(POV. EDWARD) 

Acordei com uma enorme dor de cabeça, eu ainda não acreditava que um bando de estranhos passaria o natal aqui conosco. Meus pais deviam estar fazendo algum tipo de brincadeira de mau gosto. E o pior é que todos estavam demasiadamente empolgados e eu era julgado como o “rebelde”. Eu tinha que ser culpado apenas porque queria que o nosso natal fosse em família, sem esses Swans que viriam de Phoenix. Por que meus pais aceitaram uma porcaria dessa? “Meu filho seja compreensivo, não vai ser nada de mais passar as féria de natal com essas pessoas.”. Foi o que meu pai me disse quando fiz tal pergunta. E minha mãe ainda deu um alerta “Edward, espero que se comporte bem. As três crianças que a Carmen cuida, são especiais, sofreram um bocado. Natal é uma data complicada pra eles, pois há dois anos neste dia eles perderam seus pais.”. Mas eu não queria ser julgado mal então apenas assenti e disse que me comportaria tão bem como sempre fiz; nunca iria dizer o quão perturbado estava. Sabe... Como será que eles são? Ri comigo mesmo. Isso não era algo de se pensar, não importa mesmo. Devem ser pessoas comuns, ou feias. Ri novamente tentando abafar esse pensamento. Eu não me considerava imaturo, mas era como eles estavam me rotulando esses dias, e isso me deixava completamente nervoso.

 Levantei-me rapidamente e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal. Tomei um bom banho, escovei os dentes, dei uma ajeitada no meu cabelo – que mais parecia uma juba de leão de tão rebeldes -, vesti uma roupa qualquer e desci para tomar o café da manhã. Já estavam todos na mesa, meu pai e minha mãe com um sorriso enorme – pois os "intrometidos Swan's" chegariam hoje na hora do almoço -, Alice e Emmett tomavam seu café normalmente. Sentei-me com a minha melhor cara de tédio, querendo demonstrar o quão irritado ainda estava.

- Bom dia. – disse em meio a um bocejo.                                                 

- Bom dia meu filho! –disse minha mãe, com sua voz doce e angelical.

- Bom dia Edward, dormiu bem? – falou meu pai.

- Muito bem obrigado. – respondi secamente.

- Hey Ed! – falou Alice com sua voz de fadinha mandando um beijo e uma piscadela pra mim.

Alice não batia muito bem eu acho. Eu gostava do jeito dela. Menos quando ela queria escolher minhas roupas e intrometer nas minhas coisas.

- E ai cabeçudo. – Emmett falou com a boca cheia de cereal.

Já Emm era um idiota. O rei dos idiotas na verdade. Não sei como ele saiu do Ensino Médio. Acho que por ele ser um ótimo jogador de futebol americano, tenha conseguido a bolsa na Yale... É, talvez.

- Não fale de boca cheia Emm. – repreendeu-o Esme, minha mãe para todos os efeitos.

- Tá mãe. – falou o tapado com a boca cheia novamente. Ela o olhou com um olhar mortal, e o idiota desviou o olhar com medo.

Peguei uma torrada, coloquei um pouco de suco de laranja e comecei a comer.

- Bom, - começou meu pai – imagino que todos estejam sabendo que os Swan's chegam hoje no horário do almoço. Eu mesmo irei busca-los no aeroporto.

 Todos assentiram.

- Espero que se comportem! – disse Esme olhando pra mim – E Emm tenha modos! Não quero que pensem que você foi criado por lobos.

- Nossa mãe me senti ofendido agora... – falou Emm fazendo uma careta.

- Você entendeu Emm querido. Só tem idade, porque o resto... – disse Alice e todos nos rimos.

- Nossa Lice, até você. – falou Emm fazendo um bico estranho, que gay.

- Chega vocês dois, agora vão se arrumar e também arrumar as coisas para poder esperar os nossos hospedes. – disse Esme.

“Hospedes de vocês.” Pensei.

 Rapidamente acabei meu café, não estava com muita fome. Subi as escadas e fui direto para o meu quarto, deitei na minha cama peguei meu MP4 e liguei-o no volume máximo. Não iria arrumar porra nenhuma, foda-se esses Swan's. A música estava acalmando. Fiquei fitando o teto em uma tentativa frustrante de esquecer os meus problemas. Acho que acabei dormindo, pois acordei com a louca da Alice esmurrando a porta falando que o Carlisle já havia ido pra Port Angeles e que os Swans estariam aqui em uma hora. Esme queria todos lá em baixo para recebê-los.

