá-lo de mim novamente. A expressão dele era de horror.

- O quê? Não! – ele disse, chocado. – Eu não posso deixar você ir... Eu...

- O quê? – falei, confusa com o rumo da conversa.

- Pra onde você estava indo? – ele fugiu da minha pergunta.

- Não vejo como isso seja do seu interesse.

Ficamos em silêncio, e minha máscara de durona caiu assim que encarei seus olhos topázio. Desviei o olhar rapidamente. Não podia me deixar levar agora. Não agora que eu já tinha tomado minha decisão de partir.

- Eu também não.

Sua resposta me surpreendeu. Não sabia como responder aquilo, então voltei a encarar seu rosto de mármore. Não consegui decifrar sua expressão. Era confusa. Terna, mas vi um vestígio de dor em seus olhos. Ele estava frustrado? Como eu queria ler seus pensamentos agora. Irônico.

- Eu vou embora de Forks – finalmente falei, não havia por que esconder. Seus olhos arderam nos meus, e a dor era agora mais pronunciada em sua face.

- Não.

- Como assim? – eu murmurei, confusa.

- Você não pode, digo, eu... – ele respirou fundo e fez uma expressão de falsa despreocupação – por quê?

- Já fiquei tempo suficiente aqui, e meu irmão está me esperando no Brasil – menti, e ele ergueu uma sobrancelha, não acreditando.

- Não tente me enganar Bella, posso não ler seus pensamentos mas sou muito bom em ler expressões – ele falou, sério. – o que aconteceu pra você querer ir embora?  Se for por causa do humano, não se preocupe, ele ficará bem. E você não precisa se sentir culpada. Se não se sentiu confortável com alguma coisa, eu lamento. Sei que as piadas do Emmett podem ser irritantes, e o jeito de mandona da Alice também, mas eles gostaram muito de você. É meio difícil para vampiros fazer amizades novas, dê a eles um desconto e-

- Edward, por favor, cale a boca – eu disse, ele estava completamente longe de descobrir meus motivos. – eu tenho que ir, só isso. Agora dá pra me soltar?

- Me dê um motivo para isso. Ou pelo menos uma explicação. – ele retrucou, levemente irritado.

- Não lhe devo explicações – estava cansada disso. Por que ele simplesmente não poderia me deixar voltar para minha dor?

- Deve sim, você ficou na nossa casa como hóspede, não pode fugir sem dizer nada – fiquei surpresa dele jogar os fatos assim, na minha cara.

- Não se esqueça de que foi a Alice que me convidou – falei, nervosa.

- Isso não muda nada.

- O que não muda é o fato de você estar se aproveitando de sua força superior a minha para me prender aqui sem nenhum argumento para mudar minha decisão de partir. – pude ver que falava a verdade ao ver sua expressão.

- V-você está enganada – eu nunca vi um vampiro gaguejar na minha vida, sinceramente, foi meio estranho.

- Por favor, Edward. – tentei me soltar, novamente sem sucesso.

- Fique, Bella. – ele disse, intenso de repente.

- Me dê uma razão. – retruquei, sem esperar uma resposta.

Mas ele fez uma coisa da qual eu nunca esperaria que acontecesse.  Num momento ele na minha frente, e em outro seus lábios estavam nos meus. Ele soltou suas mãos das minhas, e colocou-as na base da minha cintura. Seus lábios eram suaves e, por incrível que pareça, macios. Seu cheiro era embriagante, e o gosto de seu beijo era melhor ainda. Não me controlei diante de tudo isso, e agarrei-o pelo pescoço deixando seu corpo completamente colado ao meu.

Ele não se afastou como eu pensei que ele fosse fazer, e sim se apertou mais a meu corpo, se isso fosse possível. Eu não conseguia parar de beija-lo, era uma das melhores sensações que eu já havia sentido. Até que eu mordi seu lábio inferior e a situação toda foi para um nível mais profundo. Seus lábios ficaram mais urgentes nos meus, e eu me agarrava a toda força seus fios cor de bronze, inspirando seu perfume doce. Ele me levantou do chão, e eu cruzei as pernas em torno do seu corpo e senti a nossa excitação ao mesmo tempo. Ele segurava minhas coxas com força e eu seu pescoço. Eu estava ofegante quando ele rasgou a parte da frente do vestido, deixando minha roupa íntima á mostra. Isso foi o que bastou, eu pulei para longe de seus braços. Eu estava gostando, mas as coisas estavam indo rápido demais.

Olhei para ele e ele estava ofegante, assim como eu. Controlei minha respiração, e fiquei encarando as árvores em volta de nós, corada dos pés a cabeça. Votei a encarar seu rosto perfeito e ele me encarou de cima a baixo duas vezes e parou seu olhar em meu busto coberto apenas por minha lingerie emprestada. Corei ainda mais, mas não cobri meu corpo com as mãos, elas pareciam entorpecidas.

- Essa é uma razão boa o suficiente para você ficar? – ele falou, presunçoso.