A Casa Dividida escrita por Redbird


Capítulo 20
O Plano de Coin


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, mais um capitulo. Espero que gostem. Desculpem a demora. Estou tentando postar um por semana. Está bom assim? Ou vocês vão me abandonar? Por favor, não me abandonem.



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Guerra.  Peeta  sabia que essa era uma possibilidade que ele deveria ter previsto. Era algo para o qual ele deveria ter se preparado. Mas tudo que ele conseguiu pensar foi que aquilo não estava acontecendo.  O professor sempre acreditara no diálogo, era um homem que apostava na gentileza quando todos optavam pelo olho por olho. Mas ele tinha que admitir dessa vez ele superara os níveis de ingenuidade.

Durante os dias que se seguiram, a primeira coisa que Haymitch fez com que providenciassem fora um estoque respeitável de comida. Isso poderia soar hilário, mas pelo jeito que ele falara, Peeta sabia que não estava brincando.   Agora, além dos mapas sobre os estados escravagistas,  eles passavam  estudando os estados confederados,  acompanhando de perto as noticias de Washinngton.

 Além disso, Haymitch obrigava todos eles a participarem de um duro treinamento.  Peeta percebeu que ele havia achando um novo sentindo na vida, manter aqueles jovens problemáticos e rebeldes vivos.  E ele estava levando muito a sério essa tarefa.

 A principio, quando Katniss começou a trabalhar na livraria de Greasy Sae  Peeta ficou um pouco chateado.  Ele era quem deveria protegê-la.  Era ele quem deveria ajuda-la.  Mas, no segundo dia, quando ele viu o quanto Katniss  estava feliz, ele resolveu que no final das contas, os dois podiam muito bem trabalhar juntos para sustentar a casa.

Tresh tinha razão, Com a guerra as pessoas não se interessavam por aulas de francês.  Mas felizmente, Peeta tinha muitos outros atributos além do ensino dessa língua amada pela elite Californiana.  Ele começou a ensinar história para alguns dos filhos de aristocratas da região, fazer algumas traduções para um novo jornal na cidade e assim, como Katniss, conseguiu complementar a renda da casa. Os outros também ajudavam.  Ele poderia ter acreditado em um final feliz para ele e os amigos, se não fosse guerra.

E logo agora que ele estava começando a se dar bem com Katniss. Ela era tímida, o que a fazia um pouco difícil de lidar, mas ele gostava disso. Com o tempo os dois estavam criando uma relação de confiança que Peeta achou que seria quase impossível. Ele tinha que admitir, seu coração pulava toda a vez que via um sorriso dela.  Como agora, quando ele chegou para a reunião na livraria de Greasy Sae e  ela estava arrumando  uns livros. 

Ele foi até ela a abraçando. Ela sorriu e ficou corada.  Peeta tinha que se obrigar o tempo todo a lembrar que eles estavam em guerra.

-Não precisa ficar corada. Somos “casados” lembra.

-Eu sei mas... Ah esquece.  Que bom que você veio para a reunião.

-Eu vim, se eu não viesse Haymitch sairia por ai me caçando, achei melhor poupar o tempo dele.

Katniss riu.

- Mas você sabe sobre o que exatamente será a reunião?- Perguntou Peeta preocupado.

- Creio que seja para decidirmos o que fazer agora que a guerra foi declarada.    Algumas batalhas já aconteceram perto daqui. Logo São Francisco estará no meio do fogo cruzado.

- E você vai lutar?- Perguntou Peeta pela primeira vez.  Desde que a guerra fora declarada ele estava temendo esse momento. Mas ele tinha que perguntar.  

 Só de pensar na ideia de Katniss  entrando em batalha fazia com que todo o sangue de Peeta gelasse com pânico. Mas o fato era, você não pode controlar a vida de quem ama, por mais que se tente.

- Peeta o que vai acontecer se eu não lutar?- Perguntou Katniss encarando o namorado.

- Podemos nos mudar para outro lugar, começar uma vida onde não haja escravidão. Podemos...

Peeta poderia ter dito, poderíamos nos casar, viver em paz longe daqui, podíamos ser felizes em um país onde todos são livres.  Mas por algum motivo ele sabia que ainda não era a hora de falar disso com Katniss.  A garota sorriu tristemente para Peeta.

- Eu não poderia sair daqui Peeta, não agora.  Ás vezes algumas coisas são mais importantes do que se manter seguro não é?

-Katniss... - começou Peeta. A garota lhe deu um beijo na bochecha.

-Vamos Peeta, acho que a reunião vai começar.

