Heart Of Loki escrita por Jessie Austen
Thor encarou Frandal que agora estava totalmente absorto em pensamentos e riu alto, dizendo:
– Tá. Isso foi uma armadilha dele. Só pode.
– O-o quê?
– Loki sabe que pegamos o seu diário...quer pegar uma peça em nós. Só pode ser.
– Não seja absurdo. É claro que não, Thor, como ele poderia prever que iríamos tentar pegar esse livro? Impossível.
– Impossível, Frandal, é o Loki está apaixonado por você.
– Eu também acho. Eu na verdade..não sei o que pensar.
– Pois eu sei. Vamos devolver esse diário para ele e esquecer essa história maluca.
– Esquecer? Por que? Não tenho intenção nenhuma de deixar isso para lá...
– Ei, espera aí...o que? Não, Frandal...já fizemos muito de pegar o diário. Imagina se ele descobre? Nos mata e depois nos castiga. Pelo resto da eternidade. Não, deixamos isso de lado.
– Não. Você não está me entendendo? Eu quero saber até que ponto ele me deseja. Se até sobre mim ele escreve em seu diário...- Frandal sorriu deixando o futuro rei de Asgard perplexo.
– Você não presta mesmo, né? Deixa meu irmão em paz! Ou eu acabo com você!
– E você acha que eu sou idiota de fazer algo errado com o príncipe? Até parece que não me conhece...e outra, Loki é meu amigo.
– Ah, agora ele é seu amigo. Quem está sendo absurdo é você. – respondeu Thor tomando o último gole de sua enorme caneca.
Frandal sorriu e Thor completou:
– Tá, me dê logo esse diário...Loki está aflito e eu odiei ter que mentir para ele.
– Não é para menos. Thor...eu preciso , eu tenho que terminar de ler. Amanhã te devolvo, pode ser?
– Mas para quê?
– Eu tenho direito. Afinal é sobre mim que ele fala!
– Você está muito bêbado. Ok. Amanhã você me devolve. Preciso ir...
– Mas já?
– Sim, estou me sentindo extremamente cansado e amanhã a gente acorda cedo. Até...
– Até mais. – despediu seu amigo que continuou lendo o livro atentamente.
Thor fez o caminho de volta para o palácio. Parecia estar a muitos e muitos quilômetros de distância e suas pernas pesavam toneladas.
De repente sentiu que não desejava ver Loki. E não queria mais ver Frandal.
Sentia um amargo, uma tensão que estava além dele e de sua compreensão.
Assim que chegou foi direto para seu quarto. Viu movimento e vozes, provavelmente todos estavam ainda ceiando.
Entrou no seu quarto e se jogou em sua enorme cama. O mesmo amargo, a tensão voltaram ainda mais fortes.
Queria brigar com Loki. Bater em Frandal. O que eles tinham em comum? Absolutamente nada, concluiu.
“...Vê-lo tocar, beijar, sorrir para elas. Tudo isso só me atraiu mais, ao invés de me afastar dele.
(...)Mas Frandal não, tão egoísta e tão idiota. Quase tanto quanto eu... A única coisa que eu queria é que ele me visse e me desejasse da mesma maneira que eu o vejo e desejo.”
Essas palavras estavam grudadas na mente de Thor. E zombavam de cada dose de paciência que ele tinha.
Bondoso. Correto? Ele? Tais palavras agora pareciam tão erradas. Praticamente xingamentos.
Não podia sequer imaginar Frandal perto de Loki. E novamente a cena de seu irmão nadando nu voltava para atormentá-lo.
– O que está acontecendo comigo? É meu irmão e meu melhor amigo.
Naquela noite o deus do trovão não conseguiu dormir.
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– Bom dia, mãe. – cumprimentou Loki dando um beijo no rosto de Frigga.
– Bom dia, meu amor. Vai tomar café?
– Sim. Hoje eu consigo tomar café sim. - sorriu ele sentando-se perto dela e cumprimentando Odin que estava sentado na ponta da mesa.
– Achou seu livro de poções? – perguntou o rei.
– Não, meu pai. Mas estou quase desistindo...hoje Thor vai me ajudar a procurá-lo. Falando nisso, onde ele está?
– Ainda não acordou, acredita? Acho que deve ter perdido a hora...
Loki sorriu e pegou a geléia e algumas torradas. Neste momento Thor então apareceu na porta, mas não disse uma palavra e nem olhou para ninguém.
– Bom dia, meu amor. – disse Frigga.
– Oi. – respondeu o loiro sentando-se e pegando uma xícara sem querer continuar qualquer conversa. Raríssimas vezes ele ficava mal humorado e todos os presentes estranharam e muito aquele comportamento.
– Aconteceu algo, Thor? Cumprimente direito a sua mãe. – disse Odin.
– Não foi nada. Bom dia, mãe. Me desculpe.
– Não se preocupe. Você dormiu? Está com a carinha cansada...
– Está tudo bem – respondeu ele comendo rapidamente.
Loki que o observava atentamente, provocou:
– Isso que dá ficar bebendo até tarde! Depois não consegue nem levantar cedo...
Thor apenas o encarou e depois voltou a encarar seu prato. Após alguns segundos, disse:
– Quer saber? Eu peço licença de vocês...vou comer algo próximo da escola. Até logo.
O mais velho saiu antes mesmo de ouvir a resposta de seus pais. Loki que agora estava preocupado correu atrás dele e com um sorriso, disse:
– THOR! Você mal humorado eu até aturo...mas sem fome? O que houve, meu irmão?
– Loki, estou sem tempo.
– O que houve? Posso ajudar em algo?
– Não.
