The 29th Hunger Games! escrita por Lançassolar


Capítulo 22
Edição 29


Notas iniciais do capítulo

Ta começando a esquentar ^^



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A vantagem de Morgan: Seus anos de experiência de combate e a própria velocidade.

            Nossa vantagem: Podermos lutar de dois contra um.

            Eu nunca imaginei que chegaria tão longe nos Jogos. Nunca imaginei que poderia realmente ganhar. Mas já havia desafiado probabilidades demais para voltar agora. Perder não era mais uma opção. Era vencer ou ganhar. Kayleigh ou eu. Um de nós iria para casa. Minha mente estava completamente limpa. Eu sabia o que tinha que fazer. Avancei com a lança.

            Uma estocada, duas, três. Kayleigh não tinha vindo me auxiliar ainda. Provavelmente estava abastecendo seu machado de veneno. Mas surpreendentemente eu não estava sentindo tanto a luta contra Morgan. Ele não estava inteiro, pude perceber. Havia sido gravemente ferido na barriga, e ainda não se recuperara de todo.

            Acabei resolvendo utilizar uma estocada reta, daquelas que resolvem a luta, caso acerte. Mas não acertei. Morgan defendeu, e quase me decapitou em seguida, com sua espada. Mas tirei a cabeça a tempo, de modo que recebi apenas um corte no rosto.

            Me distanciei do Carreirista. Dei de ombros e sorri para ele. Ele devolveu o sorriso:

- Está confiante demais... – Alertou.

- Obrigado pelo aviso. – Rebati, e voltei ao ataque.

Dessa vez Kayleigh veio a meu lado, e começamos a golpeá-lo em conjunto. As estocadas eram alternadas com os golpes em forma de arco do machado, e Morgan se defendia com certa dificuldade.

- Vocês são bons. – Ele reconheceu. Após mais uma pausa. – Então terei que improvisar.

Não entendi o que ele quis dizer mais com certeza não gostei. Era com certeza uma mensagem “Não será tão fácil assim”. E eu não tinha a menor ideia do que Morgan era capaz de fazer.

Ele jogou a mochila no chão, e a abriu, retirando um longo punhal de dentro. Olhou para nós, agora muito mais ameaçador, com as duas armas. E seu olhar correu para o machado na mão de minha aliada.

- Veneno? – Disse, fingindo falso desapontamento. – Já estão em vantagem numérica, precisam ainda apelar a isso? Não é exatamente justo.

- Não é sobre justiça. – Kayleigh respondeu, sem hesitar. – É sobre sobrevivência.

- Acho que seus anos treinando, deixam a balança equilibrada. – Falei.

Ela apenas suspirou. E olhou para o céu. Os trovões não haviam cessado. O céu estava totalmente nublado e escuro. Ventava muito, fazendo os cabelos de Kayleigh e Morgan balançarem de maneira bonita ao vento, juntamente com a grama e o som da água correndo lá embaixo.

- Vamos acabar logo com isso. Estou cansado. – Admitiu Morgan. – Quero sair daqui.

- E vai. – Respondi. – Espero que ache o inferno agradável.

Ele sorriu e atacou.

Veio muito mais rápido dessa vez. E mortal. Desviou para o lado, vindo diretamente para cima de mim. A estocada da espada era apenas uma mera distração. Pois serviu para livrar o punhal da defesa da lança. Era aquele o ataque verdadeiro. Por sorte eu tinha Kayleigh, que bloqueou a arma. Mas Morgan também já previra aquilo, e deu um chute muito forte na boca do estômago de minha aliada, fazendo-a perder o ar.

Em seguida, lhe deu uma rasteira e veio com tudo para cima de mim, de um contra um. Minha confiança havia me abandonado. Agora o medo da morte era bem real. Adrenalina era jogada em minha veia. Pois eu sabia que teria que lutar como nunca havia lutado antes, se quisesse ter a menor chance.

