Fox On Fire escrita por Gio


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Mais um! Obrigada pelos reviews, me incentivaram muito à postar.
Enjoy! ;)
XOXO



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O clima é extremamente quente e úmido, totalmente diferente do Distrito 5. Sinto meu corpo todo transpirar debaixo da jaqueta que me puseram. Ao que parece, desmaiarei em pouco tempo se não ingerir alguma coisa que eleve a minha pressão.

                Ouço um farfalhar nas folhas abaixo da árvore em que estou. O mais discreta possível, olho para baixo e vejo rastejando sobre as folhas mortas uma enorme cobra. Extremamente empolgante.

                Logo no primeiro dia encontro um animal feroz. Definitivamente a sorte não está a meu favor.

                Se eu fosse forte e corajosa o suficiente, a mataria e a faria como meu almoço de hoje. Mas prefiro deixa-la para outros tributos com coragem o suficiente. É possível morrer se eu me arriscar.

                O jeito é ignorá-la. Aguardo alguns minutos que me parecem horas. O céu escurece aos poucos e meu estômago clama por uma refeição. Minha garganta parece seca como areia. Olho a garrafa na esperança de encontrar água, e com toda a fé que desperdicei durante toda a minha vida, giro a tampa.

                Respiro aliviada ao notar que está cheia de água. E para a minha total alegria, gelada. Tomo-a em pequenos goles para que não se esgote. Nunca saberei quando terei água novamente.

                Abro o pacote de frutas secas e corajosamente como um damasco. O gosto doce me faz ter sede e me arrependo amargamente de tê-lo comido. Prefiro guardar minha única comida para quando estiver num momento pior.

                Reanaliso meus pertences e penso como os carregarei. Infelizmente não pude pegar nenhuma mochila e devo me contentar com o que tenho.

                Seria extremamente bondoso da parte de Anderses me mandar uma mochila com água, comida e talvez uma arma. Mas tenho certeza de que ele não fará isso. Ótimo, tenho um mentor negligente.

                A noite enfim cai. Não tenho certeza sobre a noção de tempo na Arena, mas imagino que seja por volta das cinco horas.

                Percebo que preciso descansar, minhas pernas já tremem e não consigo ficar plenamente de pé. Cerro os olhos e espero com todo afinco que eu pareça inofensiva aos olhos de todos.

XXX

                “Estou sentada ao lado de Caesar, e seus cabelos azuis me assustam em certo ponto. Meu estilista não fez questão de me tornar bonita, afinal, meu vestido é o mais simples. Tenho apenas três minutos, então ele me pergunta:

                - Então Gwen, como se sente sobre os Jogos?

                - Um pouco nervosa, afinal é difícil ganhar. Mas tenha certeza de que vou me esforçar ao máximo.

                - Sim, tenho certeza. Então querida, quais são suas estratégias?

                Suo frio. Não quero revelar a todos e ser um alvo fácil.

                - Bom Caesar, minha estratégia é a vontade de voltar para casa e para a minha família.

                - E você tem irmãos?

                - Tinha, ele morreu num desastre do distrito 5.

                - Meus pêsames querida. Bom, nosso tempo acabou. Palmas para Gwen Petterson!

                A plateia bate me aplaude e saio. Anderses pisca para mim, felizmente fui bem.”

XXX

                Levanto-me num impulso. O hino da Capital começa a tocar e o emblema aparece no céu estrelado. As primeiras mortes dos Jogos.

                Primeiro, a garota do 3, o que significa que todos do 1 e do 2 estão vivos. Carreiristas, obviamente. O garoto do 4 aparece, e em seguida a imagem dos garotos do Distrito 6. Um nó se forma em minha garganta. Troian McDylan ainda está vivo. Ele sobreviveu ao banho de sangue e provavelmente está em estados precários. Talvez não passe desta noite.

                A dúvida de ir e ficar se torna presente em minha mente. Mas posso arriscar tudo em ir atrás de um moribundo. Mesmo tendo certeza de que não fui eu a causadora de seus males, minha consciência ainda pesa.

                Vejo que a garota do 6 e o garoto do 7 sobreviveram. No 8 e no 9 não há mais tributos. No 10, apenas a garota. E nos distritos 11 e 12 não há mortos.

                Somos apenas 15 tributos. E haverá mais mortes amanhã.

                Meu corpo me diz que é hora de voltar a dormir, então, adormeço instantaneamente.

XXX

                Acordo de um sonho sem sonhos, com a luz do dia pinicando meus olhos sensíveis. Noto com desprezo o quanto sou vulnerável á luz do dia, tendo em vista que o ruivo de meus cabelos contrasta irrevogavelmente com o verde das folhas.

                Sinto que está na hora de tomar uma decisão, e, se quero me manter viva, é melhor fazer alguns sacrifícios. Desço da árvore e embebo meu cabelo em uma poça de lama. O cheiro parece insuportável, mas talvez afaste alguns animais durante minha jornada.

                Minha primeira dádiva aparece no céu azul. Respiro aliviada, imaginando que meu mentor deve ter se apiedado de mim. Abro o paraquedas com os dedos trêmulos e com a expectativa de encontrar algo que realmente preciso.

XXX

                Excelente, eu realmente precisava daquilo. Agulha, linha, gases, esparadrapos, um remédio antitérmico, tesoura, um pedaço de tecido camuflado e um mísero pote de mel.

                Ótimo, realmente animador, sendo que tudo o que eu precisava era de uma refeição salgada, uma garrafa de água ou uma mochila. Noto que também há um bilhete.

                “Force seu cérebro, cabeça de vento. Fez bem em pintar este cabelo. Os patrocinadores acharam genial e então te mandaram isto. Boa sorte.

                A-”  

                Bom, talvez ele queira me dizer alguma coisa. Talvez quer que eu mesma arranje o que preciso.

                Tecido, agulha e linha. Talvez possa transformar isto em alguma coisa. Mas antes que possa pensar em algo, ouço passos em minha direção.

                Escalo o mais rápido que posso e me escondo no topo da árvore, torcendo para que não me vejam.

                A menina do 6 passa correndo por minha árvore e percebo que ela não me nota. Atrás dela está a garota do 10, que corre com um machado em mãos. Ela alcança a garota e decepa sua cabeça.

                O canhão soa e ela vai embora.

                Me pergunto quantos dias terão os Jogos deste ano. Nove tributos em um só dia, assustador.

                O tempo passa e eu aerodeslizador vem recolher o corpo da garota. Vejo que no lugar do corpo há uma pequena mochila. Extasiada, corro até ela e noto que há coisas nela.

                Uma tira de carne seca, dardos, um vidro de iodo e uma corda de 20 centímetros. Mas pelo menos é alguma coisa.

                Recolho tudo e cautelosamente dou um pedaço de minha carne seca à um pássaro que pousa na árvore. Ao comê-la, o animal morre imediatamente.

                Provavelmente ela colocou algo venenoso aqui.

                Decido mantê-la comigo, para o caso de uma morte rápida e indolor, ou alguma outra emergência.

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Gostaram?

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Notas finais do capítulo

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