– Você vai hoje se encontrar comigo no meu esconderijo? Sabe, para me ajudar...tentar achar o meu livro de poções.
Loki o parou, segurando-o seu braço e os dois se encararam por alguns segundos que mais pareceram uma eternidade.
– Me espere lá depois da escola. – respondeu saindo e deixando o mais novo sozinho.
Havia algo, Loki sentia. Na voz, no olhar, na maneira como Thor havia falado com ele. Será que ele havia encontrado seu diário e lido? Impossível. Ali haviam segredos que destruiriam qualquer tipo de relação entre os dois.
O moreno preocupado voltou para seu café e depois partiu para mais um dia de aula.
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No início da tarde, Loki seguia o caminho de volta para o palácio. Se encontraria com Thor no seu esconderijo. Pensava em seu diário, mas principalmente em Thor. O que estava acontecendo com ele?
– Oi! – disse uma voz próximo dele, perto de uma árvore. Virando-se tomou um susto ao ver Frandal. Suas pernas quiseram falhar, mas ao invés disso ele respondeu:
– Está perdido? Ou deu para cabular aulas depois de velho?
Frandal sorriu e isso o fez ficar sem ar, decidiu continuar andando.
– Na verdade não fui hoje. E te vi por aqui...podemos voltar juntos?
– Naturalmente.
Loki seguia de cabeça baixa, mas pode perceber que o loiro o encarava sem ao menos disfarçar. Teve vontade de dizer algo, ou de fazer alguma coisa, mas estava paralisado. Sentiu a mão de Frandal segurar a sua.
– Loki...
Os dois pararam, o coração do moreno saltando e o impossibilitando de dizer algo inteligente.
Frandal o procurou com os olhos e os dois finalmente se encontraram.
– Frandal...
– Eu estivesse pensando sabe. Nós vivemos brigando, discutindo e tudo isso para quê, não é mesmo?
– Isso é mesmo. – concordou Loki olhando para suas mãos ainda unidas.
– E você se tornou um jovem tão agradável...acho que poderíamos nos dar muito melhor, sabe. Nos divertir muito juntos, se você quiser...
Loki sorriu como se achasse tudo aquilo um absurdo e disse:
– A essa hora e você já bêbado, Frandal?
Os dois se olharam e caíram na risada. O loiro se aproximou lentamente e os dois ficaram bem próximos, até que ele disse:
– Sou péssimo com as palavras...
–Você é péssimo com muitas coisas. Como por exemplo, o que você está fazendo segurando a minha mão agora? – perguntou o moreno completamente sem graça.
– Você quer que eu pare? Quer que eu a solte?
Frandal sorriu e Loki sentiu sua temperatura subir imediatamente.
– Tá calor hoje, né? Também...eu e minhas roupas pretas...- disse ele se afastando enquanto tentava disfarçar seu nervosismo.
– Quer ajuda com elas? Posso tirá-las...
Seus olhares se encontraram de novo, o príncipe de Asgard completamente espantado.
– Ok. Que brincadeira é essa, Frandal?
– Já disse: sou péssimo em palavras. Agora, agindo...- respondeu puxando-o com força e colando seus lábios nos dele.
Loki que no início tentou relutar acabou se aproximando ainda, segurando seu rosto enquanto o loiro o segurava forte em sua cintura. A boca de Loki era tão macia e naturalmente gelada, que Frandal se perguntava por quê tinha perdido tanto tempo.
Fazia isso enquanto sua língua avançava aos poucos provocando Loki, que mal conseguia respirar, sequer pensar em algo.
– Então...o que é isso também? – perguntou quando os dois se afastaram completamente sem ar.
– Digamos que eu tenho meus momentos de sabedoria...- respondeu puxando-o para mais um longo beijo.
– Antes tarde do que nunca. – Loki sorriu enquanto o abraçava.
– Concordo...fiquei um pouco receoso se você iria me aceitar, sabe? Mas tinha que tentar...eu sempre reparei em você, Loki. Sempre quis fazer isso.
O deus da trapaça levantou uma sobrancelha e depois sorriu de maneira levada e o beijou novamente.
– Se você quiser podemos ir para algum lugar, meus pais não estão em casa e...
– Oh, céus. O Thor! Eu ia me encontrar com ele...já estou atrasado! – lembrou-se afastando.
– Thor? Deixe ele para lá...
– Não...ele está me esperando. Frandal, tenho que ir...
– Você quer sair hoje à noite?
– Amanhã tenho prova, tenho que estudar. Pode ser amanhã depois da escola.
Frandal abriu um enorme sorriso e respondeu que sim. Os dois se separam e mesmo o loiro querendo acompanha-lo, Loki insistiu e conseguiu seguir até seu esconderijo sozinho.
Enquanto fazia seu percurso, podia sentir seu coração bater muito acelerado e seu corpo ainda aceitando o que tinha acabado de viver. Sim, Frandal sentia o mesmo que ele!
Olhou para cima e observou o céu num azul intenso. O dia de fato estava muito quente, mas aquele calor que antecede uma grandiosa tempestade. Olhou então para o horizonte e avistou nuvens muito cinzas, carregadas se aproximando.
Quando terminou de atravessar a plantação e chegou ao lago, avistou Thor que estava sentado próximo de sua margem e escrevia palavras na terra com um graveto.
– Thor! – chamou enquanto se aproximava.
Seu irmão se virou e mesmo estando com o mesmo semblante preocupado, quando o viu sorriu.
O coração de Loki então paralisou por alguns segundos, isso sempre acontecia quando estava próximo de Thor.
Ele respirou fundo e sorrindo de volta, foi até seu encontro.
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