The Last Song escrita por Miles


Capítulo 17
A última música, fora tocada


Notas iniciais do capítulo

Olá anjos! Aqui estou eu, com mais um capítulo. Gostaria de agradecer à Sarah Gomez, A Menina Dos Olhos Cinzas, e a Mika89 pelas recomendações que me fizeram chorar de tanta alegria. Esse capítulo me fez refletir sobre algumas coisas, e espero que toque vocês também.

Sem mais delongas, nem tão longas assim,

Boa leitura (=



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Pov's Annabeth

Na última semana, a única coisa que fiz foi tomar conta de Frederick, mas não estava reclamando. Matt me ligava pelo menos cinco vezes ao dia para falar com papai, o que me deixava feliz. Eu sentia falta dele ali, naquela casa, por mais que eu odiasse admitir.

Eu estava lavando a louça após nosso jantar, já que ele estava ficando cada vez mais fraco e não conseguia mais fazer essas tarefas. Suspirei ao pensar nisso. Assim que terminei todo o trabalho, pude ouvir uma melodia suava surgir da sala. Um pouco hesitante, me dirigi até lá.

– Pai? O que o Sr. está fazendo? - Perguntei vendo ele fixar as teclas do piano com calma. Eu não conseguia entender essa obsessão dele por música.

– Meu dedos... eu não os sinto mais. Talvez não consiga terminar essa canção a tempo. - Murmurou. Parecia infeliz com essa hipótese. Ele se levantou, e foi até a cozinha.

Sentei à frente do piano e continuei a melodia que ele começara. Meus dedos dançavam em cima do piano, me fazendo delirar por dentro. Eu ainda amava a sensação de criar música com meus dedos, eu amava ter esse poder. E, só podia agradecer à ele por me proporcionar tudo isso.

E então, fora ai que tudo dera errado. Ouvi um barulho vir da sala de estar. Andei até lá a passos cautelosos, e então vi: Um copo d'água no chão quebrado, e papai imóvel em sua poltrona. Ainda hesitante, fui até ele, que não continha um sorriso frouxo nos lábios. Suas mãos estavam frias. Seus olhos abertos, mas que logo se fecharam quando passei minhas mãos sobre eles. Mas... o sorriso continuava firme.

Frederick se fora.03/07/2011 14:37p.m - Igreja da Carolina do Norte

O caixão estava aberto, o corpo de papai sendo velado. Todos estavam ali, na igreja, para dizerem aquelas duas palavras que nada adianta na dor "sinto muito". As pessoas normalmente não sentem, mas é claro, querem ser simpáticas.

– Papai e eu tínhamos algo em comum. - As palavras simplesmente fluiam de minha boca. - Uma paixão que compartilhávamos. E, eu sei que é isso que ele gostaria que eu compartilhasse com vocês.

O piano já estava ali, ao lado do caixão de Frederick. Uma luz forte e potente atravessou a vidraça que havíamos feito, me atingindo em quanto me preparava para tocar. " Oi pai " murmurei. Ele dissera que sempre que a luz brilhasse em alguma janela, seria ele.

Em quanto a melodia surgia, eu involuntariamente sentia meus olhos marejarem. Eu sabia que eu não o veria outra vez, não pessoalmente, e não falando comigo, e isso me deixava triste. Eu o amava tanto.

Assim que a música acabou e as pessoas aplaudiram, o corpo de Frederick finalmente fora enterrado. Em quanto fechavam o caixão eu sentia todo o medo e dor se... dissipar. Eu estava me sentindo mais segurava ao saber que enfim, aquela doença não o consumia, não o incomodava mais.

– Hã... Annabeth? - Ouvi a voz de Perseus soar atrás de mim. Por incrível que pareça, eu não sentia mais raiva do dito cujo. - Eu... sinto muito, pelo seu pai.

– Obrigada. - Sorri. - Ér... Percy... podemos esquecer?- Esquecer o quê?- A briga naquele dia. Não te odeio, e nem estou brava com você. Espero que entenda que eu estava meio extressada naquele dia. - Ele soltou uma risadinha.

– Claro que entendo. Ah, eu vou pra faculdade de Nova York... fica perto da Julliard. Quem sabe não podemos nos tornar amigos? - Ele sorria. Tentei não mostrar a decepção ao ouvir a palavra "amigos".

