CAPITULO 02 – O que fazer?

Casamento arranjado. O que estava passando pela cabeça dos membros do Clã?

Andava em círculos no meio da grande sala da mansão. Ainda estava meio atordoado com a reunião que teve a pouco tempo. Resolveu sair daquele lugar rapidamente, pois já estava perdendo a paciência. Por muito pouco não empunhou sua zanpakutou e disse um: “Chire, Sembonzakura!”

Realmente era raro os momentos em que chegava a perder completamente a compostura, e quando acontecia, era por causa de um assunto que realmente incomoda-se os seus princípios. Mas porque será que a idéia de ver Rukia casada o incomodava tanto? Sabia que ela era uma nobre, e uma hora ou outra teria que se casar, essa era a tradição; mas porque esse momento tinha que chegar tão repentinamente?

“Por acaso... Está questionando as regras novamente Byakuya-sama?”

Regras. Na sua opinião já havia quebrado as regras várias vezes, começando pelo fato de ter se casado com uma mulher de Rukongai. Porém, a expressão “violar regras” estava mais ligada a uma certa pessoa... Rukia.

Após ter adotado a pequena shinigami, como prova de cumprir a promessa que fez a Hisana; jurou perante o tumulo de seus pais que nunca mais iria quebrar as regras. Esse foi o seu ideal durante anos, seguir restritamente as leis da Soul Society. Mas por Rukia, voltou com a sua palavra, a salvando da lâmina de Ichimaru Gin.

Parecia que desde esse dia, o modo que Rukia agia e tudo o que ele fazia para protege-la, era como algo que lhe puxa-se para o lado contrario da leis que tanto defendia. O que será que ela tinha pra fazer com que ele agi-se desse jeito?

“O Senhor é considerado o melhor líder que o Clã Kuchiki já teve em toda a sua estória... Não nos decepcione.”

Não decepcionar o Clã e cumprir as regras eram a mesma coisa. Não poderia quebra-las novamente; tinha que fazer jus ao título de “melhor líder da estória do Clã Kuchiki”, mas apesar de saber disso, iria deixar a decisão nas mãos de Rukia, não iria força-la a se casar.

Por um lado torcia para que ela aceitasse. Por outro... Queria que ela dissesse “não” aos quatro ventos. Qual desses lados ele deveria ouvir?

- Nii-sama... - aquela voz fez com que ele desperta-se de seus pensamentos – O Senhor mandou me chamar?

- Sim, Rukia. - afirmou; teria que se manter normal – Sente-se.

- Hai – sentou-se ficando a uma certa distancia de Byakuya. Apesar de tudo, olhar aquele rosto ainda era difícil pra ela.

- O motivo de eu ter mandado lhe chamar, Rukia; é que... - suspirou – O conselho do Clã Kuchiki quer que você se case com o líder da família Hyega. - curto e direto.

- O que? - Rukia se levantou assustada; o que significava isso? – Mas porque eles querem qu... - percebeu que Byakuya franziu o cenho, mostrando que não gostou muito de sua exaltação – De-Desculpe Nii-sama. - murmurou abaixando a cabeça.

- Como estava dizendo... Os membros do Clã Kuchiki desejam que você se case com Hyega Dan, líder de uma das quatro famílias nobres... - fitava a garota que permanecia imóvel – O proposito desse casamento é gerar um herdeiro pra me substituir futuramente.

- Herdeiro?

- Isso mesmo. Sua irmã não me deixou nenhum filho e é necessário dá continuidade ao Clã Kuchiki.

- Então... - ela ergueu o rosto – Isso não passa de um...

- Não vou ocultar nada de você... - interrompeu – É apenas um casamento arranjado com interesses políticos.

 

Rukia ficou perplexa com o que ouviu. Será que seria forçada a se casar apenas por um bem politico? E os seus sentimentos?

- Apesar de saber que este casamento tem uma finalidade concreta... - continuou Byakuya – Você poderá escolher.

- Como? - o olhou confusa

- Eu lhe dou a liberdade de escolha... Você só ira se casar se assim for da sua vontade.

- Quer dizer que... Eu poderei escolher?

- Exatamente. - deu de ombros – Espero a sua resposta pela manhã.

 

Rukia continuou parada o olhando surpresa. Os membros do Clão Kuchiki jamais iriam lhe dar a liberdade de escolha, a única pessoa que poderia fazer isso era... Byakuya? Será que ele estava se importando com ela?

- A-Arigatô, Nii-sama – murmurou corando levemente sem ao menos saber o porquê.

- Não me agradeça... - disse no seu tom frio – Você não é uma Kuchiki de sangue, por isso não deve ser forçada a nada por causa das tradições da família... Esse é apenas o correto a se fazer. - continuava indiferente; mas essa não era a sua intenção? – Agora pode se retirar.

- H-Hai – suspirou – Com licença, Nii-sama.

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Sentada na varanda da mansão, fitava as estrelas; porém seu corpo estava ali, mas sua mente estava longe. Como dormir? Já que teria que tomar uma decisão que poderia mudar totalmente o rumo de sua vida...

Sabia que no momento em que escutou aquela proposta sentiu um pouco de medo, para ela não haveria escolha alguma; mas estava enganada, teria uma opção, poderia dizer “não”. Ao saber disso pensou em dar a reposta negativa naquele momento mesmo. Quem em plena consciência acetaria se casar com um desconhecido por motivos tão fúteis?