 Levantei e desci as escadas mais devagar do que de costume. Não estava com vontade de conhecer esses estranhos. Sentei ao lado de Emmett no sofá para poder esperar. Ele não calava a boca, ficava comentando de uma garota que ele viu na rua - segundo Emm ela era a melhor jogadora de futebol do time feminino e eles começaram uma briga, pois segundo ele garotas não podia jogar melhor que ele-. Alice estava a todo vapor juntamente com Esme, ajeitando tudo.

 Já estava morrendo de fome. Onde estão esses seres? Quero almoçar logo. Que saco.

- Mãe, por que estão demorando tanto? Eles não iriam chegar 12h00? - falei irritado.

- Edward meu filho, são 12h02min. Não comece.

- Estão atrasados. Gosto de pontualidade.

- Cala essa boca. - falou ela irritada - Você não tem que gostar de nada.

 E então ouvi um barulho na porta.

 Chegaram. Finalmente. Hora do almoço.

 Quando a porta se abriu fiquei em choque. QUE PORRA É ESSA? As três "crianças" que a Carmen cuidava não eram crianças na verdade. Não que eu tenha pensado que eram crianças, tipo bebês. Mas nossa. Não eram nada do que eu havia esperado ou até mesmo imaginado. Não eram nada comuns, e muito menos feios.

 A que vinha na frente era uma garota extremamente bonita - de rabo de olho percebi Emm deixar um "pouco" de baba escorrer-, ela era como a Alice (parecia fútil, não que a Lice fosse fútil), ela era loira com cabelos grandes e brilhosos e bastante alta, o estilo era praticamente o mesmo que o da Lice, porém mais vulgar, toda trabalhada no "mundo fashion".

 Logo atrás dela um menino, com os cabelos cor de mel, tinha cara de lesado, será que ele cutia “fumar unzinho”? O leso parecia assustado, carregava um livro sobre guerra civil. É ele definitivamente era viajado.

 E por ultimo minha perdição, meu Deus, que garota era aquela? Ela tinha a pele extremamente pálida, porém com um brilho saudável nela. Os cabelos eram ondulados, espessos e brilhantes... De um tom engraçado meio castanho avermelhado, compridos que caiam como uma cascata em suas costas. Seus olhos tinham um tom marcante de castanho, um castanho suave e quente que me fez pensar em chocolate e noites quentes e apenas um sentimento geral de satisfação me inundou. Ela era um pouco mais alta que Alice, não muito magra, seios não tão fartos mais do tamanho ideal pra mim... Céus, o que eu estou pensando. Seus lábios eram desenhados em uma perfeita linha reta... Que lábios por sinal, vermelhos e convidativos. Edward pare com isso - repreendeu-me minha consciência. Ignorei-a. Percebi exatamente o quanto ela era bonita. Não era aquela beleza evidente, como a que a loira tinha. Era uma beleza mais natural, uma beleza que não precisava de toneladas de maquiagem para se destacar. Uma beleza que você às vezes não aprecia plenamente até que esteja bem na sua frente. Tão bela... Oh que legal, um inferno, isso seria um inferno, quem essa garota pensa que é? Já chega fazendo isso comigo, não, não, não. Isso é errado. Ela não é boa o suficiente. Ela é ridícula na verdade. Retiro tudo o que pensei. Eu nunca teria nada com ela. Puf, que garota estranha, definitivamente não. Respire Edward. Um, dois, três... Pronto. Bem melhor.

 Eles entraram e todos se cumprimentaram formalmente. Menos eu, acho. Tentei ser educado, apenas acenando e dando um sorriso que não me pareceu muito um sorriso, acho que estava fazendo uma careta. Mas tudo bem, pra mim é claro... Porque creio eu que não funcionou muito bem, pois minha mãe me mandou um olhar de reprovação. Então meu pai começou as desnecessárias apresentações:

- Bem... Esses são: Rosalie – ele apontou para a loira-, Jasper – o leso -, e Isabella – a garota estranha que seria meu inferno pessoal.

- E esses são Edward, Emmett e Alice – disse Carlisle apontando para nós três.

