Plus Que Ma Propre Vie. escrita por Isabella


Capítulo 26
Capítulo 26




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Naquele momento, nada mais importava, além do fato de que minha filha estava em perigo. Eu ouvi antes de ver, enquanto Renesmee caía no chão com um baque surdo e murmurava coisas sem nexo como “faça parar” ou “não, eu não posso deixar!”. Ainda seguindo o cheiro, que se afastava aos poucos, como se procurasse fugir e não desistir de seu objetivo, eu o ouvi dizer.

- Criatura intrigante. – A voz áspera comentou. – Seu coração bate, mas seu sangue não me é atraente. – Raiva me inundou ao ouvir suas próximas palavras. – Acho que vou te usar apenas para testar meus poderes, que tal? Ando treinando muito pouco, com a sede que sinto.

De repente, experimentei a mesma sensação de quando Jane tentava machucar a minha família, doze anos antes. Puro ódio. Alguma parte do meu cérebro me alertou que o poder daquele vampiro provavelmente afetava a mente, e não custava nada eu arriscar meu palpite. Aspirei o ar, procurando pela exata localização de minha filha, e estiquei meu escudo até ela, sentindo a tensão de cada centímetro. Não fui até ela, no entanto, porque minha prioridade era destroçar a criatura que a fizera sofrer. Dei impulso em algumas árvores e finalmente pude vê-lo.

Tinha pelo menos dois metros de altura, e os ombros mais largos que os de Emmett. Seus olhos rubros brilhantes me encararam por apenas uma fração de segundo antes de ele abrir um sorriso brilhante, convidando-me a me aproximar.

- Companhia! – Ele parecia genuinamente feliz. Não era óbvia a expressão de fúria em meu rosto?! – Vamos ver quais são seus problemas, querida…

            Senti uma pontada como a de uma faca tentando penetrar meu escudo, e sorri diabolicamente para ele. A expressão em seu rosto mudou de triunfante para confusa, e eu resolvi me aproveitar da situação. Ele tinha feito minha filha sofrer. Não merecia uma morte rápida e sem explicações.

- Chateado? – Eu me aproximei. – Não vai torturar mais ninguém, eu receio.

- Torturar? – Ele sorriu ironicamente. – Eu não torturo criaturas tão belas, querida.

            A depreciação em sua voz começou a realmente me irritar, e eu me concentrei para não ataca-lo bem ali. Morte lenta, eu lembrei, sendo assaltada pelas lembranças dos gritos de minha filha. Procurei pelos sons ao meu redor e percebi que alguém já estava com ela, provavelmente Jacob, e ela chorava baixinho no ombro dessa pessoa, eu presumi pelo som abafado. Essa criatura iria pagar por fazer isso com ela.

- Não me chame de querida.

            Ele olhou para minhas mãos e sorriu de novo. Cada sorriso seu era como um soco no meu estômago, e meu ódio crescia a cada segundo.

- O maridinho não gosta?

            Veneno ensopava minha boca, e tudo o que eu queria era arrancar a cabeça dele ali mesmo. Então me perguntei o motivo de não estar fazendo isso… Talvez eu pudesse primeiro arrancar a orelha, depois os dedos. Senti o cheiro de Edward a apenas alguns metros de mim, escondido entre algumas árvores, e entendi que ele estava me dando liberdade para agir. Emmett e Rosalie deveriam estar com ele, e eles me ajudariam se fosse necessário. Não será, eu prometi a mim mesma, eu vou acabar com ele.

- Se eu fosse você, ficava quieto. – Posso aliviar pra você. Ou não.

            Ele deu mais uma risada de escárnio, e eu decidi que aquela seria a última. Lancei meu corpo para frente. Ele parecia já esperar meus movimentos, mas eu havia sido treinada por um leitor de mentes, e sabia me cuidar muito bem. No último segundo possível, desviei de seus braços preparados para defesa e aterrissei atrás dele, a apenas dois centímetros de suas costas. Estiquei o braço, me aproveitando de seus segundos de confusão, e arranquei sua orelha direita. Pude ver a fúria em seus olhos e isso me motivou a machuca-lo cada vez mais. Ele podia ter o dobro do meu tamanho, mas eu era mãe.

- Querida, você acabou de arranjar encrenca. – Ele começou a correr atrás de mim enquanto eu ganhava espaço e tempo.

            Ugh. Revirei os olhos. Eu queria muito vê-lo sofrer, mas aquilo já estava me dando nos nervos. Retirei meu escudo por apenas um segundo e pensei para que Edward escutasse “mande alguém trazer fogo. Estou terminando”. Pude ouvir enquanto uma pessoa leve – provavelmente Rosalie – se locomovia em direção à casa. Ainda desviando de seus ataques, preparei minha próxima investida. Uma pedra parecida com aquela na qual eu tinha vencido minha primeira queda de braços estava coberta de musgo à minha frente, e eu decidi que ela me serviria de apoio. Deixei que ele passasse a minha frente, desacelerando sem que ele percebesse e, quando ele se virou de costas, eu estava em cima da pedra. Ele correu na minha direção e eu saltei, aterrissando em seu pescoço. Mordi a orelha restante e arranquei-a fora. Seus braços se remexiam tentando me tirar me minha posição, mas graças aos treinamentos com Alice, meus pés também eram ágeis. Ele mordeu minha perna e foi aí que eu avistei Edward e Emmett entrando no largo espaço onde acontecia a luta. Tudo o que eu podia pensar era “ele é meu”, então ignorei a dor e apoiei meus pés em seu peito, ainda com meu corpo por trás de sua cabeça. Nessa posição, tudo o que precisei fazer foi puxar levemente para arrancar a cabeça dele. E então eu pulei, evitando cair com seu corpo.

Rosalie chegou com o fogo e jogou na cabeça do vampiro o mais rápido possível. Edward correu até mim e me abraçou, e eu dei um beijo em seus lábios. Ele murmurou algo como “minha garota”, mas eu o interrompi, demonstrando que precisava ver minha filha. Ele esticou a mão direita e corremos juntos até o pedaço da floresta onde nossa filha ainda chorava, abraçada com Jacob.


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