Estava com a resposta na “ponta da língua”, mas ao ouvir aquela frase: “Esse é apenas o correto a se fazer.”, resolveu pensar duas vezes. Como foi ingenua ao achar que Byakuya estava fazendo aquilo por estar se preocupando com ela... Não negava que ele tinha uma grande preocupação com sua vida, tanto que não deixava de jeito algum ela ser uma oficial do alto escalão por causa do perigo que correria; mas não era desse tipo de “preocupação” que estava falando.

Byakuya já havia lhe surpreendido pelas atitudes que tomou em relação a ela. O momento em que a salvou de Ichimaru Gin e quando foi ao Hueco Mundo foram as mais surpreendentes, com certeza! A relação deles havia dado um passo a frente de certa forma.

De uns tempos pra cá, Byakuya se tornou mais do que seu protetor, seu Nii-sama; ele se tornou... O que ele se tornou exatamente?

Isso ainda não sabia como explicar...

Agora sabia que seu “Nii-sama” era um líder exemplar, sempre respeitando as regras do Clão Kuchiki, apesar de já ter dado uns pequenos deslizes. Mas o modo como ele lhe falou sobre o casamento, tão frio e direto; a deixaram meio desapontada. Pelo que parecia, ele estava querendo aquele casamento; a honra da família havia se tornado sua prioridade depois que a adotou, e de certa forma, aquele ato estava ligado a tal honra.

O que fazer?

Apesar de seus sentimentos estarem confusos, uma coisa tinha certeza... Queria que Byakuya se orgulha-se dela, isso sempre quis! Poderia aquele casamento ser a chave pra esse “orgulho” que buscava conseguir no coração do Kuchiki?

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- Nii-sama, já tomei minha decisão.

 

Byakuya tirou a atenção do livro que estava lendo; na verdade “fingindo”. Passou o tempo todo pensando em qual seria a decisão de Rukia, e pelo visto iria saber agora.

- Então... Qual é a sua decisão? - procurava manter sua expressão calma. Aquela resposta não poderia influenciar tanto assim a sua vida. Poderia?

- Eu aceito me casar com o líder do Clã Hyega. - declarou rapidamente, só ela sabia o que estava se passando naquele momento, seu coração estava acelerado.

- O que? - droga! Não era essa a resposta que esperava ouvir.

- O Senhor ouviu. Eu aceito me casar, para o bem do Clã Kuchiki. - reafirmou

- Mas... - exitou por um momento, teria que se manter indiferente, não poderia mostrar nenhuma reação.

- O Senhor aceita minha decisão, Nii-sama? - ficou meio confusa, não era isso que ele queria?

- Claro. - deu de ombros. A razão estava falando naquele momento, mas e o coração? - Informarei aos membros do Clã para dizerem sua resposta a Hyega.

- Como quiser... - murmurou; agora sua vida estava tomando um rumo diferente – Com licença, Nii-sama.

 

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Deu um largo sorriso ao acabar de ler a carta que estava em suas mãos. Então agora ele estava noivo da irmã caçula de Kuchiki Byakuya, não pode deixar de mostrar a satisfação que sentiu ao saber da resposta positiva da garota.

- Envie outra mensagem aos membros do Clã e a Kuchiki Byakuya, informe que eu desejo conhecer minha noiva o mais rápido possível.

- Quando exatamente, meu Senhor?

- Poderá ser amanhã, logo após o meu compromisso... - colocou a mão no queixo – E seria melhor ela vir aqui na mansão, não é? - indagou ao servo

- Acho que Kuchiki Byakuya não iria gostar muito.

- É verdade... - deu de ombros – Então diga que amanhã eu irei a mansão Kuchiki para conhece-la.

- Como quiser.

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- CASAR?

- É Renji, eu estou noiva. - murmurou, mostrando não estar muito empolgada com tudo aquilo.

- MAS COM QUEM? EU O CONHEÇO?

- Se nem eu o conheço... – suspirou - E da pra parar de gritar!

- D-Desculpe, é que eu ainda to muito surpreso... - sentou-se de frente pra ela – Nunca pensei que você fosse se casar, e ainda por cima desse jeito.

- Eu muito menos, jamais isso passou pela minha cabeça...- ergueu a cabeça esboçando um sorriso – Mas é a tradição da família Kuchiki não é? Tenho que aceitar!

- Rukia... - percebeu que ela estava fingindo, Rukia poderia ser uma boa atriz e enganar algumas pessoas,mas não ele – Por que você está fazendo isso? O capitão Kuchiki não te deixou escolher... Por que você não se recusou?

- Porque apesar dele ter me dado esse “privilegio”; sei que ele quer que eu me case. Nii-sama sempre se importou com o futuro do Clã e acho que ele só me disse isso pra mascarar o proposito politico que esse casamento tem.

- Ainda não compreendo... - virou a cara emburrado - Acho que você deveria ter dito 'não' do mesmo jeito.

- Renji, você ainda não percebeu? - ele a fitou – Eu só quero que ele se orgulhe de mim... - sentiu o coração apertar – Só isso.

- Rukia...

 




Continua...