Luna andava apressada pelos corredores enquanto tentava fugir de Draco. O garoto chamava por ela, mas ela não queria falar com ele, estava magoada e sentia-se rejeitada.

Toda a gente sabia que Draco era o maior pegador de Hogwarts e como tal, já tinha ficado e dormido com a maior parte das garotas do castelo. Mas ele não queria dormir com Luna e isso magoava a loira, pois sentia que talvez ele não a amasse, porque a verdade é que ele nunca tinha dito que a amava.

A loira já não conseguia ouvir a voz dele a chamá-la, isso significava que ele tinha desistido de procura-la. Andou mais apressada, enquanto os pensamentos martelavam na sua cabeça. Virou uma esquina, o corredor estava deserto e enquanto ela andava ouviu passos atrás de si, virou-se mas não havia ninguém. Talvez fosse a Mrs. Norris que andava por ai.

Quando ela ia recomeçar a andar, alguém agarrou a garota, tapando-lhe a boca, ela tentou-se soltar, mas a pessoa era mais forte.

Ela mexeu-se e remexeu-se, tentou gritar, mas tinha a boca tapada. Ela estava com medo, estava apavorada, não conseguia ver quem era, mas algo ela sabia: Ela estava em apuros.

(…)

A noite tinha caído, as aulas já tinham terminado e todos encontravam-se nos seus dormitórios.

Depois de fazer a ronda, Draco dirigiu-se para as masmorras para finalmente poder descansar. O dia tinha sido cansativo, e ele sentia-se exausto e com um mau pressentimento.

Tinha passado o dia todo assim, talvez fosse por causa da pequena briga com Luna, ou talvez por ela ter fugido dele, não, certamente era por não a ter visto mais, depois do café da manhã.

Entrou no salão comunal da Sonserina e dirigiu-se até ao seu dormitório, quando lá chegou viu que os seus companheiros de quarto ainda não tinham chegado.

Atirou-se na sua cama, sentindo-se exausto e com muito sono.

Nesse momento reparou em algo no chão, um pequeno bilhete estava jogado no chão do seu quarto, certamente o bilhete fora colocado em cima da cama e acabara por cair quando Draco se deitou.

Leu as palavras lá escritas à pressa, sentindo como se o seu coração parasse de bater por causa do susto.

“Tenho a tua namorada. Vem ter comigo à casa dos barcos, se vieres rápido, talvez ainda a encontres viva”

Draco saltou da cama em pânico, calçou os seus sapatos e saiu correndo o mais rápido que podia.

Luna, ele tinha de salvar Luna. Mas afinal, quem tinha feito aquilo? Porque tinham raptado a Luna? E porque lhe tinham deixado um bilhete?

O garoto corria e corria. Descia as escadas até à casa dos barcos o mais depressa que podia, algumas vezes teve de se segurar para não cair.

E se ele não chegasse a tempo? E se…

Ele chegou na casa dos barcos e sentiu de novo como se o seu coração tivesse parado.

Luna encontrava-se jogada no chão encostada a uma das paredes, o seu rosto estava vermelho e um pouco de sangue saia da sua cabeça formando uma pequena poça no chão.

Mas ela estava viva, e quando viu o garoto chegar, os seus olhos iluminaram-se como duas safiras azuis brilhando à luz do sol.

- Luna… - ele disse num sussurro enquanto se aproximava da namorada.

- Ora bem, pensei que nunca mais vinhas, estava até a pensar que estavas com medo e que ias deixar a tua namorada morrer – uma voz assustadora surgiu do meio das sombras.

Estava muito escuro, mas Draco podia ver a pessoa a se aproximar, no inicio era so uma sombra, mas rapidamente Draco pode ver os seus olhos, olhos misteriosos, aqueles olhos cheios de segredos obscuros.

Aqueles olhos verdes esmeralda só podiam pertencer a uma pessoa: Joseph.

- Joe, és tu? – perguntou a loira chocada.

- É, sou eu, Luna. – ele disse soltando uma gargalhada.

- O que queres de nós?

- Bem, bem… querem ir direto ao assunto, então vamos diretos ao assunto. – o garoto pegou a sua varinha das vestes e apontou para Draco – Estupefaça.

Draco foi apanhado de surpresa e não conseguiu se defender e acabou por ser atirado contra a parede.

- DRACO! – gritou Luna levantando-se em seguida para ir em socorro do namorado.

- CRUCIATUS! – gritou Joseph apontando a varinha à loira, que caiu no chão começando a gritar.

Luna sentia como se cada pedaço do seu corpo, cada célula, tecido e órgão estivesse em chamas. A sensação era horrível, ela chorava, gritava e contorcia-se no chão cheia de dores.

Ela só queria morrer, queria que a dor parasse, pois a dor era insuportável, ela nem conseguia pensar, ela só gritava e pedia para parar de doer.

Draco acordou segundos depois e ao ouvir os gritos de Luna, correu até Joseph, com a varinha em punho.

- Expelliarmus – gritou, fazendo a varinha de Joseph voar para longe.

Os gritos cessaram, a dor parou e Luna tentou-se levantar, mas cada músculo do seu corpo gritava para ela parar, olhou em volta vendo Draco e Joseph lutarem no chão, entre murros e chutes, ela podia ver que Draco ia perder, Joseph era muito mais forte.

- PAREM! – ela gritou e os dois pararam de lutar nesse momento, ela caminhou até eles ainda com muitas dores e colocou-se no meio deles. – Lutar não nos vais levar a lado nenhum.

- Ele raptou-te, Luna, ele torturou-te, ele quer-te matar – falou Draco, irritado.

- Mas, ele fez isso por alguma razão – ela afirmou séria e olhou para Joseph – Porque fizeste isto? Pensei que eramos amigos.

- Eu não vou dizer nada – ele afirmou friamente.

Luna tirou a sua varinha das vestes e apontou ao rosto do garoto.

- É melhor começares a falar – ela mandou, irritada.

Luna não era o tipo de pessoa que gostava de se vingar, de machucar os outros, muito menos de brigas, mas Joseph tinha-a enganado, fingido ser amigo dela e ainda por cima, tinha-a torturado, no mínimo, ela merecia saber porquê.

- Ok, eu falo – ele afirmou sentindo-se derrotado. Todo o seu plano tinha ido por água abaixo.