Fox On Fire escrita por Gio


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Fic secundária sobre a Foxface. Espero que gostem!
Enjoy! ;)
XOXO



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                - Gwen Petterson! Palmas para a nossa tributa do Distrito 5! – anuncia a voz afetada de Coryna Becket, a egocêntrica mulher da capital responsável por anunciar os tributos no Dia da Colheita. Ela usa um excêntrico vestido azul celeste, que contrasta totalmente com sua peruca laranja.

                Sinto minhas pernas bambearem. Tenho plena consciência de que à cerca de dez metros está minha mãe. E aposto toda a minha certeza de que ela está chorando.

                Não posso suportar isso. Minha mente vaga por toda minha vida, lembrando-se de cada momento, temendo cada nova decisão.

                Coryna me chama de novo.

                - Onde está você Gwen? – diz ela, estreitando os olhos e procurando-me no meio da multidão.

                Fecho os olhos e respiro fundo. Tomo consciência que isso é o fim da vida. Aceito a morte quase certa e caminho em direção ao palco improvisado onde Coryna e Jymmi Butterfield, prefeito do Distrito, estão sentados.

                As pessoas abrem caminho por onde passo. Não há necessidade de esquivar-me.

                Subo cada degrau, divagando o máximo possível.

                Coryna me estende a mão e eu a pego.

                - Palmas para Gwen Petterson! – ela exclama.

                A população, mesmo não animada, fez questão de manter o respeito por meu destino enfadonho.

                ­- Agora, vamos ao nosso tributo garoto! – Coryna diz. Então emerge sua mão enluvada dentro da esfera de vidro com os nomes. Ela dedilha algumas opções. Vejo o terror nos rostos das pessoas. Mães desesperadas. Irmãs, filhas, amigas.

                E então, ela puxa um envelope do fundo do globo. O silêncio é excruciante. Coryna abre o envelope. Sorri e então anuncia:

                ­- Palmas para Troian McDylan! Nosso tributo!

                Estreitei os olhos, procurando o dono do nome. Não foi preciso me esforçar. A multidão se dividiu, deixando Troian sozinho.

                Não tinha mais de 13 anos. Cabelos castanhos e lisos. Estatura mediana. Não parecia muito forte ou atlético. Ou seja, não representa ameaça.

                Mas quem sou eu para definir alguma coisa senão apenas uma pobre jovem que se ancora em falsas esperanças? Nada mais que isso.

                O garoto, assim como eu, divaga em subir no palco. Realmente o entendo, está com medo.

                Ele alcança o palco e fica ao meu lado. Vejo que está suando. E então, um grito toma conta de tudo.

                Uma mulher esquelética que aparenta quarenta anos está desesperada. Uma lágrima se forma no canto dos olhos de Troian.

                A mulher caminha até o centro, esquivando-se de pessoas, empurrando qualquer um.

                Então, para de frente à Coryna. E se joga de joelhos, como se implorasse algo, o que de fato acontece.

                - Não vá! Por favor, ele não pode ir! Não o levem! – ela grita.

Troian esconde o rosto com as mãos. Nunca senti tanta pena de alguém. Coryna estala os dedos. Dois pacificadores retiram a mulher, que esperneia e grita obscenidades contra a Capital. Coryna rola os olhos e volta a sorrir, então, encerra a escolha de tributos.

                Toda a população volta para a casa. Fim da linha, agora só me resta esperar que a sorte esteja a meu favor.

XXX

                Somos levados até uma sala no Edifício da Justiça, para receber as despedidas. Dois pacificadores tomam conta da entrada. Troian e eu estamos em salas diferentes. Melhor assim.

                Sento-me em uma poltrona de couro curtido. Respiro fundo, ainda estou preocupada. Meus pais talvez não suportem. Minha mãe talvez nem venha, acredito que esteja desmaiada ou mantida à base de calmantes. Sou sua única filha. Ela perdeu meu irmão no ano passado, ele tinha 15 anos, apenas um ano mais velho que eu. Morreu durante um apagão. Jeremy era seu nome. Neste dia, ele foi tentar resolver a falta de luz. Mas a eletricidade voltou justo na hora que ele conectou os fios.

                O choque foi fatal. Agonizou e caiu. Morto. Foi um sacrilégio, mamãe o amava como nunca me amou.

                As portas se abrem, revelando papai, Charlotte e Peter.

                Meu pai não aguentou. No momento em que me abraçou, lágrimas e lágrimas escorreram de seus olhos cor de âmbar.

                - Por favor Gwen, prometa-me que vai tentar. – diz ele. – Eu sei que você pode. Ao menos não desista, sua mãe não pode suportar tantas perdas.

                - E onde ela está? – pergunto.

                - Em casa. Teve de ser dopada. Não aguentou. – ele suspira ao dizer.

                - Eu juro que vou tentar. Juro por tudo. E por favor, diga à mamãe que eu a amo, por favor. E você pai, eu não sei nem como me despedir. Acima de tudo, eu te amo. Acredite em mim, me deseje sorte. Se eu puder voltar, voltarei.

                - Eu te amo filha. E que a sorte esteja sempre ao seu favor. – então ele sai, deixando-me com Peter e Charlotte.

                Respiro fundo. Não faço ideia do que lhes dizer. Peter e Charlotte são meus melhores amigos desde que me entendo por gente.

                - Eu confio em você, e sei que pode ganhar. Acredite. Você é inteligente e rápida. Não se alie a Troian. Ele nunca vai hesitar em te matar. Não o proteja. Não se alie a ninguém. Se for extremamente necessário, desfaça a aliança quando possível. E o mais importante, volte viva. – me diz Peter.

                - Eu não sei se consigo. – admito.

                - Nunca mais diga isso. Acreditar é o primeiro passo. O sobrevivente não é sempre o mais forte ou o mais inteligente, mas sim o que melhor se adapta à mudanças. E eu nunca vi alguém mais resistente que você. – fala Charlotte. – E antes de ir, por favor, use isto. Cada tributo pode usar algo que lembre seu distrito.

                Então ela me entrega um anel. Parece simples, feito de prata pura com uma safira ponta, nada que pudesse ser usado como arma. Parecia caro. Muito caro.

                - Se for inteligente como penso que é, sei que vai entender sua utilização. – ela diz.

                Sorrio, mesmo que não queira, e estão os pacificadores os expulsam de lá, e eu fico sozinha novamente. 

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Gostaram? Espero que sim. Infelizmente, não prometo atualizá-la com tanta frequencia pela falta de tempo, mas ainda sim, não vou esquecer.

XOXO


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Notas finais do capítulo

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