Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 24
XXIV- Luto


Notas iniciais do capítulo

Gostaria muito de agradecer a primeira recomendação que recebi a luiza styles e thaynara horan, muito obrigada mesmo. *---*
Me desculpem o capitulo pequeno, mas eu tava realmente ocupada e foi o que deu para fazer.
Boa leitura.



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Tudo estava indo maravilhosamente bem na minha vida, nunca tinha me sentido tão feliz e completa como tenho me sentido nos últimos meses. Esses quatro dias que estou passando com Felipe contribuíram para isso, ele estava me mimando muito, e eu falei para ele que se eu ficasse mal acostumada e chata a culpa seria totalmente dele, ele apenas riu disso e falou que assumiria.

Mas como nenhuma calmaria dura para sempre...uma das maiores turbulências surgiu.

Era a manhã do meu último dia na casa do Felipe, havíamos acordado a pouco minutos, era pouco mais de 10 horas da manhã, eu havia faltado aula, o celular do Felipe tocou e ele se levantou da cama para atender. Ele falou: ''alô'' com um sorriso no rosto, mas a medida que a pessoa do outro lado da linha ia falando a expressão dele foi mudando. Primeiro ele pareceu apavorado, depois sério e por último, extremamente triste. Quando ele desligou a ligação jogou o celular contra a parede do quarto e o mesmo se quebrou em várias partes. Não posso negar que me assustei.

- Amor? - Perguntei, vendo ele se sentar na cama, apoiando os cotovelos nos joelhos e segurando sua cabeça. - O que houve?

- Sabe o que me dá raiva? - Perguntou ele, com a voz alterada se virando para me olhar. - Me dá raiva o fato das coisas nunca poderem dar certo na minha vida. Quando algo está bom, vem outra coisa e estraga tudo. - Quando ele terminou de falar, seus soluços inundavam o quarto. Até aquele momento eu estava sentada, parada, acuada, no lado oposto a ele, mas então percebi que ele precisava de mim e me aproximei lentamente o abraçando por trás.

- Quer me falar o que houve? - Perguntei, depositando um beijo carinhoso na nuca dele. Ouvi ele respirar fundo, como se tentasse controlar as lágrimas e os soluços, apertei um pouco mais meus braços ao redor dele.

- A vó Clara...ela...-Ele não conseguia falar a frase toda de uma vez, o choro era mais forte, mas eu compreendi antes que ele terminasse. - ela faleceu. A mim pareceu que falar aquilo tornou a situação ainda mais real para ele. Ele sentou-se de uma forma melhor na cama e me abraçou, senti suas lágrimas quentes banharem meus ombros e tudo o que eu podia fazer era retribuir seu abraço. Em nenhum momento lhe falei que ficaria tudo bem, não posso negar que pensei em lhe dizer isso, mas então pensei melhor e achei melhor não falar, pois percebi que nem tudo ficaria bem. Ele acabara de perder uma das pessoas mais importantes da vida dele, ele estava triste, triste como eu nunca o vira antes. Então me lembrei do rosto da vó Clara, de suas palavras, me lembrei de como ela era legal e comecei a chorar com ele, não com tanta intensidade, mas ainda assim eu chorava.

                                                                                 ------xx------

Menos de uma hora depois de Felipe ter me dado a triste notícia, nós fomos para a capela onde seria realizado o funeral. O corpo da vó Clara arressem havia chegado e havia uma ou duas pessoa da família lá. Felipe se aproximou do caixão lentamente, ele não chorava mais, mas eu sabia que ele estava se segurando. Vi ele se aproximar um pouco do rosto de vó Clara e então ele sussurrou alguma coisa no ouvido dela, deu-lhe um sorriso discreto e saiu para o pátio da capela.

Pensei em me aproximar um pouco mais do caixão para me despedir, mas eu nunca gostei muito de lugares fúnebres, então pedi desculpas mentalmente para a vó Clara e me afastei do local, indo procurar Felipe.

O encontrei sentado numa mesa da rua da lancheria que havia ao lado da funerária. Ele segurava uma lata de guaraná nas mãos e olhava fixamente para ela, percebi que algumas lágrimas teimosas escorriam por seus olhos. Me sentei ao seu lado e recostei minha cabeça no seu ombro. Ficamos um tempo em silêncio.

- Me desculpe. - Falou ele, ainda com a cabeça baixa.

- Te desculpar pelo que? - Perguntei confusa, desencostando do ombro dele e fitando-lhe a face.

- Me desculpe por lhe meter numa situação dessas. Esse seria nosso último dia ''juntos'' sabe, ''morando'' juntos, era para ser perfeito, mas aqui estamos nós, em um funeral.

- Shh. - Falei, segurando seu queixo e obrigando ele a me olhar. - Não fale isso, ok? Eu realmente teria amado passar um dia em casa com você, mas não foi possível e eu não te amo menos por isso. - Falei, tentando fazer piada da última parte. Ele sorriu.

- Tem certeza que me ama na mesma intensidade de antes? - Perguntou ele, secando algumas lágrimas e eu soltei seu queixo.

- Acho que posso pensar no seu caso e talvez, e apenas talvez, lhe amar da mesma forma.

- Fico mais tranquilo assim. - Respondeu ele sorrindo.

- Então eu fico feliz. - Falei e sorri em resposta a ele. - Mas você terá de me compensar depois, não se esqueça.

- E o que você vai querer como recompensa? - Perguntou-me ele, sorrindo malicioso.

- Não pense besteira seu chato. - Falei, dando um leve tapa nele. - Eu só quero que você me leva naquele lugar que serve aquelas deliciosas massas.

- Eu te levo, sem dúvida alguma. - Falou ele, bem na hora que um homem o chamou da porta da funerária e ele se levantou. Mas antes de ir até onde o homem estava me falou: - Mas depois você dorme lá em casa Sophia.

Quando Felipe se afastou eu tive de rir, por um breve segundo, mas tive. A situação não pedia risadas, nem risadinha, na verdade eu nem deveria estar me sentindo tão feliz como estava, mas eu me sentia e não podia mudar isso. A cada dia que se passava eu me via mais perdidamente apaixonada pelo meu namorado e não havia só paixão, havia aquele abrasante sentimento chamado amor. Eu o amava, não era o tipo de amor de livros em que eu poderia dizer que ele era perfeito e eu não valia nada, bem pelo contrário. Ele tinha defeitos e eu sabia disso e eu também possuía defeitos, mas ambos tínhamos qualidades, como qualquer outra pessoa.

E quando, por fim, o caixão da vovó clara foi baixado na sepultura, não pude deixar de pensar que eu adoraria chegar a idade dela, mas com Felipe ao meu lado.

- O que você disse para a vó Clara aquela hora no velório? - perguntei quando estávamos indo embora e pela expressão dele percebi que ele sabia a que momento eu estava me referindo.

- Eu fiz uma promessa a ela. Uma que me arrependi de não ter feito antes.

- E qual foi? - Perguntei curiosa.

- Espere e verá Sophia, mas lhe garanto que você vai gostar.

E deixando o suspense no ar ele acelerou um pouco mais o carro, me deixando curiosa e impaciente para descobrir o que era.


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Notas finais do capítulo

Comentem e me façam feliz. kkkk.
Beijos e até breve. *-*



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