 Ele se juntaram a um pequeno grupo que estava na mesa principal da pequena livraria de Greasy Sae.  A proprietária apenas lançou um olhar carrancudo a Haymitch, que acenou de volta mostrando que havia entendido a mensagem: “Nós não estamos aqui”. Rue e Tresh  lançaram sorrisos  assim que viram os amigos chegando.   

-Muito bem- começou Haymitch- Vocês sabem que os estados confederados declararam guerra a Washington.  A coisa está feia, mas eu temo que ainda esteja só no começo.

-Qual é a posição da Califórnia?- perguntou um homem que Katniss não conhecia.

-Bem...

- A Califórnia como é de se esperar apoia totalmente Washington- disse uma mulher entrando de repente na livraria.

-Eu conheço ela –sussurrou Katniss para Peeta –É uma das mulheres que trabalhavam em uma das minas mais  ricas e perigosas de São Francisco. 

Peeta percebeu que a mulher tinha algo entre 35 e 40 anos, mas os cabelos já estavam totalmente brancos de tanto trabalhar no garimpo.

- Coin- disse Haymitch com visível desagrado.

-Olá amigo. Por que não esperou por mim?

- Achei que não viesse- disse Haymitch simplesmente. Peeta percebeu que o amigo tinha esperado por isso secretamente- Mas já que está aqui, pode mostrar a nossos adoráveis amigos o mapa que você trouxe.

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-Muito bem. O País realmente está dividido, simplesmente um Caos.   Felizmente a Califórnia sempre esteve ao lado dos abolicionistas, como ficou provado quando ela quebrou o acordo do Mississipi em 1850 que permitia ao estados do sul possuírem mão de obra escrava e aboliu a escravidão.

- Prova de que nem tudo está perdido nesse país- resmungou Haymitch

-Mas agora isso pode estar em risco, já que a elite daqui também vem se mostrando totalmente racista e ainda há Snow. 

-Ele é um maldito racista- disse Tresh.

-Ele não é apenas um maldito racista- disse Coin- Snow é um espião dos estados confederados, e está disposto a fazer com que a não só nossa cidade, mas o estado, mude de lado. E ele está ficando cada vez mais poderoso. Precisamos cortar suas asas enquanto ainda é tempo.

-Muito bem, mas como iremos fazer isso?- Perguntou Haymitch arqueando as sobrancelhas.

-Infiltrando alguém na prefeitura. Acho que esse é o melhor modo de conseguir saber os planos dos confederados.

- Você pretende arriscar a vida  de alguém colocando um inocente no covil do Snow?- perguntou Haymitch ultrajado.

- Isso é uma guerra Haymitch. A vida de todos aqui já estará sendo arriscada de qualquer maneira.

-Mas...

-Ela tem razão- Peeta se surpreendeu ao ouvir a voz de Katniss.

-Não, não tem -diz Haymitch- Não podemos fazer isso.

-Você tem alguma ideia melhor?  As batalhas estão só começando e elas ficam cada vez  mais sangrentas.   Escravos estão sendo cada vez mais perseguidos no sul. Se não fizermos nada, o norte pode se tornar tão racista quanto seus estados irmãos.  Homens como Snow irão se encarregar disso- disse Coin olhando diretamente para todos.

-Mas arriscar alguém assim Coin...

-Não vamos arriscar, nós nos encarregaremos de que essa pessoa seja bem protegida.

Haymitch suspira.

-Muito bem. Você tem razão. Mas essa pessoa deve ser protegida 24 horas por dia. Se infiltrar no antro de Snow vai ser perigoso.

-Haymitch, você não pode concordar com isso- diz Peeta atordoado.

- Ele deve Peeta- Diz Katniss calmamente. Peeta não entendia o por que de Katniss estar agindo assim. Ele queria dizer que estava errado. Que  as coisas não poderiam ser assim.

- Mas quem irá se arriscar? Quer dizer, temos que pensar muito bem nisso. Os escravagistas já conhecem a maioria  dos que estão aqui- perguntou Tresh apontando para os presentes.

-Esse é um problema- disse Coin  parecendo ter toda sua segurança drenada.

E então, antes que Peeta pudesse pensar no que aconteceu, antes que ele pudesse realizar qualquer gesto, ou lançar qualquer tipo de olhar para namorada, Katniss se levanta, parecendo determinada.

- Não se preocupe- disse Katniss – Eu vou. 


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Notas finais do capítulo

Pessoal, por favor, não esqueçam de me dizer o que estão achando da fic. Bjuus