Mulher América escrita por Lady Snow


Capítulo 15
Capítulo 15- Jogo de xadrez.


Notas iniciais do capítulo

N/A: Olá! Como vão vocês? Curtindo o fim de ano? =]
Primeiramente, eu quero agradecer a LINDA da Miss Rogers pela recomendação! EU AMEI! Obrigada florzinha, o cap da vez é seu (:
Capítulo dedicado completamente à Miss Rogers! s2
Bem, esse cap era pra sair com mais coisa, maaaaas, creio que já está grande demais e vai ficar cansativo pra vocês, sorry ):
Espero que gostem, fiz com carinho *-*
Beijos e boa leitura!
P.S.: Desculpa qualquer erro :X



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Quando Chris pôs os pés em terra firme, quase ajoelhou-se e agradeceu aos céus pela divindade. Não aguentava mais sacolejar lá dentro, muito menos aguentar as conversas estúpidas e inúteis daqueles dois soldados. Com um chacoalhão nos ombros, Chris foi desperta de seu sono. Desceram do furgão e o grandalhão espreguiçou-se.


– Ah! Finalmente! Bem... Esqueci de me apresentar. Sou Mark e este é Calvin. - Disse Mark, apontando para ele e em seguida para o rapaz mais baixo. - E você é...?


Chris engoliu em seco, não mentiria, mas também não diria toda a maldita verdade.


– Todos me chamam de Chris, senhor. Não tenho nome, sou órfão. - Disse ela em um tom que demonstrava claramente que ela não falaria mais nada além disso.


– Oh sim. Entendo. Desculpe... De qualquer forma, vamos logo. Temos um prazo à cumprir, sim? - Calvin e ela assentiram e então começaram a caminhar. Chris sentiu-se tonta de estar tanto tempo sem usar as pernas, mas era uma sensação boa e ela não reclamaria. Além disso, o único som que podia ser ouvido naquele momento, era o restoar de coturnos contra folhas secas e gravetos caídos, alguns poucos pássaros e um som de água corrente longíquo. Ah, como Chris apreciava aquele quase silêncio natural, com a conversa chata daqueles dois cessadas, ela podia se sentir tranquila depois de meses agitados.


Caminharam um bom pouco por entre um bosque verde até encontrarem o acampamento, depois de identificarem-se puderam entrar. Enquanto Calvin e Mark íam a frente, Chris varria com os olhos cheios de expectativa por toda extensão do acampamento em busca de cabelos flamejantes. Viu vários de seus ex colegas de treinamento: Lee, Michael, Drew, Tom e dentre outros. Mas nenhum sinal de Rick até agora. Nenhum deles pareceu reconhecê-la, o que a fez suspirar baixinho de alívio.


Calvin parou no meio do caminho, abordando um moreno, que pelo que Chris pudera reconhecer, era Drew.


– Com licença, cavalheiro - disse Calvin, educadamente - poderia me informar onde está o Capitão? - Drew olhou-os por um momento, até que respondeu:


– Ele está naquela tenda ali - disse ele apontando com o dedo indicador -, mas antes de qualquer coisa, verifiquem se ele não está ocupado.


– É claro. Muito obrigado.


– Por nada, senhores.


Então os três prosseguiram, Calvin andou mais rápido e abriu a tenda, disse qualquer coisa e olhou para trás, fazendo sinal para os outros dois seguirem mais rápido e entrarem. Quando Chris olhou para frente e viu ali, sentado imponentemente com um ar cansado o próprio Capitão América, seu coração deu pulos de ansiedade e medo de ser descoberta.


– Então senhores? O que os traz até mim?


– Viemos entregar suprimentos e este soldado.


– Há algum documento ou carta me informando sobre isso? - Disse ele encarando os três de uma vez, e Chris rangeu os dentes de agonia.


– Não senhor...


– Então, creio que não poderei ajudá-los... - Dessa vez, Chris tomou coragem e resolveu falar por si própria.


– Senhor, desculpe, mas... Este era meu sonho - ela resolveu tocar no ponto fraco dele - e eu não aguentava mais aqueles treinamentos. Fiz de tudo para sair e ter esse como castigo, eles esperam que eu saia morto daqui para aprender a lição. Além disso, a carta não foi entregue devido à instabilidade dos envios de carta. Com a guerra estourando, está ficando cada vez mais difícil nossos superiores, as cartas estão sendo extraviadas... - Respondeu ela, em um tom exasperado, como uma criança que lutava para conseguir o que queria dos pais à base de travessuras.


