Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 10
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Notas iniciais do capítulo

Minha primeira recomendação: Flávia obrigada!
Você é uma daquelas leitoras que me questiona e desafia e eu adoro isso, pois coloco mais empenho na minha escrita e tento sempre melhorar. Me inspira de verdade. Adorei suas palavras e agradeço o carinho.
Todas as minhas leitoras, que me enchem de ânimo com seus comentários e me fazem rir de montão também, obrigada!!!
Desculpem a sumida, sei que andei prometendo e não cumprindo pra uma ou duas pessoas. Me desculpem mesmo. Eu realmente tento, mas existem cunhadas que precisam do not emprestado - muito mesmo - e tios que não conseguem espirrar sem mim. Estive bem ocupada e atrapalhada. Mas estou aqui...
Aproveitem a leitura, beijos!



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-O que eu disse sobre a Poiser no meu evento? – Damon está diante de nós, de olhos fechados, esfregando as têmporas.

-Não havia ninguém da Poiser no evento Damon, nos certificamos. – eu falo.

-Então como você me explica esta manchete Elena? – ela joga a revista em cima de sua mesa, diante de Caroline e eu. Stefan está ao longe na sala, sentado em uma poltrona, escutando.

-Eles podem ter colocado um espião lá, alguém que falou sobre a indiscrição, alguém que viu. Sua mulher estava gritando no meio da festa. – eu falo outra vez e Caroline me olha atônita. É apenas a verdade.

-Ligue para a Josete, peça a ela para amenizar esta fofoca. Façam alguma coisa. Eu não preciso de mais problemas com minha esposa.

Nós assentimos e deixamos a sala. Caroline cuida da parte da imprensa enquanto eu tento fazer as coisas funcionarem por aqui. O dia está agitado.

-Escritório de Damon Salvatore.

-Elena.

-Olá, Alaric. Em que posso ajudar?

-Eu não vou pedir pra você passar pro Damon, pelas manchetes das revistas de hoje ele não deve querer falar muito.

-Receio que não.

-Lembre a ele depois sobre o jantar em minha casa mais tarde. É importante pra Sofia.

-Claro. Não se preocupe. – ele desliga.

-Stefan é importante que você cuide disto, não estou com cabeça pra isto agora. – Damon surge saindo da sala acompanhado do irmão. – Elena venha comigo. – ele pede e estou de pé. – Caroline, não voltarei hoje. – hein??? - Para qualquer macaco da imprensa que ligar, estou em um necrotério, pra ser específico. Não quero ser incomodado. Vamos. – ele volta a me olhar.

-Vou pegar meu casaco. – falo e me despeço de Stefan e Caroline. Estamos praticamente voando nos corredores, ele sempre anda muito rápido e é difícil acompanhar de salto. Chegamos no elevador e entramos juntos, noto olhares assustados em nossa direção. Principalmente das mulheres. As portas se fecham.

Damon está agitado, inquieto, mexe no cabelo, sua respiração está alta.

-Eu odeio elevadores. – ele rosna quase inaudivelmente e ao olhar para ele percebo o quanto está suado e pálido.

-Tudo bem? – minha voz é um sussurro.

-Claro que sim. – ele fala em tom grave e irritado. Nossa! Eu só estou... Preocupada?  Estamos no oitavo andar e descendo, saímos do quadragésimo. – Anda... – ele fala impaciente. Mais uns segundos e as portas se abrem. – Vem Elena! – ele diz e dispara na minha frente.

Estamos no estacionamento indo em direção ao carro dele. Onde Mason nos espera, entramos, Damon parece bem melhor neste espaço.

-Alaric ligou, me pediu pra lembrá-lo do...

-Eu sei. – ele me corta – Mason, para a casa do senhor Saltzman. – o motorista assenti e estamos em movimento. – Preciso que ligue pra minha filha e confirme com ela, peça para ela avisar a madrasta. – ele pega seu celular, enquanto ligo pra sua filha ele fala com Alaric. Ele desliga antes de mim, eu ainda estou falando com sua filha.

-As coisas aqui estão bem sérias. Acho que por isso Damon não gosta que eu vá pra festas com ele ainda. Ele diz que me expõe, mas isso só dura até meu aniversário. Eu certamente saberia impedir isto. – Sofia me diz e tento disfarçar o assunto, pois seu pai está me olhando com impaciência.

