Fox On Fire escrita por Gio


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

EEE! Eu tenho um leitor! Obrigada Perry.
Espero que goste!
Enjoy! ;)
XOXO



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XXX

                Sou dirigida em direção à ferrovia que nos levará à Capital. A estrada é feita de terra, o que dificulta a caminhada. Sujo a barra de meu vestido e penso em quanto mamãe brigaria comigo se o visse. É um pensamento estranho, então rio de mim mesma.

                Ouço o barulho de metal contra metal. Coryna diz que o trem está chegando. Caminho um pouco mais rápido. Não vejo a hora de conhecer meus mentores. Aleza Meyer e Anderses Gimmi. Aleza venceu o 65° Jogos Vorazes e Andersen venceu a 70° edição. Ambos foram os mais resistentes.

                Uma lufada de vento quente empurra-me para trás. Um ruído desagradável de freada invade meus ouvidos. Um enorme e disforme comboio prateado para à minha frente. Recuo, assustada, mas Troian me diz que não há nada demais.

                As portas se abrem. O ar lá dentro é frio e cheira a desinfetante. O chão extremamente branco parece desabar a qualquer momento.

                Dois adultos vêm nos receber. Uma mulher alta e atlética, com longos e cacheados cabelos pretos. Veste um blazer cinza e uma saia de cós alto. O homem é baixo e atarracado, com uma barriga protuberante para fora das calças curtas. Ele usa um suéter desgastado por cima de uma camisa social absolutamente engomada. Uma dupla realmente estranha.

                - Bem vindos tributos! Eu sou Aleza e este é...

                - Anderses! – fala o homem, expelindo um repugnante e fétido hálito de bebida barata.

                - Bem crianças, Anderses não está em condições de falar, mas eu acredito que assim que ele estiver sóbrio, vai oferecê-los toda a ajuda possível. – ela diz, tentando esconder sua vergonha.

                - Para esses moleques franzinos? De que me adianta ter um trabalho desgraçado para vê-los morrer na Cornucópia? Olhem docinhos, aproveitem a comida e apenas se convençam da morte certa. Resta-lhes a sorte de que seja rápida e indolor. Há tempos que o Distrito não tem vencedores e eu asseguro que vocês não estão predestinados à esta sorte.

                - Isso é realmente estimulante. Sua confiança me leva a crer que nossas vidas não são mais que um jogo, onde você se negligencia a ajudar. Será poderia ter um mínimo de confiança e gentileza, fazendo-nos pensar que está realmente preocupado conosco? – protesto.

                - Olha, a garotinha ruiva é mal humorada! – ele ironiza. – Escute aqui menina, eu e Aleza só ganhamos os jogos porque temos inteligência. Porque soubemos utilizar nossos recursos. Acredite, os Jogos não são fáceis.

                - Eu obviamente sei disso. E espero que você tenha a conduta adequada à um mentor. Sua função é nos fazer ter esperança de que podemos ganhar.

                - Exatamente, te dar esperanças e não mentir. Olhe-se no espelho e me diga se vê uma jovem preparada para todos os perigos e desafios que a arena tem a oferecer. Veja, você é apenas uma jovenzinha que teve a infelicidade de ser sorteada.

                - Por quê não vai se embebedar e nos deixa ter a ínfima esperança de uma provável vitória? – intervém Troian em minha defesa.

                - Melhor mesmo. Pelo menos não tenho que aturá-los. Aleza, cuide desses daí, porque principalmente para a ruivinha mal-humorada, eu não vou erguer um dedo para ajuda-la. Você vai ver. No momento em que sua garganta estiver ressecada, seu estômago roncando. Nenhum paraquedas. Nenhuma dádiva.

                Aleza pigarreia.

                - Andersen, querido, vá para dentro. Amanhã conversamos, tudo bem?

                Nosso mentor negligente murmura algo ininteligível e vai embora. Eu o odeio.

                - Ele é sempre assim? – pergunta Troian.

                - Não. Aliás, ele nunca foi assim. Creio que ver Gwen aqui foi o motivo dele ficar assim. – ela responde.

                - Eu?

                - Sim querida. Lembra-se da última edição dos Jogos? Lembra-se de Déborah Martillana? A ruiva. – ela diz. Assinto com a cabeça e Aleza prossegue. – Era igualzinha à você. Vê-la morrer deixou Andersen amargo.

                - Por quê? – pergunto.

                - Ele gostava dela como uma filha. Ele a criou desde criança. Ele a viu morrer.

                - Preciso me desculpar.

                - Não faça isso. Amanhã ele terá se esquecido. A bebida foi muito forte.

                - Ele sempre está bêbado?

                - Não. Como já lhes disse, a presença da Srta. Petterson o deixou extremamente pressionado. Agora, se me dão licença, preciso conversar com suas Equipes de Preparação. – ela fala.

                Troian e eu balançamos a cabeça em sinal de concordância. Aleza vira as costas e some na imensidão pastel.

XXX

                Tomo coragem e entro no trem. Uma avox de cabelos castanhos me indica a direção de meu quarto. Agradeço-a.

                - Obrigada. Será que poderia me ajudar? – peço.

                A mulher assente e caminha comigo até o quarto. Passa um cartão prateado num leitor e a porta se abre sem um rangido sequer.

                Observo-a melhor e noto uma cicatriz que vai desde sua testa até o meio da maçã do rosto.

                - Qual é seu nome, sua história? O que lhe deu esta cicatriz? – sussurro.

                A avox faz um gesto com as mãos, como se dissesse que não pode falar.

                Entrego-lhe uma folha de papel e uma caneta. Ela os segura com relutância e então, com uma caligrafia rápida, escreve algumas palavras.

                “Sou Marla Katirne, Distrito 1. Tornei-me avox acusada de contrabandear joias. Na verdade nunca fiz nada, mas uma gema de ouro foi achada em minhas coisas. Esta cicatriz foi na hora do corte de minha língua. Debati-me na mesa e o cirurgião fez este talho para que eu ficasse quieta.”

                Estremeci. Distrito 1. O queridinho da Capital.

                A mulher pergunta-me com gestos se pode sair. Respondo que sim e sento-me na cama, com a intenção de dormir e não acordar mais.

                Uma batida na porta me faz levantar. Suspiro e giro a maçaneta. Lá está Troian.

                - Posso?

                - Claro. Sente-se.

                - Não precisa. O que vou falar é rápido.

                - Então diga.

                - Quero que deixe-me morrer.

                - Como?

                - Hey Gwen, nós dois sabemos que você é a única chance do 5 ter um campeão.

                - Mas Anderses disse...

                - Esqueça o que ele disse. Ouvi Aleza e Coryna conversando sobre a possibilidade de atrair as atenções para você. Coryna disse que os mentores não podiam apostar em um jogador. Aleza respondeu que eu não sobreviveria nem ao Banho de Sangue. As duas estão há meia hora discutindo isso.

                - Mas Troian...

                - Por favor! Convenhamos que eu não tenho a menor chance. Você os ouviu falar. É preciso inteligência para ganhar o jogo. E eu não tenho.

                - Mas você tem força.

                - Mas não é o suficiente. Olha Gwen, eu não estou pedindo que me mate, ok? Só peço que não se esforce em me manter vivo. Se eu conseguir sobreviver, quero que seja por meus méritos. Agora vamos, antes que Coryna dê mais algum sermão sobre atrasos. – ele diz, forçando um sorriso.

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Notas finais do capítulo

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