Por um momento fiquei fora de mim, de onde eu sabia todos aqueles movimentos, era eu mesmo que fazia aquilo tudo?! Eu nunca consegui lavar uma louça sem me cortar, e segurava uma espada e um escudo, cuja transformação estava além das explicações científicas.

Depois de ser acordada por David e Danilo, que eram dois dos únicos acordados, vi Rebecca e Annie desmaiadas no chão.

– O-o-o quê?! – perguntei.

– Calma. Não sabemos ainda o que aconteceu... mas estamos tentando acordá-las, quer nos ajudar? – perguntou João Vitor, um pouco preocupado diretamente com Rebecca.

– Cara, você ainda acha que ela está psicologicamente bem para acordar alguém?! – perguntou David.

– Foi mal, só perguntei, SR! – falou João Vitor debochando de David.

– EEEI! Chega de deboche! Acordem logo elas, precisamos encontrar as meninas. – disse Danilo.

Aaah! Ele também viu o que eu vi! Aham aham, uuuuhuuu! Pensava. Que shoow! E que coincidência... E eu ainda preciso falar com ele... Mas...

Meus pensamentos foram interrompidos por David estalando os dedos na minha cara.

– Eeei! – falei percebendo que João Vitor acordava Rebecca.

Rebecca parecia estar muito bem para quem acabara de acordar de um desmaio. Mais eu sabia o motivo, ela estava sendo acordada por quem amava, e esse amor dela por ele acabava sendo obsessivo, na maioria das vezes. Mas eu não poderia dizer nada, afinal, eu era a indecisa; que gosta de dois garotos, cujo nomes eram: David e Danilo.

Os dois sussurravam, até que parei de prestar atenção e lembrei-me que estavam faltando três pessoas... Nathally, Annie e Jully.

– Danilo, onde estão Nathally, Annie e Jully?

– Elas saíram dizendo que iam procurar ajuda e ver se tinham sobreviventes... – Ele disse, mas me perdi em seus olhos, o que sempre acontece.

Aah! Que dúvida cruel! Entre seus olhos, que sempre perco-me adentrando-o e o sorriso travesso de David... Como resolver?!

– Ei, Dani, tudo bem com você? – perguntou David.

– Eerh... s-sim. Ótimo...

Ele sorriu. Assim que Rebecca já se sentia melhor, fomos andar pela escola e ver se encontrávamos Jully,Annie e Nathally.

– E aí?! Amou ser acordada por João Vitor, né...? – sussurrei rindo.

Rebecca me deu aquele tapa que sempre me dava quando eu falava sobre isso.

– E eu tenho uma vontade de matar aquele garoto!

Eu já sabia a quem ela se referia... Danillo. Ela sempre disse que eu e Davi éramos um casal muito perfeito. E que eu tenho que esquecer Danilo, aliás, ele tem namorada...

– Respeita pelo menos um pouco, eu gosto dele! – acabei gritando.

Os garotos pararam e viraram para nós. Rebecca começou a rir e a ficar vermelha e eu mandei apenas seguirem a diante. Rodamos a escola toda e quando chegamos a sua frente, avistamos Jully e Nathally, acompanhadas de um garoto metade bode!

– É isso... Somos atacados por professores monstros, e agora um garoto se fantasia de bode! Quando isso vai acabar?! – disse João Vítor.

– Ele é um sátiro, seu besta. – eu disse sutilmente.

– EEEEEI! Vão ficar olhando, venham aqui, seus manés! – gritou Jully.

Corremos na direção dela e paramos ao ver que o sátiro, comia uma latinha de Coca-Cola Zero, que tinha escrito: QUANTO MAIS BEN, MELHOR. Todos gargalhamos e ele fez um barulho de bode.

– Então... Como foi lá, depois que saímos, meninos? – Perguntou Nathally.

– Assim, tivemos que acordá-las, mas foi tudo bem... – respondeu João Vítor.

– Eei! Cadê Annie? – perguntei preocupada.

– Calma, foi apenas fazer uma ligação para um amigo do Ben. – disse Jully apontando para o sátiro.

– Desculpe-me pela falta de educação. Béé. – disse Ben, colocando as mãos sobre a boca e logo em seguida continuando. – Prazer, sou Ben! O protetor de vocês, especialmente delas duas. – ele apontou para mim e para Rebecca.

– Tá né.

Rebecca começou a rir e a fazer piadinhas com o nome do coitado do Bem e que ninguém ria, só ela.

– Entendeu Ben? – falava e gargalhava, enquanto caminhávamos para o portão da escola.

– Hey! Gente, a van está aqui do lado, com um cara com uns olhos. Tipo... meio que... por TODO o corpo. – falou Annie gesticulando.

Entramos na van e todos, menos eu e Danilo, dormiram. Na verdade, Rebecca parecia fingir que estava dormindo, pois a medida que eu conversava com ele, ela me dava uns beliscões.

– Para onde será que vão nos levar?! – perguntou ele a mim.

– Isso apenas, o Ben sabe.

Ele dormiu e eu me recostei em seu ombro e logo após, dormi também. Acordei e percebi que havíamos chegado e dentro da van, no banco detrás só estava eu e no da frente David, dormindo...

Levantei e por puro reflexo em aproximei e beijei-o. De uma coisa estava convicta, tenho sentimentos fortes por David, mas também por Danillo. E com qual vou ficar, só o destino decidirá, só o tempo dirá.