-Bem, avise a senhora Salvatore Sofia, por favor.

-Ele está aí com você certo?

-Sim.

-Entendi. Beijo Elena.

-Tchau.

Damos está me olhando. Não sei ler sua expressão.

-Sofia é uma garota muito reservada, mas por algum motivo oculto ela gosta de você. – eu tento segurar o riso.

-Ela é uma garota muito agradável. – ele sorri. Sério? Sorriu?

-Agradável... – ele está pensando. – Você usa as palavras com cuidado. – ele diz irônico.

Ficamos em silêncio depois disto. Mais uns minutos e estamos na casa de Alaric.

-Você sempre vai fugir quando algo assim acontecer? – Alaric fala abrindo a porta.

-Olá pra você também. – Damon rosna entrando, eu hesito na porta e ele se volta e olha pra mim encolhendo os ombros. – O que foi? Entra Elena! – ele diz e Alaric revira os olhos.

-Ela está esperando que o dono da casa a convide, pelo menos alguém aqui tem educação. – Damon bufa e some de nossas vistas. – Entre Elena. – Alaric diz sorrindo.

-Obrigada! – eu entro risonha e ele fecha a porta.

Noto Damon se servindo de Whyski, ele já não está de paletó e a gravata está solta. Alaric me aponta o sofá para que eu sente. Eu me livro da bolsa e casaco e me acomodo.

-Quer beber alguma coisa? – ele me oferece.

-Não, obrigada Alaric. – ele sorri.

-Vocês não devem ter almoçado ainda, então pedi pra minha empregada por a mesa pra nós. Vamos?

-Eu não estou com fome. – Damon rosna. – Apenas vou precisar de seu computador e escritório, tenho que responder alguns e-mails. Você tem meia hora Elena.

-Você não está na sua empresa Damon, e se realmente quer usar meu escritório e computador, vai ter que ser mais cortês e aceitar meu convite. – Damon tenta falar mais uma vez- Por favor... – Alaric interrompe e ele revira os olhos.

-Não posso demorar. – Damon diz ranzinza e sai da sala.

-Eu sei que você está se perguntando como eu aguento ele. – Alaric diz divertido me olhando e estou prestes a rir. – A verdade é que eu não aguento. – sorrimos e ele me oferece o braço. Eu não sei bem o que estou fazendo aqui, mas estou apenas considerando que Damon quis trazer o trabalho pra casa do amigo hoje, para fugir das fofocas e isso explica minha presença. Com certeza é isso!

Damon está sentado na mesa e mexe no seu celular.

-Dá pra desligar essa droga por meia hora Salvatore? – Alaric é a única pessoa que fala assim com Damon. É muito bom estar perto pra ouvir. Ele pode ser repreendido.

Damon olha para Alaric incrédulo, mas o olhar do amigo é incisivo e ele revira os olhos e guarda o aparelho em seu bolso.

-Eu vou ignorar por meia hora, mas não posso desligar. – Uou! Damon Salvatore se justificando. Nova!

-É um começo. – Alaric diz risonho e Damon força um riso. – E Rebekah?

-Não quero falar disso agora. – Damon diz friamente. Olhando para o amigo sugestivamente e eu sei que é porque eu estou aqui.

-Você vem hoje certo? – Alaric pergunta.

-Sim.

-Ótimo! – Alaric me olha. – Você estava tão bela ontem. Eu quase não a reconheci. – ele fala comigo de repente.

-Obrigada! – digo. Ele estava na festa ontem? Não o vi.

Damon pigarreia e Alaric o olha de imediato e é como se ele tivesse lembrado de algo que não deveria esquecer. Desconversa.

-Conseguiu resolver o problema do Robert? – ele pergunta a Damon.

-Não. – Damon irritado...

Estamos todos calados, comemos calados. Depois Damon se retira pro escritório e eu vou junto. Estamos trancados, trabalhando num lugar novo. A casa do amigo dele.

-Elena, você está ciente da semana em Paris, certo? – eu estava digitando documentos quando ele me pergunta do nada.

-Sim, Caroline mencionou uma ou duas vezes. – ele bufa.

