Prólogo

Aquela brisa batendo em meu rosto... O cheiro de flores de campo... O sol em contato com minha pele... Tudo estava perfeito. Eu só tinha que agradecer. Uma hora dessa, em outra ocasião, eu estaria sozinha... Abandonada feito um trapo. Mas eu só tinha que agradecer. Agradecer aos unicos que me deram uma vida. Uma vida de verdade.

Eu parei de correr e tentei controlar minha respiração. Eu já estava correndo há quase uma hora, e isso estava me cansando, de verdade!

Olhei em volta, nada vi. Além de arvores e mato. Suspirei cansada...

– Se não vier me procurar nunca me encontrará! - uma voz grossa gritou de algum lugar.

Eu ri rolando os olhos e dei um passo para trás, acabei por esbarrar em algo, ou melhor, em alguém.

– Te encontrei. - sussurrei virando-me a ele... - Você é mais ágil, mais rápido do que a mim, sabes que eu nunca lhe encontraria. - falei óbvia e ele riu. Aquele riso que dava-me calafrios. Que deixava-me embreagada e maravilhada com tanta beleza...

– Mas este é o jogo, cara Ághata. - sua voz rouca e suave soou ao meus ouvidos. Ele sorriu e olhou-me daquela forma de dar-me arrepios.

Ergui minhas mãos de encontro a seu rosto e o segurei entre elas. Nos olhamos com compaixão e ternura... Ele segurou-me da mesma forma.

– Mas ainda assim, eu ganhei, mereço um prêmio. - falei sorrindo carinhosa. Ele riu daquela forma novamente.

– Que tal este seu presente?

Ao dizer aquilo, ele aproximou com seu rosto no meu e deliciou-se com seus lábios nos meus. Senti um enorme frio na barriga. Ao mesmo tempo que eu queria aquilo, eu não deveria estar fazendo isso. Estou magoando a dois irmãos. Dois irmãos que não me merecem e nunca me merecerão...

– Eu te amo, Ághata. - ele falou ao meu ouvido...

Eu sorri abertamente e o abracei forte. Aquilo era musica aos meus ouvidos, por mais que eu não quisesse aquilo... Eu amava isso. Aproximei meus lábios de sua orelha, e, levemente, eu sussurrei:

– Eu te amo... Niklaus.