Morgan me forçou a recuar, com golpes forte e seguidos. Eu tinha que andar para os lados e para trás, para sair do alcance de suas armas, pois ele atacava de maneira muito mais rápida. Se eu perdesse a lança estaria perdido.

Percebi o plano do Carreirista. Ele estava me levando na direção do despenhadeiro. E eu não tinha como fazer nada. Apenas continuar defendendo seus ataques, um atrás do outro. Continuamos nesses moldes, por alguns segundos que pareceram horas. Foi quando Kayleigh veio.

Morgan me forçou para trás. E se virou para encará-la. Ela, esperta, recuou. Mas a cabeça do Carreirista parecia estar um passo a frente. No momento em que Kayleigh mudou o posicionamento de movimentação. Ele atirou o punhal com tudo para seu peito. A arma se cravou no ombro. Era um ferimento não-mortal, mas que devia doer horrores. Incrivelmente eu não estava tão preocupado. Kayleigh se feria tanto, que aquilo já era até normal.

Ele avançou e lhe deu um golpe de espada. Ela bloqueou como pode, e recebeu a cotovelada no rosto em seguida. Foi nesse momento que eu cheguei em seu auxílio. Mas Morgan era astuto, ele rolou para o lado, de maneira que não tive como pegá-lo pelas costas. Aquilo estava ficando perigoso.

- Kayleigh... – Chamei.

- Eu estou bem! – Ela disse, se levantando ofegante. – Concentração.

Morgan respirava pesado. Seu olhar não era característico. Era algo diferente, totalmente anormal. Pena? Mas de quem?

Kayleigh tirou o punhal do ombro, abafando um gemido de dor. E Morgan atacou. Derrubou a garota no chão com um fortíssimo golpe de espada. E teria matado ela em seguida, se não tivesse que se preocupar comigo.

Trocamos uma série de golpes.

- Sua parceira já foi Waters. – Ele me disse, entre golpes. – Ela está exausta demais. Não tem fibra para essa luta.

- Por que você não cala essa sua maldita boca? – Rebati, irritado.

Surpreendi Morgan com uma estocada baixa, que subiu quase na hora de acertar a sua espada, e lhe abriu um longo talho no rosto. Um pouco mais para frente, e teria sido o fim. Droga. Isso poderia ter acabado agora.

Não. Não teria acabado. Faltaria ainda Kayleigh. E eu não conseguiria mata-la.

- Hey, pensando na namorada? – Ele chamou a minha atenção.

E dessa vez não consegui defender ou evitar a estocada. Apenas diminuir a força. Mas a espada entrou em minha barriga assim mesmo. Graças a Deus não atingiu um órgão vital, percebi, mas aquilo me deixaria praticamente acabado.

Morgan não parou. Ele começou a me empurrar, como pode, até a balaustrada. Tentei deter, mas era inútil.

- Caia e morra! – Ele instruiu.

E me empurrou contra a balaustrada, que era um pequeno batente de quase um metro, antes do despenhadeiro. Eu larguei a lança na superfície e tentei me segurar na balaustrada, mas era inútil. Caí.

Consegui me segurar no último suporte disponível. Uma falha entre as pedras. Quebrei a mão esquerda no processo, mas era melhor que a morte. Só que essa era inevitável. Eu estava sangrando muito. E não tinha a menor condição de escalar.

Olhei para a espada, cravada em minha barriga. Como doía. Trinquei os dentes, e retirei a lâmina para fora, jogando-a para baixo.

Não acreditava que tudo havia sido em vão. Todas as dificuldades e dores que tive que suportar. Todos os meus planos com Kayleigh, todos os pensamentos de liberdade. Todo meu desejo de viver. Tudo isso em vão. Apenas gotas em uma interminável chuva de tristeza. Aquele era meu fim, sabia disso.

Olhei para cima. Apenas nuvens, sobre a balaustrada. Mas Morgan logo estaria ali. Com minha lança, para me dar o golpe final. Então, ele poderia matar Kayleigh e ir para casa.


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Notas finais do capítulo

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