-Tenho certeza que sim. – sua voz tem um leve tom irônico. – Bem, é uma semana importante pra mim e eu preciso do melhor time comigo. – ele para por um segundo e tem toda a minha atenção. Ele ergue os olhos devagar e dispara. – É claro, isto não vai incluir a Caroline. Não por mim. – eu gelo.

-Quer que eu vá com você? – minha pergunta é obvia e ele me olha apenas, não precisa responder. – Damon... – eu hesito, não posso fazer isto com a Caroline, ela foi insuportável comigo no início, mas está mudada e depois de tudo o que ela passou nas últimas semanas, o fim do namoro. Paris é dela. – Eu não posso. A Caroline sonha com esta viagem, ela está fazendo dieta, fala disso desde que eu...

-Se você não for só estará me dando provas de que não é capaz de chegar em lugar algum. Na Salvatore ou em qualquer outra empresa. – sua voz é firme, ele está me olhando nos olhos. – Você tem uma semana pra me dizer o que decidiu. É uma ótima oportunidade, eu sei que você vê isto. Avise sua decisão a Caroline. Mas não aceito um não Elena.

Céus, ele pode ser mais insensível? Eu não falo mais. Ficamos na casa do Alaric até o final da tarde. Depois Damon foi me deixar em casa, onde encontrei Bonnie na entrada.

-Eu achei que você estaria pra chegar. Que carro... – ela fala ao ver o carro de meu chefe se afastar.

-É o do Damon.

-Ele veio te deixar em casa? – ela está atordoada.

-Não é a primeira vez. – eu falo a abraçando e ela sorri.

-Bem, vejo que o novo visual surtiu algum efeito. – reviro os olhos e subimos.

Ao entrar no apartamento me livro do salto e Bonnie vai direto pra cozinha nos trazer uma cerveja.

-Como foi com o Matt? - ela pergunta sentando ao meu lado e me passando a garrafa.

-Ele está bem magoado. Nós nos entendemos, mas o clima está estranho. Ele não gosta do meu trabalho e diz que estou o priorizando a ele.

-E não é verdade? – ela me pergunta e a olho incrédula. Claro que não é! Ela dá de ombros, pois meu olhar diz tudo.

-Eu estou me esforçando muito, e ele não consegue entender isto. Eu não quero perder o trabalho e Damon é exigente, mas é só isso.

-Bem, eu não vim aqui pra falar sobre estas coisas chatas. – ela diz e levanta saltitante, indo até sua bolsa e volta de lá com um envelope e me estende. Eu a olho curiosa ela está risonha.

Abro o envelope e é um convite para a exposição da Bonnie. Nossa! Ela estava organizando isto a muito tempo. Com certeza uma realização.

-Isso é sério? – ela afirma risonha. – Uau Bonn! – eu pulo do sofá a abraçando. – Quando confirmou?

-Eu apresentei a proposta final e os diretores da galeria aprovaram. Gostaram tanto que me colocaram na frente da programação desta temporada.

- Já será no final da semana que vem. – falo prestando atenção na data.

-Exatamente.

-Parabéns! – digo e a abraço outra vez.

-Obrigada! Essa você não pode faltar.

-Não vou.

Ficamos conversando sobre a exposição, meu trabalho, não mencionei sobre a proposta de Damon, eu queria pensar sobre isso sozinha. Certamente eu iria ligar pra minha mãe. Matt não demorou a chegar e logo depois Bonnie se foi. Eu tinha até o fim da semana pra dar uma resposta a Damon. Até a exposição da Bonn eu já deveria ter meu parecer.

...

É segunda, e estou chegando no escritório, mal sento na mesa e já escuto gritos de meu chefe. Ele começa cedo... Céus!

-Você é um moleque Stefan. Um moleque!

-Esta empresa também é minha. – ui, uma discussão entre os Salvatore em plena segunda. Caroline aparece diante de mim e seu olhar diz tudo: ‘a coisa tá feia.’

-Eu sei disso irmãozinho.

-Não acho que devamos falar disso aqui, agora. – Stefan pede.

-Você quer ser sensato agora? Isso é meio ridículo depois do que você fez. Aliás, você sabe o que fez? De verdade?

Há silêncio, uns segundos apenas...

-É, eu achei que não.

-Conversamos depois. Você está agitado demais. – a voz de Stefan é baixa, culpada. O que houve afinal?