A sorte de Chris era que o negócio das cartas era verídico, tendo em vista as cartas trocadas entre Chris e Rick, onde ele mesmo havia dito que corriam perigo ao enviar cartas, e, portanto, elas eram evitadas ou muitas vezes pobre de detalhes, pois, se caso fossem burladas, ao menos não iriam possuir conteúdo muito arriscado para os destinatários e remetentes.



Steve encarou-a com o semblante pensativo, as mãos entrelaçadas encostando na boca, enquanto ele encarava um ponto fixo da mesa e as sobrancelhas franzidas. Então fez sinal para que Calvin e Mark se retirassem.


– Podem ir, descarreguem o que vieram descarregar e estão dispensados. Obrigado. - Os dois assentiram e sumiram das vistas, descarregaram tudo e foram embora. Então, Steve voltou-se totalmente para ela, olhando-a indiferente. Fitou-a de cima abaixo. Ponderou um pouco, estalou a língua e recostou-se na cadeira.


– Então... O que diabo faz aqui, Wright?


Chris paralisou onde estava, seu sangue parecia ter congelado em suas veias, sua respiração trancou e seus olhos quase saltaram das órbitas. Soltou uma golfada de ar.


– Eu...


Quão estúpida ela havia sido? Quer dizer, como ela não pensara que podia ser descoberta? De fato. Ela podia ter pensado melhor, como ela sairia assim, na cara e na coragem? Era lógico que uma hora ou outra, acabaria sendo pega, afinal, ela não fora cuidadosa e nem planejara nada. Tudo bem que a situação em questão não dispunha de tempo para pensar miraculosamente no que fazer, mas com os intervalos em que ela ficava dentro de um maldito furgão poderia ter servido para pensar em saídas futuras... No entanto, não foi isso que ela fez. Ao invés de tentar organizar-se para dar tudo certo, não, ela ficou tentando desvendar seus sentimentos. Droga! Pensava ela.


– Estou esperando, Wright.


– Eu... - Disse ela, mas sua garganta se fechou, e ela julgava-se incapaz de dizer outra coisa senão 'eu'.


– Sim, você.


– Tudo bem! Ok, eu me rendo! Eu não aguentava mais ficar naquela base! Tudo é uma monotonia sem fim, eu era humilhada todos os dias por aquele bando de machistas idiotas que se acham superiores, eu só tinha um amigo, mas ele foi tirado de mim pra vir nesta maldita missão, trabalhar com você, seu maldito! Tudo por causa de um maldito país que está em guerra com outro maldito país! Eu odeio vocês, odeio, odeio! Tudo que eu tinha foi tirado! Odeio, odeio, odeio!


De repente, o peso na sua consciência chegou, mostrando-lhe a verdade sobre todos os seus atos, de mentir, de fugir, desejar o mal, ameaçar, bater, e ela começou a chorar. Uma torrente de lágrimas inundaram seu rosto, ela chorava copiosamente, com as mãos sob os olhos e tremia com os suluços. Ela chorava e socava o peito de Steve, alternando em 'maldito', 'odeio', 'idiotas' incansavelmente. Steve estava aturdido o suficiente para não ter consciência de que ela estava batendo nele, mas estavam doendo e ele segurou seus pulsos, mas ela relutava chorando, então, vendo-se sem saída, ele resolveu arriscar algo maior para fazê-la parar e abraçou-a subitamente. Ela tentou empurrar-se, mas tão logo ela desistiu e o abraçou, deixando-se chorar, deixando seu momento de fragilidade ser com o Capitão América, Steve Rogers, o homem que ela tanto odiava. Ou achava que odiava.


– Seus estúpidos... - Dizia ela, chorando e soluçando. Ele afagava os cabelos dela com a mão, sussurando palavras calmantes.


– Shh, vai ficar tudo bem... Estão todos vivos. Acalme-se... Logo irá vê-lo e confirmar com seus próprios olhos que está tudo bem...


– Malditos...


