Recebi os empregados com Alice, que chegou mais cedo que o combinado. Tomamos café foi a mesma correria. Levamos as crianças para escola, fomos a livraria e fiquei no escritório até a hora de pegá-los e depois os levei para suas atividades extras. Brian tinha natação, July tinha aula de línguas e eu estava exausta no final do dia. Respondi alguns e-mails, verifiquei alguns e-mails deitada na cama depois de jantar e tomar e banho e verifiquei minha agenda para o outro dia. Mais um monte de coisas da loja para resolver.

A semana passou rápido e eu não sabia que trabalhar em algo que gostamos nos deixava tão satisfeitos e completos. Por horas naquela semana não lamentei o fato de Edward me desprezar, por horas naquela semana eu ri com meus filhos,por horas naquela semana eu fiquei pensando no futuro. No meu futuro.

- Bells vamos a uma boate, vem com a gente. – disse Ang animada na loja. Ela passou para falar com Jacob e eu ainda estava lá.

- Bella você precisa disso. – disse Alice mexendo num tablet. Ela vivia mexendo naquilo.

- Não sei... hoje...

- Hoje sim! Sexta é dia folga e bebida! – disse Alice animada.

- Se não for, vou ficar entre casais. Jacob e Nessie... aquela melação de sempre! E Alice e Jasper que perdem a linha na pista.

Comecei a rir daquilo e Alice ficou corada. Ela devia mesmo perder a linha.

- Vou sim. Vamos lá e nos divertir.

Assim que cheguei em casa e fiz a lição com July e a coloquei para dormir eu vi o carro de Edward chegar e tranquei a porta do quarto. Fui para o closet e fiquei olhando as opções... o que se usa numa boate? Liguei para Alice e ela disse que iria mandar algo fui tomar banho. Demorei mais do que o necessário e ouvi batidas na porta. Devia ser a roupa de Alice e quando abri vi Alice na porta pronta.

- Vim te arrumar! – ela disse entrando e fechando a porta.

Quando deu onze horas eu estava pronta. Um vestido vermelho curto, cabelos soltos e uma maquiagem que só ela saberia fazer. Enquanto ela me arrumava rimos feito duas adolescentes indo para uma festa de amigos. Descemos as escadas e o salto fez barulho no chão de madeira do hall, uma empregada nova veio falar comigo sobre algumas instruções e Alice foi tirar o carro da garagem. E quando olhei para trás verificando se tudo ainda estava no lugar vi Edward me olhando, ele estava com as mãos no bolso, sua blusa um pouco aberta e um olhar frio que deveria congelar a África. Alice buzinou e sai daquele pequeno momento. Entrei no carro abalada, mas decidida. Esses encontros eram inevitáveis, eu deveria me acostumar.

Dançamos, bebemos, rimos com Alice e Jasper perdendo a postura na pista de dança e depois eu voltei no carro que Alice pegou na minha garagem. A essa altura ela já tinha a cópia de todos os meus carros. Passei no quarto das crianças e vi que estava tudo bem. Voltei para o meu e vi Edward sentado na cama.

- Vai amanhã comigo? – ele disse secamente.

- Não. – meu coração acelerou. Eu tinha certeza que por mais que ele não esperasse aquilo eu estava mais surpresa comigo do que outra coisa.  – Estou cansada e preciso me deitar. Saia por favor.

Ele se foi e depois disso eu não encontrei mais. Dois meses e não nos vimos mais. Não fui a mais nenhum evento com ele, ele também não me chamou. O que me fez feliz. E para ser sincera... estava melhor assim. Alice e eu trabalhávamos feito loucas na livraria para Jacob dar atenção a Nessie direito e eu queria mesmo que eles fossem muito felizes nessa gravidez. Meus filhos agora viviam na livraria porque eu ficava mais lá do que em casa e contratamos uma pessoa para distrair não só eles como também os filhos dos clientes, não parece, mas isso aumentou em mais de trinta por cento as vendas e resolvi ter uma idéia maluca. Iria abrir com Jacob uma livraria infantil, tudo baseado em contos infantis modernos e clássicos. Jacob achou loucura, mas eu sabia que ia dar certo.

Só que antes disso eu resolvi me separar de Edward, não tinha feito nada antes por conta da viagem que descobri que ele tinha feito. Como eu descobri? Pela internet, um jornal Frances postou uma foto dele num encontro de empresários. Foi nessa que eu entrei com o pedido depois de mais de três meses sem vê-lo. Meu advogado me orientou a falar com ele, mas eu não fazia a mínima quando ele voltar então resolvi não esperar.