-Ou talvez você só precise sumir da minha frente, sair da minha sala e ir pro diabo que te carregue. – Nossa! Isso foi forte, até pro Damon.

-Como queira. – diz Stefan e segundos depois está fora da sala e é primeira vez que não fala comigo desde que entrei aqui. Realmente a coisa está bem séria.

-Elena! – Damon grita.

Corro da minha mesa e já estou diante dele.

-Você está com chave que te dei? Não encontro a minha. – sua voz está embargada pela respiração falha. Oh não tenha um ataque na minha frente. Lhe passo a chave de imediato e ele revira a  sua mesa, mas parece não encontrar o que quer. Ele inala bruscamente e fecha os olhos, soca a mesa de uma forma assombrosa que me faz pular. – O que eu disse sobre se certificar de que não falte nenhum... ? – Oh meu Deus!

Alguns remédios do Damon só são adquiridos sob a prescrição renovada do seu médico. Caroline ficou de cuidar destes enquanto eu ficava encarregada dos que apenas necessitavam de receita.

- O que está procurando? – minha voz é falha, ele está fervendo de ódio. Me diz o nome do remédio e eu me curvo pra procurar. Está tudo muito organizado, separado por horários e emergenciais. Eu demoro a encontrar, mas encontro enfim e respiro, ele apenas não encontrou pelo nervosismo e agitação. – Aqui! - Eu digo passando pra ele e saindo correndo pra voltar com um copo com água nas mãos. Ele toma rapidamente.

-Desmarque meus compromissos confirmados pro horário das duas às quatro da tarde, convoque uma reunião com o conselho para esse horário. É extraordinária. – eu assinto e estou paralisada o analisando, ele não está bem... Sua cabeça está baixa e ele se mexe inquieto, leva as mãos a gravata e afrouxa o nó. Sua cabeça está entre suas mãos, não consigo me mover, embora eu saiba que já deveria estar fora dali. Ele ergue a cabeça. – Qual é Elena? Você sabe que eu odeio lerdeza. – ele rosna.

-Você está bem? – a pergunta sai involuntária e ele me olha bufando.

-Faça o seu trabalho Elena. – fala me apontando a porta. Eu suspiro e então estou saindo da sala.

Antes de começar a fazer o que ele me pede estou curiosa sobre o que houve, tento descobrir com Caroline.

-Eu não sei muito bem. – ela sussurra. – Só que tem haver com as ações que o Damon administra aqui e também me contaram algo sobre um novo presidente. – o que??? Tirar o Damon da presidência da empresa dele? Eu gelo.

-Podem fazer isto? – pergunto quase sem voz. Não parece injusto.

-Bem, Damon não é o dono da maioria das ações. Klaus é dono de 33% das ações da Salvatore, a família dele saiu comprando as ações de outros sócios. Fora os trinta e cinco dele há os 62% que Damon representa e os outros 5% divididos entre os três outros sócios.

-Só que Damon não é dono de 62% - eu suspiro, lembrando da conversa com Stefan sobre a procuração que cedeu ao irmão mais velho. Inclusive do porque fazer isto. Eles não queriam Klaus assumindo a empresa da família.

-Exato. Stefan e Damon tem trinta e um por cento das ações cada, exatamente. – Caroline termina.

-Stefan retirou a procuração? – pergunto meio alarmada. Constatando o obvio. Mas porque ele fez isso? Que merda!!!

-É o que estão dizendo e pela discussão deles... – Carol sussurra e eu estou perdida.

Sento em minha mesa e faço o que Damon me pediu. Convoco todos os sócios pra uma reunião. Depois do almoço, Damon está em sua sala, quando Sofia passa por nós. Ela vai direto pra sala do pai, nem sequer acena.

-Damon... – escuto ela falar, sua voz tem tom de compaixão, está doce.

-Filha o que faz aqui? – ele está com voz baixa.

-Estava preocupada. Rebekah concordou. Ela achou que eu faria mais bem a você no momento.

Há silêncio e eu estou curiosa, mas não consigo vê-los, não estão ao alcance da grande porta de vidro aberta.

-Não fique com raiva dele Damon. – Sofia pede depois de um tempo.

-Você deveria estar na escola.

-Fale comigo.

-Quero que volte pra casa.

-Pai!!!

