Meu Amor Imortal escrita por LILIAN oLIVEIRA


Capítulo 28
Capítulo 28 - OLHOS DE RUBI


Notas iniciais do capítulo

Ainda no baile de Voltera.



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PDV - NESSIE.

Já estava ficando tonta. Dancei valsa com os mais repulsivos tipos de vampiros que já caminharam sobre a Terra. Tudo aquilo me embrulhava o estômago. Eu queria vomitar bem no meio daquele salão sinistro.
Mãos me tocavam, sorrisos me eram lançados, olhares curiosos, com desprezo, inveja , cobiça, medo, nojo, e para meu total desespero, até alguns com desejo. Foi quando, uma figura em particular roubou toda a minha atenção. Ele me olhava imóvel. Como uma estátua antiga de mármore, perfeitamente talhada .


Eram os olhos mais pertubadores da grande sala. Eles me encaravam com profunda intensidade, como se quisesse descobrir todos os segredos mais profundos da minha alma imortal. Eram vermelhos, como sangue vivo e brilhantes como a pedra do rubi mais perfeito. Mas carregavam uma tristesza oculta intrigante. Me senti presa e atraída pelos olhos tristes, que lembravam os de uma criança que teve seu sonhos arrancados. Queria conforta-lo abraça-lo, como uma mãe afagando uma criança com amor. Me senti estranha. Ele era meu inimigo. Eu sabia! Eu o conhecia! Conhecia a dimensão do seu poder letal. Tratei logo de me desviar de seu rosto penetrante de anjo. Que era uma armadilha, para tolos desconhecidos do seu poder. Ele não é um anjo, é uma arma. Uma arma muito perigosa. Me enrijenci, voltando à minha máscara fria, que era meu escudo protetor naquele salão obscuro. Em nenhum momento, ele se aproximou de mim. Mas podia sentir seu olhar me perseguindo, a cada passo que dava. Não era um olhar de cobiça, era indecifravelmente triste.


Começava a me sentir seca por dentro. E uma sede profunda, arranhava minha garganta. O aroma do salão repleto de vampiros, estava me deixando enjoada. Pude ver meu pai se aproximando e me amparando em uma janela, para que eu respirasse o ar puro da noite.


– Sei que está sendo difícil, filha. Mas preciso de sua atenção agora.


– O que foi pai? Cadê a mamãe ?



– Ela está no seu quarto. Escute! Em alguns minutos, aquela porta será aberta.
Ele falou, sinalizando de leve com a cabeça, para a grande porta a esquerda do salão.
– Quero, que assim que a porta abra, você prenda a sua respiração o máximo que puder, e corra. Corra com toda a velocidade que você tiver, e vá para seu quarto. Fique com sua mãe, e não saia de lá, até que eu chegue. Você entendeu?
– Mas, e você pai...
Ele não me deixou terminar a frase. Me ohou com desespero.
– FILHA, ME OBEDEÇA!! Não se preocupe comigo. Eu estarei bem. Quero que cuide de sua mãe.
É ! A situação estava feia mesmo. Para ele me mandar cuidar de Bella. Eu! Uma mera mestiça, cuidar de uma vampira completa, quase uma recem criada, muito mais forte que eu. Ele estava mesmo deserperado, ou louco de vez. Ele me deu seu sorrisso torto. Mesmo bem frouxo, porque deixei este pensamento escapar para sua mente. Me abraçou e disse:
– Agora, vá filha! Ele me empurrou de leve, em direção à porta de fuga, se afastando de mim. Fiquei parada, próxima a porta, esperendo a minha deixa. Estava nervosa. O que ele disse mesmo? Tenho que sair correndo? Devo esperar abrir a porta ? Aii, aii! Eu não lembro. Eu tinha ficado em pânico. Derrepente, fiquei travada. Foi quando, começei a ouvir vozes humanas. Corações batendo ? Cheiro de sangue? O quê ? A porta se abriu em estrondo, e várias vozes invadiram o local. Devia ter umas 200 pessoas ou mais. Homens, mulheres, crianças, velhos e jovens.
– O banquete está servido meus queridos!
Ouvi Aro dizer, erguendo uma taça, que provavelmente seria enchida do sangue de todos aqueles inocentes. Coloquei a mão na testa. Me sentia tonta e fraca. Minha boca salivava incontrolavelmente. Precisei me escorar em uma mesinha próxima, quando senti mãos frias me segurando, e me tirando da sala com uma velocidade vampiresca. Tudo ficou escuro.
Quando abri meus olhos, dois pares de rubis perfeitos me olhavam com intensidade. Eu estava em seus braços, em frente à porta do meu quarto.
– Respire! Respire, Renesmee!
Sua voz era suave e arrastada. Falava num sussuro doce no meu ouvido, que me fez arrepiar. Eu estava sem respirar. Foi por isso, que eu desmaiei. Mas eu não podia respirar. Eu não sabia se conseguiria me controlar.
– ...Meu pai ele... me mandou não respirar...
Minha voz era falha. Parecia uma criança falando.
– Já pode, agora! Estamos afastados de lá. O cheiro não vai te incomodar tanto daqui.
Me desvencilhei rápido de seus braços, me afastando de seu corpo pertubadoramente frio, mas forte e acolhedor. Tentando tomar o controle de mim mesma. Mesmo sentindo a intensidade daquele olhar de rubi sobre mim. Ele entendeu mal meu gesto brusco, e se afastou, se encolhendo. O que me deixou confusa.
– Não estou com medo de você .
Disse, tentando colocar frieza na minha voz.
– Não precisa! Não te farei mal. Eu ajudei você. Te tirei do salão.
Ele falava devagar, para que eu entendesse o que tinha acontecido lá. Era verdade! Foi ele! Minha cabeça estava uma confusão, provavelmente ele achava que eu era meio lesada.
– Minha mãe! Eu preciso saber como ela está.
Eu precisava sair da presença dele. Ele me deixava perturbada. Virei as costas para a porta do quarto, preocupada com a ordem do mundo. Um Volturi me ajudando! Sendo gentil comigo! E não era qualquer Volturi. Era ele! Alec Volturi! O poderoso da guarda particular do próprio Aro. Deve ter alguma coisa muito errada aí. Ele já estava se afastando humanamente, para minha total estranheza. Quando eu já estava com o corpo, metade no quarto olhando desconfiada para sua silhueta se afastando. Quando saiu de minha boca, a frase mais desconectada da realidade. Foi quase um susurro. Mas sei que ele pôde ouvir. Fez uma breve parada no corredor, mesmo não se virando pra mim. E acho, até que vi um leve tremor em suas mãos de pedra.
– Obrigada...obriga, Alec Volturi!
Tranquei a porta mais que rapidamente. Não que adiantasse trancar a porta num castelo cheio de vampiros. Foi quando, fui arrancada do chão pela minha mãe, que me abraçava desesperadamente.
– Querida, você está bem, meu amor? Cadê o seu pai? Por que Alec estava aqui ?


