Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 4
IV- A vida é sua


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem-me a demora, ando muito ocupada com a escola e tudo o mais, mas ai está. Boa leitura. *-*



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IV- A vida é sua

Senti algo fazendo cócegas no meu rosto, a princípio tão agradável que permaneci de olhos fechados, mas então percebi que poderia ser um bicho caminhando por minha face...abri meus olhos assustada e dei de cara com dois belos olhos me fitando, muito próximos a meu rosto, enquanto usava um pouco de meus próprios cabelos para fazer as cócegas em mim.

-O que você está fazendo? - Perguntei para o garoto, sentando-me rapidamente. Ele mal me conhecia e já achava que tinha intimidade para me acordar daquele jeito? Pelo que eu sei...ele poderia estar chapado.

-Desculpe seu eu a assustei, é que não sabia como você gosta de ser acordada. Pensei em chamar por seu nome, mas achei que poderia lhe assustar se assim fizesse.

-Não tem problemas. - Falei, não querendo ser mal educada com alguém que fora tão gentil comigo. - Que horas são? - Perguntei, ao olhar pela janela e perceber que o sol já estava alto e forte.

-São exatamente 10h18min. - Respondeu-me ele, olhando as horas em seu relógio de pulso. Me apavorei ao perceber que já era tão tarde.

-Caramba, como eu fui dormir tanto?! - Falei comigo mesmo enquanto levantava-me apressada e pegava meu vestido em cima de uma cadeira.

-Ei, calma. Não precisa sair correndo. - Disse ele, parando ao meu lado e segurando meu pulso esquerdo, enquanto sorria, como se meu alvoroço estivesse divertindo ele.

-Tá legal, me desculpe.

-Ótimo. - Respondeu-me, soltando meu pulso. - Pode usar o banheiro para trocar de roupa e depois eu lhe levo para a casa, se quiser é claro.

-Quero sim Felipe, vou me trocar e já volto.

Quando entrei no banheiro, a primeira coisa que fiz foi me olhar no espelho. Meus roxos que na noite anterior eram quase invisíveis agora estavam cor de berinjela, estavam horríveis, com certeza meus pais surtariam quando vissem aqui, era impossível esconder deles...ao menos que eu conseguisse ir até meu quarto sem que eles visse e disfarçasse um pouco com maquiagem. Lógico que não esconderia tudo, mas pelo menos melhoraria.

Parei de me olhar no espelho, afinal aquilo só estava me deixando pior. Eu acordara bem, mas não conseguia esquecer as imagens da noite anterior, era tudo muito recente. Tirei a calça e a camiseta que eu estava vestindo e coloquei o vestido preto da noite anterior, sentia asco só de olhar para ele, nunca mais queria vestir aquilo. Lavei meu rosto e, como estava sem escova de dentes, passei um pouco de anti séptico bucal que encontrei no armarinho da pia. Calcei meu all star, mas a meia eu pus no lixo do banheiro, estava rasgada demais para que eu pudesse reaproveitar ela.

Quando sai do banheiro, Felipe estava sentado na cama, abraçando os joelhos, enquanto olhava para a rua, parecia pensativo. Não queria interromper seus pensamentos, mas não ia ficar parada ali, olhando ele meditar, só por isso falei:

-Estou pronta, já podemos ir. - ele virou-se rápido para mim, sorriu e então se levantou da cama, indo até a mesa e pegando uma chave de carro que estava em cima dela.

-Então vamos lá, vou lhe dar uma carona.

-Agradeço, mas eu não moro tão longe assim...posso ir caminhando, não se preocupe.

-Tudo bem então, mas eu vou com você.

-Se você insiste. - Falei, dando de ombros.

Quando saímos do quiosque, eu fiquei realmente constrangida. Imagina se tivesse alguém na casa dele e nos visse? O que pensariam? Eu geralmente não ligava para o que os outros pensavam de mim, mas não queria que ele acabasse se encrencando por minha culpa e muito menos que as pessoas supusessem coisas erradas a nosso respeito. O que seria normal, se nos vissem saindo juntos do quiosque aquela hora da manhã.

Mas por sorte, não havia ninguém em nosso caminho, e logo nós já estávamos caminhando tranquilamente pela rua.

-Você 'ta quieta. - Disse ele, começando a procurar algo nos bolsos da calça jeans que estava vestindo, assim que havíamos nos afastado um pouco da casa.

-Eu normalmente sou assim, não sei o que deu em mim ontem para ter falado tanto. Deve ter sido o nervosismo. - Disse meio constrangida, pegando o elástico de cabelo que eu colocara no meu pulso e prendendo meu cabelo.

-Que pena, gostei de conversar com você. - Disse ele sorrindo, pegando um cigarro comum no bolso traseiro da calça e o acendendo. - E, a propósito, você fica ainda mais linda com o cabelo solto.

-Obrigado. - Foi a única coisa que respondi, acho que ele tinha esse dom de me deixar mais sem palavras que o normal.

Caminhamos mais uns segundos em silêncio, e quando ele ia dar a quinta tragada no cigarro não resisti, e falei antes que perdesse a coragem:

-Se importa de me emprestar o cigarro? - Ele me olhou surpreso, até eu estava surpresa comigo mesma. Mas com certeza não estávamos surpresos pelo mesmo motivo.

-Claro, mas não sabia que você fumava. - Respondeu ele, me entregando o cigarro. - Se você quiser, tenho mais aqui.

-Valeu, mas eu não quero. E eu não fumo. - Disse-lhe, sorrindo e colocando o cigarro no chão, pisando em cima do mesmo.

-Ah sim. Me desculpe, não sabia que isso a incomodava.

-Não é que me incomode, só acho que está desperdiçando seu tempo com algo inútil. Se continuar assim, vai morrer cedo demais.

-É, to sabendo disso Sophia, mas não me importo. - Não encontrei resposta para essa frase, então preferi permanecer em silêncio. A mim parecia que ele me dera um corte, não queria minha opinião, então não tinha motivos para mim dar ela, até porque, ele era um estranho para mim, um estranho a quem eu devia a minha vida, era por isso que eu queria salva-lo, mas se ele não cooperasse, eu não conseguiria. - Olha, me desculpe se eu fui grosso ta lega?! Não to acostumado com pessoas querendo cuidar de mim. - Falou ele, dando uma breve risada. - Sempre fui meio...sozinho, ok.

-Tanto faz Felipe, a vida é sua. Você nem me conhece e eu nem conheço você, não tem que me ouvir nem nada semelhante a isso. Eu só estava querendo retribuir a ajuda que recebi, mas se você não quer, não precisa aceitar. - Respondi, parando em frente a meu portão, finalmente havia chegado. Tinha pensado que o conheceria mais naquele caminho, mas havíamos apenas discutido e piorado tudo. - Eu moro aqui, obrigado por me trazer. - Falei, virando as costas e entrando, correndo, em meu pátio.

-Sophia...- Ouvi ele me chamar, fiz de conta de não ouvi, bati a porta de casa, querendo jamais ter ido trabalhar naquela festa.


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Notas finais do capítulo

É isso ai...até quinta pretendo postar o próximo.
Beijons. *-*



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