Passei por aquela fase chata em ter que comprimentar à todos ali presentes. E todos só falavam a mesma coisa "sinto muito", "ele era um bom homem", "todos nós sentiremos a falta de Frederick" dentre outras coisas chatas. Eu não queria ficar assim, deprimida. Eu só queria ficar sozinha.

– Annie? - Me virei para trás dando de cara com Matt. - O papai vai voltar? - Ele tinha os olhos vermelhos, e as lágrimas ainda encharcavam seu rosto. - Ele está só dormindo, não é? - Senti uma mistura de sentimentos me invadir em cheio, e meio triste comigo mesma, neguei.

– Não Matt. Ele não vai voltar. - O choro do meu irmão se tornou mais intenso, e até eu mesma, começara a chorar. Ambos abraçados, para quem quer que visse aquilo sentisse na pele a perda.

– Promete que não vai ser mais como você era antes. - Ele me encarou. - Promete que vai ser uma irmã diferente, não quero que esse verão tenha significado algo banal pra você, Annabeth. Papai não pode ter ido em bora, atoa. - Ele dizia entre os soluços. Com os olhos fechados e as lágrimas ainda caindo, eu assenti.

– Prometo Matt. - Limprei as lágrimas com as palmas das mãos. - Eu vou pra Julliard. Vou me tornar uma grande pianista, como o papai fora. Vou voltar nos natais, e no meu aniversário. Um dia eu vou casar, ter filhos... e ser lembrada como ele. - Matheus sorriu.

– Eu sei que sim.

– Ótimo, pirralho. Eu ainda pretendo te atormentar por muito tempo! - Sorrimos.

– Ele ficaria feliz em ouvir isso. - Ouvi Atena murmurar. Um pouco mais fraca, andei até ela e a abracei, surpreendendo-na um pouco.

– Mamãe, eu te amo! - Sentia-me como uma criança, mas não ligava pra isso.

– Eu também te amo, Annie. Nunca se esqueça disso. - Sussurrou.

[...]

Depois do velório, todos fomos até a mansão dos Jackson almoçar. Sally havia nos convidado, parecia mais solidária em relação à mim.

– Aproveitando a ocasião... - Thalia gritou, fazendo todos nós encararmos ela fixamente. - Eu queria fazer um anúncio! - Luke também se levantou, e pegou na mão dela levemente.

– Nós dois vamos nos casar, e queríamos todos vocês lá! - O loiro gritou fazendo todos presentes gritarem coisas como "Já vão se casar?", "É isso ai!", dentre outras coisas.

– Eu queria que você fosse minha madrinha Annabeth. Devo tudo a você. - A morena sussurrou pra mim. Sorri levemente.- Com certeza aceito, Tha.

– Ótimo! Vamos nos casar antes de irmos pra faculdade, o que seria mês quem vem, ou seja: Temos muitas coisas a fazer.

– O casamento pode ser aqui em casa. - Sally ofereceu -, eu posso cuidar de tudo. Considero Luke um filho meu, seria um prazer cuidar do casamento dele. - Ela sorria terna. Luke concordou fazendo todos comemorarem.

As meninas começaram a planejar os detalhes do casamento, em quanto os garotos com excessão de Percy converssavam sobre a "despedida de solteiro". Eu gostava de ver todos assim, conversando, de bem, amigos.

Parei para pensar em todas as coisas que me aconteceram ultimamente. Nesse verão. Naquela cidade. Eu estava totalmente ligada aquelas lembranças, e eu amava aquilo. Amava... poder saber que eu tinha aprendido coisas valiosas ali.

Quando papai morrera, não morrera somente um grande homem. Morrera um pianista brilhante, um pai excelente, um cultivador de sonhos. A borboleta mais bonita do jardim. Essa que agora partira para uma nova missão, e jamais voltaria.

Sim, sim, eu sabia que as placas em cidades como Manhattan, que tanto glorificavam o trabalho de Frederick, teriam que se contentar com algo: A última música, fora tocada.



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Notas finais do capítulo

Francamente eu adorei o final desse capítulo. Já tenho tudo arquitetado: Capítulo 18, casamento Thaluke com um pedaço da despedida de solteiro de Luke; ansiosos? Espero que sim.

Me digam se gostaram, sim?

Miles partindo...