– Hey, mocinha, com a cota de 'malditos' e outros xingamentos, vai acabar rogando uma praga! - Disse ele com um pequeno risinho. Ela estava parando de chorar e acabou dando uma risadinha junto. Tímida, como uma pequena mocinha. Ela era mais baixa que ele, mesmo sob o efeito do soro. Enquanto passava as mãos nos cabelos dela, não deixou de sentir certa pena, afinal, uma mulher dá muito valor à sua aparência, em especial os cabelos, e ele acreditava que ter que cortá-los tão ralos como o de um homem não devia ser algo da qual uma moça gostaria de ter. Steve nunca tinha consolado alguém, e ele achava aquela situação um tanto quanto... Esquisita. Mas ali, ela era apenas uma moça frágil que cometeu erros demais.


– Wright... Nós dois sabemos que ainda teremos que avaliar sua situação, afinal, você fez bastante coisa ilegal, não é, mocinha? - Disse ele em tom brincalhão, mesmo com a gravidade dos fatos.


– Pare de me chamar de mocinha... Eu sei... Sei que tudo que fiz é errado, mas por favor, por favor, se há alguma misericórdia em você não me deixe voltar, por favor! - Disse ela, torcendo a camisa dele em desespero vísivel.


– Eu... Nós vamos encontrar uma saída, ok? Mas é que você tem que entender a gravidade dos fatos, porque se ficar sob minha vigilância isso gerará uma enorme repercurssão pro meu lado, certo? Mas veremos, acalme-se por enquanto...


– Obrigada, mesmo... De verdade...


– Tudo bem, agora eu-


– Mas o que é que está acontecendo aqui? - Disse Peggy entrando em um rompante na tenda, interrompendo a fala de Steve, olhou a cena de olhos esbugalhados, boca aberta e uma voz indignada e aterrorizada, era como se ela tivesse visto um fantasma. Chris soltou Steve como se ele queimasse, Peggy encarou de um ao outro frenéticamente, abria e fechava a boca repetidas vezes, mas sem pronunciar uma sílaba. Até que praticamente rosnou:


– Alguém pode me explicar que porcaria é esta!


– Eu posso explicar, Peggy... - Steve enxergava Chris como uma mulher, mas Peggy não...


– Oh, poupe-me desta fala clichê, Rogers!


– É que-


– Calado! Oh Deus... É por isso que não me dá atenção que tanto espero? Como pôde?!


– Peggy eu...


– Não, não! Quieto! Como teve a coragem? Você... Você... Deus... Não pode ser!


– Peggy, deixe-me expl-


– Não! Quer dizer, você poderia ter me dito isso antes! Eu entenderia, ou melhor, tentaria entender...


– Entender o quê?


– Você... Você... Você tem a casaca virada, Steve? - Disse Peggy com os olhos arregalados, como um cervo no meio da estrada à noite enquanto os faróis de um carro apontavam.


– O quê? O que está insinuando com isso, Peggy? Você não acha que eu... Oh Deus! Não, não! Não mesmo! Jesus, não!


– Mas então que diabo você estava fazendo abraçado a um homem?! - Chris desatou a rir, dobrava-se e ria escandalosamente, lágrimas desciam do canto dos seus olhos, mas não de tristeza, e sim por estar presenciando uma situação cômica e engraçada. Então, queria dizer que a agente Peggy-metida-Carter não era tão esperta assim?! Nada mais satisfatório para Chris naquele dia. Steve olhava as duas perplexo, não sabendo o que responder diante daquela confusão vergonhosa.


– Ora, agente, pensei que fosse mais inteligente que isso... - Disse ela zombeteira, escorando-se na mesa com as duas sobrancelhas erguidas.


– Como ousa, soldado?! E o que quer dizer com isso?!


– É, realmente superestimei a senhorita...


– Diga logo!


– Simples, minha cara, eu não sou um homem.


– Então quer dizer que... - Peggy olhou para Steve, este assentiu, avaliou Chris de cima abaixo e finalmente notando que de fato não se tratava de um homem, e sim de uma mulher.


– Eu acho que vou desmaiar... - Em poucos segundos, Peggy jazia no chão, enquanto Chris ria e Steve corria ajudar.


– Peggy! - Exclamou Steve, ajoelhou-se e levantou o tronco da mulher, levando-a até a tenda dela, com Chris aguardando-o sentada encarando as anotações. O capitão colocou a moça sob a cama e cobriu-a com o lençol, depois falaria com ela à respeito. Voltou para sua tenda, Chris tamborilava os dedos sob o colo, tímida.


– Desculpe por isso, senhor. - Disse ela. Steve suspirou.