-Olha, eu sei que você está preocupada, mas vai ficar tudo bem, eu tenho uma reunião daqui a pouco e vou resolver isto. É só mais um dia pesado no trabalho, no fim do dia tudo acaba onde deveria estar. É sempre assim.

-Você está pálido. Comeu?

-Você parece a sua avó.

-Bem, se a ela você ouvia, então talvez eu esteja feliz em ser comparada com uma anciã.

-Sofia! – ele grita.

-Eu apenas quero te fazer relaxar.

-Xingando sua avó? Tática estranha. – silêncio...

Ele tem uma relação tão turbulenta e complexa com a filha, mas nesses momentos é tão claro o amor entre pai e filha.

-Como você... – é Damon.

-Tio Stefan.

-Bem, ele está mesmo arrependido.

-Sim.

-Isso não vai adiantar muito agora. Teremos que lidar com isso. Ele é o novo acionista da Salvatore. Espero que o conselho o nomeie e ele entenda o porque só eu posso fazer isto.

-Pai...

-Vá para casa. Agora.

-Mas...

-Sofia. Agora.

Alguns segundos depois a garota sai porta a fora.

-Oi Elena, Caroline.

-Oi! – respondemos juntas e ela se vai.

Damon sai da sala poucos minutos depois para a reunião. Caroline e eu seguimos com nosso trabalho, quase perto do fim do expediente Damon volta com Stefan. Calados e bem sérios, passam por nós direto pra sala de meu chefe. Não se houve nada. Segundos depois eles estão fora.

-Caroline, de hoje em diante você vai receber ordens minhas e de meu irmão. – Damon fala para Caroline que engole e acena com a cabeça. Paralisada. Eles se vão.

Estamos Caroline e eu nos olhando atordoadas. O que foi que aconteceu naquela reunião afinal?

Volto pra casa temendo, e eu nem sei ao certo o que em exato, mas estou com medo. Mesmo Damon se afastando da presidência ele é o maior inventor da mesma. Ele pode seguir seu trabalho por todos os setores da Salvatore divinamente. Eu disse divinamente? – bem ,mas é. – Eu sendo sua assistente não estou em perigo. Estou? Ele vai sair do cargo? Vou ter que trabalhar pro Klaus? Minha cabeça ferve.

-Olá amor. – falo assim que chego pra Matt que está em casa, hoje está de folga.

-Oi! – ele vem até mim e me beija, me puxando pra sentar no sofá ao seu lado. – O que foi?

-Estamos tendo uns problemas no trabalho.

-Que tipo de problema?

-Não sei dizer direito, mas eu só espero que não fiquem piores. Estou sentindo o lugar sucumbir.

-Nossa! – ele arregala os olhos.

-Sabe, meus pés estão suplicando por aquela massagem. – peço manhosa.

-Que tal um banho relaxante na banheira juntos? – oferece com riso malicioso.

-Parece uma ideia melhor.

-Eu sempre tenho as melhores ideias. – fala esnobe.

-Humm, convencido. – eu chio e ele se ergue e me leva junto em seus braços. Eu realmente preciso descarregar a minha tensão. Matt sabe exatamente como me ajudar com isto.

...

O resto da semana na Salvatore é estranho, não há mais muitos comentários sobre o incidente do início da semana. Tudo se concentrou na viagem pra Paris. Daqui a uma semana e Caroline está cada dia mais entusiasmada. Na sexta de manhã eu chego bem cedo. É o fim do meu prazo e eu tenho que dar uma resposta a meu chefe. Damon chega ao escritório e estamos apenas nós. Está chovendo lá fora e ele vem em minha direção e ao erguer o olhar paralisa, sua expressão é confusa, ele pisca e estendo a mão pra pegar seu casaco – como sempre faço – mas ele desvia e o joga em cima da mesa da Carol. Oh não faça isso!

-Elena! – me chama em seguida.

Respiro fundo e vou até sua sala.

-Sim.

-O que você decidiu? – ele não está me olhando, está mexendo em seu computador.

-Damon eu... – é algo bem difícil, eu pensei durante toda semana, minha mãe me aconselhou a fazer o que eu achasse correto. É injusto com a Caroline, eu sei, mas seria injusto comigo também. Afinal, se Damon quer que eu vá ao invés dela é porque eu fiz por merecer e eu realmente quero desfrutar disto. Ele me olha, pois estou demorando.