– Calma mãe! Respire, você está me deixando tonta, e está me esmagando. Estou bem! Papai virá logo, e Alec ...eu acho que ele me ajudou ... enfim, não importa. Como você está?


Olhei em seus olhos. Estavam escuros como o céu da noite, sem estrelas ou lua. Se a sede e o cheiro do sangue já estavam diíiceis para mim, imagina para ela. Uma vampira nova. Abracei-a fortemente, entendendo a preocupação de Edward com ela, afrouxando o abraço, mas não nos separamos.
– Você viu? Pôde ouvi-los?


Fiz que sim com a cabeça. Ainda abraçadas, ouvindo os gritos humanos mais aterrorizantes do mundo, mesmo estando abafados pelas paredes grossas do castelo de pedra, podiamos ouvi-los perfeitamente. Eram gritos de terror e desespero. O cheiro de sangue estava queimando em nossas gargantas. Deitamos encolhidas na cama, nos abraçando. Sem perceber, começei a cantar baixinho em seu ouvido uma cançao Quileute, que meu Jake sempre cantava para dormir quando eu era pequena. Tentando conforta-la, ficamos assim, até que o silêncio tomou conta do lugar, e tudo parecia ter terminado. Minha mãe sorriu pra mim. Um sorriso fraco e carinhoso, com seu olhar de choro, afagando meu rosto.


– Sei que agora os papéis estão invertidos. Mas, obrigada querida! Não teria cons...


– Shiiii...shiiii! Claro que teria! Você é minha mãe. A mais linda, forte e poderosa vampira que eu conheço. Eu te amo!


Sorrimos uma para outra. Ouvimos passos no corredor. Era meu pai! Num salto, minha mãe já abria a porta. Tive que fechar a boca com minhas mãos. Tenho certeza que meu coração sairia por ela. Quando olhei para as roupas rasgadas e ensanguentadas do meu pai, seu rosto era de dor. Parecia um homem em chamas.


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Meu pai nos contou o motivo de nossa sede atroz. Estavamos sobre o poder de Lostal. Um velho vampiro, que eu lembrei de ter dançado no baile . Ele tem um poder muito parecido com o de Jasper. Controla nossas emoções e instintos mais primitivos. Ele me contou, que depois do banquete de sanque, os vampiros descanbavam em uma noite de luxúrias. Por isso, o motivo dele estar todo rasgado. Eu e minha mãe olhavamos atônitas para ele. Tive que perguntar, mesmo temendo a resposta.

– Você escapou dos poderes dele, pai ?

– Sim! Com muita dificuldade, filha. Tive que manter minha mente em vocês, que estvam aqui e precisavam de mim.

Disse isso, abraçando minha mãe com carinho. Mordi os lábios inferiores. Aquilo é um pesadelo macabro, como eu havia previsto.

– Podemos ir embora agora ?

Perguntei com ansiedade.

– Não! Aro quer que fiquemos mais um dia.

– Você não concordou com isso, né?

Minha mãe se desvenciliou de seus braços, olhando firmemente para ele, que desviou de seus olhos.