- Bom, eu sou Esme, esposa de Carlisle e mãe dessas criaturinhas. - disse minha mãe apontando para nos - Agora que todos estão devidamente apresentados vamos ajuda-los a se acomodar. Vou mostrar a casa para vocês enquanto Emm e Ed levam suas respectivas malas para cima.

 “Era só o que me faltava" pensei. "Não vou ser empregado desse povo"

 Minha mãe me chamou para o canto da sala.

“Lá vem merda.” Nossa, meus pensamentos estão incontroláveis hoje.

- O que é mãe? –disse já um pouco alterado.

- Fique calmo Edward, só vou te explicar em qual quarto deixar as malas. Se comporte, meu filho. Por favor. - disse ela com um olhar suplicante, apenas confirmei com um aceno. - Agora, leve as coisas da Isabella, ela ficará no quarto de frente ao seu.

"Mas isso não é possível. Ela só pode estar brincando."

Droga, droga, droga. - resmunguei.

Ops, se o leso ouvisse isso já ficaria esperto, esse maconheirozinho.

Ela me deixou resmungando sozinho e foi falar com os outros.

- Rosalie você ficará no quarto ao lado da Alice, Jasper no de frente ao da mesma que consequentemente é ao lado do de Emmet. São no segundo andar. E você Isabella, vai ficar no terceiro andar, que é o meu e de Carlisle. Ah, e do Edward também, espero que não se importe de ficar separada de seus irmãos. Mas se quiser podemos dar um jeito é claro. - disse minha mãe toda sorridente.

"Se importe, por favor, vai, se importe. Não me faça ter que te aguentar Swan." Isso, pensamento positivo.

- Não Dona Esme, não tem problema algum. - falou Isabella com sua voz doce... Doce? Eu pensei mesmo isso? Merda.

- Me chame apenas de Esme querida.

  Mãe, mãe. Por que trata lá tão bem?

(...)

  Emm levou a maioria das malas juntamente com leso, e eu tive que levar a da Isabella já que era no meu andar. Fomos almoçar. Todos já estavam na mesa. Estava tudo muito bom, eu estava morrendo de fome. Assim que todos terminaram foram para a sala de estar conversar e se conhece. Isabella e eu ficamos ajudando Esme a arrumar a bagunça. Por que essa idiota tinha que se oferecer para ajudar mesmo? Hunf.

 Enquanto eu levava os pratos para a cozinha Isabella vinha com a jarra de suco e algumas taças, ela parecia afobada, com pressa. Estranho. De repende me virei pra trás não sei por que motivo, mas para meu enorme azar a tempo de ver o desastre que ocorreu a seguir.

 Agora que tal você adivinhar o que aconteceu? Para a minha enorme felicidade a idiota tropeçou e deixou todo o suco cair em cima de mim, me deixando completamente molhado e cheirando a laranja.

- Sua louca! Olha o que você fez! Meu Deus vê se olha por onde anda. – falei sentindo que minha cabeça ia explodir de tanto ódio.

- Perdão. Não foi por querer, eu não vi o tapete. Mil desculpas. - disse ela com uma expressão assustada.

- Tudo bem. – falei usando um tom meio ríspido.

- Não precisa ser tão grosso. Eu já pedi desculpas.

- Tanto faz. – meu ódio era tanto que eu estava vendo tudo vermelho.

Ou não, ela estava sangrando ou estou ficando louco? Ela percebeu que eu olhava em sua direção e resolveu verificar o motivo olhando para baixo. Sua expressão foi muito engraça. Ela estava em pânico?

- Poderia me ajudar? - disse ela me mandando um olhar reprovador, já que eu estava tentando esconder uma gargalhada e não estava tendo sucesso nisso.

 - Minha mão esta... Sangrando. – emendou um murmúrio a criatura ficando verde e praticamente implorando, que patético.

 "Só pelo amor de Deus, que ela não vomite em mim. Só pelo amor de Deus, que ela não vomite em mim. Só pelo amor de Deus, que ela não vomite em mim."

  Cantava o mantra repetitivamente em minha cabeça

- Levante-se. – disse estendendo a mão a contra gosto – Vou te acompanhar até Carlisle.

 Ela realmente havia se cortado, mas foi algo leve, Carlisle limpou o ferimento e fez um curativo. Nada muito grave.

 Já havia feito muito por hoje. Subi com a intenção de tomar um banho e tentar exterminas aquele cheiro de laranja que me impreguinava.

 Porém me peguei de bobeira pensando em Isabella...