-Ajudaria na sua decisão saber que sua amiga loira vai também? – como é? – Claro, ela estará assessorando meu irmão, não a mim. Da qualquer forma ela irá a Paris. – eu ofego, porque é como se ele estivesse me dando mais uma razão pra não declinar. Ele quer mesmo que eu vá tanto assim? Eu me envaideço ainda mais.

-Eu não estava pensando em declinar. – digo e é verdade.

-Há não estava? – sua voz é surpresa. Uau!

-Não.

-Ótimo! Prepare tudo o que vai precisar. Visto, passaporte. – ele fala voltando seu olhar pra tela. – Cuide de tudo. É só isso Elena.

Estou saindo da sala e estou me sentindo bem. Realmente. Caroline chega e comunico a decisão de Damon a ela, que não pareceu se importar muito, acho que gostou. Certamente é melhor assessorar Stefan. Ela estava feliz mesmo era por ir a Paris.

Ao final do dia estou indo na exposição de Bonnie, ela me ligou muitas vezes durante o dia, em uma delas falei sobre a viagem, ela ficou surpresa e bem feliz. Matt me encontraria depois que conseguisse sair do restaurante.

Mal cheguei no local e já fui recepcionada pela Bonnie, e meu Deus, ele fez o Jeremy vestir um Smoking. Inédito.

-Hey Lena! – dizem os dois empolgados. Logo estamos juntos entrando na galeria, está tudo tão lindo.

-Você tem que ver a parte oriental, eu idealizei muitas coisas associadas a você. Na verdade toda a minha exposição é associada a meus amigos, minha família. – Bonn diz toda emotiva.

-Vai borrar a maquiagem outra vez. – Jeremy bufa.

-Não seja insensível. – ela bate em seu ombro e estou me divertindo. – Vou deixar você viajar Lena. Divirta-se! – ela fala puxando Jeremy pra receber mais convidados e eu estou realmente viajando e refletindo em suas fotografias.

-Também admira a arte. – uma voz me faz pula eu me viro e vejo Elijah; O que faz aqui?

-Oi! – é o que consigo dizer, absolutamente patético, ele me desestrutura.

-Oi! – sua voz é grave ao me responder.

-Não sabia que um homem como você costumava apreciar este tipo de arte.

-Eu aprecio o que é belo Elena. – sua voz é aveludada – Isso explica por que a admiro. – Eu sei que estou corada. Eu sei que estou corada. Fala alguma coisa Elena! Ele sorri notando minha falta de reação. – Você vai a Paris semana que vem? – oh sim, vamos falar sobre algo que eu posso formular uma resposta. Mas espera... Ele vai?

-Sim.Você também?

-É um encontro de empresários. E eu estou incluído nesta categoria. – sorrio encabulada. Claro que está! – É um evento muito importante, nos encontraremos com pessoas geniais. É ótimo para absorver e aperfeiçoar ideias. – Nossa, ele fala comigo enquanto encara a fotografia diante de nós, eu estou olhando pro seu rosto. Ele é bonito. Eu gosto dele. – bem, eu vou cumprimentar a artista. Au revoir Mlle! – ele me diz, se inclina e beija meu rosto, o leve toque me faz vibrar e fechar os olhos, após abrir eu estou seguindo sua figura que se afasta faceiro de mim, me voltando sem jeito para realidade eu avisto Matt. Droga! Ele parece estar a tempos me observando.

Matt dá meia volta e se dirige pra saída. – oh que droga Elena! Eu o sigo.

-Matt! Espera Matt. – eu o alcanço do lado de fora. Ele se vira pra mim.

-Vai pra Paris? – ele está irritado. O que tem demais?

-Sim, confirmei hoje.

-E a Caroline? Você dizia que era tipo o sonho dela. – voz de acusação não.

-Não começa. – peço.

-Quando ia me contar?

-Eu soube hoje.

-Você disse que confirmou hoje.

-Matt...

-Elena eu não te reconheço mais. – ele está duro. – A Elena destemida. Que fazia piada das pessoas que trabalhavam naquele prédio e adulavam aquele babaca.

-Matt não fala assim...

-O que? Te ofende? Você chamou ele de idiota. O que mudou desde então?

-É o meu trabalho Matt. Damon me chamou, ele não queria ouvir um não eu não tive escolha.