– Não é só culpa sua... - Na verdade, ele até achava que era, mas tentou ao menos ser gentil. Afinal, ela estava ali por amor e ele não podia culpá-la totalmente por perder alguém especial.


– Eu sei que é, Rogers, não me faça de tola.


– Eu... Eu entendo seus motivos, mas na vida ora perdemos, ora ganhamos. - Chirs encarou-o, com um sorriso torto e amargo, os olhos fixos no chão, o braço escorado na cadeira.


– Eu nunca ganhei nada, Rogers. - Aquela resposta pegou-o de surpresa, diga-se de passagem. Afinal, ele não conhecia a história dela.


– Como assim? - Respondeu ele sem entendê-la.


– Eu sou apenas uma órfã americana, Rogers, uma órfã que nunca foi adotada por nenhum cidadão americano estéril. Nem caridoso. Minha vida toda foi solidão. - As palavras dela vieram como um tapa na cara dele, talvez aquele seu comentário tivesse sido muito infeliz.


– Me desculpe... Eu não sabia...


– Tudo bem, não é como se eu falasse sobre isso pra muita gente. Mas, não é esse o assunto que importa agora.


– Tem razão. Então... - Disse ele, instigando-a.


– O que fará comigo? - Mais uma vez ele aspirou profundamente, massageou as têmporas e por fim respondeu:


– Por enquanto você fica aqui, mas por favor, não arranje confusão. Quando tudo estiver mais calmo, eu mando uma carta avisando que você está aqui, ou, eu pensarei em outras formas de resolver isso.


– Mas irá me mandar de volta?


– Não, por hora, não. - Respondeu massageando as têmporas.


– Muito obrigada, senhor! - Disse ela, seus olhos cintilavam de felicidade.


– Tudo bem, tudo bem. Agora vá, e faça o favor de continuar agindo como um homem.


– Pode deixar, senhor. - Falou ela determinada.


– Boa noite, Wright.


– Boa noite, Rogers.


E foi assim que Chris conseguiu dar mais um passo em seus planos, enfim alcançara seus objetivos. Rogers fez questão de mantê-la com a imagem de um homem, assim traria-lhe menos problemas futuramente. Peggy desmaiou mais uma ou duas vezes depois de ouvir a verdade sobre Chris, enquanto esta sorria maldosamente e vez ou outra gargalhava, Rogers aparava a mulher antes que o baque surdo se consumasse e Howard... Bem, Howard fazia comentários sádicos juntamente com Chris, ações que vindas de um Stark, não é de se surpreender.


Na tarde seguinte, Rogers tinha a cabeça latejando e quase soltando fumaça de tanto pensar, seria naquela noite o ataque surpresa e eles tinham de estar suficientemente preparados para o ataque. Quando terminou de repassar as estratégias mentalmente, pegou-se pensando na situação de Wright. O que faria com ela? Mais uma vez, sua mente clamou por um descanso, mas não era tempo de descansar, era de tempo de lutar e vencer. Tinha de dar um jeito, não podia prejudicar-se com o governo, mas também não queria ser injusto com a moça irresponsável... Deus, o que faria?


Foi quando sua cabeça se iluminou com uma nova ideia. Materia-a ali, até o fim da missão, depois entraria em contato com Nick Fury, ele saberia o que fazer dali em diante. Sua decisão estava tomada, e era exatamento aquilo que faria. Depois de verificar tudo mais uma vez mentalmente e para os soldados, queimou os papéis e começou a checar o desempenho dos soldados e o andamento da missão. Dali poucas horas ele finalmente encararia o Red Skull frente a frente.