– Aro está escondendo algo, que se refere à Renesmee. Preciso tentar descobrir o que é. Entenda Bella, quero sair daqui o mais rápido possível. Mas há uma chance de descobrirmos finalmente, o que Aro quer com Renesmee.

– Talvez, quando descobrirmos, seja tarde demais Edward.

Meu pai se retraiu, com a possível verdade nas palavras de minha mãe.

– Eu acho que Nahuel tem algo a ver com isso.

Eles me olhavam com curiosidade. Me aproximei deles, pegando suas mãos, para passar a eles, a conversa que tive com Nahuel qando dançavamos. As feições de meu pai se endureceram. Ele estava com ódio por ter sido enganado.

– Desgraçado!! Preciso ligar para Carlisle. Tenho que coloca-los a par da situação. Tente dormir um pouco filha.

Me deu um beijo na testa, e minha mãe me abraçou e sairam. Estava muito impaciente para dormir. Resolvi tomar um banho para tentar relaxar, mas não teve efeito. Desisti de tentar dormir. Pulei da cama, e verifiquei minhas malas, procurando algo para vestir. Queria vestir uma calça jeans e tênis. Mas concluí, que isso só chamaria a atenção. Uma vez, que todos no castelo estavam vestidos para uma festa.

Vesti um vestido preto, que caia até os joelhos. Não queria que ninguém me visse perambulando pelo castelo. Tinha esperança de passar despercebida. Coloquei minhas sapatilhas, e saí do quardo. Queria chegar até o jardim. Passei por alguns vampiros, e concluí que estavam ocupados demais com seus parceiros, para notarem minha presença. Constatei a verdade das palavras do meu pai, quando disse que no final da festa, tudo acabava em um festival repugnante e obsceno de luxúria.

Corri para o jardim, onde tudo estáva tranquilo e silencioso. O silêncio da noite, em nada lembrava as atrocidades que ocorrem no castelo Volturi. Subi em uma árvore de copas baixas, para apreciar a noite quente. Estava distraída com meus pensamentos, quando percebi a proximidade de alguém.

Reconheci seu cheiro de hortelã e menta. Prendi a respiração, tentando ficar em completo silêncio. Mas ele parou justamente ao lado da árvore, inalando o ar. Tive certeza, que minha presença tinha sido notada. Ele estáva imóvel. Com sorte, ele provavelmente iria embora.

Mas não foi o que aconteceu. Comecei a ficar impaciente com sua presença pertubadora. Por que ele não vai embora? Droga! Troquei de posição, e sem notar, pisei em um galho seco. Meu corpo caiu, mas consegui ficar de pé, sem grande esforço. Mas não teve mais como evita-lo, uma vez que caí em frente a ele. Ficamos por alguns segundos nos encarando, sem dizer uma palavra. Ele não parecia incomodado com isso, mas eu estava. Queria saber o que ele estava pensando. Resolvi falar.

– O que faz aqui?

Foi uma pergunta idiota, eu sei. Mas foi o que me veio. Ele percebeu, que era uma pergunta só para cortar o silêncio. Sorriu!

– Eu sei, que você sabe que eu moro aqui Renesmee.

Revirei os olhos impaciente. Ele estava me encarando ainda, e isso estava me deixando sem reação alí.

– Eu sei que mora. Mas não precisa ficar aqui no jardim, quando sabia muito bem que era eu em cima da árvore. Por que não foi embora? Por que não vai embora, Alec? Quero ficar sozinha. Não percebeu?

Falei em desafio, querendo mais ver sua reação, do que querendo que ele realmente partisse. Ele me olhava com um olhar profundo e indecifrável. Não parecia perturbado com a minha groceria, nem tampouco fez mensão de ir embora.

– Não deveria estar aqui sozinha Renesmee. Não é seguro andar pelo castelo. Ainda mais à noite. E não se engane com a beleza dos jardins de Volterra. Podem ser tão perigosos, quanto o interior do castelo. Vou ficar aqui até que queira voltar para seu quarto. Não se incomode comigo .

Eu estava completamente perdida com suas reações. O que era isso tudo?

– O que está dizendo, Alec ? Que vai me proteger? Não preciso de proteção. Já agradeci por ter me ajudado, mas não se engane. Não sou indefesa como pensa. Não preciso ser protegida, ainda mais por você.

Sem perceber, fui andando em sua direção, ficando parada bem a sua frente. Muito próximos. Ele notou nossa proximidade. Fez mensão em me tocar, mas eu desviei de suas frias mãos. O que era aquilo? Senti meu corpo estremecer, e por alguns segundos, queria seu toque. Balancei a cabeça tentando organizar minha mente, que estava me pregando peças. Enrijeci o corpo! Ele percebeu, e recuou alguns passos.

– Desculpe! Não pretendia ofende-la. Por favor, permita que eu apenas fique por perto. Não precisamos conversar. Pode me ignorar completamente. Não me importo! Só ficarei aqui.

– Faça o que quiser, eu realmente não me importo.

Virei as costa para ele, suspirando resignada. Sentei aos pés da árvore, olhando fixamente o prata da lua, no céu.







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