-Você usa essa mesma desculpa sempre Elena: “Eu não tive escolha!” Você sempre tem escolha, a questão é que você não quer dizer não. Está envolvida, totalmente envolvida no mundo dele, no dinheiro, nas roupas caras, nas pessoas que você conhece. Eu vi um pouco disso lá dentro. – ele chia, voz amarga - A Elena que eu conhecia, não é esta diante de mim, esta glamourosa que anda sempre na moda e de salto, a Elena que eu conheço é uma garota sonhadora, motivada, que toma as próprias decisões. Simples. Você está presa a este emprego como... – ele para enfim, eu estou tão atordoada, suas palavras são tão duras. Ele não consegue entender. É importante pra mim, eu batalhei tanto. – Confessa Elena. Você se corrompeu pelo mundo de Damon Salvatore. – ele pisca e para por um momento. – Vamos parar de fingir que temos mais alguma coisa em comum.

Estamos calados nos encarando. Eu amo o Matt. Ele é especial pra mim, me sinto segura com ele. Forte. Mas agora, pela primeira vez nós não concordamos, ele não entende.

-Talvez esta viagem tenha chegado em boa hora. – eu falo, minha voz está embargada – Talvez precisemos de um tempo. – ele me olha e depois seu olhar vai ao chão, ele pões as mãos no bolso e ao voltar a me encarar eu estou de olhos marejados e prendo o choro, seus olhos tem um brilho triste.

-É eu também acho. – ele diz, mas estamos parados nos olhando e eu sei que não é isso que eu quero. Só precisamos conversar. Ele me viu com Elijah e entendeu errado. Talvez... Ele dá meia volta pra seguir e me deixar, eu ofego.

-Matt... – chamo e ele para, quando volta a me encarar estou disposta a conversar, mas não consigo abrir a boca, meu celular toca. Que momento impecável.

Matt rola os olhos e me olha, eu alcanço o celular e vejo o nome de Damon na tela, volto o meu olhar pra Matt, ele bate o pé no chão e eu o suplico com os olhos, ele bufa.

- Me deculpa Matt, eu tenho que...

-Olha, quer saber de uma coisa? A pessoa que está te ligando agora é a pessoa com quem você está. – O que? Não! – Sejam muito felizes juntos. – Ele diz e se vai.

Eu tento me mover, mas estou paralisada, com sua fala, com o que aconteceu. Terminamos? Matt e eu? Isso é tão surreal. Soluço e atendo meu chefe, enquanto vou caminhando pro apartamento. Matt foi na direção oposta, não sei pra onde. Não sei se volta.

-Damon. – minha voz vacila.

-Hora ruim? – hein?? Damon me perguntando se ligou em má hora?

-Não eu... Demorei a encontrar o aparelho na bolsa. – minha voz ainda treme.

-Onde você está?

-Saindo da exposição de uma amiga.

-Está sozinha? – O que?

-Sim, mas...

-É tarde. É longe de sua casa? Quer que mande Léo te pegar? – ele está me deixando tonta. O que é tudo isso?

-Estou perto de casa. Obrigada! Precisa de algo?

-Sim... – ele está hesitando? Sério?

-Diga. – eu peço, pois ele não fala. Que estranho!

-Preciso que cancele as passagens da Rebekah pra mim e mude para dois dias depois de nossa ida. Ela não irá conosco, nos encontrará depois. Faça isto agora, por conta do fuso da empresa aérea europeia. – ele volta ao seu tom normal.

-Certo. Mais alguma coisa?

-Não... – e outra vez ele hesita. – Você está bem mesmo? – Céus! Ele pode ser mais perturbador? Qual o problema dele?Desde quando se importa?

-Sim, Damon estou. – minha voz é fria e um tanto dura. Devo estar maluca. Mas ele está me deixando confusa e estou num momento ruim pra isto.

-Certo então. Cuide disso. Boa noite Elena! – a piada do ano. Boa noite Elena!???

-Boa noite! – e desliga. E estou tonta pelas ruas até chegar em meu apartamento e processar tudo. Matt, Elijah e agora meu chefe, de uma hora pra outra mostrando ser... Normal???

Semana cheia. Dia cheio. Eu só quero dormir.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro, eu fiz a edição correndo. - antes que alguém me atrapalhasse outra vez ...
Beijos!