Duas semanas depois de dar entrada no pedido eu tinha chegado de uma festa com as crianças, a exposição anual de trabalhos deles na escola. Eles já chegaram dormindo e Janaina me ajudou a colocá-los na cama. Fui para o meu quarto e o vi sentado na minha cama.

– Eu quero o divórcio.

 Eu não bebi nada alcoólico, eu sabia que aquilo era eu falando. Eu me libertando. Ele nem se mexeu quando ouviu aquilo.

- Depois de tantos anos... por que agora? – ele falou rodando um frasco de remédio na mão. Estava cheio, eu não tomava mais aquilo a meses.

- Porque eu acho que não precisamos mais nos enganar desse jeito. Não precisamos mais fingir que estamos casados.

- Nunca fingimos isso. – ele disse

- É verdade. Mas eu quero o divórcio o para oficializar, preciso disso Edward.

- Vou te dar, meus advogados já estão cuidando disso. O que vai fazer com as crianças...

- Bom, vou levá-las. Para onde for, eles vão.

- Sei. Parou? – ele disse mostrando o vidro.

- Sim.

- Bom. Então está fazendo isso consciente.

Aquilo doeu mais do que eu conseguia expressar.

- Vou poder vê-los se quiser? Quer dizer... eu...

- Eles são seus filhos. E espero que no divórcio não use meus remédios contra mim.

Isso era um medo constante. Edward querer as crianças, mas ele não iria cuidar delas... ele não tinha jeito com aquilo.

- Não vou fazer isso. Você mudou, não apresenta risco a elas. – era um tom triste agora.

- Sim, mudei.

- Pode me responder uma coisa?

- Sim.

- Comprou uma livraria por quê?

- Porque eu gosto de livros.

- Sei. E fez novas amizades...

- Sim, eles são legais sim.

- Anda muito com eles? – Tive a sensação que ele sabia mais do que estava revelando.

- Ando, Jacob é o outro dono da livraria. Alice minha assistente. Ângela faz parte... somos um grupo pequeno.

- Sim. – ele respirou fundo.

- Por que você mudou tanto? Por que achou que eu te trai?

- Na noite eu não lembrava de termos transado... Brian... não achava que era meu.

Era triste ver o fim. Mas era o fim.

- July e Brian precisam de um pai. Deveria dar mais atenção a eles. Quanto a nós eu não estou mais magoada ou com raiva. Sofri por muitos anos por você e hoje eu vejo que poderia ter sido mais feliz. Se tivesse pulado fora quando ainda tinha forças.

- Tem forças hoje?

- Sou mais segura. Sei quem sou e o que quero. Não quero implorar o seu amor.

- Entendo. Errei com você.

- Eu sei.

- Errei com July também.

- Agora é tarde. Preciso me deitar. Amanhã acordo cedo. Vou viajar com as crianças.

- Vão para onde?

- La Push, uma praia em Forks. Vamos todos juntos... o grupo... Eles vão gostar.

- Sei que vão.

Ele se levantou e foi para a porta.

- Segundo os papéis que assinamos antes de nos casarmos você fica com a metade de tudo.

- Só quero o que tenho direito para criar meus filhos Edward. Não quero nada a mais.

Ele saiu e eu soltei um suspiro. Ele saiu de casa no outro dia e vi ele sair antes de amanhecer, poucas malas. Só o suficiente. É claro que eu sofri. Eu o amava. Ainda o amava, mas eu precisava me amar. E por isso foi ótimo viajar com o pessoal. As crianças nunca tinham ido a praia e amamos cada minuto que passamos numa casa que pertencia que pertencia a família de Jacob e aprendi a viver sem a sombra de Edward na minha vida. Aquela casa guardava muitas coisas e me mudei para um apartamento no centro perto da escola deles e das livrarias. Isso mesmo, eu consegui depois de mais ou menos seis meses abri a minha livraria infantil e foi um sucesso. No dia da inauguração estávamos só eu e Alice. Jacob ficou com Nessie que estava de resguardo dos gêmeos que nasceram de oito meses. Eles eram lindos e não queria sobrecarregar Jacob então estava eu e Alice e Jasper nos virando como podíamos na administração das livrarias.