Enquanto Steve Rogers preparava-se militarmente para um combate, a base militar de segurança máxima número três procurava incansavelmente por Christine Wright. Interrogaram todos os soldados, em busca de qualquer pista que os ajudasse, mas os únicos que serviram realmente para alguma coisa, foi o carcereiro e o soldado que a confundiu com o carcereiro apagado naquela noite. Visto que ela fora perspicaz o suficiente para sair de uma base em um dos furgões, só restava a eles saber onde é que ela foi parar, no entanto, em tempos como aqueles não poderiam realizar muita coisa, afinal, poderiam estar colocando-se em risco. Temiam que ela tivesse sido feita refém, mas se fosse, alguma notícia já teria chegado ao ouvido deles. Portanto, ela só poderia ter fugido pra algum lugar distante, onde não pudesse mais ser achada. Ledo engano, ela ainda era uma militar e de qualquer forma, ainda estava à serviço de seu país. Talvez a missão fosse o último lugar que cogitassem que ela estivesse, ou ainda, esperando árduamente que aquilo não tivesse acontecido. Nick Fury foi contatado, e ele saia onde ela estava, justamente no lugar que ninguém esperava que ela estivesse, mas ele sabia, ela tinha pedido a ele por isso, e ele negou. Desgraçada, subestimou-a demais, e agora pagava o preço por isso. Atualmente, ele preferiria fazer-se de desentendido até que a missão de Rogers acabasse, só então ele a pegaria de volta, já tinha pensado nisso no dia em que a mulher misteriosamente havia sumido da base, tinha pretensão de levá-la para um local isolado, onde seria por um tempo a sede de seu novo projeto, a S.H.I.E.L.D. Logo aquela mulher não seria mais problema para o governo, exército e muito menos para ele. Pegou o veículo mais rápido que conseguiu alguns dias depois do sumiço repentino e foi atrás dela, quando aquela missão acabasse ele a tomaria de volta. Ficou à espreita até o dia da missão, onde ele se revelaria no fim de tudo... Aquilo era um perfeito jogo de xadrez, e era o próprio Nick Fury quem daria o xeque-mate.


Chris ajudava os soldados a fazer o carregamento de armas, ouvia atentamente as ordens do Capitão, embora não o estimasse tanto quanto os outros, ao menos conseguia fingir que o fazia. Estar tão perto de Richard e não poder falar nada era horrível, a sensação de impotência era arrebatadora, porém, tinha que resistir temporariamente aos seus impulsos, ou colocaria tudo a perder. Vez ou outra ela olhava-o discretamente, mas ele parecia não notá-la, lhe tratava como um soldado. Bem, pensando do ângulo em questão, ela era um soldado e depois de tanto tempo, seria complicado ele diferenciá-la, sendo que havia mudado um bom pouco. Ela percebeu que ele também mudou, já não tinha feições de um garoto inexperiente, agora possuía feições de um homem feito e experiente, julgando pelas cicatrizes que ocasionalmente vira. No entanto, teve de sair de seus devaneios com a voz grossa de Rogers soando:


– Tudo bem. Agora quero que distribuam as armas entre si, deem prioridade à quem vai comigo, todos já sabem quem vai ficar responsável com o quê? - Todos os soldados anuiram - Ótimo. Agora é só aguardar, já está anoitecendo e logo faremos justiça! - Um coro de gritos de guerra e braços erguidos se fez em apoio ao Capitão. Cada um retomou em seus afazeres, pegando as armas e desmanchando o acampamento, destruindo provas, jogando cinzas no córrego, lenhas de volta à floresta e dentre outras atividades necessárias.


Chris queria falar com Richard, mas Steve repreendeu-a o bastante para não fazer nenhuma besteira, mais uma vez ela engoliu suas vontades e aguardou, sentou-se no chão enquanto admirava sua arma, segurava um Webley & Scott modelo Mark VI, não faria grande coisa, aquela arma seria boa para defesa, colocou no cinto seis pentes intocados de balas e tentou esvaziar a cabeça, alguém sentou ao seu lado.


– Olá, Wright. - Disse ele, cheirando a fumo e uísque. Normal.


– Olá, Stark. - Respondeu educadamente.


– Como se sente para a missão? - Perguntou ele.


– Apreensivo. E você?


– Da mesma forma. Sabe, hoje pode ser seu último dia de vida. O que gostaria de fazer ou ter feito?


Aquela era uma questão simples, mas Chris não queria falar a verdade, ali, pertante todos exceto Rogers e Carter ela era um homem. Chris fitou o nada, como se pensasse (e realmente estava) e olhou o charuto que Howard fumava.


– Fumar. Posso? - Boa saída. Pensou ela;


– É claro. Tome.


Chris tragou o charuto, por pouco não engasgou-se, o Stark olhava o céu que começava a escurecer.


– Eu gostaria que tudo isso acabasse. - Chris devolveu-lhe o fumo com um sorriso triste.


– Eu também.


Ao longe, Rogers chamou todos para a formação. À partir de agora, a invasão iria começar.


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado, espero vossas digníssimas opiniões nos reviews. Feliz natal atrasado! >